sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O COMANDANTE DE UMA B-17 QUE VEIO DO RIO DE JANEIRO


Oscar Delgado O’Neill Junior
Oscar Delgado O’Neill Junior no comando de uma B-17 – Fonte – NARA

A HISTÓRIA DE UM CARIOCA DE CORAÇÃO, QUE COMBATEU NOS CÉUS DA EUROPA E CUJA A FILHA, NASCIDA NA CIDADE MARAVILHOSA, SE TORNOU ATRIZ DE HOLYWOOD

Autor – Rostand Medeiros

Em relação à participação de brasileiros durante a Segunda Guerra Mundial, a primeira lembrança que surge para nós brasileiros é a da atuação da heroica Força Expedicionária Brasileira e a participação dos nossos pracinhas nos campos de batalha da Itália.

Sabemos que muitos dos que envergaram os uniformes do nosso exército na Europa eram filhos de imigrantes e honraram suas famílias e tradições.

Existiram outros filhos de imigrantes nascidos no Brasil, que deixaram nossa nação e lutaram ao lado das forças do Eixo. Outros tantos entraram nas fileiras dos exércitos de nações Aliadas.

Mas houve, por assim dizer, outra categoria de combatentes oriunda de nosso país durante aquele conflito. É a dos filhos de pais estrangeiros, que nasceram, ou não, no Brasil.

Normalmente estes jovens eram filhos de pessoas que representavam empresas com filiais em nosso país, ou de profissionais liberais estrangeiros que aqui abriram negócios nesta nossa bela terra tropical. Mas que não perderam totalmente seus vínculos com as suas respectivas pátrias.
Paisag
Paisagem do Rio de Janeiro na década de 1940

Muitos destes jovens estudaram em por aqui, ou tinham mães brasileiras, o que aumentavam enormemente seus vínculos com o nosso país. Tecnicamente eu não sei informar se estes jovens seriam enquadrados como “brasileiros natos”. Mas é certo que viveram entre nós, absolveram nossos costumes, nosso idioma, nosso jeito de ser e levavam para fora muito do nosso jeito tropical.

Nos antigos jornais cariocas temos a história de um deles.

A CAMINHO DA GUERRA

Este é o caso de Oscar Delgado O’Neill Junior, um jovem que certamente gostava muito do Rio de Janeiro.
Salvo informação em contrário, sabemos que seu pai, Oscar D. O’Neill, era oriundo de Porto Rico e casado com a Ada Lee O’Neill, sendo este casal bastante conceituado na sociedade carioca da época. Temos a informação que o Sr. O’Neill foi dirigente de uma instituição bancária e que aparentemente sua família morava na Rua Caning, número 31, no bairro de Ipanema, a cerca de 300 metros do mar.

Já sobre a juventude de Oscar Delgado O’Neill Junior, local onde estudou e outras informações, não temos maiores detalhes. Mas sabemos que após a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, o jovem Oscar, então com 25 anos, se alistou na United States Army Air force – USAAF.

Seguiu para o treinamento na terra do Tio Sam, onde se tornou piloto de B-17, o famoso bombardeiro quadrimotor que ficou conhecido como Fortaleza Voadora.
Católico praticante, aqui vemos o cap. O'Neill (com o capacete de voo), ao lado de uma autoridade eclesiástica católica. Abaixo o texto do verso desta foto.

Católico praticante, aqui vemos o cap. O’Neill (com o capacete de voo), ao lado de uma autoridade eclesiástica católica. Abaixo o texto do verso desta foto – Fonte – NARA
Page 3a - Cópia

Após a fase de aprendizado O’Neill foi encaminhado  para servir na 8º Air Force, a grandiosa força de bombardeiros pesados da USAAF que ficava baseada na Inglaterra, de onde atacavam impiedosamente o coração do Reich alemão e todos os locais de importância estratégica para os nazistas.

No conjunto das unidades aéreas da 8º Air Force, O’Neill foi então designado para o 91th Bomb Group, com base na cidade de Bassingbourn, região de East Anglia, Leste da Inglaterra. No 91 th, O’Neill foi encaminhado para o Esquadrão Operacional 401, cujas as letras de identificação pintadas nas fuselagens dos B-17 eram “LL”.

O 91th Bomb Group foi um dos primeiros grupos de bombardeiros B-17 da USAAF a se instalar na Inglaterra. Começou a seguir para aquele país em 25 de outubro de 1942 e já em 4 de novembro realizou seu primeiro ataque. O alvo foi uma base de submarinos na cidade de Brest, na França.
A B-17 Memphis Belle
A B-17 Memphis Belle original – Fonte – NARA
Do 91th Bomb Group fazia parte a B-17 modelo F-10-BO, com número de série 41-24485, que ficaria mundialmente conhecida como “Memphis Belle”. Esta aeronave foi uma das primeiras Fortalezas Voadoras a completar 25 missões de combate com sua equipe intacta. O avião e sua tripulação então retornam aos Estados Unidos, realizando visitas em várias cidades do país para aumentar a venda de Bônus de Guerra com a sua história, Este B-17 também serviu de tema para dois filmes. O primeiro, rodado em 1944, era um documentário intitulado “The Memphis Belle: A Story of a Flying Fortress” e o segundo uma obra dramática de Hollywood de 1990, com o título “Memphis Belle”.

EM COMBATE

Cada missão é uma prova de fogo. A expectativa de retornar para a base não é elevada. As taxas de perdas em missões de combate sobre o continente são exorbitantes. Cerca de um em cada três tripulantes não sobrevivem, ou não completam a quota de 25 missões para retornar aos Estados Unidos.
O capitão Oscar O'Neill recebendo uma condecoração e o texto que existe no verso desta foto
O capitão Oscar O’Neill recebendo uma condecoração e o texto que existe no verso desta foto – Fonte – NARA
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O’Neill vai demonstrando extrema capacidade como comandante de B-17. Em 30 de dezembro de 1942, após lançar suas bombas sobre Lorient, França, o seu avião sofreu uma tremenda ação de combate realizada pelos caças da força aérea de Hilter, a famosa Luftwaffe.

O estrago no quadrimotor é grande, o motor numero 4 havia sido arrancado da asa, os instrumentos e o sistema elétrico deixaram de funcionar. Mesmo em condições tão extremas, O’Neill conseguiu atravessar o Canal da Mancha e aterrissar na Inglaterra.

Em 4 de março de 1943 o capitão O’Neill realizou uma missão de combate onde novamente os caças da Luftwaffe atacaram com toda força. Em dado momento uma B-17 de sua esquadrilha se encontrava bastante avariada e na eminência de cair. O capitão O’Neill então manobrou seu avião, trocando de lugar com a aeronave avariada, colocando-a em um posição mais defensiva. Pelo sangue frio e capacidade de comando, O’Neill foi condecorado com a DFC-Distinguished Flying Cross. Depois vieram as condecorações Air Medal e Oak Leaf Cluster.
Notícia da cerimônia de entrega de condecorações a família do capitão O'Neill no Rio de Janeiro
Notícia da cerimônia de entrega de condecorações a família do capitão O’Neill no Rio de Janeiro

Algumas destas condecorações foram entregues a sua família pelo adido aeronáutico militar dos Estados Unidos no Brasil, o coronel J. C. Selzer, em uma cerimônia ocorrida no Rio de Janeiro, no dia 26 de outubro de 1943. Estavam presentes a solenidade o embaixador Jefferson Caffery e várias autoridades brasileiras.

A razão da entregue destas medalhas a família do capitão O’Neill, foi pelo fato dele se encontrar prisioneiro dos alemães. O fato ocorreu em 17 de abril de 1943, durante um ataque a fábrica de aviões Focke-Wulf, na cidade de Bremen, Alemanha.

VOLTA A CIDADE MARAVILHOSA

O retorno de Oscar do campo de prisioneiros para o Rio de Janeiro ocorreu no dia 8 de agosto de 1945, onde desembarcou de um hidroavião “Clipper” da empresa Pan American World Airways. Junto ao aviador vinha a sua esposa Irene, uma inglesa com quem ele havia casado na cidade de Londres, após a sua libertação. Chamou a atenção do repórter do jornal carioca Diário da Noite, na edição de 8 de agosto de 1945, como o capitão O’Neill dominava fluentemente a língua portuguesa.

Descobrimos que após a guerra Oscar O’Neill Jr. teve participação em empresas controladas pelo seu pai no Brasil, como a O’Neill Ltda e a Perfumaria Vibour. Outro trabalho realizado por O’Neill no Rio de Janeiro foi na Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, no setor de cultura desta representação diplomática.
Jennifer O'Neill
Jennifer O’Neill

Ainda no Rio de Janeiro, em 20 de fevereiro de 1948, nascia a sua filha Jennifer.

Em 1962 na família O’Neill decide se mudar para os Estados Unidos. Naquele mesmo ano a sua bela filha foi descoberta pela agência de modelos Ford e colocada sob contrato. Aos 15 anos, a jovem Jennifer O’Neill estava na capa das revistas Vogue, Cosmopolitan e Seventeen e ganhando US$ 80.000,00 somente em 1962. Logo a garota estava trabalhando como modelo em Nova York e Paris.

Diante de sua beleza, em 1968 a indústria do cinema chamou Jennifer para seu primeiro papel. Este foi no filme “For Love of Ivy”. Apesar de sua pequena participação, ela atraiu a atenção do diretor Howard Hanks, que em 1970 a contratou para estrelar “Rio Lobo”, onde Jennifer O’Neill contracenou com John Wayne. Seu grande momento foi no filme “Summer of ‘42”, que a tornou extremamente conhecida nos
Estados Unidos.
Junto a sua aeronave e sua tripulação, vemos o capitão O'Neill, o terceiro agachado, da esquerda para a direita - Fonte - NARA
Junto a sua aeronave e sua tripulação, vemos o capitão O’Neill, o terceiro agachado, da esquerda para a direita – Fonte – NARA

Não sei se em sua biografia, “Surviving Myself”, a bela atriz Jennifer O’Neill comenta o fato de ter nascido no Brasil, ou alguma informação sobre a sua relação com nosso país. Mas nesta história me chamou a atenção o fato do seu pai, mesmo sem ter nascido no Rio de Janeiro, sempre fazia questão de apontar em documentos oficiais que esta era a sua cidade.

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Diga aí, folião!

A micareta vintaneira de Natal constitui prova soberba e irrefutável da extensão do atraso cultural a que chegou a terra de Câmara Cascudo.
O Carnatal jamais legou qualquer resíduo positivo ao natalense cioso de suas obrigações tributárias. Pelo contrário, tolhe-o em seu fundamental direito de ir e vir e de dormir sossegado.
Festa privada bancada com dinheiro público, tem entre seus promotores o síndico-geral de Natal Paulinho Freire e o deputado estadual Gustavo Carvalho, sócios usurários que privatizam o lucro entre eles e ‘socializam’ o prejuízo público com o espoliado contribuinte.
Nem mesmo a Bahia aguenta mais a anacrônica axé-music com tanta benevolência. Mas "como Natal não há tal", ela sobreviveu e aclimatou-se por aqui, garantindo o seu 13º salário todos os anos.
Evidenciando o que sempre esteve no mapa e nunca nos damos conta: que somos a “bundinha do Brasil” se oferecendo para o resto do mundo.
 
Paulo Sérgio, jornalista



Oscar Niemeyer deixa também sua marca em Natal

Fotos de Canindé Soares


Ele partiu mas deixou sua marca na nossa Natal. O Presépio de Natal que fica na Av. Prudente de Morais ao lado direito da subida para Candelária e o monumento que fica no Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, no prolongamente da Av. Prudente de Morais e que por sua altura pode ser visto de vários pontos da Cidade.


Fonte: Diginet

Mistura de ritmos dá o tom no primeiro dia do Carnatal 2012



Por Rosinaldo Vieira – www.fuzuern.com.br

Com 1h30 minutos de atraso, às 20h30, o cantor Netinho entrou no corredor da folia puxando a galera do bloco Bikoka, abrindo oficialmente a 22ª edição do Carnatal 2012. Mesmo com toda esta espera, os cerca de quatro mil foliões, além de milhares de pessoas nas arquibancadas, camarotes e pipoca, logo entraram no ritmo do axé do baiano Netinho, que este ano voltou ao Carnatal, depois de oito anos sem participar da Micareta.

Netinho, que preparou repertório especial para a volta do bloco, mostrou na avenida grandes hits como “Barracos”, “Preciso de você”, “Milla” e outros sucessos que marcaram as apresentações do artista nos anos em que esteve presente no Carnatal, além da sua nova música “Bate tum tum tum”.
“Arrebentamos nesta quinta de Carnatal. O Bloco Bikoka lotado e animado durante todo o percurso chamou atenção. Merecemos dois dias no ano que vem. Valeu bikokeiros!!!”, escreveu o cantor em seu Twitter após apresentação.

Em seguida, a legião potiguar de chicleteiros se encontrou mais uma vez no bloco Nana e tomou conta da avenida na primeira noite da folia. Bell Marques, do Chiclete com Banana, acompanhado pelos filhos, componentes da banda Oito7nove4, levantou poeira no circuito oficial da festa.

Sertanejo

Além do mais puro axé baiano de Netinho e Bell Marques, o Carnatal 2012 também apostou na mistura de ritmos, trazendo de forma inédita para avenida a dupla sertaneja Jorge & Matheus, que não ficaram devendo nada para nenhum folião do bloco Pirraça, que mesmo com suas baladas românticas, agitaram a festa durante sua apresentação.
E para encerrar a noite, o cantor Capilé misturava seus sucessos no bloco mais irreverente da micareta, o Burro Elétrico, que aglomera na pista jornalistas, publicitários e simpatizantes, numa grande festa, que também é regada a muito frevo.

Programação do segundo dia

Nesta sexta-feira (7), o Carnatal continua no seu segundo dia a partir das 19h com a saída do bloco Nana Banana e o Chiclete com Banana, seguido do Cerveja & Coco com a banda Asa de Águia, depois o Bicho com Tomate, bloco Swingaê com Parangolê e fechando a noite o bloco Caju e a beleza da musa Cláudia Leite.

Nota do blog:
A grande novidade deste primeiro dia de Carnatal foi o Burro Elétrico ter dado somente uma volta dentro do corredor da folia. E essa sem sombra de dúvida foi a pior cobertura que fiz em toda história do Carnatal. O motivo foi a falta de um lugar adequado para posicionamento onde pudesse ter uma melhor visão. E por isso esse resultado. Nesta sexta-feira nem irei… pois estou desmotivado.
de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *


Do Jornal do Commércio, Recife
Agricultores protestam na BR-316, em Ouricuri, colocando na rodovia carcaças de animais mortos em decorrência da seca. A imagem é de Clemilson Campos, do JC. http://migre.me/cgjEf
Agricultores protestam na BR-316, em Ouricuri, colocando na rodovia carcaças de animais mortos em decorrência da seca. A imagem é de Clemilson Campos, do JC. http://migre.me/cgjEf

"Convocação extraordinária"


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

POUCO LEVADO

COISAS DE MENINO

Quando menino fui levado
Dando pouco trabalho no sertão.
Cheguei a apanhar de sandália,
E de fivela com cinturão.

Levei pouca pisa,
Não escapei de cipó
Ao tomar banho de poço,
Apanhei de fazer dó.

Eu era frouxo na rua
E em casa também,
Mas fazia o que queria
Feliz como ninguém.

Inventei de caçar
Com Inácio e Chiquinho de Maroca,
Apanhei de mamãe
Ao ver a espingarda de soca.

Na vida eu estudei,
Passei por muitos caminhos,
Para colher frutos
Existem muitos espinhos.

Marcos Calaça, jornalista (UFRN)
De tudo ficaram três coisas... A certeza de que estamos começando... A certeza de que é preciso continuar... A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar...
Façamos da interrupção um caminho novo... Da queda, um passo de dança... Do medo, uma escada... Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro!

Fernando Sabino
╰❤╮De tudo ficaram três coisas... A certeza de que estamos começando... A certeza de que é preciso continuar... A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar... 
Façamos da interrupção um caminho novo... Da queda, um passo de dança... Do medo, uma escada... Do sonho, uma ponte... 
Da procura, um encontro!

Fernando Sabino
Dul ╰❤╮

Não é o ângulo reto que me atrai
nem a linha reta, dura, inflexível,
criada pelo homem.
O que me atrai é a curva livre e sensual,
a curva que encontro nas montanhas
do meu país,
no curso sinuoso dos seus rios,
nas ondas do mar,
no corpo da mulher preferida.
De curvas é feito todo o universo,
o universo curvo de Einstein.
Oscar Niemeyer

EU...TU Eu sou doçura, Mas o mel és tu A imagem é minha, Mas a cor é dada por ti A flor sou eu, Mas tu és a fragrância Eu sou felicidade, Ma...