Publicado em 18/05/2014
Autor – Rostand Medeiros – rostandmedeiros@gmail.com
Sabemos que durante a Segunda Guerra Mundial a cidade da América do Sul mais engajada na luta dos Aliados contra a dominação dos países do Eixo foi Natal. Tínhamos aqui a grande base aérea de Parnamirim Field, controlada pelos americanos e que entrou para história como “Trampoline to Victory”. Como um verdadeiro gargalo aéreo, pela capital potiguar passaram milhares de aeronaves de transporte, de bombardeiro, que cruzaram o Oceano Atlântico seguindo para o combate. Os fatos deste período são bem conhecidos por aqueles que gostam de aviação, sendo um dos principais momentos na história da cidade.
Atualmente Natal é uma cidade com quase um milhão de habitantes e grande parte do nosso povo desconhece a história de sua terra e dos fatos relativos ao envolvimento potiguar na Segunda Guerra Mundial. Quando sabe de algo, é quase sempre muito superficial. Acredito que uma das razões é porque pouco existe para mostrar.
Interessante que uma localidade que tinha nos aviões a sua maior referência no mais intenso conflito da história da humanidade, atualmente não possuí em sua área territorial, em permanente exposição, uma única aeronave dos variados modelos que por aqui passaram durante a Segunda Guerra Mundial.
O triste é que no passado, no nosso tradicional Aero Clube do Rio Grande do Norte, no bairro do Tirol, aqui tivemos um genuíno exemplar de um grande quadrimotor B-17.
Mas um dia ele se foi!
MOSTRANDO AS ASAS E AS ESTRELAS
O quadrimotor Boeing B-17 foi um dos ícones da aviação militar durante a Segunda Guerra Mundial, mas sua história tem início antes do conflito. Em 1934 o então Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos (USAAC – United States Army Air Corps) emitiu as normas para a criação de um bombardeiro multimotores. Com grande clarividência a empresa Boeing Airplane Company projetou o seu Model 299 em junho daquele ano. Era um bombardeiro pesado completo, que voaria mais rápido, mais alto e com longo alcance. O Model 299 realizou seu primeiro voo em 28 de julho de 1935 em Boeing Field, chamando a atenção da imprensa na época. Mas em outubro o protótipo do 299 caiu desastrosamente no seu voo de avaliação para os militares da USAAC. O acidente foi atribuído a erro humano, mas o Air Corps reconheceu o potencial do modelo e mandou a Boeing produzir treze exemplares para avaliação.
Quando em uso na USAAC e por tudo aquilo que o grande avião quadrimotor trazia na sua capacidade operacional, ele foi logo batizado por um jornalista de Seattle como Fortaleza Voadora (Flying Fortress).
O 2º Grupo de Bombardeio, de Langley Field, em Hampton, estado da Virginia, foi equipado com as primeiras B-17 em 1937.
Como forma de treinar suas tripulações para voos de longa distância, navegação aérea, técnicas de voo de alta altitude, os comandantes americanos decidiram realizar alguns voos do tipo “Good Will Fligth” para a América do Sul, onde estes aviões estiveram primeiramente na Colômbia e depois na Argentina. Além de melhor capacitar seus aviadores, estes voos serviam para “mostrar as asas e as estrelas” do pode aéreo dos Estados Unidos aos países localizados ao sul do Rio Grande.
Outros fatores ajudaram nesta decisão, sendo o principal a grande e forte presença da aviação comercial alemã e italiana na América do Sul. Os americanos ficaram particularmente impressionados com o voo entre a Itália e o Brasil, de três aviões trimotores Savoia-Marchetti SM-79T. Comandados por Bruno Mussolini, o segundo filho do ditador italiano, o voo foi realmente um acontecimento para a época. Após partirem de Roma realizaram uma escala em Dakar e então cruzaram o Oceano Atlântico, a etapa mais longa e exigente para chegar ao Rio de Janeiro. Dois dos aviões atingiram a meta regularmente, enquanto um outro, com a matrícula I-MONI, sofreu uma falha no motor e teve que pousar em Natal. Os italianos percorreram aproximadamente 9.800 km, em pouco mais de 24 horas, a uma média de 400 Km / h.
As autoridades em Washington logo aprovaram um novo “Good Will Fligth”, desta vez para o Brasil.
B-17 NO BRASIL E VISITANDO NATAL EM 1939
Oficialmente seus aviadores participariam das comemorações do 50º aniversário da nossa Proclamação da República.
A esquadrilha de sete aeronaves Flying Fortress partiu em novembro de 1939, comandada pelo tenente-coronel Robert Olds, acompanhado de 27 oficiais e 20 sargentos, entre estes o próprio comandante do USAAC, o major general Delos C. Emmons. Este voo realizou seu trajeto passando por Miami, depois Panamá, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai e finalmente entrou em território brasileiro.
Provavelmente com a ideia de “mostrar as asas e as estelas” na área de maior concentração de alemães no Brasil, o avião do próprio comandante Robert Olds realizou uma visita a Porto Alegre. No Rio de Janeiro o ditador Getúlio Vargas fez um voo em uma das B-17 sobre a então Capital Federal.
Depois dos festejos, no voo de retorno aos Estados Unidos, a esquadrilha passou por Natal no dia 23 de novembro.
Para o então acanhado, mas estratégico, campo de aviação de Parnamirim seguiu uma grande comitiva de autoridades potiguares, tendo a frente Rafael Fernandes, então interventor federal. Nos exemplares do jornal “A República” e no livro “Asas sobre Natal – Pioneiros da aviação no Rio Grande do Norte’’ (Natal-RN, Fund. José Augusto, 2012, Págs. 404 a 410), temos a informação que a ultima aeronave pousou as 13:45, depois de sete horas de voo sem escalas desde o Rio.
Além dos americanos, vieram nas B-17 nove oficiais brasileiros que seguiam para estagiar nos Estados Unidos e em Natal ajudavam na função de intérpretes. Um trem especial transportou todos para a capital, onde no desembarque foram recebidos pela banda da Força Policial ao som dos hinos do Brasil e dos Estados Unidos. Os visitantes ficaram hospedados no recentemente inaugurado Grande Hotel, no bairro da Ribeira. Após o desembarque da composição, o major general Delos C. Emmons conheceu a cidade em carro aberto, na companhia do Secretário Geral Aldo Fernandes. Foi oferecido a eles um cocktail no Aero Clube e um suntuoso jantar no Grande Hotel. Muitos militares saíram para conhecer a bucólica Natal, que nem 50.000 habitantes possuía na época.
Chamou atenção dos natalenses o alto cargo que o general Emmons, então com 51 anos, ocupava, além do fato dele participar daquele voo. Já o comandante Olds, com 43 anos, chamou atenção por possuir a expressiva marca de 4.000 horas de voo.
A visita foi rápida, chamou atenção de alguns, mas não de muitos e as seis da manhã do outro dia os aviões da esquadrilha partiram.
O voo de regresso para os Estados Unidos foi através da Guiana Holandesa, Venezuela e Porto Rico, As Flying Fortress completaram o trajeto sem escalas até Paramaribo em nove horas.
Este voo estratégico demonstrou a utilidade de aeronaves de longo alcance e chamou atenção da imprensa especializada. Pois enquanto a rota marítima entre Nova York ao Rio levava 15 dias para ser completada e os grandes hidroaviões Clippers de empresa Pan-American realizavam este trajeto em cinco dias, os B-17 de Olds fizeram o percurso em 34 horas.
EM COMBATE
Com a deflagração da Segunda Guerra Mundial a doutrina no Air Corps mudou, bem como a própria instituição, que passaria a se chamar Força Aérea do Exército dos Estados Unidos (USAAF – United States Army Air Force). As B-17 passaram a voar em grandes formações rápidas, em alta altitude, largando suas bombas contra alvos estratégicos e defendendo-se contra combatentes inimigos com as suas próprias metralhadoras. Para isso as B-17 mudaram, sendo criadas outras versões mais modernas e com melhor armamento defensivo.
Durante a Guerra a aeronave foi empregada principalmente na campanha de bombardeios estratégicos contra a Europa ocupada. A 8º Air Force da USAAF, com base em muitos aeroportos no sul da Inglaterra, bem como a 15º Air Force, com sede na Itália, mantinham a superioridade aérea sobre as cidades, fábricas e campos de batalha da Europa Ocidental, com ataques de precisão a luz do dia. Trabalhavam combinados com o Comando de Bombardeiros da Royal Air Force – RAF, que operavam a noite. O B-17 Flying Fortress também participou da Guerra do Pacífico, mas em menor escala.
A B-17 era potente como bombardeiro de longo alcance, capaz de se defender e voltar para casa, apesar dos danos de batalha. Rapidamente tomou proporções míticas entre os aviadores, com notáveis histórias dos B-17 que sobreviviam com enormes danos. Até o fim da guerra, em 1945, o B-17 foi um dos bombardeiros americanos mais ativos durante o conflito, com 290.000 missões realizadas, tendo lançado mais de um terço (640.000) dos 1,5 milhões de toneladas de bombas americanas na Europa e no Pacífico. Mais de 12.731 exemplares da Flying Fortress foram fabricados.
Milhares deles, a caminhos dos teatros de operações, passaram por Natal e posaram em Parnamirim Field.
VOANDO NA FAB
Com o final do conflito a grande maioria das B-17 Flying Fortress foram desativadas e muitas se transformaram em sucata. Outras foram convertidas para uso em reconhecimento aéreo, transporte de carga e busca e salvamento (SAR- Search and Rescue), tendo a voado ainda por muitos anos.
No início da década de 1950 a Força Aérea Brasileira precisava formar uma unidade de busca e salvamento marítimo e outras especialidades. Para isso foram adquiridos 13 B-17 entre 1951 e 1968 (uma delas foi perdida na fase de treinamento e não entrou no inventário da FAB). Estas aeronaves ficaram lotadas no 6º Grupo de Aviação (6º GAV), com base em Recife, Pernambuco. O 6º GAV por sua vez possuía dois esquadrões de B-17: o 1º Esquadrão/6º Grupo de Aviação (1º/6º GAV), que operou as aeronaves de busca e salvamento e o 2º Esquadrão/6º Grupo de Aviação (2º/6º GAV), que operou os B-17 no reconhecimento, meteorologia e aerofotogrametria.
Os vetustos quadrimotores serviram condignamente a FAB, que foi a última operadora militar a retirar estas aeronaves de serviço. Foram utilizados para apoiar uma unidade militar brasileira a serviço da ONU na Faixa de Gaza em 1956. Realizaram voos de transporte na Amazônia e as aeronaves de reconhecimento e fotogrametria fizeram os primeiros levantamentos topográficos da região amazônica. Mas os anos de voo começaram a cobrar um alto preço. Além de acidentes, muitas aeronaves passaram a não mais voar, servindo como fornecedora de peças para manter outras voando. Em 1968 foi o fim das atividades do B-17 na FAB.
Segundo o site http://culturaaeronautica.blogspot.com.br/ uma destas aeronaves foi doada para um museu aeronáutico nos Estados Unidos e duas outras ficaram no Brasil. Uma delas é o Boeing B-17 G-95-VE, que nos Estados Unidos utilizou a numeração 44-8558. Até nossos dias este belo avião está em exposição na entrada da Base Aérea de Recife, nas cores e configuração originais da FAB. Segundo informação do site culturaaeronautica, embora este B-17 esteja ao ar livre, é cuidadosamente conservada pelo pessoal da base, sendo a única aeronave do seu tipo preservada e exposta no Brasil. Talvez em toda América do Sul.
Já a outra aeronave veio para Natal.
A B-17 DO AERO CLUBE DO RIO GRANDE DO NORTE
A B-17 natalense era um Boeing B-17G-95-DL, que nos Estados Unidos tinha o número 44-83718. Após ser desativada esta aeronave ficou estocada por três anos em Recife e depois foi transferida para a Base Aérea de Natal. Com grande festa, por ocasião do dia do Aviador, 23 de outubro de 1972, os militares colocaram a B-17 em exposição estática no Aeroclube do Rio Grande do Norte e durante a década de 1970 este avião foi a maior referência na memória dos natalenses sobre o período da Segunda Guerra Mundial.
Consta que o homem que trouxe esta B-17 para Natal, e depois para o Aero Clube, foi o brigadeiro Everaldo Breves. Este militar, hoje nome de avenida na cidade de Parnamirim, já naquela época possuía a ideia de ser construído um museu que guardasse a memória do envolvimento de Natal durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1973, durante uma visita de jornalistas americanos a Natal, eles foram aparentemente levados pelo brigadeiro Breves a conhecer a B-17 e a história da nossa participação no conflito.
Quem vinha de carro para aquela tranquila Natal dos anos 70, com pouco menos de 300.000 habitantes, e desejava seguir em direção ao centro da cidade, normalmente se deslocaria pela Avenida Hermes da Fonseca. Em dado momento surgia à sua esquerda, dominando o cenário, um grande quadrimotor prateado, com listas amarelas e hélices negras. O B-17 ficava em um ponto mais elevado do terreno, nas dependências do Aero Clube, no bairro do Tirol.
Em 1977 a família do autor deste artigo foi morar no bairro do Tirol.
Passei a fazer parte da escolinha de natação do clube e sempre estava perto da B-17. Muitas vezes fui bater bola no Aero e sempre contemplava a B-17. Meus pais já tinha me dado a satisfação de ter comprado alguns poucos livros com desenhos de veteranas B-17 da época da Guerra e passei horas embaixo da sombra de suas asas, comparando os desenhos e a “minha” B-17.
Um Senhor que trabalhava no Aero Clube, certamente com pena, algumas vezes abriu a pequena porta próximo a deriva da aeronave e eu percorria a sua fuselagem. Sentei na cabine de comando, toquei no manche, contemplei a infinidade de “reloginhos” que havia no painel, visualizei da cabine a dimensão daquelas asas e disposição dos motores. Curti muito aquela aeronave!
A B-17 DO AERO NUNCA FOI A PRIMEIRA A POUSAR EM PARNAMIRIM FIELD EM 1942
No “bico” do avião havia uma placa com os seguintes dizeres;
“FORTALEZA VOADORA-B-17-PRIMEIRO AVIÃO MILITAR USA QUE POUSOU NA BASE AÉREA DE NATAL-“TRAMPOLIM DA VITÓRIA”, EM 6-1-1942”
Apesar de toda pompa e circunstância dos dizeres, a B-17 do Aero Clube do Rio Grande do Norte nunca foi o avião homenageado.
Segundo o site http://darozhistoriamilitar.blogspot.com.br/2009/11/missao-pernambuco-b-17-fortaleza.html as B-17 destinadas a serem utilizadas para o serviço de busca e salvamento (SAR), foram adaptadas a partir de aeronaves B-17 do modelo G, onde 180 delas foram modificadas para esse padrão. As B-17 destinadas ao serviço de busca e salvamento (SAR) possuíam a denominação SB-17G e as aeronaves destinadas a função de reconhecimento aero fotográfico e meteorológico tinha a denominação RB-17G.
Ademais a B-17G só decolou pela primeira vez em 21 de maio de 1943, e as aeronaves de produção começaram a aparecer em julho daquele ano. Esta versão do Flying Fortress foi a produzida em maior número do que qualquer outra versão. Um total de 8.680 B-17G saíram das fábricas – 4.035 pela Boeing, 2.395 pela Douglas e 2.250 pela Vega. (Ver –http://www.historyofwar.org/articles/weapons_B-17G.html)
E finalmente, para corroborar esta informação, sabemos que o número original deste avião nos Estados Unidos era 44-83718. Quem olhar as fotos de aviões americanos na Segunda Guerra Mundial, normalmente vai encontrar uma série de sete números na deriva da aeronave. Geralmente os dois primeiros números correspondem ao ano que o contrato de fabricação foi firmado entre os militares e a indústria produtora. (Ver –http://www.joebaugher.com/)
Mas realmente, no dia 6 de janeiro de 1942, menos de um mês após o ataque japonês a base naval de Pearl Harbor, nas ilhas Havaí, aviões B-17, e também os B-24 Liberators, passaram por Parnamirim Field em direção ao Extremo Oriente.
Com a entrada dos Estados Unidos na guerra foi necessária a transferência de aeronaves de bombardeio para apoiar a luta contra os japoneses nas Filipinas. Mas devido ao surpreendente avanço nipônico, os americanos decidiram seguir por outra rota, passando pelo Brasil e Natal. Até fevereiro de 1942 a Rota do Atlântico Sul, serviu como a principal linha de comunicações aéreas entre os Estados Unidos e o sudoeste do Pacífico. A transferência destes bombardeiros passando por Natal ficou conhecida como “Project X” e se tornou o primeiro grande esforço de transferência de grandes unidades de bombardeiros americanos durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar de muitos atrasos, 44 bombardeiros do tipo B-24 e B-17 foram entregues as forças combatentes no Sudoeste do Pacífico.
Quatro dos B-17 se perderam completamente sobre o Oceano Atlântico depois de passarem por Natal. Outro caiu próximo a Belém, um foi forçado a retornar para os Estados Unidos para reparos e um ficou esperando por socorro mecânico na África até maio 1942. Apesar dos problemas, para a natureza pioneira do trabalho foi um bom começo, pois se deve considerar que enquanto o movimento de aviões estava em andamento, com equipes inexperientes e mal treinadas, os americanos se desdobravam em organizar uma grande rota aérea de transporte através do Atlântico Sul, África e Índia. Rota onde Natal teve um papel destacado. (Ver –http://en.wikipedia.org/wiki/South_Atlantic_air_ferry_route_in_World_War_II)
A SAÍDA DA B-17 DE NATAL E O QUE SOBROU DESTA MEMÓRIA
Apesar de sua importância histórica, infelizmente, sem conservação adequada, a aeronave deteriorou-se muito, e acabou transferida em 1980 para o Museu Aeroespacial – MUSAL. A aeronave foi desmontada e transportada para o Rio de Janeiro, sendo as partes maiores, fuselagem e asas, levadas pelo navio Soares Dutra, e as menores, como partes da empenagem e motores, por caminhão. As partes que vieram por navio ficaram bastante danificadas no transporte, e chegaram ao MUSAL em 29 de dezembro de 1980.
Foram estocadas no hangar de restauração do MUSAL por muitos anos, e alguns trabalhos de recuperação chegaram a ser feitos nesse tempo, até meados da década de 2000. Com a reorganização e remodelação do hangar de restauração do MUSAL, o avião foi retirado de seu interior e armazenado ao ar livre, protegido das intempéries por lonas plásticas, e assim se encontra até hoje, dezembro de 2010. Não existe previsão para a conclusão dos serviços de restauração desse avião, por falta de recursos financeiros. Foi uma grande perda para Natal. (Ver – sitehttp://culturaaeronautica.blogspot.com.br/)
Para finalizar sei que no município de Parnamirim, dentro da Base Aérea de Natal-BANT, existem as aeronaves de bombardeio B-25 Mitchell e B-26 Invader, na chamada Praça “Ninho das Águias”, reinaugurada em 20 de outubro de 2009, depois que as aeronaves passaram por reformas desde 2006. Entre os anos de 1942 e 1975, essas aeronaves integraram o 1º Grupo de Bombardeio Médio, o 5º Grupo de Aviação (5º GAV) e a Esquadrilha de Adestramento da Base. O B-25 Mitchell começou a operar em 1942 durante a 2ª Guerra Mundial até 1957, e o B-26 Invader entre 1957 e 1975, sendo o último avião de bombardeio utilizado pela FAB. Ao todo, as aeronaves somam 86 mil horas de voo em Natal.
Isso tudo é muito louvável. Mas a BANT é uma unidade militar e não um centro de memória. Apesar de haver uma política dos militares destinada a visitação destas aeronaves, algumas vezes o acesso é mais limitado e a burocracia de fiscalização, necessárias para a integridade da unidade, é muitas vezes falha. E nem todo mundo tem algum amigo lá dentro que facilite o acesso mais rapidamente. Melhor seria se estas aeronaves estivessem como a B-17 em Recife; colocadas no portão de acesso, mas pelo lado de fora. A vigilância militar manteria a integridade das aeronaves, em uma área onde seria possível estacionar um veículo e comtemplar as velhas águias.
Acredito que assim poderíamos ter como mostrar a nossa gente, uma parte muito interessante de nossa história.