sábado, 11 de outubro de 2014

Viúva de Eduardo Campos escreve carta de apoio a Aécio

Texto de Renata Campos é lido pelo filho João, considerado herdeiro político do ex-governador

Talita Fernandes, de Recife
Na carta, Renata Campos agradeceu pelo apoio do povo pernambucano e pelo resultado do PSB nas urnas
Na carta, Renata Campos agradeceu pelo apoio do povo pernambucano e pelo resultado do PSB nas urnas (Reprodução/VEJA.com)
Renata Campos, viúva do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos escreveu uma carta de apoio à candidatura de Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições presidenciais. O texto foi lido pelo filho mais velho de Renata e Eduardo, João, considerado herdeiro político do ex-governador, morto em acidente aéreo em 13 de agosto.
Na carta, Renata agradece ao povo pernambucano pelo apoio ao PSB nas eleições. O candidato da sigla ao governo do Estado, Paulo Câmara, foi o governador mais bem votado do país, em termos proporcionais, com 68% dos votos. Além disso, a chapa liderada pelo PSB elegeu Fernando Bezerra Coelho para o Senado e 20 deputados federais, oito deles do PSB, formando a maior bancada do partido na Câmara dos Deputados. Marina Silva também saiu vitoriosa em Pernambuco, onde a ex-senadora teve 48% dos votos, quadro que se repetiu apenas no Acre, seu Estado natal.
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A viúva de Campos lembrou que este foi um ano muito difícil, mas afirmou que "continua com os mesmo sonhos" do marido. "Aécio, acredito na sua capacidade de diálogo e gestão", disse, acrescentando que os caminhos de Campos e Aécio se cruzaram várias vezes durante suas carreiras políticas. "Sei que vocês eram diferentes, mas vocês souberam se unir pelo Brasil."

Ela encerrou a mensagem desejando sorte ao candidato tucano e dizendo que ele levará de Pernambuco "a garra e a energia que serão fundamentais para construir um novo Brasil", escreveu.
Aécio participa neste sábado de eventos de campanha em duas cidades pernambucanas, a capital Recife e Sirinhaém, no Sul do Estado, cidade onde Marina teve o maior percentual de votos no Brasil. O candidato tucano participará de um almoço na casa da família Campos.



Fonte: http://veja.abril.com.br



De: Aécio Neves - 45

A política não é incompatível com a ética ou com o espírito público. Ao contrário, quando a política é feita com ética, com respeito público, com responsabilidade, com amor ao Brasil, ela é a mais digna das atividades.

Aécio Neves



"Chove ...
Mas isso que importa!
Se estou aqui abrigada nesta porta
a ouvir a chuva a cair do céu
uma melodia de silêncio
que ninguém mais ouve
senão eu?

Chove ...
Mas é do destino
de quem ama
ouvir um violino
até na lama."
______ José Gomes Ferreira

Ponte de Sonhos
 
Descurtir

CAPA DO JORNAL ATUALIDADE PUBLICADO EM ASSU NO ANO DE 1950

 


O povo brasileiro, nas últimas décadas, obteve duas conquistas importantes: um Estado democrático com as instituições de direito e a estabilidade econômica. Há ainda uma terceira conquista fundamental a ser alcançada: a redução do tamanho e da interferência do Estado, devolvendo maior autonomia e liberdade ao cidadão. Somente desta forma teremos um ambiente menos propício à corrupção, permitindo maior geração de riquezas e melhor qualidade de vida para todos.
Gostaríamos muito de ir às urnas para eleger um candidato que se comprometesse com esta proposta. Infelizmente, no Brasil, essa iniciativa não é defendida de forma clara e com convicção por nenhum dos partidos políticos existentes - e por isso o NOVO está sendo criado. O momento, portanto, não é de avanços, mas deve ser, ao menos, de preservação. A democracia brasileira e o poder de compra da nossa moeda estão cada vez mais ameaçados por um governo que adota uma ideologia ultrapassada, é péssimo gestor e tem como objetivo se perpetuar no poder a qualquer custo.
Nesta situação, não podemos nos omitir. O projeto do PSDB não é o projeto do NOVO, mas preservar as conquistas obtidas é fundamental para progredirmos e implementarmos o modelo em que acreditamos.
No dia 26, vamos manifestar o nosso descontentamento com o que vivenciamos nos últimos anos. Vamos votar no candidato da oposição ao atual governo, Aécio Neves, e continuar trabalhando arduamente para tornar as ideias do NOVO conhecidas, entendidas e aceitas, transformando o Brasil em um país admirado.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Procuradoria recebe 85 denúncias por ataques virtuais a nordestinos

María Martín, El País

Os nomes e perfis dos usuários que inundaram as redes sociais de ataques preconceituosos contra os nordestinos já estão no Ministério Público Federal. As unidades de todo o Brasil receberam de domingo a quarta-feira 131 denúncias por racismo nas redes sociais, 85 delas atacavam especificamente os nordestinos, mais de 20 por dia.

A procuradoria analisará cada uma dessas denúncias individualmente. Os ataques vêm de todos os cantos. Uma auditora de Trabalho de Cuiabá, no Mato Grosso, desabafou: “Desculpem nordestinos, mas essa região do Brasil merecia uma bomba como em Nagasaki, para nunca mais nascer uma flor sequer em 70 anos. #pqp #votocensitáriojá [sic]”. A piada pode lhe custar o cargo, depois da denúncia feita na ouvidoria do próprio Ministério.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

As exigências de Marina para apoiar Aécio

De: O Globo

Veja os pontos que a Rede quer que Aécio incorpore em seu programa de governo
Entre os pedidos do partido de Marina estão fim da reeleição, educação integral e combate ao trabalho escravo
RIO – A Rede Sustentabilidade divulgou, na noite desta quinta-feira, 20 pontos que considera fundamentais para que Aécio Neves (PSDB) incorpore em seu programa de governo e o apoio do partido ao tucano seja concretizado. O PHS, um dos nanicos da coligação, anunciou nesta quarta-feira que não participará das discussões e tomará sua posição individualmente.
Na última quarta-feira, a Rede já havia declarado apoio a Aécio Neves ou voto branco ou nulo no segundo turno da eleição presidencial. Havia resistência dentro do partido a apoiar Aécio por causa da desconfiança em relação ao compromisso do PSDB com questões sociais. O PSB e o PPS definiram apoio a Aécio.
Veja os pontos abaixo:
- Reforma Política com “urgente fim da reeleição, a adoção do mandato de cinco anos e da candidatura independente e o fortalecimento dos plebiscitos, referendos e consultas à sociedade”.
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- Visão mais abrangente do desenvolvimento, considerado não apenas como crescimento econômico, mas como igualdade de oportunidades para todos, melhoria na distribuição de riqueza e renda, ampliação do bem-estar da população, respeito à sustentabilidade ambiental e condições de uma vida mais livre e digna.
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- Priorizar a educação integral na educação básica.
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- Valorização dos professores: Não há espaço para propostas como a redução da maioridade penal ou precarização das condições de apenamento de menores.
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- Revisão do Fator Previdenciário.
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- Combater o trabalho precário e escravo.
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- Os movimentos sociais precisam ser ouvidos, considerados em todas as suas particularidades e entendidos como legítimos na sua relação com o Estado.
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- Implementar gradualmente, ao longo de quatro anos, a proposta do projeto de lei de iniciativa popular de vincular 10% da Receita Corrente Bruta da União ao financiamento das ações de saúde.
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- Implementar o Plano Nacional de Redução de Homicídios, com definição de metas – tanto para a prevenção de homicídios, quanto para o aumento da capacidade de investigação de crimes e redução de mortes de policiais e de vítimas da ação policial.
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- Introduzir a sustentabilidade nas decisões sobre políticas públicas. É preciso firmar um compromisso efetivo com a meta de zerar a perda da cobertura florestal no Brasil e de avançar na criação de Unidades de Conservação da natureza.
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- Ação firme para fortalecer a agricultura familiar, a agroecologia e a redução progressiva do uso de agrotóxicos em nossa agricultura.
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- Retomar a reforma agrária para a redução dos conflitos fundiários e o assentamento das 85 mil famílias que estão hoje à espera de terra.
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- É um imperativo civilizatório demarcar as terras indígenas, quilombolas e proteger as populações e povos tradicionais.
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- É necessário cumprir as “20 metas de Aichi “ para a conservação da biodiversidade, aprovadas na COP 10, realizada no Japão em 2010.
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- O Brasil deverá caminhar para a descarbonização da economia.Temos na matriz energética uma vantagem comparativa extraordinária, mas a falta de planejamento tem comprometido a segurança energética e aumentado a emissão de carbono pelo uso de combustíveis fósseis na geração térmica.- Aumentar a eficiência da matriz energética, expandindo o uso das fontes renováveis, limpas e seguras (solar, eólica, de biomassa e dos biocombustíveis de segunda geração); e ampliar a geração distribuída, com a meta de agregar 1 milhão de casas com sistemas de autogeração de energia a partir de painéis solares fotovoltaicos e de ter 3 milhões de casas com aquecimento solar de água até 2018
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- Tanto a política industrial quanto a política econômica de modo mais geral precisam dar prioridade à economia sustentável, reduzindo a tributação eaumentando os incentivos à economia limpa- A agricultura empresarial e familiar precisam ser apoiadas com a racionalização do uso de insumos, com a promoção de técnicas de melhoria e conservação do solo, de controle biológico e de redução de emissão de carbono, com a diversificação da produção e a atualização dosíndices de produtividade.
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- É necessário priorizar imediatamente a implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR)

RENATO CALDAS - O POETA DAS MELODIAS SELVAGENS
Ivan Pinheiro
RENATO CALDAS - Poeta consagrado. Desenfadado no braço do violão. Projetou-se no cenário cultural e rompeu fronteiras adotando para seus versos, com naturalidade, o gênero matuto. Estilo que lhe rendeu glórias e proporcionou respeito no meio literário, levando o nome da sua terra natal aos mais apartados rincões deste País. 
Nasceu em Assú no dia 08 de outubro de 1902. Filho do Sr. Enéas da Silva Caldas e de D. Neófita de Oliveira Caldas. Aos seis anos estudou as primeiras letras na escola de dona Luíza de França. Quando foi fundado o Grupo Escolar Tenente Coronel José Correia em 1911, lá estava ele, inserido no rol dos alunos pioneiros.
RENATO viveu sua infância consumindo água de cacimba, degustando os apetitosos peixes do Piató, tomando banhos nas águas barrentas do córrego, fabricando seus próprios brinquedos, debulhando milho e feijão nos tradicionais encontros de vizinhos, ouvindo estórias de trancoso, adivinhações... Deleitando as noites estreladas e enluaradas. Numa época em que as crianças reverenciavam os mais velhos.
Talvez tenha sido este contato direto com a pobreza e com a rica natureza do Vale, que fez dele uma figura humana preocupada com a preservação do meio ambiente e com a cultura popular do nosso povo, facilmente identificada em “Fulô do Mato”.
Aos dezoito anos obteve seu primeiro emprego, como tipógrafo, na Tipografia de José Severo de Oliveira, no Assú. Certamente essa foi a grande escola. Daí o seu afeto pelas letras. Posteriormente foi motorista e mensageiro dos correios e telégrafos. Viajou ao Rio de Janeiro e trabalhou como tipógrafo e caixeiro viajante. Por conseguinte, em Santos, novamente atuou como tipógrafo e foi pracista da firma Leite Gasgon.
Ao regressar ao Assú, colaborou em diversos jornais. Por sua conta, resolveu excursionar pelas cidades do interior de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, recitando seus poemas e tocando violão. Tornou-se um Show-Men através de suas Melodias Selvagens.
Boêmio, cantador e inigualável poeta. Namorador de primeira grandeza. Quando a questão era mulher, todo tipo e padrão lhe serviam e a todas prometia: amor eterno e um lugar no coração.
Casou-se no ano de 1939 com D. Fausta da Fonsêca Nobre - musa inspiradora de muitos dos seus poemas. Esposa dedicada, amiga e companheira até à hora do último adeus, ocorrido no dia 26 de outubro de 1991.
Renato Caldas, o poeta de “Fulô do Mato”, “Poesias”, “Meu Rio Grande do Norte” e “Pé de Escada” - esse último em parceria com João Marcolino de Vasconcelos (Lou) . 
“Fulô do Mato” (sua obra prima) é aquela lamparina a iluminar o interior da choupana, enquanto o pobre repousa inquieto, sonhando com a labuta incerta do dia seguinte. É a única luz... É caatinga e várzea, seca e inverno, amanhecer e por-do-sol... Derrama suor e lágrimas. Tem lábios femininos cedentes de beijos... Olhos hipnotizantes. Possui o cheiro do campo e o perfume bom da mulher amada.
No centenário do seu nascimento, no ano de 2002, o então prefeito do Assú, Ronaldo Soares, fez uma parceria com os familiares, a editora Sebo Vermelho e os pesquisadores Ivan Pinheiro e Gilvan Lopes e publicou RENATO CALDAS – O Poeta das Melodias Selvagens, Cartas Para Fausta e Fulô do Mato (fac-scimilar da primeira edição com manuscritos) dando uma importante contribuição para a preservação da memória desse poeta assuense cujo produção literária engrandeceu a cultura potiguar.
De “corpo e alma”, se vivo estivesse, completaria neste dia 08 de outubro, 112 anos. Renato Caldas permanece imortalizado levando a cultural do Assú, do Rio Grande do Norte, do Nordeste e do Brasil para o mundo afora.
Grande poeta. Que sejas sempre feliz ao lado d'Ele.

ASSU:

Instalada no Sítio Olho D'água do Mato, Zona Rural, do município do Assu, a Água Amana, que já trabalha desde 2008 com o envasamento em garrafões retornáveis de 20 litros está diversificando sua linha de produção com o lançamento de garrafas de 500 e 1500 ml para melhor atender aos seus clientes.
O pré lançamento do produto ocorreu na Feira de Negócios do Assu e do Vale (FENAVALE), mas os novos produtos só estarão disponíveis para comercialização a partir do próximo mês de novembro.

A empresa ampliou seu parque industrial recentemente com a construção de mais um galpão de produção e instalou novo conjunto de equipamentos para lavagem, desinfecção e envasamento de garrafões, melhorando ainda mais a capacidade de atendimento da clientela e, principalmente, a qualidade dos seus produtos.

Postado no Blog de Alderi Dantas.

NORDESTE INDEPENDENTE



Bráulio Tavares e Ivanildo Vilanova

Já que existe no Sul esse conceito
Que o Nordeste é ruim, seco e ingrato,
Se existe a separação de fato
É preciso torná-la de direito.
Quando um dia qualquer isso for feito
Todos os dois vão vibrar abertamente,
Se o Sul vai ficar indiferente,
Ficará o Nordeste agradecido.
Imagine o Brasil ser dividido
E o Nordeste ficar independente.

Separá-los, porém, sem haver luta
E deixar o Nordeste com os seus vícios,
Mas sem ele pagar com sacrifícios
Grandes obras reais que não desfruta.
Não precisa haver sangue na disputa,
Bastaria a separação somente,
Que se fosse medir o mais valente
Eu já sei qual dos dois era o vencido.
Imagine o Brasil ser dividido
E o Nordeste ficar independente.

Se o Nordeste tivesse outras fronteiras
Talvez fosse tratado com capricho,
Sem servir de depósito para o lixo
Das usinas atômicas brasileiras.
A enchente das músicas estrangeiras
Talvez fosse para outro continente.
Se vivesse uma vida diferente
Da que a gente até hoje tem vivido,
Imagine o Brasil ser dividido
E o Nordeste ficar independente.

Talvez haja até gente que proteste
Dessa ideia, me chamando de imbecil,
Um pais com o nome de Brasil
E o outro chamado de Nordeste.
O Brasil não padeceria a peste
Dessa seca que vem constantemente,
O Nordeste sem esse seu parente
Ia ser bem melhor compreendido.
Imagine o Brasil ser dividido
E o Nordeste ficar independente.

Paraíba era o centro artesanal,
Piauí, o setor da criação,
Em Sergipe a cultura é tradição,
Maranhão, a reserva florestal.
Na Bahia, o distrito industrial,
Alagoas, agrícola e florescente,
Rio Grande, o poder, militarmente,
Ceará pro turismo era o escolhido,
Imagine o Brasil ser dividido
E o Nordeste ficar independente.

A partilha ainda sendo homologada
E o Nordeste guiando os seus destinos,
Mais de cinco milhões de Nordestinos
Voltarão para a terra idolatrada.
Trocarão a garoa e a geada
Pela roça, a enxada e sol quente,
Ninguém vai explorar mais nossa gente,
Como tem até hoje acontecido.
Imagine o Brasil ser dividido
E o Nordeste ficar independente.

O Brasil ia ter de importar
Do Nordeste, cacau, coco e caju,
Carnaúba, minério, babaçu,
Abacaxi e o sal de cozinhar.
A lagosta, o agave do lugar,
A cebola, o petróleo e a aguardente,
O Nordeste é autossuficiente
E o seu lucro seria garantido.
Imagine o Brasil ser dividido
E o Nordeste ficar independente.

As rádios iam ser “nordestizadas”
Tocariam forró, xote e baião,
As TVs só fariam transmissão
De cantorias, cirandas, vaquejadas.
As crianças seriam batizadas
Só com nomes bem simples como a gente,
Não se usava mais nome diferente,
Que não pode botar nem apelido.
Imagine o Brasil ser dividido
E o Nordeste ficar independente.


Dividindo a partir de Salvador,
O Nordeste seria outro país,
Vigoroso, normal, rico e feliz,
Sem dever a ninguém do exterior.
Jangadeiro seria um Senador,
O caboclo da roça era o suplente
Cantador de viola, o Presidente,
O vaqueiro era o líder do partido.
Imagine o Brasil ser dividido
E o Nordeste ficar independente

Em Recife, o Distrito Federal,
O idioma ia ser Nordestinense,
A bandeira, de renda cearense,
Asa Branca era o Hino Nacional.
Folhetim, o símbolo oficial,
A moeda, o tostão de antigamente,
Conselheiro, seria o inconfidente
Lampião, o herói inesquecido.
Imagine o Brasil ser dividido
E o Nordeste ficar independente

Todo ano no Rio de Janeiro 
Chegam levas e levas de migrantes,
São milhares de braços retirantes
Que fabricam montanhas de dinheiro. 
Pois que o Rio prossiga em seu roteiro 
E o Nordeste não seja um afluente, 
Que conduz mil riquezas na torrente 
E nem mesmo no mapa é conhecido. 
Imagine o Brasil ser dividido 
E o Nordeste ficar independente. 

Se São Paulo é a tal "locomotiva" 
Que conduz estes mais de cem milhões, 
Então deixe pra trás estes vagões 
Que lhe tornam a carga cansativa. 
Eles vão ter a iniciativa:
Ser puxados por boi, cavalo e gente. 
Talvez andem bastante lentamente,
Mas seu rumo é seguro e conhecido. 
Imagine o Brasil ser dividido 
E o Nordeste ficar independente. 

Vejo tanta mulher, homem, menino, 
Quando a seca flagela o seu Estado, 
Ir pro Sul pra ficar desempregado, 
Sem poder transformar o seu destino. 
Fico triste se vejo um nordestino, 
Que podia talvez ser meu parente, 
Vir pra cá pra virar um indigente, 
Um ladrão, um maluco ou um bandido... 
Imagine o Brasil ser dividido 
E o Nordeste ficar independente. 

Se houver essa tal separação, 
Através de um acordo ou de um tratado, 
O Brasil se verá desobrigado 
De ampliar essa imensa região. 
E o Nordeste será uma nação 
Mais vistosa, mais rica e mais contente, 
Sem ninguém que lhe humilhe ou lhe sustente, 
Sem um pai, um patrão ou um marido... 
Imagine o Brasil ser dividido 
E o Nordeste ficar independente. 

Eu não quero com isso que vocês 
Imaginem que eu possa ser grosseiro, 
Pois se lembrem que o povo brasileiro 
É amigo do povo português. 
Se um dia a separação se fez, 
Esses dois se respeitam no presente 
E se isso já deu certo antigamente ,
Neste exemplo concreto e conhecido, 
Imagine o Brasil ser dividido 
E o Nordeste ficar independente. 

Se isso aí se tornar realidade 
E alguém do Brasil nos visitar,
Neste nosso país vai encontrar 
Confiança, respeito e amizade!
Tem o pão repartido na metade, 
Tem o prato na mesa, a cama quente. 
Brasileiro será irmão da gente, 
Venha cá, que será bem recebido.
Imagine o Brasil ser dividido 
E o Nordeste ficar independente. 

(Enviado por RA)

Ilustração do blog.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi73L4sZsQa4rK2sl6Idvk9tfka7ik05D-p1GF48fNUM9YPCQIzqH87jtN8j-fG9dGkgJdqMO00vCQkZ9Z8WPNQmK5aPkP604Skkp2ul6VKrA4bdfF-uwslw0Ndm50ttK4tLp3oLHYSgWLl/s400/Nordeste+independente.jpg

EU...TU Eu sou doçura, Mas o mel és tu A imagem é minha, Mas a cor é dada por ti A flor sou eu, Mas tu és a fragrância Eu sou felicidade, Ma...