segunda-feira, 19 de maio de 2014

A B-17 DO AERO CLUBE DO RN – AQUELA QUE NUNCA FOI, MAS QUE NUNCA DEVERIA TER IDO!

Publicado em 18/05/2014

B-17 do Aero de Natal, em foto recuperada digitalmente pelo amigo Vicente Vazquez, da Associação Brasileira de Preservação Aeronáutica - ABRAPAER
B-17 do Aero de Natal, em foto recuperada digitalmente pelo amigo Vicente Vazquez, da Associação Brasileira de Preservação Aeronáutica – ABRAPAER
Autor – Rostand Medeiros – rostandmedeiros@gmail.com
Sabemos que durante a Segunda Guerra Mundial a cidade da América do Sul mais engajada na luta dos Aliados contra a dominação dos países do Eixo foi Natal. Tínhamos aqui a grande base aérea de Parnamirim Field, controlada pelos americanos e que entrou para história como “Trampoline to Victory”. Como um verdadeiro gargalo aéreo, pela capital potiguar passaram milhares de aeronaves de transporte, de bombardeiro, que cruzaram o Oceano Atlântico seguindo para o combate. Os fatos deste período são bem conhecidos por aqueles que gostam de aviação, sendo um dos principais momentos na história da cidade.
Atualmente Natal é uma cidade com quase um milhão de habitantes e grande parte do nosso povo desconhece a história de sua terra e dos fatos relativos ao envolvimento potiguar na Segunda Guerra Mundial. Quando sabe de algo, é quase sempre muito superficial. Acredito que uma das razões é porque pouco existe para mostrar.
B-17 em ação sobre a Alemanha em 1944
B-17 em ação sobre a Alemanha em 1944
Interessante que uma localidade que tinha nos aviões a sua maior referência no mais intenso conflito da história da humanidade, atualmente não possuí em sua área territorial, em permanente exposição, uma única aeronave dos variados modelos que por aqui passaram durante a Segunda Guerra Mundial.
O triste é que no passado, no nosso tradicional Aero Clube do Rio Grande do Norte, no bairro do Tirol, aqui tivemos um genuíno exemplar de um grande quadrimotor B-17.
Mas um dia ele se foi!
MOSTRANDO AS ASAS E AS ESTRELAS
O quadrimotor Boeing B-17 foi um dos ícones da aviação militar durante a Segunda Guerra Mundial, mas sua  história tem início antes do conflito. Em 1934 o então Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos (USAAC – United States Army Air Corps) emitiu as normas para a criação de um bombardeiro multimotores. Com grande clarividência a empresa Boeing Airplane Company projetou o seu Model 299 em junho daquele ano. Era um bombardeiro pesado completo, que voaria mais rápido, mais alto e com longo alcance. O Model 299 realizou seu primeiro voo em 28 de julho de 1935 em Boeing Field, chamando a atenção da imprensa na época. Mas em outubro o protótipo do 299 caiu desastrosamente no seu voo de avaliação para os militares da USAAC. O acidente foi atribuído a erro humano, mas o Air Corps reconheceu o potencial do modelo e mandou a Boeing produzir treze exemplares para avaliação.
Model 299
Model 299
Quando em uso na USAAC e por tudo aquilo que o grande avião quadrimotor trazia na sua capacidade operacional, ele foi logo batizado por um jornalista de Seattle como Fortaleza Voadora (Flying Fortress).
O 2º Grupo de Bombardeio, de Langley Field, em Hampton, estado da Virginia, foi equipado com as primeiras B-17 em 1937.
B-17 do 2º Grupo de Bombardeio, de Langley Field.
B-17 do 2º Grupo de Bombardeio, de Langley Field.
Como forma de treinar suas tripulações para voos de longa distância, navegação aérea, técnicas de voo de alta altitude, os comandantes americanos decidiram realizar alguns voos do tipo “Good Will Fligth” para a América do Sul, onde estes aviões estiveram primeiramente na Colômbia e depois na Argentina. Além de melhor capacitar seus aviadores, estes voos serviam para “mostrar as asas e as estrelas” do pode aéreo dos Estados Unidos aos países localizados ao sul do Rio Grande.
Bruno Mussolini
Bruno Mussolini
Outros fatores ajudaram nesta decisão, sendo o principal a grande e forte presença da aviação comercial alemã e italiana na América do Sul. Os americanos ficaram particularmente impressionados com o voo entre a Itália e o Brasil, de três aviões trimotores Savoia-Marchetti SM-79T. Comandados por Bruno Mussolini, o segundo filho do ditador italiano, o voo foi realmente um acontecimento para a época. Após partirem de Roma realizaram uma escala em Dakar e então cruzaram o Oceano Atlântico, a etapa mais longa e exigente para chegar ao Rio de Janeiro. Dois dos aviões atingiram a meta regularmente, enquanto um outro, com a matrícula I-MONI, sofreu uma falha no motor e teve que pousar em Natal. Os italianos percorreram aproximadamente 9.800 km, em pouco mais de 24 horas, a uma média de 400 Km / h.
Trajeto do "Good Will Fligth”, das B-17 em 1939 para o Brasil
Trajeto do “Good Will Fligth”, das B-17 em 1939 para o Brasil
As autoridades em Washington logo aprovaram um novo “Good Will Fligth”, desta vez para o Brasil.
B-17 NO BRASIL E VISITANDO NATAL EM 1939
Oficialmente seus aviadores participariam das comemorações do 50º aniversário da nossa Proclamação da República.
B-17 Brazil 1939 (12)
A esquadrilha de sete aeronaves Flying Fortress partiu em novembro de 1939, comandada pelo tenente-coronel Robert Olds, acompanhado de 27 oficiais e 20 sargentos, entre estes o próprio comandante do USAAC, o major general Delos C. Emmons. Este voo realizou seu trajeto passando por Miami, depois Panamá, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai e finalmente entrou em território brasileiro.
B-17 Brazil 1939 (3)
Provavelmente com a ideia de “mostrar as asas e as estelas” na área de maior concentração de alemães no Brasil, o avião do próprio comandante Robert Olds realizou uma visita a Porto Alegre. No Rio de Janeiro o ditador Getúlio Vargas fez um voo em uma das B-17 sobre a então Capital Federal.
B-17 Brazil 1939 (4)
Depois dos festejos, no voo de retorno aos Estados Unidos, a esquadrilha passou por Natal no dia 23 de novembro.
Para o então acanhado, mas estratégico, campo de aviação de Parnamirim seguiu uma grande comitiva de autoridades potiguares, tendo a frente Rafael Fernandes, então interventor federal. Nos exemplares do jornal “A República” e no livro “Asas sobre Natal – Pioneiros da aviação no Rio Grande do Norte’’ (Natal-RN, Fund. José Augusto, 2012, Págs. 404 a 410), temos a informação que a ultima aeronave pousou as 13:45, depois de sete horas de voo sem escalas desde o Rio.
B-17 Brazil 1939 (7)
Além dos americanos, vieram nas B-17 nove oficiais brasileiros que seguiam para estagiar nos Estados Unidos e em Natal ajudavam na função de intérpretes. Um trem especial transportou todos para a capital, onde no desembarque foram recebidos pela banda da Força Policial ao som dos hinos do Brasil e dos Estados Unidos. Os visitantes ficaram hospedados no recentemente inaugurado Grande Hotel, no bairro da Ribeira. Após o desembarque da composição, o major general Delos C. Emmons conheceu a cidade em carro aberto, na companhia do Secretário Geral Aldo Fernandes. Foi oferecido a eles um cocktail no Aero Clube e um suntuoso jantar no Grande Hotel. Muitos militares saíram para conhecer a bucólica Natal, que nem 50.000 habitantes possuía na época.
O coronel Robert Olds
O coronel Robert Olds
Chamou atenção dos natalenses o alto cargo que o general Emmons, então com 51 anos, ocupava, além do fato dele participar daquele voo. Já o comandante Olds, com 43 anos, chamou atenção por possuir a expressiva marca de 4.000 horas de voo.
A visita foi rápida, chamou atenção de alguns, mas não de muitos e as seis da manhã do outro dia os aviões da esquadrilha partiram.
O voo de regresso para os Estados Unidos foi através da Guiana Holandesa, Venezuela e Porto Rico, As Flying Fortress completaram o trajeto sem escalas até Paramaribo em nove horas.
B-17 Brazil 1939 (6)
Este voo estratégico demonstrou a utilidade de aeronaves de longo alcance e chamou atenção da imprensa especializada. Pois enquanto a rota marítima entre Nova York ao Rio levava 15 dias para ser completada e os grandes hidroaviões Clippers de empresa Pan-American realizavam este trajeto em cinco dias, os B-17 de Olds fizeram o percurso em 34 horas.
EM COMBATE
Com a deflagração da Segunda Guerra Mundial a doutrina no Air Corps mudou, bem como a própria instituição, que passaria a se chamar Força Aérea do Exército dos Estados Unidos (USAAF – United States Army Air Force). As B-17 passaram a voar em grandes formações rápidas, em alta altitude, largando suas bombas contra alvos estratégicos e defendendo-se contra combatentes inimigos com as suas próprias metralhadoras. Para isso as B-17 mudaram, sendo criadas outras versões mais modernas e com melhor armamento defensivo.
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Durante a Guerra a aeronave foi empregada principalmente na campanha de bombardeios estratégicos contra a Europa ocupada. A 8º Air Force da USAAF, com base em muitos aeroportos no sul da Inglaterra, bem como a 15º Air Force, com sede na Itália, mantinham a superioridade aérea sobre as cidades, fábricas e campos de batalha da Europa Ocidental, com ataques de precisão a luz do dia. Trabalhavam combinados com o Comando de Bombardeiros da Royal Air Force – RAF, que operavam a noite. O B-17 Flying Fortress também participou da Guerra do Pacífico, mas em menor escala.
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A B-17 era potente como bombardeiro de longo alcance, capaz de se defender e voltar para casa, apesar dos danos de batalha. Rapidamente tomou proporções míticas entre os aviadores, com notáveis histórias dos B-17 que sobreviviam com enormes danos. Até o fim da guerra, em 1945, o B-17 foi um dos bombardeiros americanos mais ativos durante o conflito, com 290.000 missões realizadas, tendo lançado mais de um terço (640.000) dos 1,5 milhões de toneladas de bombas americanas na Europa e no Pacífico. Mais de 12.731 exemplares da Flying Fortress foram fabricados.
Milhares deles, a caminhos dos teatros de operações, passaram por Natal e posaram em Parnamirim Field.
VOANDO NA FAB
Com o final do conflito a grande maioria das B-17 Flying Fortress foram desativadas e muitas se transformaram em sucata. Outras foram convertidas para uso em reconhecimento aéreo, transporte de carga e busca e salvamento (SAR- Search and Rescue), tendo a voado ainda por muitos anos.
SB-17G de busca e salvamento. Reparem que este avião transportava um pequeno barco que podia ser lançado ao mar no socorro aos náufragos
SB-17G de busca e salvamento. Reparem que este avião possuía radar de busca e transportava um pequeno barco que podia ser lançado ao mar no socorro aos náufragos
No início da década de 1950 a Força Aérea Brasileira precisava formar uma unidade de busca e salvamento marítimo e outras especialidades. Para isso foram adquiridos 13 B-17 entre 1951 e 1968 (uma delas foi perdida na fase de treinamento e não entrou no inventário da FAB). Estas aeronaves ficaram lotadas no 6º Grupo de Aviação (6º GAV), com base em Recife, Pernambuco. O 6º GAV por sua vez possuía dois esquadrões de B-17: o 1º Esquadrão/6º Grupo de Aviação (1º/6º GAV), que operou as aeronaves de busca e salvamento e o 2º Esquadrão/6º Grupo de Aviação (2º/6º GAV), que operou os B-17 no reconhecimento, meteorologia e aerofotogrametria.
A B-17 que ficou exposta no Aero Clube do RN, quando em atividade na FAB possuía numeração "FAB 5408" e a aeronave serviu de modelo para um belo quadro que se encontra no MUSAL, Rio de Janeiro.
A B-17 que ficou exposta no Aero Clube do RN, quando em atividade na FAB, possuía numeração “5408″. Esta aeronave serviu de modelo para um belo quadro que se encontra no MUSAL, Rio de Janeiro.
Os vetustos quadrimotores serviram condignamente a FAB, que foi a última operadora militar a retirar estas aeronaves de serviço. Foram utilizados para apoiar uma unidade militar brasileira a serviço da ONU na Faixa de Gaza em 1956. Realizaram voos de transporte na Amazônia e as aeronaves de reconhecimento e fotogrametria fizeram os primeiros levantamentos topográficos da região amazônica. Mas os anos de voo começaram a cobrar um alto preço. Além de acidentes, muitas aeronaves passaram a não mais voar, servindo como fornecedora de peças para manter outras voando. Em 1968 foi o fim das atividades do B-17 na FAB.
Segundo o site http://culturaaeronautica.blogspot.com.br/ uma destas aeronaves foi doada para um museu aeronáutico nos Estados Unidos e duas outras ficaram no Brasil. Uma delas é o Boeing B-17 G-95-VE, que nos Estados Unidos utilizou a numeração 44-8558. Até nossos dias este belo avião está em exposição na entrada da Base Aérea de Recife, nas cores e configuração originais da FAB. Segundo informação do site culturaaeronautica, embora este B-17 esteja ao ar livre, é cuidadosamente conservada pelo pessoal da base, sendo a única aeronave do seu tipo preservada e exposta no Brasil. Talvez em toda América do Sul.
Já a outra aeronave veio para Natal.
A B-17 DO AERO CLUBE DO RIO GRANDE DO NORTE
A B-17 natalense era um Boeing B-17G-95-DL, que nos Estados Unidos tinha o número 44-83718. Após ser desativada esta aeronave ficou estocada por três anos em Recife e depois foi transferida para a Base Aérea de Natal. Com grande festa, por ocasião do dia do Aviador, 23 de outubro de 1972, os militares colocaram a B-17 em exposição estática no Aeroclube do Rio Grande do Norte e durante a década de 1970 este avião foi a maior referência na memória dos natalenses sobre o período da Segunda Guerra Mundial.
Brigado Everaldo Breves
Brigado Everaldo Breves
Consta que o homem que trouxe esta B-17 para Natal, e depois para o Aero Clube, foi o brigadeiro Everaldo Breves. Este militar, hoje nome de avenida na cidade de Parnamirim, já naquela época possuía a ideia de ser construído um museu que guardasse a memória do envolvimento de Natal durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1973, durante uma visita de jornalistas americanos a Natal, eles foram aparentemente levados pelo brigadeiro Breves a conhecer a B-17 e a história da nossa participação no conflito.
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Quem vinha de carro para aquela tranquila Natal dos anos 70, com pouco menos de 300.000 habitantes, e desejava seguir em direção ao centro da cidade, normalmente se deslocaria pela Avenida Hermes da Fonseca. Em dado momento surgia à sua esquerda, dominando o cenário, um grande quadrimotor prateado, com listas amarelas e hélices negras. O B-17 ficava em um ponto mais elevado do terreno, nas dependências do Aero Clube, no bairro do Tirol.
Em 1977 a família do autor deste artigo foi morar no bairro do Tirol.
Um verdadeiro sonho ter uma B-17 vizinho a sua casa.
Um verdadeiro sonho ter uma B-17 pertinho de sua casa.
Passei a fazer parte da escolinha de natação do clube e sempre estava perto da B-17. Muitas vezes fui bater bola no Aero e sempre contemplava a B-17. Meus pais já tinha me dado a satisfação de ter comprado alguns poucos livros com desenhos de veteranas B-17 da época da Guerra e passei horas embaixo da sombra de suas asas, comparando os desenhos e a “minha” B-17.
ScanYYY
Um Senhor que trabalhava no Aero Clube, certamente com pena, algumas vezes abriu a pequena porta próximo a deriva da aeronave e eu percorria a sua fuselagem. Sentei na cabine de comando, toquei no manche, contemplei a infinidade de “reloginhos” que havia no painel, visualizei da cabine a dimensão daquelas asas e disposição dos motores. Curti muito aquela aeronave!
A B-17 DO AERO NUNCA FOI A PRIMEIRA A POUSAR EM PARNAMIRIM FIELD EM 1942  
No “bico” do avião havia uma placa com os seguintes dizeres;
FORTALEZA VOADORA-B-17-PRIMEIRO AVIÃO MILITAR USA QUE POUSOU NA BASE AÉREA DE NATAL-“TRAMPOLIM DA VITÓRIA”, EM 6-1-1942
Apesar de toda pompa e circunstância dos dizeres, a B-17 do Aero Clube do Rio Grande do Norte nunca foi o avião homenageado.
Segundo o site http://darozhistoriamilitar.blogspot.com.br/2009/11/missao-pernambuco-b-17-fortaleza.html as B-17 destinadas a serem utilizadas para o serviço de busca e salvamento (SAR), foram adaptadas a partir de aeronaves B-17 do modelo G, onde 180 delas foram modificadas para esse padrão. As B-17 destinadas ao serviço de busca e salvamento (SAR) possuíam a denominação SB-17G e as aeronaves destinadas a função de reconhecimento aero fotográfico e meteorológico tinha a denominação RB-17G.
Uma SB-17G operada pelos americanos na Ásia
Uma SB-17G operada pelos americanos na Ásia
Ademais a B-17G só decolou pela primeira vez em 21 de maio de 1943, e as aeronaves de produção começaram a aparecer em julho daquele ano. Esta versão do Flying Fortress  foi a produzida em maior número do que qualquer outra versão. Um total de 8.680 B-17G saíram das fábricas – 4.035 pela Boeing, 2.395 pela Douglas e 2.250 pela Vega. (Ver –http://www.historyofwar.org/articles/weapons_B-17G.html)
Um grupo de B-17G
Um grupo de B-17G
E finalmente, para corroborar esta informação, sabemos que o número original deste avião nos Estados Unidos era 44-83718. Quem olhar as fotos de aviões americanos na Segunda Guerra Mundial, normalmente vai encontrar uma série de sete números na deriva da aeronave. Geralmente os dois primeiros números correspondem ao ano que o contrato de fabricação foi firmado entre os militares e a indústria produtora. (Ver –http://www.joebaugher.com/)
Mas realmente, no dia 6 de janeiro de 1942, menos de um mês após o ataque japonês a base naval de Pearl Harbor, nas ilhas Havaí, aviões B-17, e também os B-24 Liberators, passaram por Parnamirim Field em direção ao Extremo Oriente.
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Com a entrada dos Estados Unidos na guerra foi necessária a transferência de aeronaves de bombardeio para apoiar a luta contra os japoneses nas Filipinas. Mas devido ao surpreendente avanço nipônico, os americanos decidiram seguir por outra rota, passando pelo Brasil e Natal. Até fevereiro de 1942 a Rota do Atlântico Sul, serviu como a principal linha de comunicações aéreas entre os Estados Unidos e o sudoeste do Pacífico. A transferência destes bombardeiros passando por Natal ficou conhecida como “Project X” e se tornou o primeiro grande esforço de transferência de grandes unidades de bombardeiros americanos durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar de muitos atrasos, 44 ​ bombardeiros do tipo B-24 e B-17 foram entregues as forças combatentes no Sudoeste do Pacífico.
Uma das B-17 do Project X que comprovadamente passaram por Natal no primeiro mês de 1942 foi a B-17E, número 41-2471, do 7Th Bomb Group e pilotado pelo tenente Donald R. Strother. Foi metralhada no solo pelos caças Zeros japoneses em 8 de fevereiro em Java e ficou inoperante. Após sua captura, foi colocada em condição de voo e levada ao Japão como troféu de guerra, onde depois foi destruída.
Uma das B-17 do Project X que comprovadamente passaram por Natal no primeiro mês de 1942, foi a B-17E, número 41-2471, do 7Th Bomb Group e pilotado pelo tenente Donald R. Strother. Foi metralhada no solo pelos caças Zeros japoneses em 8 de fevereiro em Java e ficou inoperante. Após sua captura, foi colocada em condição de voo e levada ao Japão como troféu de guerra, onde depois foi destruída.
Quatro dos B-17 se perderam completamente sobre o Oceano Atlântico depois de passarem por Natal. Outro caiu próximo a Belém, um foi forçado a retornar para os Estados Unidos para reparos e um ficou esperando por socorro mecânico na África até maio 1942. Apesar dos problemas, para a natureza pioneira do trabalho foi um bom começo, pois se deve considerar que enquanto o movimento de aviões estava em andamento, com equipes inexperientes e mal treinadas, os americanos se desdobravam em organizar uma grande rota aérea de transporte através do Atlântico Sul, África e Índia. Rota onde Natal teve um papel destacado. (Ver –http://en.wikipedia.org/wiki/South_Atlantic_air_ferry_route_in_World_War_II)
A SAÍDA DA B-17 DE NATAL E O QUE SOBROU DESTA MEMÓRIA
Apesar de sua importância histórica, infelizmente, sem conservação adequada, a aeronave deteriorou-se muito, e acabou transferida em 1980 para o Museu Aeroespacial – MUSAL. A aeronave foi desmontada e transportada para o Rio de Janeiro, sendo as partes maiores, fuselagem e asas, levadas pelo navio Soares Dutra, e as menores, como partes da empenagem e motores, por caminhão. As partes que vieram por navio ficaram bastante danificadas no transporte, e chegaram ao MUSAL em 29 de dezembro de 1980.
Como se encontrava a velha B-17 do Aero no MUSAL, no Rio de Janeiro
Como se encontrava a velha B-17 do Aero no MUSAL, no Rio de Janeiro
Foram estocadas no hangar de restauração do MUSAL por muitos anos, e alguns trabalhos de recuperação chegaram a ser feitos nesse tempo, até meados da década de 2000. Com a reorganização e remodelação do hangar de restauração do MUSAL, o avião foi retirado de seu interior e armazenado ao ar livre, protegido das intempéries por lonas plásticas, e assim se encontra até hoje, dezembro de 2010. Não existe previsão para a conclusão dos serviços de restauração desse avião, por falta de recursos financeiros. Foi uma grande perda para Natal. (Ver – sitehttp://culturaaeronautica.blogspot.com.br/)
Para finalizar sei que no município de Parnamirim, dentro da Base Aérea de Natal-BANT, existem as aeronaves de bombardeio B-25 Mitchell e B-26 Invader, na chamada Praça “Ninho das Águias”, reinaugurada em 20 de outubro de 2009, depois que as aeronaves passaram por reformas desde 2006. Entre os anos de 1942 e 1975, essas aeronaves integraram o 1º Grupo de Bombardeio Médio, o 5º Grupo de Aviação (5º GAV) e a Esquadrilha de Adestramento da Base. O B-25 Mitchell começou a operar em 1942 durante a 2ª Guerra Mundial até 1957, e o B-26 Invader entre 1957 e 1975, sendo o último avião de bombardeio utilizado pela FAB. Ao todo, as aeronaves somam 86 mil horas de voo em Natal.
O autor deste artigo em uma visita a BANT, junto a B-25 preservada Praça “Ninho das Águias”
O autor deste artigo em uma visita a BANT, junto a B-25 preservada Praça “Ninho das Águias”
Isso tudo é muito louvável. Mas a BANT é uma unidade militar e não um centro de memória. Apesar de haver uma política dos militares destinada a visitação destas aeronaves, algumas vezes o acesso é mais limitado e a burocracia de fiscalização, necessárias para a integridade da unidade, é muitas vezes falha. E nem todo mundo tem algum amigo lá dentro que facilite o acesso mais rapidamente. Melhor seria se estas aeronaves estivessem como a B-17 em Recife; colocadas no portão de acesso, mas pelo lado de fora. A vigilância militar manteria a integridade das aeronaves, em uma área onde seria possível estacionar um veículo e comtemplar as velhas águias.
Acredito que assim poderíamos ter como mostrar a nossa gente, uma parte muito interessante de nossa história.

domingo, 18 de maio de 2014


Aos 88 anos, morre o aviador e escritor Pery Lamartine

Publicação: 18 de Maio de 2014 às 00:00 
Tribuna do Norte
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O escritor e aviador Pery Lamartine, neto do ex-governador Juvenal Lamartine morreu na madrugada deste sábado, dia 17, aos 88 anos, vítima de um câncer de fígado. Além de piloto e instrutor de voo, Pery Lamartine é conhecido pelo pioneirismo em viagens, com a fundação de uma das primeiras agências de turismo do Rio Grande do Norte e por ser um pesquisador meticuloso em duas vertentes: a aviação e o sertão potiguar. Ele vinha em tratamento, há mais de dois anos e faleceu às 3 horas de ontem, em casa. Lamartine era casado há 63 anos, com Ieda, e deixa quatro filhos e oito netos.
Júnior SantosPery Lamartine foi piloto e instrutor de voo, conhecido pelo pioneirismo em viagensPery Lamartine foi piloto e instrutor de voo, conhecido pelo pioneirismo em viagens

Amigos e familiares prestaram as últimas homenagens durante o velório realizado na tarde de ontem, com sepultamento às 18h, no cemitério Morada da Paz, em Emaús. A viúva, Ieda Lamartine, a destacou o companheirismo ao longo de seis décadas e o pai afetuoso, além do grande humanista que o marido foi.

“Todas as relações eram pautadas pelo respeito pelo ser humano, pela vida e pela paixão que tinha em suas causas, dono de um memória que o fez referência para historiadores e o recebia com o mesmo ânimo e entusiasmo”, afirmou.  Pery manteve a lucidez até os últimos dias.

O advogado e presidente da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, Diógenes da Cunha destacou a importância da obra deixada pelo escritor e amigo de longa data. “Pery trouxe a poesia do sertão que ele tinha no livro Oiticica para o dia a dia. Um sertanejo fantástico, dedicado ao estudo e à Academia que soube deixar um recado de vida: que é preciso valorizar o que é nosso”, ressalta.

“Ele era um apaixonado pela aviação, um pesquisador e historiador, escritor e antes de tudo um homem de bem, um cavalheiro”, lembrou o jornalistae professor Woden Madruga.

O conselheiro do TCE, Cláudio Emerenciano, destacou a importância do acervo deixado pelo pesquisador em historiar o marco da travessia do Oceano Atlântico, em 1930, pelo piloto francês Jean Mermoz que, aterrissou na capital potiguar sobre o rio Potengi. Outros aviadores franceses que desbravaram as rotas transoceânicas, Henri Guillaumet e Antoine de Saint-Exupéry, também foram objeto de estudo do escritor. “Além de uma figura excepcional, pesquisador e estudioso meticuloso, pessoa de fino trato. É realmente uma perda inestimável para nós, mas também para a Academia e cultura potiguar”, disse.

A obra literária é composta por 16 livros que versa sobre duas vertentes e grandes paixões do potiguar: o sertão e a aviação.  Entre eles Assentamentos da “Família Lamartine”, “Aeroclube”,  “Timbaúba Uma Fazenda no século XIX” e “Velhas Oiticicas” - um precioso documento etnográfico, elaborado a partir da exposição de suas raízes no sertão do Seridó -, “Epopeia nos ares”, “Serra Negra, anos 30”, “Coronéis do Seridó” e “Saint-Exupery na América do Sul”.

O médico Hernane Rosado ressaltou o empreendedorismo do aviador que foi figura importante para alavancar o turismo potiguar, enquanto fundador da primeira agencia de viagem do Rio Grande do Norte. “A morte dele deixa o Rio Grande do Norte menor, uma das figuras mais admiráveis e doce que conheci”, disse.

Para o diretor da Fundação Rampa, Augusto Maranhão a partida do escritor para o outro plano é uma perda irreparável para a o Estado e amantes da aviação. “Pery sintetiza o que há de melhor na estirpe potiguar. Com ele, aprendemos não apenas sobre aviação e história, mas para a vida”, disse. A Fundação Rampa é responsavel pelo resgate da Memória da aviação no RN. Relatos de fatos pitorescos viraram documentos da FRampa.
"O erotismo é uma das bases do conhecimento de nós próprios, tão indispensável como a poesia"
Anaïs Nin
foto: J.Saudek

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Foto: A lua hoje em Natal :)

Boa noite a todos!

(Foto por: Marina Siqueira)
Natal, hoje. Foto de Marina Siqueira.

CAPITULAÇÕES DA NOSSA HISTÓRIA ( II )


Por Aluízio Lacerda
Foto: Meu Avo Inácio Lacerda Vereador da legislatura 1962 na cidade de Assu,pelo PTN

Nestes 51 anos de emancipação politica do município, aconteceram fatos que 
poucos sabem e conhecem a origem do desmembramento, qual iniciativa 
primeira e como aconteceu. 

Em 1962 havia eleição municipal, papai Inácio Dias de Lacerda disputava uma 
vaga no legislativo da cidade Assu para qual foi eleito pela sigla do Partido 
Democrata Cristã - PDC, presidido por José Bezerra de Sá ( Zezé Camilo).

 Durante o processo da campanha estava "eu" em companhia de papai em Alto do
 Rodrigues na casa de João de Tereza amigo íntimo do meu genitor, nesta ocasião 
se encontrava o deputado Ângelo Varela. 

Na conversa papai falou que em Assu Maroquinha vencia as eleições pra 
Walter Leitão, mas perderia nas 3 secções que havia votação em Carnaubais 
para o candidato que ele apoiava conhecido por Golinha.

O deputado filho do ex-governador Zé Varela, encarou papai e disse: só vou 
acreditar porque tô  ouvindo isso de você, mas não acredito que Walter ganhe
para Maroquinha em canto nenhum. Papai insistiu em afirmar na vitória do seu 
preferido que enfrentava a candidata com o apelido de Onça.

Ângelo Varela pegou uma caneta, deu seu endereço e falou assim: Se esta 
vitória de Walter em Santa Luzia acontecer com  um voto na frente de 
Maroquinha, me informe o resultado que vou entrar com o pedido de 
desmembramento, vou fazer Santa Luzia que é Vila  de Carnaubais á categoria 
de cidade. 

Decorrido o pleito, papai vereador, Maroquinha eleita prefeita em todos os 
setores da cidade á zona rural, mas a previsão de derrota em Carnaubais 
aconteceu. 

Walter saiu vitorioso com 42 votos nas secções instaladas na sede da Vila de 
Carnaubais. 

Com certidão do resultado em mãos, papai procurou dr, João Marcolino de 
Vasconcelos (dr. Lou) e pediu que redigisse um telegrama ao deputado 
Ângelo Varela informando o que havia garantido. 
Moral da história, Ãngelo Varela aprovou seu requerimento que foi vetado 
imediatamente pelo governador Aluizio Alves, tendo dado total apoio pra 
Olavo
 Lacerda fazer novo pleito de emancipação, com projeto de sua autoria, 
fato que veio se consolidar em definitivo em 18 de setembro de 1963.
Talvez esteja aí, o principal motivo para o inicio de uma grande rixa pessoal 
politica entre os dois parlamentares, culminando com um tiroteio na 
assembléia legislativa.  Vindo Olavo Lacerda Montenegro em contestação aos 
fortes ataques dirigido por seu antagonista, atingir  com tiro de revólver 
Balaú, deixando em grave situação de vida, tendo seu desafeto  escapado por 
puro milagre  e eficiente atendimento médico.

POESIA

SONETO DE AMOR


Entre mil beijos sonhos atados 
Cintilam nossos olhos tão contentes 
Nossos dedos cruzam, entrelaçados 
Estão nossos corpos, nossas mentes

Nossos corações seguem alinhados 
Inversos aos demais diferentes 
Salve o amor! Somos amados 
Amando-me, deveras, sentes

Onde fores não irei cansado 
Nesse sonho tenho-me firmado 
Sigo-te apenas a um instalo

Doce amor, cândida doçura 
Esplendida paz, vate de ternura 
Viver é apenas encontrá-lo!


Edivam Bezerra
Poeta assuense.

HISTÓRIA

RIO ASSU
    
Talvez muita gente não saiba que o Rio Assu foi conhecido um ano antes do descobrimento do Brasil, por três navegantes europeus que estiveram no seu estuário no fim de junho do ano de 1499.

Conta-nos Francisco Adolfo Warnagem, Visconde de Porto Seguro, ilustre historiador e diplomata brasileiro, com longo curso de pesquisas nos arquivos e bibliotecas de Portugal, coligindo documentos de grande interesse para sua notável História Geral do Brasil, que Alonso de Hojeda navegando em águas do Atlântico, aproximadamente na latitude de 5º (cinco graus) ao sul do Equinocial, avistou, por acaso, terras umedecidas, um verdadeiro pantanal que lhe chamou a atenção. 

O Brasil foi sempre o país dos descobrimentos por acaso, é pelo menos o que reza a nossa história.

Pergunta-se agora se teria Alonso de Hojeda, que viajava em companhia do cartógrafo Juan de La Cosa e do experimentado marujo Américo Vespuccio, em mãos a carta de navegação, descrevendo as costas do Brasil, confeccionada por Toscanelle a mando de Fernando Telles em 1473?

Revendo-se história mais antiga, vêem-se, a saber, que é bem possível que os fenícios e os egípcios tenham estado à margem do rio Assu no ano de 1100 a.C.

Disto nos dá a entender Ludwig Schwennhagen, no seu tratado histórico – Antiga História do Brasil de 1100 a.C. a 1500 d.C. – em sua segunda edição, quando diz que estes povos ocuparam as costas do nordeste brasileiro constituindo colônias.

Voltando a descrição que faz Warnagem da viagem de Alonso de Hojeda, diz ele que: “a terra era baixa, alagada e de vários esteiros e braços de rios”.

Não podiam ser outros que os atuais rios das Conchas, dos Cavalos e Amargoso. Os três rios que formam o delta do rio Assu.

Tentou Alonso de Hojeda prosseguir pela costa no rumo do lês-sueste, mas não lhe foi possível vencer a força das correntes e viu-se obrigado a seguir com estas na direção de noroeste, e navegando ao largo foi somente de novo aportar, segundo parece, em Cayena.

Fonte: Pequeno trecho de “Anotações sobre o Rio Assu” 
- escritas pelo assuense Ezequiel Epaminondas da Fonseca Filho no Jornal Novo Vale no ano de 1982.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Natal terá 172 mil turistas na Copa

Publicação: 14 de Maio de 2014

Karla Larissa
repórter

Natal deverá receber 172, 3 mil turistas no período da Copa do Mundo que deverão injetar na economia do país cerca de  R$ 311,5 milhões. A cifra considera toda a  estadia do turista na cidade e inclui as demais cidades visitadas.
Comércio de artesanato em Natal: setor deve ser movimentado
As estimativas fazem parte de um levantamento feito pelo Ministério do Turismo, que foi divulgado ontem. Segundo o levantamento, a maioria dos turistas que visitarão Natal, durante o Mundial, será de brasileiros. Serão 144,3 mil, enquanto espera-se 27,9 mil  turistas estrangeiros.  Em todo o país, 600 mil turistas estrangeiros e 3,1 milhões de turistas brasileiros são esperados no período. Eles deverão gastar o montante de R$ 6,69 bilhões.

Os números não dizem respeito, exclusivamente, aos turistas que irão acompanhar a Copa. Mas o Ministério do Turismo espera que  os maiores gastos sejam feitos pelos 300 mil turistas estrangeiros que especificamente virão para o Mundial.

Considerando apenas os turistas que estarão em viagens com o objetivo principal de participar de eventos da Copa (jogos e Fan Fest), o Ministério do Turismo estima 1,9 milhão de visitantes, brasileiros e estrangeiros e um desembolso direto de R$ 4,05 bilhões no país.

De acordo com o MTur, em média, os visitantes estrangeiros deverão assistir quatro jogos e a projeção é que gastem R$ 5.500 durante sua estada no país, já descontadas as despesas com passagens aéreas e valores gastos no país de origem. O número desses visitantes foi calculado com base nas vendas de ingressos até a primeira semana de abril.

Na projeção, os dados apresentados para Cuiabá e Natal são os mesmos. Isso se deve pela capacidade dos estádios ser a mesma e as cidades receberem igualmente quatro jogos.

Expectativas
O diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas do Mtur,  José Francisco Lopes,  afirma que 80% dos turistas estrangeiros que virão para a Copa do Mundo aproveitarão a oportunidade para fazer turismo de lazer. "Em média esses visitantes visitarão entre 3 e 4 cidades".

Lopes destaca que os estrangeiros que vem para Copa são turistas "qualificados", a maioria com nível superior e com uma renda média familiar alta, em média de R$ 25 mil ao mês.  "São turistas que não tem medo de gastar. O país tem que aproveitar essa oportunidade".

Para José Lopes, os setores que serão mais beneficiados são os relacionados aos meios de hospedagem, como hotelaria e setor imobiliário; alimentação e de venda de souvenires, como artesanato. O diretor do Mtur acrescenta que no período da Copa das Confederações, realizada no ano passado, em seis cidades-sedes, os visitantes que vieram assistir aos jogos visitaram no total 137 cidades do país.  Agora, espera-se que com a Copa, 400 cidades brasileiras sejam visitadas pelos torcedores. 

A projeção feita pelo MTur considerou o gasto médio do turista na Copa das Confederações e a proporção de pessoas hospedadas na casa de parentes e amigos durante o evento.  A base  foi feita a partir da  pesquisa do  MTur em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). Também foram relacionados os gastos médios dos turistas brasileiros considerados pelo estudo de Demanda Turística Nacional e estrangeiros da Demanda Turística Internacional.

De acordo com o recente estudo divulgado MTur/Fipe da Copa das Confederações, a movimentação financeira de toda a cadeia produtiva até o início do torneio foi de R$ 20,7 bilhões; sendo o impacto dos investimentos públicos e privados da Copa de R$ 19,2 bilhões, o impacto dos turistas de R$ 991,6 milhões e o impacto do Comitê Organizador Local de R$ 524,4 milhõe

Fonte: Tribuna do Norte

MODERNISMO DE OTHONIEL

"O Mossoroense: Othoniel Menezes foi o primeiro poeta modernista potiguar. Qual a contribuição de sua obra para o movimento aqui no Estado?
Laélio Ferreira de Melo: Othoniel, segundo Cláudio Galvão - seu excelente biógrafo -, em 1914, em Macau, fez experiências poéticas como “futurista”, embora essa sua produção não se encaixasse completamente nas características do movimento que viria depois, em 1922. Em setembro de 1925, publicado na revista “Letras Novas”, em Natal, o poema “Atavismo” antecedeu, sem dúvida, à divulgação dos trabalhos de Jorge Fernandes. Essa sua primeira experiência modernista, pós-1922, acho eu, era um exercício de diletantismo – e, até, de gozação -, naquela base do “se vocês fazem, eu também posso fazer”. O próprio Câmara Cascudo (a quem Othoniel chamava de “Cascudinho”), tuxaua e morubixaba do movimento cá na Jerimunlândia, embora poeta não fosse, queixava-se de “Titó” (apodo dele, para Othoniel), dizendo-o “arredio” à novidade. Revelava que o poeta do “Jardim Tropical” divertia-se com os poemas futuristas, “como se assistindo atrevimentos de menino arteiro”, esnobando uma aproximação com Mário de Andrade, então hóspede do portento da Junqueira Ayres, em 1928: “a prosa, sim, o verso não, Cascudinho!” ( Entrevista de LAÉLIO FERREIRA DE MELO -“O Mossoroense, domingo, 8 de maio de 2011)


terça-feira, 13 de maio de 2014

ASSUENSE DAS ANTIGAS



Ricarte Legítimo Barbosa, conhecido popularmente como Ricarte da Bomba. Ele chegou na cidade de Assu procedente de Pendências, sua terra natal, salvo engano, nos idos de quarenta. Estabeleceu-se onde hoje está assentado o BRADESCO, vendendo solução para bateria de automóveis, tempos depois instalou um posto de gasolina, esquina da Senador João Câmara com a Rua Augusto Severo/Praça do Sal, vendendo gasolina da Atlantic, antiga distribuidora daquele combustível. Foi o primeiro revendedor de gasolina, lubrificante e autopeças do Assu, além de um dos fundadores da Rádio Princesa do Vale. Ricarte foi também agropecuarista. Fica o registro daquela figura assuense por escolha, que eu tive o prazer de conher e com ele conviver. Fotografia enviada ao blog por Pedro Otávio Oliveira.

Fernando Caldas

Liberta-me
de ti, de mim, e deste amor!
Mas no fim, permanece em mim
porque sem ti já não sei viver
já não sei amar.
Queima as últimas esperanças,
destrói todas as ilusões.
Faz com que cada palavra tua
seja uma ferida profunda
e de cada cicatriz uma marca para a vida.
Faz-me arrepender deste sentimento
que tanto me fez sorrir
e apaga do meu pensamento
tudo aquilo que quis ser,
e nunca fui.
Chega de afagos nesta alma sofrida.
Chega de sentimentos
que provocam uma dor maior,
intolerável e faz-me odiar cada instante.
Chega de dores miudinhas
que magoam o meu coração.
Não fujo de nenhuma, pelo contrario.
Volto atrás nos meus passos
para as sentir de novo.
Dores de amor,
elas deixam de ser as mesmas,
ganham uma nova cor,
outra intensidade
mas não mudam nunca de lugar.
Algumas ganham o titulo de saudade,
outras ganham o nome de mágoas.
Numas encontro o amor calado
e noutras ainda o desespero de tanto amar!
Vão perguntar porque guardo todas elas,
porque volto onde elas me feriram.
A resposta pode não ter lógica
mas é a única que tenho para dar,
porque...ainda te amo!
Cristina Costa



Barragem Armando Ribeiro, no RN, volta a encher após trégua da seca

Barragem Armando Ribeiro, no RN, volta a encher após trégua da seca

Maior reservatório do estado atingiu menor nível da história em março.
Volume atual garante abastecimento, no mínimo, pelos próximos 7 meses.

Do G1 RN, com informações da Inter TV Cabugi
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A Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, na cidade de Assu, na região Oeste do Rio Grande do Norte, voltou a aumentar o nível com as chuvas que caíram nos últimos meses. Na situação atual, mesmo estando abaixo dos 50% de capacidade, o maior reservatório do estado já consegue garantir o abastecimento dos 35 municípios que dependem dele por mais sete meses.
De acordo com matéria exibida pela Inter TV Cabugi nesta terça-feira (13), a barragem Armando Ribeiro Gonçalves atingiu, em março deste ano, o menor nível desde a construção, em 1983, chegando a 32% da capacidade total. Mas, aos poucos, vai ganhando volume e aliviando a preocupação dos agricultores da região do Vale do Açu.
O reservatório hoje está com o volume de 1 bilhão e 58 bilhões de metros cúbicos - o que representa pouco mais de 44% do que pode comportar, que são 2,4 bilhões de metros cúbicos.
“A gente vem sentindo um inverno bom para o plantio, bom para o pasto. Agora ainda é um pouco insuficiente para a questão de armazenamento de água”, afirmou Francisco de Assis da Silva, vice-presidente da representação dos trabalhadores rurais de Assu.
Barragem Armando Ribeiro Gonçalves está com 34,81% da capacidade (Foto: Canindé Soares)Barragem Armando Ribeiro Gonçalves volta a encher com a água das chuvas (Foto: Canindé Soares/G1)
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PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...