quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817 – INDEPENDÊNCIA SIM, LIBERTAR ESCRAVOS NÃO!

Publicado na revista Aventuras na História, através do Blog http://maniadehistoria.wordpress.com/2009/03/05/revolucao-de-1817/
Após a chegada da Corte portuguesa, em 1808, o Rio de Janeiro não teve do que reclamar. Dom João VI e seu séquito transformaram a cidade no centro do Império Português. Ela passou a receber impostos vindos das outras regiões do Brasil e a desfrutar de todas as vantagens do sistema colonial. Se antes os brasileiros odiavam o controle exercido por Lisboa, agora era a supremacia do Rio que causava indignação. Na região norte (que hoje chamamos de Nordeste), o ressentimento com a corte era enorme. As cidades de lá não viam vantagem em mandar tanto dinheiro para o sul. Entre as taxas, havia uma destinada a financiar a iluminação das ruas do Rio. Não é surpresa que ela tenha se tornado o grande símbolo da exploração.
http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo02/confed_equador.html#f4016_amp.html
Recife no início do século XIX – Fonte – http://www.multirio.rj.gov.br
Em nenhum lugar a revolta foi tão contundente como em Pernambuco. Entre 1817 e 1824, a província se manteve em estado de rebeldia constante, tornando-se uma pedra no sapato do rei português dom João VI e, depois, do imperador brasileiro dom Pedro I. Mas o que a elite pernambucana que promoveu esta revolta tinha de tão diferente e tão comum ao resto do país? 
Para começar, entre 1630 e 1654, a então capitania tinha sido governada pelos holandeses. Os invasores foram expulsos pelos pernambucanos, que, em vez de proclamar independência, optaram por voltar a ser colônia de Portugal. Ao fazer isso, eles se sentiram senhores do seu próprio destino. Pernambuco estaria submetida à Coroa por opção. “Enquanto entre El Rei e os demais colonos prevaleceria urna sujeição natural, os pernambucanos manteriam com a monarquia um vínculo consensual, ao se haverem libertado dos Países Baixos mercê de uma guerra travada por seus próprios meios, havendo assim retornado à suserania lusitana de livre e espontânea vontade”, diz o historiador Evaldo Cabral de Mello no livro A Outra, Independência.
Esse gosto pela autonomia nascido no século 17 alimentou o ódio de Pernambuco às imposições da Corte. Para completar, a vinda de dom João VI coincidiu com um período inédito de prosperidade. No início do século 19, graças à produção de algodão, Pernambuco era uma das partes mais ricas do país. Do outro lado do oceano, Inglaterra e França viviam a Revolução Industrial e precisavam alimentar suas frenéticas fábricas de tecido. Os pernambucanos embarcavam sua produção no porto de Recife diretamente para o Velho Mundo (e para os Estados Unidos). Mas não podiam fazer isso sem prestar contas à Corte.
Nota do jornal Correio Braziliense, sobre a revolta pernambucana de 1817
Nota do jornal Correio Braziliense, sobre a revolta pernambucana de 1817
O algodão fez com que Recife se firmasse, ao lado de Salvador, corno grande entreposto comercial. “Recife tinha grande influência sobre Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Alagoas”, diz Eduardo Schnoor, doutor em História Social pela Universidade de São Paulo. Naquele intercâmbio não circulavam só mercadorias. Os comerciantes estrangeiros que aportavam em Recife traziam um bocado de novas idéias. E algumas delas não combinavam nada com a situação colonial, como os princípios de liberdade e igualdade que haviam inspirado a independência americana, em 1776, e a Revolução Francesa, em 1789. Quando esses ideais se juntaram à indignação diante dos impostos, o caldeirão revolucionário começou a ferver.
República
As lojas maçônicas, que pipocavam no Recife, serviam como local de discussão das idéias liberais e de reuniões que planejavam complôs contra a Coroa. Diante do clima de conspiração, em 6 de março de 1817, o governante da província, Caetano Pinto de Miranda Montenegro, mandou prender diversos suspeitos de querer implantar uma república em Pernambuco. Mas o tiro saiu pela culatra. Ao receber voz de prisão, o capitão de artilharia José de Barros de Lima matou seu comandante e saiu às ruas acompanhado por soldados. Libertou os conspiradores e ajudou a prender o governador. No dia 7 de março, foi implantado um governo provisório. Assim que assumiram o poder, os rebeldes divulgaram uma Lei Orgânica. As novidades não eram poucas: a província virava uma república, independente de Portugal. O texto estabelecia ainda a liberdade de imprensa e a igualdade de direitos, mas não ousava mexer com a escravidão.
O governador Caetano Pinto de Montenegro - Fonte - http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0184z15.htm
O governador Caetano Pinto de Montenegro – Fonte – http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0184z15.htm
A república pernambucana buscou apoio no exterior. Enviou emissários à Argentina e aos Estados Unidos, propondo acordos comerciais e pedindo reconhecimento. Ao mesmo tempo, os revolucionários criaram uma bandeira própria e difundiram o costume de chamar os cidadãos de “patriota”. Mas nem todos aceitaram as mudanças. No norte da província, os produtores de algodão eram mais receptivos aos novos ideais políticos — muitos deles haviam estudado na Europa. Já no sul predominavam decadentes fazendeiros de cana-de-açúcar, cujo interesse era preservar o sistema colonial, pois o açúcar ainda tinha Portugal como principal freguês.
Assim que soube da insurreição, dom João VI mandou suas tropas reprimirem o movimento – que já havia atingido a Paraíba e o Rio Grande do Norte. Durante os combates, as forças da Coroa contaram com a ajuda de milícias organizadas pelos senhores de engenho e a revolução foi sufocada em dois meses. O capitão José de Barros de Lima e outros rebeldes foram enforcados pelo crime de alta traição. Seus corpos foram esquartejados e tiveram partes expostas em diferentes cidades. Mas a brutalidade não foi capaz de conter o ânimo dos pernambucanos. Mesmo derrotada, a Revolução de 1817 colocou o norte na vanguarda do movimento de independência do Brasil. Enquanto o sul havia visto apenas inconfidências esmagadas nos estágios iniciais, Pernambuco havia acabado de ensaiar uma experiência autônoma de governo.
O Carmelita Miguel de Almeida e Castro, conhecido como Frei Miguelinho, era potiguar de Natal e teve participação ativa na revolta de 1817 em Pernambuco. O quadro mostra seu julgamento em Salvador, onde foi condenado a morte pelo fuzilamento e a pena cumprida no dia 12 de junho de 1817. É nome de cidade em Pernambuco e muito cultuado no Rio Grande do Norte.
O Carmelita Miguel de Almeida e Castro, conhecido como Frei Miguelinho, era potiguar de Natal e teve participação ativa na revolta de 1817 em Pernambuco. O quadro mostra seu julgamento em Salvador, onde foi condenado a morte pelo fuzilamento e a pena cumprida no dia 12 de junho de 1817. É nome de cidade em Pernambuco e sua memória é muito cultuada no Rio Grande do Norte.
Depois de enfrentar a rebeldia pernambucana, dom João VI teve que cuidar de um novo levante. Dessa vez foi em Portugal: a Revolução Liberal do Porto, que começou em agosto de 1820. O movimento exigiu o retorno do rei, elegeu uma assembléia que limitou os poderes da monarquia lusa e, na prática, passou a controlar o Império Português. Em março de 1821, dom João VI foi para Lisboa e deixou aqui o filho
Pedro, na condição de príncipe regente do Brasil. No mesmo ano, a assembléia tirou da cadeia os envolvidos na Revolução de 1817 que estavam presos.
No dia 26 de outubro de 1821, seguindo a orientação da assembléia portuguesa, foi escolhida a primeira Junta de Governo de Pernambuco. Seu líder, Gervásio Pires, era um ex-revolucionário de 1817. Depois de tanto lutar, os pernambucanos pareciam ter encontrado sua liberdade. Afinal, eles não precisavam mais engolir governadores nomeados por dom João VI. A Junta de Gervásio, como ficaria conhecida, investiu na educação, instituiu o concurso como forma de escolher funcionários públicos e parou de enviar tributos à Corte.
Tela do carioca de Niterói Antônio Diogo da Silva Parreiras (1860-1937) sobre a revolta de 1817
Tela do carioca de Niterói Antônio Diogo da Silva Parreiras (1860-1937) sobre a revolta de 1817
Enquanto isso, no Rio de Janeiro, um novo projeto estava sendo criado para o Brasil. Seu principal articulador era o político José Bonifácio de Andrada e Silva. Para ele, o país devia se tornar independente, com as províncias unidas sob o comando do príncipe Pedro. Os pernambucanos novamente se dividiram. Alguns gostaram dos planos de Bonifácio. Já Gervásio e outros preferiam manter os laços frouxos com Lisboa. Eles anteviam que, com a independência, o poder voltaria a se concentrar no Rio e a autonomia da província chegaria ao fim.
Em 1° de junho de 1822, chegou ao Recife uma comitiva vinda do Rio. O grupo obrigou Gervásio a reconhecer que dom Pedro era o líder máximo do Brasil. Apesar disso, a Junta continuou se opondo à independência. A experiência bem-sucedida de Gervásio tinha feito os pernambucanos gostarem ainda mais de controlar o próprio destino. O problema é que, em 7 de setembro, o príncipe regente resolveu se tornar dom Pedro I, imperador do Brasil. Dias depois da independência, um golpe em Pernambuco tirou Gervásio do poder. Em 17 de setembro de 1822, uma nova junta, dominada por senhores de engenho e alinhada ao Rio de Janeiro, assumiu o controle da província, no que ficou conhecido como o Governo dos Matutos.
Confederação
O Brasil precisava de novas leis. Em 1823, foi eleita uma Assembléia Constituinte, que se reuniu no Rio de Janeiro. Mas, em 12 de novembro, dom Pedro I ordenou seu fechamento. Os temores haviam se concretizado: o imperador não estava muito a fim de dividir seu poder. Em Pernambuco, a reação veio rápido. O Governo dos Matutos foi derrubado e, em 13 de dezembro, as câmaras municipais de Recife e Olinda elegeram uma junta de governo. À frente dela estava Manuel de Carvalho. Veterano da Revolução de 1817, ele havia se refugiado nos Estados Unidos, onde se encantara com o grau de autonomia dos estados. Era isso o que muitos pernambucanos queriam para o Brasil. Mas, em 25 de março de 1824, o imperador entregou ao país uma nova Constituição. No texto, dom Pedro I estava acima do povo e de qualquer instituição. E era ele, claro, quem deveria escolher os presidentes das províncias.
Bênção das bandeiras da Revolução de 1817, de Antonio Parreiras.
Bênção das bandeiras da Revolução de 1817, de Antonio Parreiras.
Para Pernambuco, o imperador nomeou José Carlos Mayrink. Em meio à agitação na província, entretanto, o escolhido não teve coragem de assumir. Dom Pedro I mandou uma esquadra bloquear o porto de Recife enquanto o poder não fosse passado a Mayrink. Os pernambucanos continuaram irredutíveis até que, em junho, a frota teve de voltar ao Rio por causa de uma suposta ameaça de invasão portuguesa.
Com o fim do bloqueio, Manuel de Carvalho propôs que as províncias do norte se unissem para formar um país independente. Em 2 de julho de 1824, nascia a Confederação do Equador, inspirada nos Estados Unidos. Um dos membros mais destacados do movimento foi Frei Caneca. Com sua influência religiosa, ele conseguiu o apoio de Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, que aderiram à Confederação.
Em pouco tempo, as notícias sobre o levante começaram a queimar o filme do Brasil no exterior. Nem todas as grandes nações da época haviam reconhecido a autoridade de dom Pedro I e a revolta não ajudava em nada a diplomacia. Em agosto, tropas imperiais desembarcaram em Alagoas e de lá foram para o Recife, seguindo o mesmo caminho de 1817. E, como na primeira revolta, os senhores de engenho ajudaram a derrubar os rebeldes.
"Estudo para Frei Caneca", de Antônio Parreiras (1918).
“Estudo para Frei Caneca”, de Antônio Parreiras (1918).
A Confederação foi extinta em 29 de novembro. Carvalho foi poupado e fugiu para a Inglaterra, enquanto outros líderes da insurreição foram executados. No Rio de Janeiro, a Corte respirava aliviada com a manutenção de seu poder sobre todo o país. Mas vivia com medo dos pernambucanos. O conservador Diário Fluminense advertiu que a repressão deveria ser dura, pois a tranqüilidade poderia não durar. “E o sono do leão adormecido (…) pela perda de sangue. Repousou seis anos depois da primeira queda. Como se levantou? Mais atrevido e mais insultador do que nunca.”
Mas nos escravos ninguém mexe – A liberdade não era para todos os pernambucanos
A Revolução de 1817 era liberal, mas os grandes proprietários de terra, nem tanto. A idéia de perder toda a mão-de-obra escrava sob decreto de um novo regime afastava muitos fazendeiros do movimento e neste aspecto esta elite agrária em nada diferia do resto da elite brasileira.
Os líderes rebeldes sabiam que o apoio deles era fundamental e não incluíram a abolição em suas propostas. “A questão escravocrata foi secundária entre as idéias que dominaram a revolução de 1817″, diz o historiador Eduardo Schnoor. O Governo Provisório não tocou no assunto, mas os senhores de escravos não ficaram satisfeitos.
Uma junta de revolucionários pernambucanos de 1817 - Fonte - http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0184z15.htm
Uma junta de revolucionários pernambucanos de 1817 – Fonte – http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0184z15.htm
Para desmentir rumores de que os negros seriam libertados, as novas autoridades disseram que uma eventual emancipação dos escravos seria feita de forma “lenta, regular e legal”. E, para que os fazendeiros tivessem certeza de que nada ia acontecer, havia um adendo: “a base de toda sociedade regular é a inviolabilidade de qualquer espécie de propriedade”. Sete anos depois, a Confederação do Equador foi um pouco mais ousada. O líder Manuel de Carvalho não chegou a abolir a escravidão, mas suspendeu o tráfico negreiro em Pernambuco.

Do blog: http://tokdehistoria.com.br

MEU NOME ESTÁ NO AURÉLIO?-PESSOAS QUE VIRARAM PALAVRAS

Grandes obras e grandes mentiras criaram alguns termos do dicionário

Já imaginou se você deixasse à humanidade uma palavra derivada de si mesmo? No caso dos políticos, “malufagem” poderia ser uma derrapada ao lidar com o erário público, e “lular” seria tropeçar no vernáculo. Segundo o linguista John Schmitz, da Unicamp, existem na língua portuguesa quase mil palavras derivadas do nome de pessoas. Esse tipo de vocábulo também tem nome: epônimos. “A maioria está concentrada no vocabulário médico e científico, como ‘mal de Parkinson’, ou em avanços tecnológicos”, diz Schmitz. Abaixo, veja algumas marcas que figuras históricas deixaram em nossa língua.
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Filipeta na cadeia
Esse panfleto mais sofisticado surgiu de um estelionato. Em 1952, Luís Felipe Albuquerque Junior, um tenente da FAB que espalhou anúncios por todo o Rio de Janeiro anunciando: “Dobre seu dinheiro em três meses”. Quem lhe desse uma quantia a receberia em dobro meses depois. Quando a polícia descobriu que se tratava de pura tramoia, acabou com o negócio e levou Felipe preso, difundindo seu nome pela cidade.
Gumercindo à Beça
Em 1903, depois que o Acre foi reincorporado ao Brasil, seus habitantes lutavam para que ele não fosse anexado ao estado do Amazonas. Para defender os interesses dos acreanos, foi chamado o advogado Gumercindo Bessa. “Ele apresentou argumentos tão esmagadores e numerosos em favor da separação que logo se tornou figura respeitada nos meios forenses”, diz Raimundo Magalhães Júnior, em seu Dicionário de Provérbios. O Acre acabou independente e o sobrenome de Gumercindo virou sinônimo de fartura.
Juiz L.A.R.Ápio
Uma das hipóteses para o surgimento dessa palavra vem da República romana (509-31 a.C.). Na época, os pretores eram os magistrados com mais poder em mãos. Reza a lenda que um deles, Lucius Antonius Rufus Appius, decidia suas sentenças a favor de quem melhor lhe subornasse. O juiz acabou cunhando a palavra “larápio”, derivada de sua assinatura: L. A. R. Appius.
Algarismo muçulmano
Durante o esplendor cultural e científico de Bagdá nos séculos 8 e 9, o matemático e astrônomo Abu Ja’far Mohamed ibn Musa al-Khwarizmi (780-850) criou nada menos que o sistema de numeração decimal e os dez símbolos numéricos que são usados até hoje. O sobrenome do grande sábio muçulmano – Al-Khwarizmi – resultou no substantivo para designar os símbolos numéricos: “algarismo”. E a penúltima palavra do título de sua obra-prima, o livro Al-Kitab al-mukhtasar fi hisab al-jabr wa’l muqabala, originou a palavra “álgebra”.
Charles Cunningham Boycott
Charles Cunningham Boycott
Boicotem o Charles
A primeira vítima de um ato coletivo de negação foi Charles Cunningham Boycott (1832-1897). Administrador de terras irlandesas, ele era tão rígido com os camponeses que eles resolveram se unir e recusar suas ofertas de trabalho. Boycott acabou demitido e seu nome passou a designar o protesto que virou moda em todo o mundo a partir do fim do século 19.
O mausoléu do Mausolus
A palavra “mausoléu” surgiu com o soberano Mausolus, governador da Cária, parte do império persa e atual sudoeste da Turquia. Pouco antes de morrer, ele mandou construir um monumento fúnebre para si mesmo. A obra só foi terminada depois de sua morte, em 353 a.C., sob o comando de sua mulher, Artemisa. Com quatro andares e dezenas de colunas e esculturas de mármore, foi considerada uma das sete maravilhas do mundo, recebendo o nome da cidade onde foi erguida: Mausoléu de Halicarnasso. 
Fonte – Leandro Narloch - http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/pessoas-viraram-palavras-433925.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_avhistoria

Fonte:  http://tokdehistoria.com.br

Aluna de Assú conquista medalha de bronze na Olimpíada Brasileira de Matemática das escolas Públicas

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(Foto: Cedida)
Nesta terça-feira (02), foi divulgada a relação final dos vencedores da edição 2014 da Olimpíada Brasileira de Matemática das escolas Públicas, promovido pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e que tem como objetivo estimular o estudo da matemática e revelar novos talentos na área. Entre os destaques está a aluna Aisla Lívia Alves de Castro, do 7° ano do Fundamental da Escola Municipal Prof. Antônio Guerra, da comunidade de Linda Flor, em Assú. A jovem sagrou-se vencedora e recebeu a medalha de Bronze na Olimpíada que atraiu competidores de todo o Brasil. “Foi uma emoção sem tamanho. Fiquei muito feliz com as provas e com a medalha”, resumiu a jovem. A diretora da escola, Gardelha Xavier, e o professor de matemática, Antônio Adailton, parabenizaram a aluna e comentaram sobre o incentivo da instituição para novos desafios. “Ela mostrou que possui garra e muita determinação. Com isso, o resultado positivo era algo que poderia chegar e chegou”, afirmou Antônio. “Aisla mostrou todo o seu empenho e sabedoria nessas provas. Mostrou que com esforço e estudo os bons números aparecem. Essa medalha de bronze é a prova que ela está no caminho certo. Em 2015 teremos novos alunos disputando essas provas e obtendo os melhores resultados. Aqui na escola, incentivamos esses verdadeiros campeões”, ressaltou a diretora Gardelha Xavier.
Iniciação científica
 
Nesta edição foram computados 6.500 medalhistas (500 medalhistas de ouro, 1.500 medalhistas de prata e 4.500 medalhistas de bronze) e cerca de 46.200 ganhadores de menções honrosas. Os 6.500 medalhistas serão convidados a participar do Programa de Iniciação Científica (PIC 2014), que será realizado em 2015. Também serão premiados professores, escolas e secretarias de educação de municípios que se destacarem em virtude do desempenho dos alunos. Iniciada em 2005, a OBMEP é promovida com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), e conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM).
 
A notícia com credibilidade.

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"O amor é anterior à vida,
Posterior à morte,
O início da criação, e
O expoente da respiração."

____________Emily Dickinson
em "Poemas Completos"

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O ANJO AZUL

Maria Eugênia Maceira Montenegro.
 
Maria Elisa era de uma beleza rara: loura, de olhos azuis, meiga e graciosa. Tinha a mania de vestir-se só de azul. Seus acessórios, sempre tinham tonalidade de sia cor preferida.

Certa noite, preparou-se para ir ao baile com o marido, um boêmio incorrigível.

Estava realmente linda no seu vestido longo, rodado, mais parecendo uma Cinderela. Sentou-se numa cadeira de balanço, à espera do marido, que ficara de voltar cedo. E pôs-se a esperar. Deu meia noite, zero hora, uma e meia, e nada do marido chegar. Cansada dos balanços e da espera, adormeceu, a cabeça pendida sobre o ombro. Nos cabelos, uma rosa e nas mãos, um leque. Parecia uma fada vestida de azul.

De madrugada, pé ante pé, ele chegou, abrindo devagarinho a porta. Ali, na sala de visitas, ele a viu. Parou. Estático pôs-se a observá-la, com o remorso a remoer-lhe o coração. Monologou:

- Meus Deus! Eu nem sabia que tinha em casa um anjo azul. 
*_*
Livro: Todas as Marias.
Foto ilustrativa: Naomi Watts - filme "Diana".
 
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Fotografia do arquivo de  Clênio Lins Caldas

A fotografia acima é de José Lins Caldas, único irmão do poeta João Lins Caldas, tio do assuense João Moacir Lins Caldas

O poeta Caldas, saudoso dos seus tempos de infância, do querido irmão falecido em 1933, escreveu o poema sob o título O irmão. Vamos conferir para o nosso deleite:

Éramos os dois, os filhos
De meu pai, os filhos de 
Minha mãe. Percorridas escolas,
Caminhos andados. As varas cortadas para o quintal.
Os frutos colhidos, alpendres e terreiros, gaiolas
E laços, armadilhas suspensas, anzóis para as águas
No que era meu só.
O irmão sou. O irmão era. Um, outro, o outro-ele dorme]
Não sei, talvez lembrará.
A casa velará hoje os seus passos
De sombra, assombro. Espectro? Fantasma?
Quem, então, para me falar. Mas eu estou.
Certo ele está. Será outra sombra.

________________João Lins Caldas
Em, Poética, 1975, FJA, Natal.


clenio caldas deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Fotografia do arquivo de  Clênio Lins Caldas Fotog...":

Com muita emoção e orgulho deparo-me com a fotografia de meu saudoso e querido avô paterno, José Lins Caldas, por deferência especial de meu dileto primo Fernando Caldas. Faço parte desse nobre clã dos Caldas, cujo tio-avô, João Lins Caldas, poeta, escritor e orador, é o membro mais ilustre.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014



A primavera da vida aquece e acalenta o coração.
Florescem os sonhos na aurora da maturidade.
Quero que o tempo retroceda, na busca da felicidade.
Na esperança do porvir, busco no amaranhado dos sonhos,
a alegria dominante dos momentos de querer bem,
do querer mais e de amar mais.
Na espera do amanhã, na existência dos sentimentos,
na alegria dos encontros, na ventura do sorrir
e na plenitude de ser feliz.
Nesta solidão reinante,
procuro estímulo para continuar a esperar.
Espero que os sonhos se tornem realidade, que a ausência
se torne presença constante, que a ternura perdure
e que o amor floresça.
Retomo o caminho perdido,
o espaço percorrido, o sonho amanhecido,
a esperança revivida, o carinho reencontrado e o amor renascido.
Muitos sonhos desejaram permanecer plenos.
Mas, pelos ventos e tempo, foram impedidos.
Cristina Costa

EM TEMPOS DE SECA E ESTIAGEM


“E disse Deus: Eu te conheci no deserto, em terra muito seca.” Oséias 13:5

O medo do racionamento de água em função da falta de chuvas em algumas regiões de nosso país, em especial nos estados de São Paulo e Minas Gerais, já é uma realidade para muitas famílias. A seca não é somente um fenômeno ambiental com consequências negativas, como a realização de um evento natural sobre uma população vulnerável, mas um fenômeno de dimensões econômicas, sociais e políticas secularmente presente na vida da população.Atribui-se a maior seca dos últimos 84 anos como a grande responsável pela situação.

Este vem se constituindo o assunto do momento em todas as rodas sociais, grupos, famílias, etc. Teme-se pelo que possa ocorrer caso as precipitações pluviométricas não ocorram com abundância a curto prazo. Governos e administrações estaduais e municipais movem-se no sentido de minimizar os efeitos catastróficos da inédita estiagem que se abate sobre nosso país, desde as últimas oito décadas. Campanhas são deflagradas para que a população se conscientize e economize o máximo, evite o desperdício do precioso líquido. Toda e qualquer chuva é celebrada e comemorada com alegria e satisfação pela população que vive dias de angústia já convivendo, em muitos lugares, com torneiras secas e graves problemas e sequelas pela falta da água.

Entretanto há um outro mal em escala assombrosamente maior que grassa em todo o planeta, levando milhões a um deserto sem esperança. O mundo gira, o tempo se escoa, os fatos se sucedem, os acontecimentos se desenrolam de forma vertiginosa, no entanto a população permanece inerte sem defesa e sem amparo diante do que constata ao seu redor. São mentiras, calúnias, falsidade, egoísmo, truculência, violência, fome, enfermidades, falta de amor, indiferença, medo, angústia, tristeza, enfim, segue-se uma numerosa relação de males para os quais não existe seguro que os cubra e nem resguardo que os proteja. Mesmo aqueles que dispõem de recursos financeiros que os coloque acima da média dos habitantes deste globo, vivenciam momentos em que lhes é impossível escapar de um sofrimento. São lares desfeitos, afetos não correspondidos, perda da autoestima, degradação de valores. As estatísticas permanecem registrando tragédias e atos sinistros que são noticiados à larga pela mídia. Em suma, predominam a insegurança, a incerteza, a intranquilidade. Por mais medidas e atitudes tomadas por governos, administrações locais para levar algum conforto ou segurança às populações, pouco atenuam o sofrimento, o padecimento, a ansiedade que vêm dominando pessoas em toda a parte. Sem saída. Labirinto intrincado, não oferecendo soluções passíveis de serem aplicadas e tornadas producentes. O que fazer?

A seca se alastra pela ausência de chuvas, fazendo com que o solo se torne ressequido, árido, desértico, sem vida. Mas, chegam as águas abundantes vindas das nuvens e ensopam o chão seco, inundam a terra estéril, fazendo ressurgir a vida outra vez. E quanto ao “deserto” que toma conta de corações e vidas ao redor da terra, que soluções haveria para dissipá-lo?

Desde sua longa existência e permanência na terra que o ser humano se permite levar a cabo seus próprios problemas, arrumando desfecho que os conduza a bom termo. Tarefa incompleta, abortada por obstáculos por vezes intransponíveis. Busca por remédios e alternativas que estimulem a resposta tão ansiosamente aguardada, a questão finalmente respondida. Se lhe satisfaz o caminho escolhido, seu contentamento é momentâneo, transitório. De forma alguma lhe proporciona alegria definitiva. E sua procura parece não ter fim.

Há cerca de pouco mais de dois mil anos, certo homem apareceu na terra apontando um caminho, explicando a verdade, oferecendo vida. Foi rejeitado pelos de sua raça, foi menosprezado pela sociedade dominante de então, foi perseguido pelos poderes reinantes. Muitos que se achegaram a ele tiveram os seus problemas resolvidos, sua saúde restituída, sua alegria recuperada, sua esperança restaurada. Viveu pouco mais de trinta e três anos e legou à humanidade princípios até hoje imbatíveis e imunes à degradação de valores que domina o mundo de hoje. Seu testemunho foi registrado por alguns poucos homens que o compilaram em um livro suas ações e atitudes para que perenizasse para as gerações futuras aqueles espantosos fatos que ocorreram em sua passagem pela terra. E esse livro se encontra distribuído à larga, de fácil acesso a quem procura realmente uma resposta ás suas indagações, seus questionamentos, suas dúvidas. Para quem busca gozar de uma paz que lhe envolva o íntimo e lhe propicie a sonhada tranquilidade.

Sim, falamos a respeito de Jesus Cristo. Somente Ele pode oferecer e proporcionar a quem O busca a paz duradoura, definitiva. Somente Ele personifica O Caminho único que leva a alma sedenta e cansada a águas tranquilas e pastos verdejantes. Somente Ele representa A Verdade não havendo quem O desminta ou contradiga. Somente Ele oferece A Vida em razão de sua ressurreição, vencendo o derradeiro adversário da raça humana, a morte. Com lástima e lamento constatamos que ainda há muitos que se recusam a encontrá-Lo e a render-se a Seus pés, quando esse gesto se traduz tão fácil e sem rodeios. Como a terra seca anseia pela água, como o ser vivo luta em busca do precioso líquido para mitigar a sua sede, da mesma forma a alma ressequida e mirrada sente falta da Água da Vida para saciar sua carência desesperadora.

Finalizamos esta reflexão convidamos e incentivamos a todo o que ainda não sentiu, ainda não provou estar junto ao Bom Pastor que mansamente cuida do rebanho sob Seu zelo e amparo que a Ele recorra sem receio e sem reservas e entregue-se em Suas bondosas mãos, confiando seus temores e aflições.

Aproximamo-nos de mais um Natal quando boa parte do globo comemorará o nascimento de Jesus, muito embora a marca comercial por tantas vezes prevaleça. No entanto aproveite esta preciosa oportunidade para ir direto à fonte que jorra água límpida e cristalina e que refresca o âmago de nossa alma. Dê uma chance a Jesus de ser Seu amigo e confidente. Uma decisão que marcará para sempre todos os dias de sua vida!

Clênio Falcão Lins Caldas
SP, novembro de 2014

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

LITERATURA:

ASSUENSES LUTAM POR UMA 
ACADEMIA DE LETRAS
Na quinta feira, dia 27 de novembro de 2014, às 16 horas, ocorreu no Teatro de Cultura Popular Chico Daniel - Fundação José Augusto -, a primeira reunião com o intuito de mobilizar pessoas ligadas a literatura para criação da Academia Assuense de Letras. Dessa reunião participaram: Ivan Pinheiro, Auricéia Lima, Ângela Pimentel, Geruza Pimentel e Fernando Caldas
.  
A segunda reunião acontecerá na próxima sexta-feira (05/12), às 16:00 horas, tendo como local uma das dependências do SEBRAE - Assu. 
Dentre os critérios para fazer parte da agremiação dois são fundamentais: Ser assuense e ter trabalho(s) publicado(s) em livro(s). Para essa reunião espera-se um número maior de participantes.

Os apologistas da ideia esperam que até o mês de fevereiro a Academia esteja formalmente legalizada. Essa sociedade, acredita-se, será útil no incentivo à produção literária no Assu e região despertando as pessoas a publicarem trabalhos "engavetados" e servirá de suporte e de espelho para as novas gerações.    

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Viver Bem: Cirurgia bariátrica com o Dr. Nelson Neto

O POUSO DO “BUENOS AIRES” EM BARRA DE CUNHAÚ

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Autor – Rostand Medeiros 
No dia 24 de maio de 1926, decolava da base aeronaval americana de Miller Field, em Nova York, um hidroavião Savoia-Marchetti S 59, pintado com as cores azul e branco, sendo conduzido por três ocupantes e seguindo em direção sul, estava decolando o “Buenos Aires”. 
O Projeto de um Herói da Aviação na Primeira Guerra Mundial 
A ideia desta viagem tivera início em 1925 e tinha como objetivo abrir uma rota aérea para futuros voos com passageiros. Os autores desta ideia foram os pilotos Eduardo Olivero, e Bernardo Duggan.
Eduardo Olivero
Eduardo Olivero
Olivero nasceu em 2 de novembro de 1892, em Tandil, uma cidade argentina localizada na província de Buenos Aires, a cerca de 350 km da capital do país. Ele era filho de italianos emigrados para o país platino e durante a Primeira Guerra Mundial utilizou-se de sua segunda nacionalidade para lutar entres as tropas italianas, atuando na função de piloto de combate. Ascendeu ao posto de tenente na denominada “Esquadrilha Baracca” e completou 553 voos de combate. Destes voos 156 foram missões de caça, 262 patrulhas de combate, 61 escoltas de reconhecimento e de aviões de bombardeio. 11 missões de reconhecimento estratégico, 14 missões de ataque terrestre contra concentrações de infantaria austríacos e uma missão para derrubar um balão de observação do tipo Draken. Documentos apontam que Olivero participou de 25 combates aéreos, em que derrubou nove aviões inimigos. No fim da guerra é promovido a capitão.
Julio Campanelli, Eduardo Olivero e Bernardo Duggan
Julio Campanelli, Eduardo Olivero e Bernardo Duggan
Entre o fim da Primeira Guerra e o ano de 1924 Olivero participa de diversos raids aéreos na Argentina e experiências de voo em grande altitude, visando um melhor aproveitamento aéreo sobre a Cordilheira do Andes. Em uma delas sofreu um grave acidente que lhe deixou sequelas. Em 1924 realiza diversas experiências com radiofonia aérea. Em 1925 inicia os preparativos, junto com Duggan, do Raid aéreo Nova York – Buenos Aires.
Por aqueles dias a incipiente rota Nova York – Buenos Aires era uma das mais difíceis, recheada de inconvenientes e problemas, principalmente diante das características técnicas dos aviões existentes na época. Olivero e Duggan, concluíram que, para terem um melhor êxito deveriam tentar repetir o trajeto realizado pelo tenente do Corpo de Aviadores dos Estados Unidos, Walter Hinton. Vale lembrar que Hinton, junto com o brasileiro Euclides Pinto Martins, haviam partido, em 1922, da mesma Nova York, em direção ao Rio de Janeiro, no hidroavião Curttis, batizado como “Sampaio Correa”, sendo esta a primeira aeronave a voar sobre o território potiguar. O americano, o brasileiro e mais três tripulantes conseguiram realizar o seu intento, mesmo com muitos problemas.
Na foto vemos o norte americano Walter Hilton e o cearense Euclides Pinto Martins, que possuía forte ligação com o Rio Grande do Norte – Fonte – Coleção do autor
Na foto vemos o norte americano Walter Hilton e o cearense Euclides Pinto Martins, que possuía forte ligação com o Rio Grande do Norte – Fonte – Coleção do autor
Com os dados das viagens de Hinton, os argentinos começaram a traçar a sua rota. Decidiram, como a maioria dos aviadores da época, por utilizar um hidroavião. Concluíram que a aeronave ideal seria o Savoia-Marchetti S 59.
Na Itália, acompanham a construção e entrega de sua aeronave que contava com motores de 400hp de potência, a portentosa velocidade máxima de 176 km/h, autonomia de 1.400 km e uma carga de total de 900 litros de combustível. Isso tudo sem rádio e outras máquinas de apoio ao voo.
Finalmente o hidroavião é completado com as tradicionais cores nacionais argentinas e despachado através de navio para Nova York. Neste momento junta-se aos dois argentinos Julio Campanelli, executando o trabalho de mecânico. 
Partindo da Terra do Tio Sam 
Nos Estados Unidos são tratados com honras, recebendo apoio incondicional das autoridades locais, inclusive com liberação de aterrissagem em bases americanas durante o trajeto.
O hidroavião Buenos Aires
O hidroavião Buenos Aires
Realizam várias provas e no dia 24 de maio de 1926, decolam em direção sul, com a primeira parada será em Chaleston, no estado da Carolina do Sul, depois Miami, seguindo para Havana, em Cuba. Neste país passam ainda pelas cidades de Cienfuegos e Guantanamo. Depois seguem para Porto Príncipe, no Haiti, aonde são ovacionados por grandes multidões, depois Santo Domingo, na Republica Dominicana, seguindo na seqüência para San Juan (Porto Rico), Ilhas Virgens, Montserrat, Guadalupe, Martinica e Trinidad e Tobago. Neste ponto deixam de sobrevoar as paradisíacas ilhas caribenhas e atingem a América do Sul pela Guiana Inglesa (atual Guiana), chegando a capital Gorgetown, depois Paramaribo, na Guiana Holandês (atual Suriname), em seguida Caiena, na Guiana Francesa. A partir deste ponto ocorreria o incidente mais grave de todo o trajeto.
Barca paraense "Juruna", vendo sentados, da esquerda para direita, Duggan, Olivero, Mestre Josino Campos (comandante do barco) e Campanelli, no porto de Belém em 1926.
Barca paraense “Juruna”, vendo sentados, da esquerda para direita, Duggan, Olivero, Mestre Josino Campos (comandante do barco) e Campanelli, no porto de Belém em 1926.
Existem duas versões para o que aconteceu com o hidroavião ao sobrevoar o trecho Caiena – Belém.
Uma delas afirma que o “Buenos Aires” teve um problema no motor e teve que pousar no Oceano Atlântico, de frente as costas brasileiras, sendo resgatados por um pequeno barco pesqueiro, o “Juruna”, que os reboca para uma ilha, na qual o mecânico Camapanelli pode concertar a aeronave e seguirem para Belém.
A outra versão afirma que as faltas de mapas detalhadas da região para uma melhor navegação, além de chuvas torrenciais, fazem a tripulação do “Buenos Aires”, aparentemente, perder seu rumo, pois os mesmos se vêm com uma completa falta de combustível, tendo que pousar em um rio da região aonde os pilotos são resgatados pelo mesmo “Juruna”. O certo é que durante alguns dias o mundo desconhece o paradeiro dos três argentinos, preocupando todos que acompanhavam o raid, Após os sete dias de parada eles seguem para Belém e lá são recepcionados como heróis.
Visão atualizada do que os aviadores do Buenos Aires observaram de Natal
Visão atualizada do que os aviadores do Buenos Aires observaram de Natal
Na continuidade do seu trajeto no Brasil seguiram a costa norte brasileira em direção ao Rio Grande do Norte e no dia 11 de julho de 1926 pousam no Rio Curimataú, na região da Praia de Barra de Cunhaú. Mas apenas sobrevoaram Natal as 11:20 da manhã, do dia 11 de julho de 1926. 
A Segunda Aeronave em Céus Potiguares 
Qual teria sido a razão dos argentinos terem ido direto para Barra de Cunhaú e não para a capital?
Natal (30.000 habitantes na época) possuía razoáveis serviços de apoio e o Rio Potengi era uma ótima opção para pouso, mas provavelmente neste ponto de uma viagem já bem atrasada, os aviadores tenham decidido utilizar os mesmos locais de pouso e trajeto realizados no mês de janeiro do mesmo ano, pela tripulação espanhola do Dornier Val “Plus Ulta”, que concluirá seu raid Espanha – Argentina, em 10 de fevereiro de 1926. Apesar de Olivero e Duggan não estarem na Argentina no momento da chegada dos espanhóis, foi repassado a eles o roteiro dos pousos do aeroplano espanhol em terras brasileiras. Nesse caso Recife, e não Natal, era o destino normal após a decolagem do Ceará. Outra razão poderia ser creditada a falta de um conhecimento mais apurado das qualidades de Natal como destino. Recife, por ser uma cidade mais desenvolvida e conhecida no exterior naquele período, era o destino mais correta para os pioneiros aviadores. Vale lembrar que o raid dos aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, mesmo após os acidentes ocorridos no trajeto, seguiram direto para Recife.
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Quem tem a oportunidade de voar sobre a costa potiguar, entre a Natal e a fronteira da Paraíba, percebe que além do Rio Potengi e da Lagoa de Guaraíras, o Rio Curimataú, que desemboca em Barra de Cunhaú, é um dos melhores pontos para o pouso de um hidroavião. Devido a estes fatos, parece-nos razoavelmente possível acreditar que, neste período (primeira metade do ano de 1926), Natal ainda não gozava de todo reconhecimento e prestígio no meio aviatório mundial. Fato que mudaria consideravelmente já no ano de 1927.
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Na bela região de Barra de Cunhaú os aviadores receberam total apoio do coronel Luiz Gomes, chefe político da cidade mais próxima, Canguaretama, e só seguiram viagem na manha de 13 de julho. Eles partiram para Cabedelo, na Paraíba, depois Recife, Maceió e Aracaju. Na sequência realizaram um percurso mais longo até a cidade litorânea de Prado, na Bahia, pousando no rio Jucuruçu. De Prado, seguem para o Rio de Janeiro, Santos, Cananéia, Florianópolis e Porto Alegre.
Na capital gaúcha Olivero recebe a notícia que fora promovido a major do exército italiano. Apenas outra jogada de marketing do histriônico ditador italiano Benito Mussolini, aproveitando as manchetes mundiais sobre este voo.
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Depois do Brasil, os argentinos seguem para Montevidéu e depois a Buenos Aires. São escoltados na chegada pelo hidroavião espanhol Dornier Val “Plus Ultra”, orbitam sobre a capital Argentina e pousam com suavidade no Rio da Prata, tendo percorrido 14.856 km, em 114 horas de voo efetivo. A cidade parou para receber os seus heróis, tendo muitas bandeiras nos edifícios e muitas autoridades presentes no desembarque dos aviadores.
Atualmente o Museu do Forte Independência, em Tandil, guarda peças históricas do mais importante raid argentino de longa duração. 
- Dedico este texto ao amigo German Zaunseder, compatriota dos aviadores do “Buenos Aires” e um grande pesquisador da aviação potiguar e da Segunda Guerra Mundial em Natal, cidade em que decidiu viver com muita satisfação.

Fonte: http://tokdehistoria.com.br/
"As mulheres que amei, que me amaram ou que simplesmente, por mim passaram são agora lembranças tocantes da minha pele e memórias vivas de um coração selectivo.
A memória da pele é breve comparada com a do coração (...)
Por isso estou certo de que vou continuar a sentir a teimosia e febril necessidade de um toque, de um afago, que liberte aquele aroma de flores do campo, que ainda não consegui esquecer.
Até no inverno da vida temos saudade das flores.
Aliás, sobretudo no inverno!"
______ João Morgado
em "Diário dos Infiéis"
Da linha do tempo/face de IA

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