Por que Codó?
No convite para a inauguração da nova Praça Bento Praxedes, no coração da cidade, é feita uma viagem no túnel do tempo. Primeiro, destaca quem foi o patrono da praça, Bento Praxedes Fernandes Pimenta, natural da cidade serrana de Martins, que adotou Mossoró como terra-mãe, aqui fazendo carreira como escriturário do Tesouro do Estado e coletor federal. Mas, como jornalista, ele consagrou o seu nome, sendo o fundador do jornal “Comércio de Mossoró”, que circulou no período de 1904 a 1917. A curiosidade no convite fica por conta da origem do título “Praça do Codó”. O convite narra texto do historiador Geraldo Maia: “No dia 18 de agosto de 1950, Mossoró foi visitada por uma grande comitiva da União Democrática Nacional (UDN), que veio fazer a campanha do brigadeiro Eduardo Gomes à Presidência da República. O comício aconteceu naquela mesma noite, na Praça Bento Praxedes, onde haviam armado um palanque de grandes proporções. A praça se encheu de gente para o grande comício e o palanque foi recebendo candidatos e personalidades locais. Quando os primeiros oradores se preparavam para o início do comício, o palanque, de tão lotado, desabou. O trágico da história é que quase todos os políticos que estavam no palanque, além da queda, também foram derrotados nas urnas. Por conta do azar daquele grupo, caiu no imaginário popular que havia um ‘codó’ naquela praça.” O texto conta ainda que, nas eleições de 1960, o “cigano feiticeiro”, Aluízio Alves, então candidato a governador do Estado, exorcizou o local, finalizando as suas passeatas e comícios em Mossoró sempre na “Praça do Codó”. Aluízio ganhou a campanha, a praça se livrou da “maldição”, mas o Codó continuou. Seis décadas depois, até hoje pouca gente sabe a origem da expressão Codó. Nem o convite explica. Em rápida pincelada, a coluna ajuda: Codó, pequeno município do Maranhão, ficou famosa como a capital brasileira da macumba e da feitiçaria. Agora está completo.
Colunista: César Santos/Jornal de Fato