Diga aí, folião!
A
micareta vintaneira de Natal constitui prova soberba e irrefutável da
extensão do atraso cultural a que chegou a terra de Câmara Cascudo.
O
Carnatal jamais legou qualquer resíduo positivo ao natalense cioso de
suas obrigações tributárias. Pelo contrário, tolhe-o em seu fundamental
direito de ir e vir e de dormir sossegado.
Festa
privada bancada com dinheiro público, tem entre seus promotores o
síndico-geral de Natal Paulinho Freire e o deputado estadual Gustavo
Carvalho, sócios usurários que privatizam o lucro entre eles e
‘socializam’ o prejuízo público com o espoliado contribuinte.
Nem
mesmo a Bahia aguenta mais a anacrônica axé-music com tanta
benevolência. Mas "como Natal não há tal", ela sobreviveu e aclimatou-se
por aqui, garantindo o seu 13º salário todos os anos.
Evidenciando
o que sempre esteve no mapa e nunca nos damos conta: que somos a
“bundinha do Brasil” se oferecendo para o resto do mundo.
Paulo Sérgio, jornalista
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