Ezequiel Lins Wanderley era da cidade de Assu (RN) onde nasceu em 1872 provavelmente no sobrado conhecido como Sobrado da Baronesa onde teria nascido e morado seu pai Luiz Carlos Lins Wanderley influente político chegando a ser deputado e presidido a província do RN, além de ter sido peta, o primeiro romancista potiguar escrevendo o romance intitulado Mistério de Um Homem Rico (em dois volumes), bem como o primeiro médica da terra norte-rio-grandense, formado na Bahia. Ezequiel faleceu em Natal. Autor de muitos livros, foi teatrólogo, jornalista, escreveu a primeira antologia dos poetas potiguares, em 1922. Fundou em Natal a revista O Tetamem, A Evolução, O Porvir, O Fantoche e A Tribuna, colaborou em diversos e importantes jornais de Natal. É de sua autoria o soneto sob o título Página Intima que ele dedicou a sua única filha, conforme transcrito adiante:
Que sejas sempre assim - a imagem da ternura,
E o doce lenitivo as dores dessa dor...
Trazendo a solidão de minha noite escura
Uma réstia de luar e um perfume de flor.
Vive para eu viver de graça e da candura
Que me vem de teu gesto airoso e encantador...
Nada vale - a riqueza, o orgulho, a formosura,
Se o azul desse afeto e as rosas desse amor.
Se o perdão purifica, enleva, aperfeiçoa,
Teu riso, aberto a flux, suavíssimo, sereno
Faz de min'alma triste, a alma alegre e boa!
Que esse amor filial, meu doce amor, não mudes
Da que possa rever, em teu perfil moreno,
- A cerúlea visão de todas as virtudes.
Fernando Caldas
Que sejas sempre assim - a imagem da ternura,
E o doce lenitivo as dores dessa dor...
Trazendo a solidão de minha noite escura
Uma réstia de luar e um perfume de flor.
Vive para eu viver de graça e da candura
Que me vem de teu gesto airoso e encantador...
Nada vale - a riqueza, o orgulho, a formosura,
Se o azul desse afeto e as rosas desse amor.
Se o perdão purifica, enleva, aperfeiçoa,
Teu riso, aberto a flux, suavíssimo, sereno
Faz de min'alma triste, a alma alegre e boa!
Que esse amor filial, meu doce amor, não mudes
Da que possa rever, em teu perfil moreno,
- A cerúlea visão de todas as virtudes.
Fernando Caldas