Arte: Lúcia Caldas
SENHOR JESUS
Senhor Jesus, abrange a minha vida para tirá-la de todos os pecados
Dá-me das tuas mãos, com os cravos dolorosos
A benção eterna do Teu nome.
Mas senhor, se fora de mim eu não conheço felicidade,
Se a minha felicidade se distancia de todos os outros pólos consagrados,
E a minha felicidade é, única, a minha felicidade,
Morta a minha felicidade,
Morta a minha felicidade, já que os assassinos m'a mataram,
Tu, Senhor, para me ressuscitares a minha felicidade?
Eu convenci-me, Senhor, que fora das nossas há outras estradas,
Sadias aos nossos pensamentos, vivas às nossas verdades...
Ah! Senhor, a minha única verdade
A verdade única do meu pensamento.
Mas Tu, Senhor, da tua força podes talvez também me dar a única verdade.
João Lins Caldas
fernando.caldas@bol.com.br
domingo, 10 de janeiro de 2010
sábado, 9 de janeiro de 2010
VAQUEJADA
Arte: Lúcia Caldas - Lúcia é filha do assuense (primeiro filho do Assu a se formar em engenharia civil) Raul de Sena Caldas, que regressou ao Rio de Janeiro no início da década de trinta, onde veio a falecer. Ela é natural do Rio de Janeiro onde reside atualmente.
DO POETA CALDAS
- De todas as glórias?
- A literária.
- Das literárias?
- A poética.
João Lins Caldas
fernando.caldas@bol.com.br
- A literária.
- Das literárias?
- A poética.
João Lins Caldas
fernando.caldas@bol.com.br
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
SAI 'FOLIODUTO', ENTRA 'FABIODUTO'
Por Paulo Sérgio Martins, jornalista.
Parece até que o "capitão" Rodrigues Neto está fazendo escola. Questionado recentemente por um repórter Novo Jornal, o presidente da Fundação Capitania das Artes disparou que estava "cagando e andando" para os eventuais críticos de sua controvertida maneira de gerir a coisa pública. A partir daí a coisa desandou a feder e parece ter contaminado consideravel parte do borboletário verde da prefeita Micarla de Sousa.
Outra razão não há que justifique o escandaloso fato de a Prefeitura do Natal ter que desembolsar a "módica" quantia de R$ 221 mil pela apresentação do padre-cantor Fábio de Melo, na noite véspera do Natal, no estádio Machadão. Só para se ter uma ideia, o último show do cantor Roberto Carlos na cidade, este ano, custou à iniciativa privada a bagatela de R$ 150 mil. E olha que ele desembarcou aqui de "aero-rei" trazendo consigo todo o equipamento, pessoal de apoio e músicos, a hospedagem já incluída.
Em sua coluna na Tribuna do Norte, ontem, o jornalista Wodem Madruga - a pretexto de comentar o futebol - abriu um generoso parêntese para o momentoso assunto: "E por falar em futebol, o padre Fábio de Melo é o craque da semana. Cracão. Faturou, por menos de uma hora no Machadão, 221 mil reais. Dinheiro bancado pela Prefeitura de Natal, que tem saco maior que o de papai noel. Tardinha de ontem na calçada do Cova da Onça, mestre Gaspar fazia comparações:
- Adriano, o Imperador do Flamengo, tem salário mensal de 400 mil reais, apontado como o mais alto do futebol carioca e um dos maiores do país. Para botar toda essa grana no bolso, Adriano tem que jogar duas vezes por semana ou oito por mês. Isso quer dizer exatamente que cada vez que joga (e são 90 minutos com intervalo de 15) Adriano recebe 50 mil paus. O padre Fábio não cantou mais de 50 minutos e o seu cachê foi de 221 mil reais. Adriano bota no Maracanâ 80 mil pessoas; padre Fábio não conseguiu atrair ao Machadão nem 15 mil."
Batizado pelos internautas de "Fabioduto", o indecoroso cachê tem rendido para a verve popular até mais que as chuvas para o próprio Madruga, um incorrigivel perseguidor das nuvens. Observador atento de nossas mazelas culturais e políticas, o poeta Laélio Ferreira registrou o lamentável episódio em forma de versos sem medo de ser feliz:
Nas Boas-Festas abunda
a fama do sacerdote...
- O bonitão come brote,
Arranjou-se uma barafunda
e a coisa foi engrossando:
muito dinheiro rolando,
muita conversa-fiada...
- Proteja a traseira amada,
Padre Fábio está chegando!
O sacolejo natalino natalino da batina mais alegre e dispendiosa do Brasil tem rendido que não acaba mais. Na blogosfera, então, nem se fala. A começar pelo jornalista Ricardo Noblat, que traçou um comparativo dos mais altos cachês cobrados pelo shoow-business brasileiro e lançou desafio: "Você entregaria sua alma aos cuidados do padre Fábio?" Nem foi preciso responder. O borboletário verde ficou numa agitação que só vendo. Mas o lugar mais apropriado para quem quer inteirar-se do assunto, todavia, continua sendo o blog da jornalista Laurita Arruda Câmara.
Transformada involuntariamente no principal holofote do "Fabioduto", a titular do Território Livre foi publicamente desancada pelo bad boy Eugênio Bezerra, o controvertido "assessor especial" da prefeita Micarla de Sousa. Ele ameaçou detonar de seu twitter um suposto "babado forte" envolvendo a vida privada da moça, caso ela não parasse de abordar o escândolo, mas terminou por confirmar o adágio popular de que "cão que ladra não morde". Acovardou-se diante de enorme repercussão negativa da ameaça que fizera e que originou toda a polêmica.
Do blog de Laurita, aliás, extrai-se um comentário de fatura especulativa mas não menos interessante. Sobrescrito pelo internauta Elves Alves, eis o seu inteiro teor:
"Tá no prelo da Gráfica Manimbu, da Fundação José Augusto, um cordel curiosamente intitulado "A facada do padre e a cagada do capitão". (Grifo nosso) Uns especulam que trata-se do escândalo natalino conhecido como "Fabioduto", ou seja, o cachê escorchante de R$ 221 mil cobrado pelo padre Fábio de Melo à prefeitura de Natal; outros dizem que é sobre a doutrina filosófica ("Filosofia da vaca") instaurada pelo presidente da Capitania das Artes, o impávido "capitão" Rodrigues Neto, que disse estar "cagando e andando" para eventuais criticos de sua glamurosa gestão. Pelo sim, pelo não, prefiro apostar nas duas hipóteses, menos que o autor da obra venha a ser o cordelista Crispiniano Neto, presidente da FJA. Assim já seria demais, né...?
Ora, se é.
Incontinência fecal à parte, o "Fabioduto" tem lá a sua parte positiva. Na tentativa desesperada de represar a sua repercussão, fazendo valer até mesmo ameaças veladas e intimidações anacrônicas, os debochados mandarins do Palácio Felipe Camarão terminaram por revelar que, pelo menos na seara cultural, o seu modulos operandi é idêntico ao do Governo do Estado: secreto e guardado a sete chaves. Realmente é um governo que, se "andando" está, é num passo quase imperceptível, mas que está "cagando" copiosamente, disso não resta a menor dúvida.
Obs: O artigo transcrito acima fora remetido para este blog no dia 30 de dezembro último. O autor deste blog pede desculpa ao jornalista Paulo Sérgio Martins por não ter publicado na data enviada. Mas nunca é tarde para postar um artigo de boa qualidade como os que Paulo escreve.
Parece até que o "capitão" Rodrigues Neto está fazendo escola. Questionado recentemente por um repórter Novo Jornal, o presidente da Fundação Capitania das Artes disparou que estava "cagando e andando" para os eventuais críticos de sua controvertida maneira de gerir a coisa pública. A partir daí a coisa desandou a feder e parece ter contaminado consideravel parte do borboletário verde da prefeita Micarla de Sousa.
Outra razão não há que justifique o escandaloso fato de a Prefeitura do Natal ter que desembolsar a "módica" quantia de R$ 221 mil pela apresentação do padre-cantor Fábio de Melo, na noite véspera do Natal, no estádio Machadão. Só para se ter uma ideia, o último show do cantor Roberto Carlos na cidade, este ano, custou à iniciativa privada a bagatela de R$ 150 mil. E olha que ele desembarcou aqui de "aero-rei" trazendo consigo todo o equipamento, pessoal de apoio e músicos, a hospedagem já incluída.
Em sua coluna na Tribuna do Norte, ontem, o jornalista Wodem Madruga - a pretexto de comentar o futebol - abriu um generoso parêntese para o momentoso assunto: "E por falar em futebol, o padre Fábio de Melo é o craque da semana. Cracão. Faturou, por menos de uma hora no Machadão, 221 mil reais. Dinheiro bancado pela Prefeitura de Natal, que tem saco maior que o de papai noel. Tardinha de ontem na calçada do Cova da Onça, mestre Gaspar fazia comparações:
- Adriano, o Imperador do Flamengo, tem salário mensal de 400 mil reais, apontado como o mais alto do futebol carioca e um dos maiores do país. Para botar toda essa grana no bolso, Adriano tem que jogar duas vezes por semana ou oito por mês. Isso quer dizer exatamente que cada vez que joga (e são 90 minutos com intervalo de 15) Adriano recebe 50 mil paus. O padre Fábio não cantou mais de 50 minutos e o seu cachê foi de 221 mil reais. Adriano bota no Maracanâ 80 mil pessoas; padre Fábio não conseguiu atrair ao Machadão nem 15 mil."
Batizado pelos internautas de "Fabioduto", o indecoroso cachê tem rendido para a verve popular até mais que as chuvas para o próprio Madruga, um incorrigivel perseguidor das nuvens. Observador atento de nossas mazelas culturais e políticas, o poeta Laélio Ferreira registrou o lamentável episódio em forma de versos sem medo de ser feliz:
Nas Boas-Festas abunda
a fama do sacerdote...
- O bonitão come brote,
Arranjou-se uma barafunda
e a coisa foi engrossando:
muito dinheiro rolando,
muita conversa-fiada...
- Proteja a traseira amada,
Padre Fábio está chegando!
O sacolejo natalino natalino da batina mais alegre e dispendiosa do Brasil tem rendido que não acaba mais. Na blogosfera, então, nem se fala. A começar pelo jornalista Ricardo Noblat, que traçou um comparativo dos mais altos cachês cobrados pelo shoow-business brasileiro e lançou desafio: "Você entregaria sua alma aos cuidados do padre Fábio?" Nem foi preciso responder. O borboletário verde ficou numa agitação que só vendo. Mas o lugar mais apropriado para quem quer inteirar-se do assunto, todavia, continua sendo o blog da jornalista Laurita Arruda Câmara.
Transformada involuntariamente no principal holofote do "Fabioduto", a titular do Território Livre foi publicamente desancada pelo bad boy Eugênio Bezerra, o controvertido "assessor especial" da prefeita Micarla de Sousa. Ele ameaçou detonar de seu twitter um suposto "babado forte" envolvendo a vida privada da moça, caso ela não parasse de abordar o escândolo, mas terminou por confirmar o adágio popular de que "cão que ladra não morde". Acovardou-se diante de enorme repercussão negativa da ameaça que fizera e que originou toda a polêmica.
Do blog de Laurita, aliás, extrai-se um comentário de fatura especulativa mas não menos interessante. Sobrescrito pelo internauta Elves Alves, eis o seu inteiro teor:
"Tá no prelo da Gráfica Manimbu, da Fundação José Augusto, um cordel curiosamente intitulado "A facada do padre e a cagada do capitão". (Grifo nosso) Uns especulam que trata-se do escândalo natalino conhecido como "Fabioduto", ou seja, o cachê escorchante de R$ 221 mil cobrado pelo padre Fábio de Melo à prefeitura de Natal; outros dizem que é sobre a doutrina filosófica ("Filosofia da vaca") instaurada pelo presidente da Capitania das Artes, o impávido "capitão" Rodrigues Neto, que disse estar "cagando e andando" para eventuais criticos de sua glamurosa gestão. Pelo sim, pelo não, prefiro apostar nas duas hipóteses, menos que o autor da obra venha a ser o cordelista Crispiniano Neto, presidente da FJA. Assim já seria demais, né...?
Ora, se é.
Incontinência fecal à parte, o "Fabioduto" tem lá a sua parte positiva. Na tentativa desesperada de represar a sua repercussão, fazendo valer até mesmo ameaças veladas e intimidações anacrônicas, os debochados mandarins do Palácio Felipe Camarão terminaram por revelar que, pelo menos na seara cultural, o seu modulos operandi é idêntico ao do Governo do Estado: secreto e guardado a sete chaves. Realmente é um governo que, se "andando" está, é num passo quase imperceptível, mas que está "cagando" copiosamente, disso não resta a menor dúvida.
Obs: O artigo transcrito acima fora remetido para este blog no dia 30 de dezembro último. O autor deste blog pede desculpa ao jornalista Paulo Sérgio Martins por não ter publicado na data enviada. Mas nunca é tarde para postar um artigo de boa qualidade como os que Paulo escreve.
sábado, 2 de janeiro de 2010
SOBRE LIMA CAMPOS
Lima Campos um dos grandes nomes da literatura brasileira, conviveu na intimidade com o grande vate potiguar João Lins Caldas no seu tempo de Rio de Janeiro (1912-33). Ele se conheceram na afamada liraria Garnier, que ficava na Rua do Ouvidor, Centro daquela terra carioca. Aquela livraria já era naquele tempo o ponte de convergência da intelectualidade brasiliera. O escritor Campos sentindo que a morte lhe chegara (me contou a escritora Maria Eugênia que convivia diariamente com o poeta Caldas) teria lembrado e dito algo em referência a Caldas que um dia, saudos, escreveu em homenagem a memória daquele grande amigo, dizendo em forma de poema, de tal modo:
Quando na história do mundo se falar no que foi uma grande amizade
- Eu não sei o que foi a hitória do mundo mas sei o que foi uma grande amizade -
E a alma de César da Câmara de Lima Campos há de brilhar e florescer como talvez nenhuma outra alma no mundo.
Conta-se que quando Caldas comentava o seu relacionamento com Lima Campos embargava a voz com lágrimas nos olhos.
fernando.caldas@bol.com.br
Quando na história do mundo se falar no que foi uma grande amizade
- Eu não sei o que foi a hitória do mundo mas sei o que foi uma grande amizade -
E a alma de César da Câmara de Lima Campos há de brilhar e florescer como talvez nenhuma outra alma no mundo.
Conta-se que quando Caldas comentava o seu relacionamento com Lima Campos embargava a voz com lágrimas nos olhos.
fernando.caldas@bol.com.br
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
POEIRA DO CÉU
Poeira do céu é a segunda antologia póstuma do grande poeta potiguar João Lins Caldas editado pela EDUFRN, com organização, introdução e notas da professora de literatura Cássia de Fátima Matos dos Santos. Ao comparecer O lançamento no Museu Câmara Cascudo, em Natal, no última dia onze, recebi daquela professora um exemplar daquela coletânea com a seguinte dedicatória: "Para o Sr. Fernando Caldas, por sua incansável luta para fazer viva a poesia do nosso querido João Lins Caldas. Um abraço.
Nesta oportunidade quero agradecer aquela professora pela citação do meu nome que ela registra na sua apresentação, dizendo assim: (...) agradecemos ainda aos familiares do poeta, como Fernando Caldas, primo e admirador de João Lins, que também nos forneceu material para a pesquisa (...).
Aquela coletânea que, sem dúvida, engrandece as letras potiguares vamos encontrar belos sonetos, poema de diversos estilos e temas.
Num dia em que fui a verdade
E em que fui a beleza
E em que com os astros do céu fui todos os astros do céu,
Andava de braços dados
De um lado a verdade
De um lado a beleza
E ao lado comigo todos os astros do céu.
E esse outro:
Eu me acerquei do palácio que eram comigo o encanto e o prazer de todas as fadas.
Todas as rotas iluminadas
Todas as estradas iluminadas
Eu via comigo o rosto azul de todas as fadas.
Eu penetrei o palácio em que eram comigo todas as alegrias e todas as alvoradas.
Em que eram, comigo, as alvoradas comigo,
Em que eram comigo todas as estradas...
Eu habitei comigo o palácio azul das alvoradas e das fadas...
De todas as alvoradas
E das fadas
De todas as amadas...
Eu habitei todas as alvoradas e as amadas todas comigo...
Eu habitei todas as alvoradas,
Todas as amadas,
Todas as fadas...
Mas não habitei nunca em verdade comigo...
Não habitei nunca, em verdade, é verdade,
Nunca habitei comigo...
Eu estava só e só perpetuamente a minha soledade...
Eu via o céu azul, eu via o céu profundo de todas as alvoradas,
Eu via as estradas
Todas as fadas
Mas nenhuma das amadas, nenhuma das fadas estava mesmo comigo...
Eu estava só, na solidão azul de todas as estradas....
fernando.caldas@bol.com.br
Nesta oportunidade quero agradecer aquela professora pela citação do meu nome que ela registra na sua apresentação, dizendo assim: (...) agradecemos ainda aos familiares do poeta, como Fernando Caldas, primo e admirador de João Lins, que também nos forneceu material para a pesquisa (...).
Aquela coletânea que, sem dúvida, engrandece as letras potiguares vamos encontrar belos sonetos, poema de diversos estilos e temas.
Num dia em que fui a verdade
E em que fui a beleza
E em que com os astros do céu fui todos os astros do céu,
Andava de braços dados
De um lado a verdade
De um lado a beleza
E ao lado comigo todos os astros do céu.
E esse outro:
Eu me acerquei do palácio que eram comigo o encanto e o prazer de todas as fadas.
Todas as rotas iluminadas
Todas as estradas iluminadas
Eu via comigo o rosto azul de todas as fadas.
Eu penetrei o palácio em que eram comigo todas as alegrias e todas as alvoradas.
Em que eram, comigo, as alvoradas comigo,
Em que eram comigo todas as estradas...
Eu habitei comigo o palácio azul das alvoradas e das fadas...
De todas as alvoradas
E das fadas
De todas as amadas...
Eu habitei todas as alvoradas e as amadas todas comigo...
Eu habitei todas as alvoradas,
Todas as amadas,
Todas as fadas...
Mas não habitei nunca em verdade comigo...
Não habitei nunca, em verdade, é verdade,
Nunca habitei comigo...
Eu estava só e só perpetuamente a minha soledade...
Eu via o céu azul, eu via o céu profundo de todas as alvoradas,
Eu via as estradas
Todas as fadas
Mas nenhuma das amadas, nenhuma das fadas estava mesmo comigo...
Eu estava só, na solidão azul de todas as estradas....
fernando.caldas@bol.com.br
OSVALDO AMORIM
(A propósito do falecimento do saudoso jornalista Osvaldo Amorim em 16 de junho de 1971 o jornalzinho intitulado O Vaqueiro editado por um grupo de jovens inteligentes assuenses durante os festejos (novenário) do padroeira do Assu São João Batista, o escritor Francisco Amorim (primo de Osvaldinho como ele era mais conhecido) escreveu naquele periódico, edição de 20 de junho daquele ano, o que transcrevo adiante:
"É com imensa tristeza que registramos o falecimento de Osvaldo Amorim, ocorrido às 6.45, de 16 do mês em curso, no Hospital Barão de Lucena, em Recife, onde se encontrava, aos cuidados de especialistas, na esperança de recuperação do seu estado de saúde, últimamente abalado.
Se bem que esperada, dada a gravidade da moléstia, a notícia da sua morte repecutiu melencolicamente em meio da sociedade açuense, habituada a sentir na sua atividade, na sua movimentação, o estímulo e orientação para o grangeio de benefícios para a sua terra e para a sua gente.
Profundo conhecedor dos problemas rurais, estudioso das necessidas do meio rurícola, a sua constância se dirigia no sentido de desenvolver, acionar e multiplicar os instrumentos que se faziam precisos para que o homem do campo tivesse a assistência e, sobretudo, a educação agropecuária, fatores primordiais para o nosso desenvolvimento.
Daí, ninguém avaliar as dimensões que o vazio do seu desaparecimento causou, não só a sua família, à terra do seu nascimento, como à própria região do Baixo Açu.
Secretário da Comissão de Desenvolvimento do Vale do Açu (CODEVA) a sua agilidade intelectual, o seu dinanismo congênito, estiveram ao serviço do aprimoramento, não somente no setor da agricultura mas, também, no domínio educacional.
Presidente, por mais de um período, da Associação Comercial, Presidente do Lions Clube do Açu, Assessosr do Lions Internacional para Assuntos do Desenvolvimento do Nordeste, soube sempre desempenhar a contento as funções que foram atribuídas, gozando, pela eficiência no agir, a confiança e o prestígio que, antes de constituir vaidade, recebia as deferências como um prêmio ao seu desinteressado e altruístico labor.
Após a missa de corpo presente, na manhã seguinte, realizou-se o seu sepultamento. Incalculável multidão compareceu. Delegações de todos os estabelecimentos de ensino, com o seu pavilhão à frente estiveram presentes. À beira do túmulo usaram da palavra dr. Edgard Montenegro, em nome do Sr. Governador do Estado, da CODEVA e das Associações Comerciais de Açu e Natal; nosso companheiro Geraldo Dantas, em nome dos que fazem a poesia açuense; dr. Cascudo Rodrigues em nome da Universidade Regional do Rio Grande do Norte; dr. José Mariano, em nome do Instituto Pe. Ibiapina e do Centro Operário Açuense, e, por último, o professor José Anchieta, agradecendo em nome da família as palavras dos oradores. Sobre o seu ataúde via-se a bandeira do Lions Clube local, além de muitas grinaldas e coroas de flores em sua memória."
Em tempo: Transcrevo ainda um soneto de autoria do poeta Renato Caldas em homenagem a memória de Osvaldo Amorim intitulado O Sol, que diz assim:
Não se apaga do sol a realeza.
O sol é luz, é força e inteligência.
Ninguém pode ir de encontro á natureza.
Devemos nos curvar à providência.
Por que não respeitar essa beleza
Na hora triste da coincidência,
Se nós temos, da vida, uma incerteza
Nos momentos ditosos da existência?
Osvaldo foi na terra um operário
Que muito trabalhou conscientemente
Sem pensar na vileza do salário.
Sol que brilhou em sua trajetória
E há de ficar brilhando eternamente
Na beleza do céu da nossa história.
fernando.caldas@bol.com.br
"É com imensa tristeza que registramos o falecimento de Osvaldo Amorim, ocorrido às 6.45, de 16 do mês em curso, no Hospital Barão de Lucena, em Recife, onde se encontrava, aos cuidados de especialistas, na esperança de recuperação do seu estado de saúde, últimamente abalado.
Se bem que esperada, dada a gravidade da moléstia, a notícia da sua morte repecutiu melencolicamente em meio da sociedade açuense, habituada a sentir na sua atividade, na sua movimentação, o estímulo e orientação para o grangeio de benefícios para a sua terra e para a sua gente.
Profundo conhecedor dos problemas rurais, estudioso das necessidas do meio rurícola, a sua constância se dirigia no sentido de desenvolver, acionar e multiplicar os instrumentos que se faziam precisos para que o homem do campo tivesse a assistência e, sobretudo, a educação agropecuária, fatores primordiais para o nosso desenvolvimento.
Daí, ninguém avaliar as dimensões que o vazio do seu desaparecimento causou, não só a sua família, à terra do seu nascimento, como à própria região do Baixo Açu.
Secretário da Comissão de Desenvolvimento do Vale do Açu (CODEVA) a sua agilidade intelectual, o seu dinanismo congênito, estiveram ao serviço do aprimoramento, não somente no setor da agricultura mas, também, no domínio educacional.
Presidente, por mais de um período, da Associação Comercial, Presidente do Lions Clube do Açu, Assessosr do Lions Internacional para Assuntos do Desenvolvimento do Nordeste, soube sempre desempenhar a contento as funções que foram atribuídas, gozando, pela eficiência no agir, a confiança e o prestígio que, antes de constituir vaidade, recebia as deferências como um prêmio ao seu desinteressado e altruístico labor.
Após a missa de corpo presente, na manhã seguinte, realizou-se o seu sepultamento. Incalculável multidão compareceu. Delegações de todos os estabelecimentos de ensino, com o seu pavilhão à frente estiveram presentes. À beira do túmulo usaram da palavra dr. Edgard Montenegro, em nome do Sr. Governador do Estado, da CODEVA e das Associações Comerciais de Açu e Natal; nosso companheiro Geraldo Dantas, em nome dos que fazem a poesia açuense; dr. Cascudo Rodrigues em nome da Universidade Regional do Rio Grande do Norte; dr. José Mariano, em nome do Instituto Pe. Ibiapina e do Centro Operário Açuense, e, por último, o professor José Anchieta, agradecendo em nome da família as palavras dos oradores. Sobre o seu ataúde via-se a bandeira do Lions Clube local, além de muitas grinaldas e coroas de flores em sua memória."
Em tempo: Transcrevo ainda um soneto de autoria do poeta Renato Caldas em homenagem a memória de Osvaldo Amorim intitulado O Sol, que diz assim:
Não se apaga do sol a realeza.
O sol é luz, é força e inteligência.
Ninguém pode ir de encontro á natureza.
Devemos nos curvar à providência.
Por que não respeitar essa beleza
Na hora triste da coincidência,
Se nós temos, da vida, uma incerteza
Nos momentos ditosos da existência?
Osvaldo foi na terra um operário
Que muito trabalhou conscientemente
Sem pensar na vileza do salário.
Sol que brilhou em sua trajetória
E há de ficar brilhando eternamente
Na beleza do céu da nossa história.
fernando.caldas@bol.com.br
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
SEGREDO
Conta-se que na cidade de Parelhas, região do Seridó (RN) tinha um senhor chamado Manuel Vigílio do Nascimento que em 1967 já passava dos seus bons 80 anos de idade. Ele tinha o privilégio de ser amigo íntimo de Monsenhor Walfredo Gurgel que naquela época governava o Rio Grande do Norte. Aquele governador ao ver o velho amigo pelas ruas de Parelhas acompanhao de umas vinte crianças, indagou-lhe: "Manuel, e esses meninos são seus netos?" "Não, compadre! São meus filhos!" Para surpreza daquele governante. E Manuel sertanejo de fibra longa disse ainda, risonho: "O segredo é treinar, né, governador!"
Fernando "Fanfa" Caldas - 84.99913671
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
AMÉRICA DE NATAL - FUTEBOL DE SALÃO
Fotografia do time do América que participou e ganhou o primeiro campeonato de futebol de Salão (Taça Brasil de Fuitebol de Salão. Dois filhos do Assu fizeram parte daquela agremiação futebolística. Mais uma prova como diz o jornalista assuense Auideri Dantas: "O Assu é +". São eles Francica de Souza Junior (Juninho de Chico de Ernesto) agachado, o segundo da direita para esquerda e Edval Germano Martins (goleiro) o segundo da direita para esquerda. Juninhoátualmente é advogado e Edval atualmente é presidente em exercício da COPHAB. Aquele campeonato foi realizado em 1968, em Santa Catarina.
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fernando.caldas@bol.com.br
domingo, 13 de dezembro de 2009
POESIA
VOLÚPIA
Eu fui pertubar teu sono. Despertar a carne da tua mocidade.
Desgrenhar teu cabelo, dar febre ao teu sangue.
Perdoa, pela minha mocidade.`Pela tua mocidade.
O lençol revolvido,
O travesseiro molhado...
Se houve a tua a tremer, a minha cama na noite não soube também o que era ter sono.
João Lins Caldas
(Do livro Poeira do Céu, EDFURN, org. Cássia Matos, 2009).
fernando.caldas@bol.com.br
Eu fui pertubar teu sono. Despertar a carne da tua mocidade.
Desgrenhar teu cabelo, dar febre ao teu sangue.
Perdoa, pela minha mocidade.`Pela tua mocidade.
O lençol revolvido,
O travesseiro molhado...
Se houve a tua a tremer, a minha cama na noite não soube também o que era ter sono.
João Lins Caldas
(Do livro Poeira do Céu, EDFURN, org. Cássia Matos, 2009).
fernando.caldas@bol.com.br
sábado, 12 de dezembro de 2009
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
POESIA
Pago todos os dias com os meus olhos
O belo espetáculo que o céu me dá.
Pago todos os dias e nunca me canso de
Olhar as estrelas.
João Lins Caldas
fernando.caldas@bol.com.br
NOTA CONVITE
Poeira do Céu é o livro de poemas do bardo assuense João Lins Caldas editado pela UFRN, NCCEN e EDFURN, que será lançado amanha, 11 de dezembro, às 10h30, no Museu Câmara Cascudo/UFRN, Av. Hermes da Fonsêca, 1398, Tirol. Aquela coletânea tem organização da professora Cássia Matos dos Santos. Convido o povo potiguar, especialmente os assuenses paa comparecer aquele evento para prestiguiar o organizador daquele trabalho, especialmente a memória do grande poeta que engrandece as letras brasileira chamado João Lins Caldas.
fernando.caldas@bol.com.br
fernando.caldas@bol.com.br
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
DO ESPIRITUOSO CHICO DIAS
Chico Dias é uma figura irreverente e espirituosa do Assu. Já foi comerciário, empresário, lider estudantil, presidente de grêmio, cabo eleitoral, candidato a vereador por diversas vezes pelo município do Assu (RN). Pois bem, recentemente apresentei ele, Chico, a um advogado que se encontrava comigo na praça de alimentação do Hiper Bom Preço, em Natal. Aquele jusista ao escutar o seu sobrenome perguntou-lhe: "O senhor é primo do deputado estadual Àlvaro Dias, de Caicó. Chico deu uma de grande: "Não! Sou primo do senador Álvaro Dias, do Paraná. É o besta.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
OS TAPUIAS DO ASSU
Por Olavo de Medeiros Filho
Os indígenas que povoavam a Ribeira do Assu pertenciam ao grupo étnico-cultural TRAIRIÚ, o qual compreendia diversas tribos, conhecidas na nossa historiografia sob as denominações de Janduís, Ariús ou Pegas, Sucurus, Tucurijus, Arariús, etc. A chamada Nação Tarairiú habitava o Nordeste brasileiro, do rio São Francisco ao Ceará, tendo sido confundida com os Cariris, o que representa um equívoco.
O principal local de concentração dos Tarairús era a lagoa do Piató, no rio Assu, vizinho à cidade do mesmo nome. Para ali ocorriam, os tapuias Tarairiús, quando havia a presença de um inverno satisfatório.
No ano de 1579, o cartógrafo normando Jacques de Vaudeclaye elaborou um mapa, no qual retratava o Nordeste brasileiro. No local, hoje representado pela cidade de Assu, já figurava a Aldeia Tarara Ouasou, capaz de fornecer 800 homens aos franceses, na hipótese de se oferecer uma ocasião de guerra contra a presença portuguesa.
Tomada a Fortaleza dos Reis Magos pelos holandeses, em dezembro de 1633, pouco tempo depois, ali comparecia o centenário moioral Janduí, "rei" dos tapuias dos Assu. Janduí forneceu guerreiros aos seus novos aliados holandeses, dando assim vazão ao ódio que nutria contra os portugueses.
Os autores portugueses e flamengos que trataram da presença holandesa no nordeste (1630-1654), fornecem informações hitóricas e etnográficas sobre aqueles temíveis indigenas dos nossos sertões. Assim, os Tarairiús do sexo masculino eram de elevada estatura e de hérculea conformação física, sendo as mulheres baixas, gordas e bonitas de feições. Andavam praticamente nus. Atingiam uma idade muito provecta. Praticavam a poligamia. Viviam em estado nômade, sempre à procura de sua alimentação, baseada na caça, pesca, mel, abelha e frutos silvestres. Usavam com armas, a prancheta de arremesso de dardos, e machados de pedra. Praticavam o canabilismo. A linguagem falada pelo Tarairiús desapareceu, em virtude de não ter sido dicionarizado pelos missionários. Os tupuias praticavam uma espécie de espiritismo pragmático, através do qual encontravam os territórios melhor indicados para as suas atividades de caça e pesca.
Com a chegada dos primeiros curraleiros ao sertão, vinte anos depois da expulsão dos holandeses, os tapuias logo pressentiram os maléficos que lhes adviram de tal presença, pois a implantação das fazendas de gado impossibilitava os índigenas de obterem a sua alimentação costumeira. Foi então que teve início a chamada Guerra dos Bábaros, ou Levante do Gentio Tapuia, cujo epicentro foi então Capitania do Rio Grande, em especial, a ribeira do Assu.
Cerca de quatro décadas (1683-1725) durou aquela guerra, na qual chegaram a ser utilizadas tropas especiais, conhecidas como os Terços dos Paulistas. Resultou da guerra, que os tapuias foram destroçados. Os que não fugiram para o Piauí e Maranhão, foram vitimados pelas armas, escravisados ou coagidos a se refugiarem nas missões religiosas, onde passaram a viver uma existência completamente diversa daquela que lhes era costumeira.
No Rio Grande do Norte, os tapuias foram aldeados em Guagiru (hoje Extremoz); na lagoa do Apodi, de onde foram transferidos para a serra do Portalegre; nas missões de Guararairas (Arez) e Mipibu (São José de Mipibi).
A identidade indigena perdurou, no Rio Grande do Norte, até os meados do século passado.
fernando.caldas@bol.com.br
blogdofernandocaldas.blogspot.com
Os indígenas que povoavam a Ribeira do Assu pertenciam ao grupo étnico-cultural TRAIRIÚ, o qual compreendia diversas tribos, conhecidas na nossa historiografia sob as denominações de Janduís, Ariús ou Pegas, Sucurus, Tucurijus, Arariús, etc. A chamada Nação Tarairiú habitava o Nordeste brasileiro, do rio São Francisco ao Ceará, tendo sido confundida com os Cariris, o que representa um equívoco.
O principal local de concentração dos Tarairús era a lagoa do Piató, no rio Assu, vizinho à cidade do mesmo nome. Para ali ocorriam, os tapuias Tarairiús, quando havia a presença de um inverno satisfatório.
No ano de 1579, o cartógrafo normando Jacques de Vaudeclaye elaborou um mapa, no qual retratava o Nordeste brasileiro. No local, hoje representado pela cidade de Assu, já figurava a Aldeia Tarara Ouasou, capaz de fornecer 800 homens aos franceses, na hipótese de se oferecer uma ocasião de guerra contra a presença portuguesa.
Tomada a Fortaleza dos Reis Magos pelos holandeses, em dezembro de 1633, pouco tempo depois, ali comparecia o centenário moioral Janduí, "rei" dos tapuias dos Assu. Janduí forneceu guerreiros aos seus novos aliados holandeses, dando assim vazão ao ódio que nutria contra os portugueses.
Os autores portugueses e flamengos que trataram da presença holandesa no nordeste (1630-1654), fornecem informações hitóricas e etnográficas sobre aqueles temíveis indigenas dos nossos sertões. Assim, os Tarairiús do sexo masculino eram de elevada estatura e de hérculea conformação física, sendo as mulheres baixas, gordas e bonitas de feições. Andavam praticamente nus. Atingiam uma idade muito provecta. Praticavam a poligamia. Viviam em estado nômade, sempre à procura de sua alimentação, baseada na caça, pesca, mel, abelha e frutos silvestres. Usavam com armas, a prancheta de arremesso de dardos, e machados de pedra. Praticavam o canabilismo. A linguagem falada pelo Tarairiús desapareceu, em virtude de não ter sido dicionarizado pelos missionários. Os tupuias praticavam uma espécie de espiritismo pragmático, através do qual encontravam os territórios melhor indicados para as suas atividades de caça e pesca.
Com a chegada dos primeiros curraleiros ao sertão, vinte anos depois da expulsão dos holandeses, os tapuias logo pressentiram os maléficos que lhes adviram de tal presença, pois a implantação das fazendas de gado impossibilitava os índigenas de obterem a sua alimentação costumeira. Foi então que teve início a chamada Guerra dos Bábaros, ou Levante do Gentio Tapuia, cujo epicentro foi então Capitania do Rio Grande, em especial, a ribeira do Assu.
Cerca de quatro décadas (1683-1725) durou aquela guerra, na qual chegaram a ser utilizadas tropas especiais, conhecidas como os Terços dos Paulistas. Resultou da guerra, que os tapuias foram destroçados. Os que não fugiram para o Piauí e Maranhão, foram vitimados pelas armas, escravisados ou coagidos a se refugiarem nas missões religiosas, onde passaram a viver uma existência completamente diversa daquela que lhes era costumeira.
No Rio Grande do Norte, os tapuias foram aldeados em Guagiru (hoje Extremoz); na lagoa do Apodi, de onde foram transferidos para a serra do Portalegre; nas missões de Guararairas (Arez) e Mipibu (São José de Mipibi).
A identidade indigena perdurou, no Rio Grande do Norte, até os meados do século passado.
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domingo, 6 de dezembro de 2009
COISA PRETA
Francisco Duca da Silveira mais conhecido como "Duquinha" foi prefeito de Areia Branca, região litorânea do Rio Grande do Norte. Resolveu fazer na cidade uma praia artificial. Autorizou o seu secretário de obras colocar no local desejado, carradas e mais carradas de areia, tantas quantas forem necessárias para conclusão daquela obra ousada. Cumprindo ordens, o secretário mandou brasa. Vendo que aquela construção gastaria o que a prefeitura não podia, resolveu ir ao gabinete do prefeito para advirtí-lo: "Prefeito, a coisa tá ficando preta!" Duquinha como um raio, respondeu: "Coisa preta quem viu foi Xuxa quando namorava Pelé. Obra pra frente, rapaz!
sábado, 5 de dezembro de 2009
ASSU ANTIGO
Para mim essa fotografia da antiga praça Getúlio Vargas (provavelmente do começo da década de sessenta) é um verdeiro poema. A foto é do arquivo de Renato Cabral (secretário legislativo da Cãmara dos Vereadores do Assu). Você que é bom assuense dê um clique na imagem e viva uma grande emação!
GLOSA
Lembrei minha mocidade
Toda Cheia de você,
Olhos chorando porque
Hoje eu pisei na saudade
Revi você que beldade!
Estrela loura ao luar,
Felicidade a me olhar
No seu vivido semblante,
Nosso amor de estudante,
Depois me pus a chorar.
Bonifácio Santos da Cunha
(Poeta assuense)
Toda Cheia de você,
Olhos chorando porque
Hoje eu pisei na saudade
Revi você que beldade!
Estrela loura ao luar,
Felicidade a me olhar
No seu vivido semblante,
Nosso amor de estudante,
Depois me pus a chorar.
Bonifácio Santos da Cunha
(Poeta assuense)
POESIA
ADIVINHAÇÃO
O que é que nasce esguia e altaneira,
Cresce raquítica se a terra é pobre,
Sempre exigente quer terreno nobre
E exige configuração linheira?...
Caracteriza o Vale, é pioneira,
Resiste pra que o caule nunca dobre,
Se já idosa é tão forte quanto o cobre,
Das árvores do Vale é a verdadeira?...
Seu fafalhar tem som audacioso
Mas já chega aos ouvidos bem gostoso
Como um sussurro amável, delicado.
Pelo seu pó macio qual veludo,
Pelo seu porte magestoso e por tudo
Quem do vale é o símbolo consagrado?...
Andiére "Majó" Abreu
fernando.caldas@bol.com.br
O que é que nasce esguia e altaneira,
Cresce raquítica se a terra é pobre,
Sempre exigente quer terreno nobre
E exige configuração linheira?...
Caracteriza o Vale, é pioneira,
Resiste pra que o caule nunca dobre,
Se já idosa é tão forte quanto o cobre,
Das árvores do Vale é a verdadeira?...
Seu fafalhar tem som audacioso
Mas já chega aos ouvidos bem gostoso
Como um sussurro amável, delicado.
Pelo seu pó macio qual veludo,
Pelo seu porte magestoso e por tudo
Quem do vale é o símbolo consagrado?...
Andiére "Majó" Abreu
fernando.caldas@bol.com.br
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
CASAS POPULARES - ASSU
Casas Populares - Bairro Dom Eliseu. O primeiro conjunto habitacional do Assu. Posteriormente comentarei mais sobre este assunto. A fotografia é do tempo em que aquele conjunto acabara de ser construído.
fernando.caldas@bol.com.br
fernando.caldas@bol.com.br
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
NOTA
Juscelino França é uma pessoa (blogueiro) folclórica e envolvente da política assuense. Ele é do partido PHS, pré-candidato a deputado estadual. Eu não poderia deixar de registrar uma nota (logo ele que posta com carinho os artigos que escrevo no meu blog, para o seu blog) sobre a sua apresentação domingo próximo no program "Sala de Redação", apresentado pelo nosso amigo e querido conterrâneo Lucílio Filho. Fica o registro.
fernando.caldas@bol.com.br
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
JOSÉ REGES DE SOUZA, UM BOM AMIGO
A fotografia acima (santinho) é das eleições municipais de 1976.
José Regis de Souza foi empresário, vereador (presidente da Câmara Municipal do Assu para o biênio 1977-78). Se você não sabia, Seu pai José André de Souza (Zezinho André) foi vice-prefeito daquele município, eleito nas eleições de 1972. Regis exerceu importantes cargos no governo do estado e na assembleia legislativa, onde foi Subsecretario de Administração Financeira e Orçamentária naquele parlamento estaduano, cargo que eu também, no tempo que Paulo Montenegro era deputado estadual, cheguei a exercer. Ele foi meu colega na assembleia e amigo desde os tempos de menino na nossa querida cidade de Assu de boas recordações. Em Natal no início da década de setenta Regis foi comentarista esportivo na Rádio Cabugi, daquela capital potiguar. Por sinal um bom comentarista. Atualmente apresenta um importante programa político denominado Registrando, programa de maior audiência da Rádio Princesa do Vale, de Assu.
Tipo alto, magro, bom de copo, fumante inveterado. Há muito tempo que eu desejava dizer alguma coisa sobre ele. Regis é conhecedor de muitas histórias e estórias da política assuense que ele guarda "num baú inviolável", desde os tempos em que a política do Assu era praticada com radicalismo tenso e intenso.
Político ainda do tempo da velha ARENA - Aliança Renovadora Nacional, cuja bandeira era empunhada no Rio Grande do Norte pelo velho senador do coração do povo Dinarte de Medeiros Mariz e por Edgard Montenegro no Vale do Açu. Afinal, Regis tem serviços prestados a sua terra natal e a sua gente. Fica, portanto, o registro desta singela homenagem a este amigo desde os tempos de menino, juventude e ainda na vida adulta.
Vou ficando por aqui Regis, na minha querida cidade do Natal onde estou radicado. Mas, com os olhos e o coração voltado paro o nosso Assu e o vale. Ou melhor dizendo: cuidando da minha pré-candidatura a deputado federal pelo PPS - Partido Popular Socialista, agremiação partidária que eu sou filiado desde os tempos que ajudei a fundar em Assu, no ano de 2000.
Fernando Caldas
ASSU NOS VERSOS DO SEU POETA MAIOR
Açu, ó terra querida,
Que deu vida à minha vida,
Paz, amor, inspiração;
Por ti, cidade dileta,
Fui um boêmio-poeta...
Que rendosa profissão.
Renato Caldas
Que deu vida à minha vida,
Paz, amor, inspiração;
Por ti, cidade dileta,
Fui um boêmio-poeta...
Que rendosa profissão.
Renato Caldas
domingo, 29 de novembro de 2009
"QUE QUENTURA! QUE MORMAÇO!
Que quentura! Que mormaço!
Grita o povo apavorado:
Vai morrer tudo torrado
Se Deus não meter o braço,
O homem vira bagaço,
Se procurar carne crua...
Porém no meio da rua,
Para provar que não é frouxa
Ou para pegar um trouxa
Vai a mulher andar nua.
Renato Caldas
Grita o povo apavorado:
Vai morrer tudo torrado
Se Deus não meter o braço,
O homem vira bagaço,
Se procurar carne crua...
Porém no meio da rua,
Para provar que não é frouxa
Ou para pegar um trouxa
Vai a mulher andar nua.
Renato Caldas
COSTA LEITÃO NO CRISTO REDENTOR
Para registrar: Arcelino Costa Leitão (que foi um inovador prefeito do Assu - 1953-1958) visitando o Cristo Redentor no Rio de Janeiro. Costa morreu na década de setenta. Um paraibano de São Sebastião do Umbuzeiro, alto sertão paraibano que além de ter sido prefeito de um importante municício como o Assu, chegou até a ser presidente do importante clube futebolístico denominado Fortaleza Futebol Clube. A sua fotogrtafia está na galeria do ex presidentes daquela agremiação cearense. A fotografiia acima ter sido tirada na década de sessenta quando ele era aindado jovem e poderoso quando dirigia a firma algoddoeira de João Câmara na cidade de Assu.
fernando.caldas@bol.,com.br
sábado, 28 de novembro de 2009
POESIA - DIVA CUNHA
A natalense Diva Cunha além de poeta é também professora de literatura portuguesa. Tem vários livros publicados de sua autoria e de autores potiguares como a antologia sob o títitulo Literatira do Rio Grande do Norte, 2002. No livro intitulado Armadilha de vidro (recentemente publicou Resina) vamos encontrar estes versos conforme ela escreveu numa feliz inspiração:
Um verso me sacode por inteiro
sua agulha me ferroa
latejo na letra escura
grossa como sangue.
fernando.caldas@bol.com.br
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
CEARÁ MIRIM VISTA POR RENATO CALDAS
Capa do livro de Gibson Machado Alves - (fotografia extraída do Orkute de Jadson Queiroz).
Ceará Mirim verdejante,
Disse alguém: maré montante
Dos verdes canaviais,
Sinto daquela cidade
Uma amorgosa saudade,
Que até é doce demais.
Renato Caldas
fernando.caldas@bol.com.br
Ceará Mirim verdejante,
Disse alguém: maré montante
Dos verdes canaviais,
Sinto daquela cidade
Uma amorgosa saudade,
Que até é doce demais.
Renato Caldas
fernando.caldas@bol.com.br
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
MARCHINHA DA CAMPANHA DE DIX-SEPT ROSADO
A marchinha transcrita abaixo, intitulada Dix-sept Rosado Maia esperança do povo potiguar, empolgou o eleitor norte-riograndense que fez nas eleições de 1950, o jovem carismático e dinâmico Dix-sept Rosado governador do seu Estado. Aquela marchinha é de autoria do jornalista e compositor de frevos pernambucanos, chamado Antônio Maria também autor da famosa canção Ninguém é de ninguém: Vejamos para o nosso deleite:
Dix-sept Rosado Maia
Esperança do povo potiguar
Dix-sept será eleito
Pela força do voto popular
O Rio Grande do Norte
Agora tem o seu valor
Dix-sept Rosado Maia
Pelo voto será governandor.
Em tempo: Eu tinha vários jingles de sua campanha que eu encontrei na casa onde morou meu avô materno Fernando Tavares - Vem-Vem que sucumbiu com Dix-sept (com quem tinha o prazer de gozar da sua amizade) no desastre aviatório do rio do Sal, em Aracaju, numa manhã de 12 de julho de 1951. O jingle era de rotação 78 e se encontrava há dez anos atrás em perfeito estado de conservação. Pena que se perderam numa mudança. Se não foi a primeira, pelo menos, foi uma das primeiras campanhas políticas realizadas com jingle, no Rio Grande do Norte.
Fernando Caldas
DOIS POETAS DE NOME CALDAS
Por Geise Kelly Teixeira da Silva
Com sua paisagem marcada pelo semi-árido nordestino, com suas várzeas e carnaubais, a cidade do Assu é privilegiada de integrar em sua cultura grandes nomes da literatura potiguar, destacando-se entre eles os poetas João Lins Caldas (1888-1967) e Renato Caldas (1902-1991), notórios por possuírem uma grande bagagem poética que se destaca e se valoriza entre os maiores patamares no âmbito das letras potiguares. Hoje, conhecida remotamente como "Terra dos poetas", Assu preenche de glória por ter em seu patrimônio nomes de poetas como esses, que foram de relevantes contribuição para a nossa cultura regional e que se consagraram esse pequeno pedaço de chão nordestino entre os grandes luminares da nossa literatura norte-rio-grandense.
Apesar de serem da mesma cidade (Assu), um natural e o outro reconhecendo a mesma naturalidade por aqui ter passado a maior parte da sua vida, e possuírem em comum o mesmo sobrenome, mas que não os limitam à laços familiares, Renato Caldas e João Lins Caldas se integram dentre vários fatores e extremos destinos, desde suas origens até o lado excêntrico de cada um. É na diferença de personalidades que vamos encontrar a verdadeira essência desses dois poetas, diferenças que vão se refletir principalmente no estilo poético que cada um possui. Veremos que eles são bastante diferentes, embora possam ter muito em comum.
A ideia de um homem angustiado, recluso e solitário tem na figura de João Lins Caldas sua personificação. Nascido na cidade de Goianinha, mas açuense em sua integridade telúrica, esse poeta da "solidão e da dor", como assim o definem pela expressividade de seus poemas, transmitia em seus versos toda a solidão do universo que sentia, como se extravasasse da alma toda a amargura do mundo. Se amava a poesia, cultivava também a terra que pisava como um todo componente do seu ser. Integrava-se a ela de corpo e alma, transformando a matéria da vida em matéria da poesia, confortantes de sua própria alma. Ao longo de sua breve existência, João Lins Caldas canalizou todas as paixões, ânsias, angustias, ideais e sensações que viu, viveu e sentiu para a sua verve. O mais interessante quando se observa a sua produção poética é a sensibilidade que emana de seus versos, no qual valores intrínsecos e humanos coexistem, conduzidos pela realidade vivenciada por ele. Ler os seus escritos é vivenciar a sua trajetória por meio das sensações que estes produzem. São mensagens sentidamente humanas que nos chegam antes do conhecimento físico do poeta e que estabelecem um diálogo direto com as nuanças da sua quão frágil vida cotidiana. Muito além da mera poetização dos seus sentimentos, seus versos trazem na essência a marca que o meio exterior imprime no interior de um poeta que presenciou e viveu como ninguém a dura vida de um agricultor em sua pequena Frutilândia, que em suas palavras era "o canto do seu silêncio proclamado".
Na trajetória do autor, que preferia transformar a vida em poesia a fazer poesia com a vida, figura numa produção poética ativa. "Perpetrava vinte a trinta sonetos por dia em abas de carteiras de cigarros ou em beiradas de jornais". Apesar da sua vasta produção poética podemos encontrar apenas um recorte de seus poemas, mas a sua autêntica fecundidade não está relacionada ao número de versos publicados, mas à extensão de efeitos que esses foram e ainda são capazes de provocar aos que leem. Toda a sua poesia é um relato de tudo o que viu, viveu e sentiu. Relatos profundos de um mundo que lhe era apresentado como escuro e em desequilíbrio; onde a tristeza e a solidão reinam, onde a vida e a morte encontravam-se perigosamente muito próximas.
Ao contrário de João Lins Caldas, vamos encontrar na figura invulgar de Renato um homem de temperamento expansivo e um grande colecionador de momentos felizes mesmo quando em situações adversas. Assim como era a poesia, a boemia e a cantiga popular também faziam parte de sua vida como todo o componente do seu ser. Coincidindo com a sua irrequieta personalidade, seus poemas refletem a imagem de um poeta boêmio e ousado que sempre esteve acima do cárcere da vida açuense e da opinião alheia. Dessa personalidade indomável, emana uma poesia movida a paixão dos valores nordestinos, onde o poeta faz comoventes evocações de sua terra de origem, em mistura de memória e sentimento telúrico que demonstram o exacerbado amor que tem pelo Assu, sua terra natal. Aos olhos de Tarcísio Gurgel, Renato Caldas tinha uma paisagem, na paixão e até no lado grotesco do seu povo os motivos permanentes de sua poesia, concentrando a sua poética na valorização do regional e representando em uma linguagem "rudimentar" as características de um povo sertanejo.
Não há dúvidas que na personalidade desses poetas, ride um paradoxo que se reflete principalmente no estilo poético de cada um deles: a inegável solidão vivida por João Lins Caldas o tornou um poeta exageradamente melancólico e de uma poesia mórbida, mas exuberante. Em Renato, a boemia e a ousadia refletem em seus versos um homem irreverente cheio de verve e obstinação. Se formos um pouco mais além das diferenças que contrastam a poesia de cada um deles, atentando aos mínimos detalhes, é possível encontrar nelas um ponto em comum que de certa forma os aproximam. Ao mesmo tempo em que lembrava um boêmio cantador em defesa de seus ideais, Renato Caldas escondia também a imagem de um homem sensível e atormentado, dividido entre a ânsia de viver e a morte. Em alguns de seus poemas (os mais desconhecidos), podemos perceber uma acentuada presença de temas fúnebres e premonitórios, características encontradas principalmente nos poemas de João Lins Caldas. Podemos tomar como exemplo esses versos, onde Renato diz que, "... eu tenho n'alma dobres de finados"/ "a matéria cansou; prevejo o fim". Ainda, em um soneto intitulado Único pedido (1980), o mesmo traça todas as ordenações que quer que lhe façam "quando meu espírito largar/ esta carcaça onde viveu tão só", pedindo que "atirem-me, por favor, em alto mar/ faço questão de regressar ao pó", insistindo na percepção de seu fim.
Seguindo esse prisma, a verve de Renato Caldas não deixa de se equiparar a de João Lins Caldas, é claro que devemos considerar que tais temas encontram-se em maior constância nos poemas deste último, por ter sido ele um poeta fortemente marcado pela dor e solidão. No caso de Renato pode-se dizer que, a presença desses temas deve-se a deficiência visual que o cegara quando em vida, mas que se tornam imperceptíveis e até desconhecei dos por nós, pelo fato deste se destacar pelo seu lado humorístico e obstinado em sua linguagem matuta.
Com a publicação de seu livro em 1984, Fulô do mato, Renato realiza um sonho que João Lins Caldas não conseguiu realizar, publicar suas obras e consagrar-se entre os grandes luminares da poesia popular nacional. No entanto, mesmo não realizando suas aspirações, João Lins Caldas não se tornou desconhecido no âmbito das letras potiguares. Teve muito de seus poemas perdidos, poemas estes que poderiam ter alcançados horizontes mais largos, e não chegou a publicar em vida obra alguma, mas, mesmo ante os descaminhos de sua antologia, Celso da Silveira, também poeta, conseguiu, no que lhe foi possível, reunir em um "pequeno" livro intitulado Poética (1975) alguns dos poucos poemas que restaram de João Lins Caldas, não o melhor da sua poesia, mas o bastante para notificar a existência de um grande poeta. Graças a Celso tivemos a oportunidade de conhecer alguns desses poemas, que já estavam quase no anonimato, mas que, hoje são conhecidos e valorizados pelo maravilhoso efeito que causaram seus admiradores inatos.
Ao cruzar a linha entre criatividade e sensibilidade, esses dois poetas acabaram deixando um legado riquíssimo tanto para a poesia açuense quanto para a literatura potiguar. Renato Caldas é hoje um dos ícones mais populares entre os luminares da poesia matuta no Rio Grande do Norte. Sua figura é sempre lembrada, especialmente por sua vida boemia e agitada, dedicada à poesia e a valores de sua origem. Já João Lins Caldas, não é tão conhecido e sua verve ainda não foi devidamente estudada como o poeta merece, mas este foi um homem que esteve muito acima do momento que passa, e conscientemente esperou a sua permanência no tempo, afirmando altivamente e sem medo a seguinte frase: Mas o homem é um clarão. Eu serei um clarão por toda a eternidade. Paradoxo à parte, não podemos negar que ambos escreveram poemas da melhor qualidade e de um esplendor incomparável, que podem não se aproximarem exatamente quanto ao estilo e a temática, mas, certamente em qualidade estes se igualam.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
sábado, 21 de novembro de 2009
"MULHER POTIGUAR DE BARBA E BIGODE"
Clique na imagem para visualizar melhor.
Matéria publicada no começo dos anos sessenta na Revista O Cruzeiro (coluna Flagrantes), do Rio de Janeiro. A fotografia é de autoria do fotógrafo assuense Demostenes Amorim.
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DEU NO BLOG DE ALUÍZIO LACERDA
Não se benzam, não digam figa, nem excluam o informe: da esquerda para direita, estão os blogueiros Nelson Dantas, Fernando Caldas (Fanfa) e juscelino FranÇa.
Tanto Juscelino quanto Fanfa, estão sendo assediados por partidos nanicos para disputarem o pleito de 2010.
Juscelino França, disputará a assembléia legislativa pelo PHS, tem encontro marcado com a cúpula do partido nesta segunda feira no gabinete do vereador Maurício Gurgel para avaliarem com o blogueiro as possibilidades.
Conforme havia noticiado anteriormente, Fanfa voa mais alto, disputará, salve engano pela sigla do PSC uma vaga para deputação federal.
Nada é tão impossível assim, mas adiante da fragilidade de opções neste ubérrimo vale, a ousadia, a aventura dos contemporâneos tem o seu lado positivo.
O povo faz do voto o que deseja; quem sabe se não chegou a vez de protestar a frouxura das grandes influências que ao longo do tempo entregaram o Vale ao ostracismo, vivendo um tremendo marasmo por falta de representatividade política.
Pra falar em partido nanico. o PHS não é tão pequeno assim, possui acento na assembléia legislativa com a presença do seu presidente estadual Arlindo Dantas e ainda tem algumas representatividades nos diversos legislativos municipais.
(Matéria publicado nos conceituados blogues do Vale do Assu, como Blog de Aluízio Lacerda e Blog de Juscelino França).
Em tempo: Fernando Caldas (Fanfa) é filiado ao PPS e não ao PSC conforme noticia a matéria acima.
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sexta-feira, 20 de novembro de 2009
LATA VELHA
Conta-se que um certo cidadão de Caicó (RN) chamado Chaguinha Peixoto, muito conhecido naquela terra seridoense, era possuidor de uma velha camionete e, se encontrava com dificuldade de vendê-la em razão do seu estado de conservação. Apesar dos vários anúncios que colocara em jornais e em locais daquela cidade, sem sucesso, resolveu colocar um cartaz escrito em letras vivas e garrafais no para brisa trazeiro do referido veículo que dizia assim: "VENDO ESSA BOSTA". Pois bem, como tudo tem seu dono, Chaguinha certo dia desses quente de Caicó, se encontrava abastecendo a sua camioneta e, de repente recebeu a a agradável surpresa: "Diga aí amigo, quanto custo essa bosta?" Perguntou um ceto senhor ricão da cidade. Ele, Chaguinha, em tom de brincadeira, respondeu: "Olhe o respeito". Aquele senhor insistiu: "Vai logo rapaz, quanto custa essa camioneta?" Peixoto disse o valor e, ligeirinho recebeu o cheque como pagamento da sua mercadoria. Chaguinha desceu do carro e tratou logo de entregar o documento de propriedade do veículo e providenciar a retirada do cartaz de propagando quando, novamente recebeu oa surpresa: "Não, meu amigo, pode deixar o cartaz ai mesmo. Eu só comprei porisso". Chaguinha em voz baixa resmungou: "Ah, se eu soubesse". Com certeza o preço da camionete teria sido outro.
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quinta-feira, 19 de novembro de 2009
REVISTA FON-FON
A Revista Fon-Fon era uma importante revista do país, fundada em 1907 pelo célebre escritor Gonzaga Duque que publicava os costumes e notícias do cotdiano. Circulou até o ano de 1958. Naquele revista o poeta potiguar do Assu João Lins Caldas publicou alguns dos seus escritos no tempo em que morou no Rio de Janeiro onde conviveu com célebre escritores que frequenta a livraria GArnier, na rua do Ouvida daquela capital carioca.
fernando.caldas@bol.com.br
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terça-feira, 17 de novembro de 2009
ARNÓBIO, UM AMIGO FELIZ
AGNELO ALVES
JORNALISTA
Natal/Parnamirim - Talvez eu não tenha sido um dos amigos próximos de Arnóbio Abreu. Mas sempre que nos encontravamos era como se fôssemos amigos, irmãos, camaradas, de velhos tempos, de todas as confidências, de planos comuns, partilhados na exucução e nos resultados. No entanto, não éramos assim. Não por conta dele, Arnóbio. Um tanto por conta do meu temperamento, sei lá não tão afável quanto o dele, parecendo que tinha sempre algo a comemorar todos os dias, a toda hora, com todos os amigos.
Chegamos juntos segunda feira passada em Brasília, procedentes do Rio de Janeiro, passageiros do mesmo avião, Arnóbio, Frederico Rosado, Francisco José e eu. Mas só nos vimos no aeroporto, após o desembarque. Uma festa, os cumprimentos, parecendo até que não nos víamos há muito tempo e estivéssemos nos encontrando em terra estranha, quando havíamos estado juntos dois dias antes no Rio de Janeiro num acontecimento comemorativo a convite de outro bom e querido amigo comum, Múcio Sá.
Do aeroporto ao hotel, onde moro em Brasília, pensei, numa conversa silenciosa comigo mesmo, "um bom amigo esse Arnóbio Abreu. Preciso me aproximar mais dele". Um pensamento, digamos, sem ter muito como me pegar. "Ah, vou convidá-lo, mo Francisco José e o Frederico Rosado para jantarmos hoje". Outro compromisso surgiu. Não tive como me desvencilhar. Mas assumi comigo mesmo o compromisso de no dia seguinte procurar os dois amigos, Arnóbio e Frederico, para almoçarmos, batermos um papo, jogarrmos comversa fora, algo assim sem eira nem beira. Só para conversarmos.
Não foi preciso tornar a iniciativa. Minutos após chegar ao Senado, Arnóbio, Frederico e Francisco chegaram ao meu gabinete no Senado. Puxo pela memória. Parece que estou vendo, ouvindo, falando. Passamos como que uma "revista" nas coisas, nos fatos, nos atos e nas pessoas. Conversa descontraída, solta. Num relance, percebi que Arnóbio estava com a cor algo diferente, sei lá, meio cinzenta. Perguntei sobre. "Nada", não me dou bem com o clima de Brasília. Fico cansado sem ter nem pra quê", respondeu.
A vida é assim. A gente pensa como que procurando uma explicação para a morte. Graças a Deus, Ele guardou para si esse segredo, nos poupando a todos, seus fiéis, de sabermos o dia e a hora de dizermos adeus ou mesmo até logo. Estou escrevendo algo machucado. Dolorido. Com uma sensação de perda. Um amigo que nunca foi tão próximo que surgrisse uma intimidade. Também não tão distante que nos impedisse de festejarmos todas às vezes que nos encontrávamos. Ele mais expansivo. Eu mais retraído. Ele, Arnóbio, um festeiro permanente, tempo integral, sem perda da seriedade.
Um bom amigo, Arnóbio Abreu, que a gente só descobre depois que ele partiu de vez, embora todas as vezes que nos despedimos, ficava sempre a sensação em mim, da alegria que fazia inundar em todos os instantes. Partiu sem nenhuma palavra de adeus. Talvez para que guardássemos dele a lembrança alegre de todos os reencontros.
(Transcrito do jornal Tribuna do Norte, de Natal, edição de 27.2.00).
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segunda-feira, 16 de novembro de 2009
MATRIZ DE ASSU NA DÉCADA DE SETENTA
A igreja Matriz de São João Batista, de Assu vista de dentro da Casa Paroquial, ainda no tempo da antiga praça Getúlio Vargas, quando existia ainda uma quadrinha de futeboal de salão.A foto é da década de setenta.
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DEZ CONCEITOS DE JOÃO LINS CALDAS
No corpo humano existe uma sentelha: é a alma. Na alma há um espelho: - é a consciência. Na consciência ha uma espada: - é a justiça.
Vencer o coração é a maior das forças; domar a razão, a maior das loucuras.
O remorso é o mais ferino dos punhais. Tortura mil vezes para matar uma vez.
A ilusão se alimenta de vôos.
Há um monstro sem cabeça: - é a ingratidão.
A amizade é a cartilha do sentimento.
O amor tem duas faces: uma é louca e outra é cega.
No homem há um farol: é o perdão.
A primeira ilusão é branca; as outras tem muitas cores.
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NOTA DE AGRADECIEMNTO
Desejo agradecer as centenas de pessoas que se manifestaram incentivando apoio a minha pré-candidatura a deputado federal pelo Rio Grande do Norte (pelo PPS - Partido Popular Socialista), através de comentários neste blog (organizado pela minha pessoa) e de tantos outros da terra norte-rio-grandense, além dos sites de relacionamento como Orkut, Facebook, Sonico, bem como nos encontros nas ruas com amigos e conterrâneos do Vale do Assu, minha região querida. Vamos em marcha na retomada do seu desenvolvimento.
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domingo, 15 de novembro de 2009
HOSPITAL DO AÇU
O Hospital do Açu foi uma luta incansável do médico Ezequiel Fonseca Filho e Dom Eliseu Simôes Mendes (que foi bispo na década de cinquenta e começo de setenta) da Diocese de Mossoró. A edificação daquela casa hospitalar contou também com a generosa participação do assuense professor Luiz Antônio que foi um dos fundadores da Liga Contra o Câncer, em Natal.
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sábado, 14 de novembro de 2009
UM POEMA SATÍRICO
O poeta assuense Sandoval Wanderley escrevia versos satirizando a classe política. Escrevia no jornal político, oposicionista, intitulado "A Opinião", de Natal. Nas suas produções publicadas naquele jornal ele escrevia usando o pseudônimo "Zezé da Roça". Pois bem, quando Ferreira Chaves terminava o mandato de governador do Rio Grande do Norte, em 1920, Sandoval satirizou assim:
Poucas horas me restam de Poder!
Meu ostracismo vem se aproximando...
Ai que saudades eu começo a ter
Dos seis anos que vinha governando.
Adeus, "Vila" adorada.
Minha doce morada
Onde a existência me sorriu fagueira!
Adeus, Compadre Horácio,
Adeus, Palácio,
Que nas horas do meu expediente
Enchia-se de gente
A pegar-me no bico da chaleira...
O sol de minha glória já descamba...
Os que me cercam são da corda bamba,
Oh quanto isso me dói!
Longe, vão ser meus dias bem cruéis...
Adeus, Henrique, Luis Júlio, Elói,
Adeus, Moisés!...
Adeus, bonde, automóvel, carruagem,
Minha querida Estrada de Rodagem,
Deixar-te, quanto sinto!
Adeus Ivo, Petró, Bruno Pereira,
Manoel Dantas, Gonzaga, Dr. Meira.
Adeus, Zé Pinto...
Adeus, caro Anfilóquio, Kerginaldo,
Tesouro que me deste tanto saldo,
Para mim sempre bom.
Adeus José Augusto, Juvenal,
Hemetério, Tetró, Chico Sobral,
Adeus, Pedro Odilon...
Vou a caminho de um eterno exílio
Carpirr a lei fatal do meu destino...
Adeus, Maurício Freire, adeus Virgílio
Eu parto, eu gemo, eu morro, ou fico mudo,
Adeus Cascudo!
Adeus Galdino!
Adeus Asilo de Mendicidade
Detenção, Hospital de Caridade,
Melhoramentos meus"
Uma tristeza em meu peito atroz se expande,
Já não governo mais o Rio Grande,
Adeus, Natal, Adeus!
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Poucas horas me restam de Poder!
Meu ostracismo vem se aproximando...
Ai que saudades eu começo a ter
Dos seis anos que vinha governando.
Adeus, "Vila" adorada.
Minha doce morada
Onde a existência me sorriu fagueira!
Adeus, Compadre Horácio,
Adeus, Palácio,
Que nas horas do meu expediente
Enchia-se de gente
A pegar-me no bico da chaleira...
O sol de minha glória já descamba...
Os que me cercam são da corda bamba,
Oh quanto isso me dói!
Longe, vão ser meus dias bem cruéis...
Adeus, Henrique, Luis Júlio, Elói,
Adeus, Moisés!...
Adeus, bonde, automóvel, carruagem,
Minha querida Estrada de Rodagem,
Deixar-te, quanto sinto!
Adeus Ivo, Petró, Bruno Pereira,
Manoel Dantas, Gonzaga, Dr. Meira.
Adeus, Zé Pinto...
Adeus, caro Anfilóquio, Kerginaldo,
Tesouro que me deste tanto saldo,
Para mim sempre bom.
Adeus José Augusto, Juvenal,
Hemetério, Tetró, Chico Sobral,
Adeus, Pedro Odilon...
Vou a caminho de um eterno exílio
Carpirr a lei fatal do meu destino...
Adeus, Maurício Freire, adeus Virgílio
Eu parto, eu gemo, eu morro, ou fico mudo,
Adeus Cascudo!
Adeus Galdino!
Adeus Asilo de Mendicidade
Detenção, Hospital de Caridade,
Melhoramentos meus"
Uma tristeza em meu peito atroz se expande,
Já não governo mais o Rio Grande,
Adeus, Natal, Adeus!
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sexta-feira, 13 de novembro de 2009
SEXO NA JANELA
Toda tarde ela e ele
Se encontrava na janela.
Ela pegando na dele
Ele pegando na dela.
Evaristo de Souza
(Poeta Potiguar).
fernando.caldas@bol.com.br
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LUZ ELÉTRICA NO ASSU
Registra Celso da Silveira que em 18 de março de 1923 foi lançado o edital de concorrênia para fornecimento de luz elétrica à cidade, pública e particular. Exigia lâmpadas de filamento metálico de 32 velas (para luz pública) e determinava as praças, ruas e travessas a serem servidas de ilumunação: Praça da Proclamação e Pedro Velho, rua Macapá, São Paulo, dr. Pedro Amorim, da Caridade, de Hortas, do Córrego, Augusto Severo. Frei Miguelinho e Travessa União.
Em tempo: A rua Macapá é a atual Ulisses Caldas, rua São Paulo é a atual Minervino Wanderley, rua de Hortas e a atual Moisés Soares, todas no Centro da cidade.
fernando.caldas@bol.com.br
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
GETÚLIO MOURA, O POETA FOTÓGRAFO
A bela fotografia acima, pirâmide (tirada nas salinas de Macau-RN) é produção do poeta fotógrafo macauense Getúlio Moura. Com aquela foto, Getúlio ganhou o primeiro lugar do Concurso de Prata da Casa 2009, realizado pela PETROBRAS, no Rio de Janeiro. Aquela bela produção cabe um belo poema do poeta maior de sua terra natal chamado Edinor Avelino que numa feliz inspiração, escreveu o poema intitulado "Macau". Vamos conferir:
A minha terra, calma e boa, trago-a nas cismas de saudade em que ando atento,
contemplando-a com os olhos cheios d´água.
nos grande voos do meu pensamento
É das mais ricas terras pequeninas.
Apraz-me repetir, quando converso,
possui alvas e esplêndidas salinas,
as melhores salinas do universo.
O GRANDE CELSO DA SILVEIRA
O poeta, escritor, jornalista, teatrólogo, ator, correspondente de importantes jornais do país como o Jornal do Commercio, do Recife, chamado Celso da Silveira, já falecido, merece ser mais lembrado pelos seus conterrâneos, principalmente pelo poder público da sua terra natal que ele tanto amou e divulgou por aí afora. Celso era desses colecionadores de peças antigas, bem como conservava guardados em caixas, malas e pastas tudo sobre a terra potiguar, principalmente sobre o Assu e sua gente a literatura e etc. Na cidade de Assu, sua terra natal ele fundou o primeiro Museu de Arte Popular, do Brasil. Afinal, Celso era muito mais do que isso, era "uma academia" literária. Aquele que fosse visitá-lo em sua casa da Alexandrino de Alencar, em Natal, logo deparava-se com um verdadeiro museu. Certa vez, estando em sua casa, me externou que se o Assu tivesse um museu ou uma instituição cultural de credibilidade doaria com prazer todo aquele seu acervo. Pena que não veio a acontecer. Uma grande perda para a terra assuense.
O antologista Ezequiel Fonseca Filho, no seu livro intitulado "Poetas e Boêmios do Assu, 1984, depõe sobre Celso dizendo que "não sei onde catalogá-lo como poeta ou como boêmio. Se é verdade que nem todo poeta é boêmio, mas todo boêmio é poeta, Celso da Silveira é um misto de poeta e boêmio."
O seu livro de estréia intitula-se "26 Poemas de Um Menino Grande", 1952, onde vamos encontrar os versos que ele escreveu com indignação, conforme transcrito adiante:
Se vejo a minha cidade
vejo placas nas ruas
com nome de gente
e não me ufano...
Rua Siqueira Campos,
Rua Deodoro
Rua Floriano!...
Por que puseram estes nomes nas ruas de minha cidade?
Antigamente não havia placas mas as ruas tinham
os seus nomes e eram conhecidas...
Beco do Padre,
Beco do Cemitério,
Beco de Nila
Beco de Abdias,
(Onde era proibido transitar com animais por aqui)
Se eu fosse julgar os responsáveis pela mudança
dos nomes das ruas de minha cidade,
Minha setençã seria inapelável:
- Culpados!
Ou, então: Se eu fosse menino
- Dono das ruas e da cidade também
quebrava tudo o quanto é de placa
de baladeira,
Com as pedras das ruas
que estão solidárias comigo, eu sei!
Só porque não me consultaram, as ruas
perderam os seus nomes bonitos e o prestígio,
e a cidade a sua tradição!...
Desconjuro quem mudou o nome da rua
onde morava minha ama!...
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
UM VERSO DE DIVA CUNHA
Diva Cunha é uma revelação na poesia do Rio Grande do Norte. Posteriormente vou postar mais um pouco sobre essa artifice que engrandense as letras potiguares. Vejamos uma produção desta grande poeta natalense, que diz assim:
Um verso me sacode por inteiro
sua agulha me ferroa
na letra escura
fernando.caldas@bol.com.br
terça-feira, 10 de novembro de 2009
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
REVISTA CARETA
"Careta", importante revista humoristica brasileira que circulou entre 1908 a 1960. Entre as distantes décadas de dez., vinte e até o começo da de trinta, o poeta assuense João Lins Caldas no tempo em que ele morava entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, colaborou com seus escritos literários.
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IPANGUAÇU NAS LETRAS POTIGUARES
Ipanguaçu está nas letras potiguares através do seu poeta maior chamado José Coriolano Ribeiro. Ele está antologiado por Rômulo Wanderley, na sua antologia intitulada "Panorama da Poesia Norte-Rio-grandense", 1965. Breve vou postar neste blog um pouco da sua obra, das produções daquele bardo boêmio, já falecido. Mas em Ipanguaçu existe outros poetas como, por exemplo, Wiliame Lins Caldas que um dia, numa feliz inspiração, escreveu o soneto intitulado Assim eu te vejo:
Te vejo como um pássaro que voa
Tão alto que não posso alcançar.
E fico te olhando, assim a toa
E como é lindo o teu voar.
Te acompanho com o pensamento
Meu coração, se tivesse asas, poderia voar.
Você passa tão depressa. levada pelo vento
Levando também o meu olhar...
Como uma planta que nasce
E precisa ser regada, cuidada...
Assim eu te vejo.
E como uma flor que abre
E o beija-flor, cedinho vem beijá-la
Pra matar o seu desejo...
Te vejo como um pássaro que voa
Tão alto que não posso alcançar.
E fico te olhando, assim a toa
E como é lindo o teu voar.
Te acompanho com o pensamento
Meu coração, se tivesse asas, poderia voar.
Você passa tão depressa. levada pelo vento
Levando também o meu olhar...
Como uma planta que nasce
E precisa ser regada, cuidada...
Assim eu te vejo.
E como uma flor que abre
E o beija-flor, cedinho vem beijá-la
Pra matar o seu desejo...
sábado, 7 de novembro de 2009
NOTA
Em 2010 quero ser deputado federal! Ora, não tem um Maia, um Alves na Câmara Federal representando o Rio Grande do Norte? Por que não pode ter um da Silva, um Caldas naquele parlamento? O importante é ter sobretudo espírito público. Afinal, conheço os problemas do meu estado e do meu país. O Vale do Assu é uma região importante, não pode ficar somente sob a sombra das antigas glórias, não! É preciso se fortalecer, ter prestígio político e retomar o desenvolvimento do Vale do Assu. Para isso, basta ter representantes filhos daquela própria região na Assembleia Estadual e na baixa Câmara do País. Afinal "Vale ou não vale, o Vale"?
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CAFÉ FILHO EM MOSSORÓ
Clique na imagem para ampliar.
Em 1945, o deputado federal Café Filho esteve em Mossoró em campanha para deputado federal. A fotografia fora tirada por ocasião de um comício realizado naquela terra do oeste potiguar. Ao lado direito de Café (discursando), o comerciante assuense Fernando Tavares (Vem-Vem) que tinha amizade com aquele parlamentar natalense, através de Dix-Sept Rosado e do também comerciante em Natal, o assuense Bilé Soares que, através de Café chegou a assumir a superintendência da Caixa Econômica de Natal, na década de cinquenta.
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CAFÉ FILHO
"Sem saber, em pleno sono, tornara-me eu presidente da República, dentro de um drama sem precedente no país."
Café filho, único potiguar a assumir a presidência da República entre 1954-55, em razão da vacância do cargo, antes ocupado por Getúlio Vargas.
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Café filho, único potiguar a assumir a presidência da República entre 1954-55, em razão da vacância do cargo, antes ocupado por Getúlio Vargas.
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