domingo, 17 de novembro de 2019

GOLPE QUE DERRUBOU DOM PEDRO II

Do acontecimento emblemático ao golpe de 1964, os militares estiveram sempre a postos para tomar o poder

MÁRCIO SAMPAIO DE CASTRO PUBLICADO EM 15/11/2019, ÀS 00H00



Quadro ilustra o momento em que a República foi proclamada
Quadro ilustra o momento em que a República foi proclamada - Wikimedia Commons

"Sigam-me os que forem brasileiros!” De espada em punho, o comandante das tropas do Brasil na Guerra do Paraguai, Luís Alves de Lima e Silva, abandona sua confortável posição na retaguarda e, do alto de seus 65 anos, lidera a conquista da ponte do rio Itororó, defendida com unhas e dentes pelos paraguaios.
A batalha daquele 6 de dezembro de 1868, que antes desse ato de heroísmo parecia perdida, foi decisiva para a vitória na guerra, que acabou em 1870. O conflito deu grande poder e prestígio para o Exército brasileiro – do qual Silva, depois nomeado duque de Caxias, viraria patrono.
Apenas 21 anos após a batalha de Itororó, aqueles que eram brasileiros tiveram que seguir os militares em outra manobra arrojada: a proclamação da República. Foi o início de um período de quase 100 anos em que os civis alternaram o poder com os militares. Muitos destes se candidatavam em eleições, é verdade. Mas, sempre que pintava um período de instabilidade política, havia a expectativa de que os militares sairiam dos quartéis e tomariam o governo na marra.
“Ao voltar da Guerra do Paraguai, os militares não queriam mais ficar submetidos à ordem civil. Nasceu aí um projeto de tomada do poder que se arrastaria por quase todo o século 20 e culminaria com o golpe de 1964”, diz Hernani Maia Costa, historiador da Universidade Estadual de Campinas.
Se o Exército foi protagonista da história brasileira em vários momentos da República, no Império a coisa não era bem assim. A corporação foi criada após a independência, junto com a Armada (antigo nome da Marinha). Mas, em vez de ser motivo de orgulho, atuar como soldado ou marinheiro em meados do século 19 era um castigo reservado a pobres acusados de delinquência ou vadiagem.
Foi a Guerra do Paraguai que obrigou o Império a valorizar o Exército. Quando voltaram do campo de batalha, os oficiais passaram a se envolver mais nos grandes debates da época – que incluíam o questionamento da própria monarquia.
No anoitecer de 14 de novembro de 1889, boatos diziam que o marechal Deodoro da Fonseca, herói no Paraguai, havia sido preso por desacatar o então primeiro-ministro, visconde de Ouro Preto. Reagindo a isso, soldados de vários regimentos saíram às ruas da capital, o Rio de Janeiro, na manhã do dia 15.
A notícia era falsa, mas o marechal aproveitou as tropas rebeladas para depor Ouro Preto, seu antigo adversário político. Enquanto isso, conspiradores militares e civis se apressaram em escrever, na Câmara Municipal, uma declaração dizendo que o Brasil deixava de ser um império para se tornar uma república. Deodoro, que estava doente e voltou logo para casa, só assinou o documento à noite.
Apesar de nunca ter sido republicano, o marechal havia saído de casa para derrubar um governo e acabou derrubando um regime. A proclamação da República se tornava, assim, o primeiro grande golpe militar de nossa história.
Conduzido à presidência, Deodoro não suportou as intrigas do poder e acabou cedendo o lugar ao seu vice. O também militar Floriano Peixoto assumiu e, quando teve que passar o cargo para o primeiro presidente civil, Prudente de Morais, em 15 de novembro de 1894, não apareceu. Decidiu ficar em sua casa de chinelos, regando o jardim.
A vez dos jovens
Nos anos seguintes, enquanto fazendeiros paulistas e mineiros se revezavam na presidência, os altos postos das Forças Armadas eram ocupados por oficiais eruditos, dedicados a esparsos trabalhos burocráticos. Na outra ponta da hierarquia estavam os jovens oficiais que tocavam as tarefas diárias nos quartéis.
A enorme distância que os separava dos velhos militares daria origem a um movimento com profundo impacto no país: o tenentismo. Ele surgiu em 1913, com a revista Defesa Nacional, lançada por tenentes que criticavam as condições precárias das Forças Armadas. Em menos de uma década, a insatisfação com os superiores e com a corrupta política brasileira levaria aqueles jovens a uma série de rebeliões.
Em 5 de julho de 1922, no Rio de Janeiro, um pequeno grupo tomou o Forte de Copacabana. Quase todos foram mortos. Entre os sobreviventes estava Eduardo Gomes, que participou do levante seguinte, ocorrido dois anos depois, em São Paulo. A cidade foi ocupada por quase um mês e os confrontos deixaram 500 mortos e 5 mil feridos.
Derrotados, os tenentistas fugiram para o sul. Revoltas parecidas ocorriam em todas as regiões do Brasil. No Rio Grande do Sul, o capitão Luís Carlos Prestes e seus homens escaparam das tropas federais e, com os rebeldes paulistas, iniciaram uma longa marcha por diversos estados, procurando seguidores e fugindo do governo. Em 1927, a Coluna Prestes, como ficou conhecida, entraria na Bolívia em busca de asilo político – havia percorrido cerca de 25 mil quilômetros.
A indignação nos quartéis continuava. Sob denúncias de fraude eleitoral, em março de 1930, Júlio Prestes foi eleito presidente, derrotando o gaúcho Getúlio Vargas. Com a ajuda dos tenentistas, surgiu uma conspiração para impedir que o paulista tomasse posse. Em 24 de outubro de 1930, o ainda presidente Washington Luís foi deposto, enquanto 3 mil soldados gaúchos, liderados pelo tenente-coronel Góis Monteiro, chegavam ao Rio de Janeiro. Vargas veio com eles e se firmou como líder da nação.
Prestes e Vargas / Crédito: Wikimedia Commons
Pouco a pouco, contudo, o novo governo foi excluindo os tenentistas do poder. Luís Carlos Prestes, que desde o início tinha se recusado a apoiar Vargas, tentou derrubá-lo com a Intentona Comunista, em novembro de 1935 – o levante, que ocorreu em Natal, Recife e Rio de Janeiro, foi sufocado rapidamente. Dois anos depois, usando como pretexto um suposto novo plano comunista de tomar o poder, Vargas conseguiu o apoio das Forças Armadas para dar um golpe e se consolidar como ditador. 
Quando explodiu a Segunda Guerra, em 1939, Vargas hesitou um bocado, mas acabou optando por mandar tropas para apoiar os aliados – a Força Expedicionária Brasileira, a FEB, desembarcou na Itália em 1944. Após o fim do conflito, os militares brasileiros ficaram numa situação estranha: haviam lutado contra o autoritarismo, mas, ao retornar à pátria, depararam com uma ditadura.
Vargas não poderia mais continuar no poder e, nos bastidores, foi convencido por militares a se retirar. Nas eleições de 1945, dois deles disputaram a presidência: o agora brigadeiro Eduardo Gomes e o general Eurico Gaspar Dutra, ex-ministro da Guerra. Dutra venceu e se tornou o segundo e último militar a ser eleito presidente do Brasil nas urnas – o outro fora o marechal Hermes da Fonseca, que ficou no poder entre 1910 e 1914.
Civis na corda bamba
A Segunda Guerra deu lugar à Guerra Fria, com a União Soviética e os Estados Unidos disputando áreas de influência ao redor do mundo. No Brasil, as Forças Armadas se alinharam aos americanos. Isso bateu de frente com o segundo governo de Vargas (que derrotara Eduardo Gomes na eleição para suceder Dutra, em 1951).
De acordo com seus críticos, como o jornalista Carlos Lacerda, o nacionalismo getulista era um sinal de simpatia pelos soviéticos. Em agosto de 1954, quando um atentado a tiros contra Lacerda matou o major da aeronáutica Rubens Vaz no Rio de Janeiro, a Força Aérea passou a se opor abertamente a Vargas. Sem o apoio das outras armas e desmoralizado por ser ligado ao assassinato, o presidente recorreu ao suicídio.
Vargas se foi, mas a tal “ameaça soviética” continuava incomodando. Aos olhos de alguns militares, ela era encarnada por Juscelino Kubitschek, eleito presidente em outubro de 1955. No mês seguinte, parte das Forças Armadas, associada a Carlos Lacerda e ao presidente interino Carlos Luz, pôs em prática a Novembrada – uma tentativa de golpe para impedir Juscelino de tomar posse.
O general Henrique Teixeira Lott, defensor do resultado das urnas, soube do movimento e, em 11 de novembro, botou tropas nas ruas do Rio de Janeiro, conseguindo a renúncia de Luz. O general havia dado um golpe para evitar outro.
Nas eleições de 1960, Lott se candidatou à presidência. Perdeu para o imprevisível Jânio Quadros, que acabou renunciando em 24 de agosto de 1961. Seu vice, João Goulart, o Jango, estava em viagem na Ásia. Os ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica logo divulgaram um manifesto em que afirmavam categoricamente a “inconveniência” do retorno de Jango – considerado esquerdista demais – ao Brasil.
Surgiu um clima de tensão poucas vezes visto no Brasil. Assim como Lott garantira a posse de Juscelino, o general Machado Lopes, sob influência do governador gaúcho Leonel Brizola, ameaçou colocar o Terceiro Exército em combate para levar Jango ao poder. Deu certo. Os comandantes das Forças Armadas recuaram e permitiram o retorno do presidente, que assumiu em 7 de setembro de 1961.
Durante seu governo, Jango propôs reformas econômicas e comprou brigas com militares e com civis. Em 13 de março de 1964, durante um comício, assinou o decreto da reforma agrária – sinal de que ele estava mesmo disposto a mexer com os grandes proprietários.
Longos 21 anos
Rapidamente espalhou-se o boato de que Jango daria um golpe para se tornar ditador. Mas quem deu o golpe foram os militares – e, desta vez, nenhum deles se ergueu para defender a “legalidade”. A mobilização começou tímida, na tarde de 31 de março, com a quartelada de uma divisão de infantaria na cidade mineira de Juiz de Fora.
Enquanto o governo hesitava, militares que não acreditavam num golpe começaram a aderir ao movimento. Não houve resistência. Na noite de 1º de abril, Jango se conformou de que aquilo tudo não era mentira: deixou o cargo e partiu para Porto Alegre, seguindo para o exílio no Uruguai.
O general Humberto de Alencar Castello Branco, um veterano da FEB, assumiu a presidência em 15 de abril de 1964. Para acabar com a oposição, o novo governo destituiu de seus cargos centenas de juízes, políticos eleitos e militares. Ainda assim, havia a impressão de que a democracia poderia voltar logo.
“A presença militar, que na política sempre se apresentou para restabelecer a ordem, poderia ter terminado ainda nos anos 60”, diz o general Sérgio Augusto de Avelar Coutinho, diretor do Clube Militar.
Segundo ele, acontecimentos como o fracassado atentado a bomba de 1966 contra o então ministro da Guerra, Artur da Costa e Silva, em Recife, deram argumentos para quem se opunha ao fim rápido do regime. “Ações terroristas como essa acabaram reforçando uma corrente messiânica dentro das Forças Armadas, que só deixaria o poder muito tempo depois.”
Essa “corrente messiânica” era composta por oficiais que acreditavam que o comunismo era uma ameaça constante e devia ser aniquilado a qualquer preço – por meio de espionagem, tortura e perseguição política. Costa e Silva, que sucedeu Castello em 1967, era um legítimo membro dessa estirpe, conhecida como “linha dura”.
Em dezembro de 1968, ele assinou o Ato Institucional número 5, o AI-5, que suspendeu direitos jurídicos dos cidadãos e abriu caminho para que atrocidades fossem cometidas sem que o regime tivesse que responder por elas. Emílio Garrastazu Médici, que assumiu a presidência em 1969, endureceu ainda mais o regime.
Novos ares
A situação começaria a mudar em 1974, com a chegada do general Ernesto Geisel ao poder. Com o apoio do general Golbery do Couto e Silva, chefe da Casa Civil, ele criou um plano para a volta à democracia, anunciado como uma “lenta, gradativa e segura distensão”. Estudiosos argumentam que a principal razão da abertura teria sido o medo de perder o controle do regime.
Essa ameaça ficou clara durante o governo Geisel. Mesmo que ele tentasse conter a violência dos militares, os assassinatos políticos não pararam (como o do jornalista Vladimir Herzog, em outubro de 1975).
A insubordinação dos militares contrários à abertura fez Geisel demitir seu ministro do Exército, Sylvio Frota, em outubro de 1977. A medida tirou do governo o mais graduado linha dura e indicou que o fim da ditadura estava próximo. Outro sinal foi a revogação do AI-5, em janeiro de 1979. Dois meses depois, o general João Baptista Figueiredo assumiu o poder e teve que se acostumar às manifestações populares que contestavam o regime, culminando com a campanha pelas eleições diretas, em 1984.
Após a morte de Tancredo Neves, Sarney chegou à presidência, no ano seguinte, a transição estava completa. Na última entrevista que deu antes de sair do poder, Figueiredo deu um recado ao povo brasileiro: “Me esqueçam”. E, repetindo o gesto de Floriano Peixoto no século 19, ele também não foi à posse de seu sucessor civil.
Com o desgaste dos militares em decorrência da ditadura e o amadurecimento da democracia, a situação deles mudou bastante na época. 

+ Saiba mais sobre o tema através de importantes obras
1889: A República Não Esperou o Amanhecer, Hélio Silva, Civilização Brasileira, 1972 - https://amzn.to/32KoMZl
As Ilusões Armadas – A Ditadura Envergonhada, Élio Gaspari, Cia. das Letras, 2002 (Kindle) - https://amzn.to/375uxEj

sábado, 16 de novembro de 2019

WALDICK SORIANO - O REI DA MÚSICA BOÊMIA (REPORTAGEM TV DIÁRIO)

A imagem pode conter: atividades ao ar livre, texto e natureza

ESQUINA LITERÁRIA - dois dias especiais dedicados ao livro, à leitura e à literatura. A poesia este ano teve lugar de destaque e as crianças poetizaram muito. A programação como sempre cheia de vida: Blitz Literária com distribuição de picolés de poesia, no trânsito, Leitura no Pé de Poesia, trocas de livros, Circuito de Leitura, rodas de leitura, certificações do Leitores do Ano e dos finalistas da Olimpíada Poética, Recital Poético, Chá Literário com cardápio poético, Almoço com Poesia e muita Leitura Pública no entorno da Praça Augusto Leite com as crianças ofertando leitura de poemas para as pessoas. Muito bonito de se ver! Parabéns para toda equipe da Eedr Manoel Dantas pelo êxito no desenvolvimento da programação. #EuAcreditoNaEscolaPública

Da Linha do Tempo/Face de 
De: Cláudia Santa Rosa

De: Cláudia Santa Rosa
A imagem pode conter: cavalo, céu e atividades ao ar livre

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

DOIS POETAS

Embriagados, cheios de cachaça Parati (antigo aguardente destilada),  os bardos assunses Renato Caldas e Jaime Wanderley vanguardeiros do folclore nordestino, ao passarem pela ponte de ferro de Igapó, sobre o rio Potengi, num repente, versejou Wanderley com graça:

Se o rio Potengi
Não tivesse tanto lodo
E fosse de parati,
Renato bebia todo!

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OS ENCANTOS DA CAPITAL POTIGUAR






Natal – A noiva do Sol,
Amante das belas luas
Que circula em caracol
Reluzindo pelas ruas...
E, bem longe as sereias
Sonham naquelas areias
Se banhando seminuas.

Dos Encantos de Natal
Irei mostrar muito pouco,
Trarei mais o ambiental
Para não lhe deixar louco,
Não vou abraçar a história,
Escavacar a memória,
Arriscando ficar rouco.

Natal – Cidade Presépio -,
Tua estrela dos Reis Magos,
É postal do município.
Praieira de bons afagos
Do velho Beco da Lama
Onde boêmios de fama
Tomam todos os seus tragos.

Natal tem o velho Forte
Lugar de grande atrativo
Do Rio Grande do Norte.
Construído por nativo,
Uma obra de engenharia
Sem usar maquinaria,
Apenas dom criativo.

Tem a Pedra do Rosário
Um lugar de devoção,
Um bucólico santuário
Da Mãe da Apresentação
- Padroeira da Cidade
Que com sua santidade
Dá-nos sempre uma bênção.

Belas praias o ano inteiro
Para todos os turistas
Encanto para estrangeiro...
As ondas, na dos Artistas,
Transformando a praia-mar
Num recanto pra se amar
Desde nossos seiscentistas.

Naquela ponta alvinegra
Tem o Morro do Careca
Na praia de Ponta Negra.
Tem caldo e muita moqueca
De peixe ou de camarão,
Seja inverno ou no verão,
Nunca fecha pra soneca.

As dunas vão escorrendo
Para se abraçar ao mar
E a água vai corroendo
Batendo, sem reclamar,
Um retrato da certeza,
Mostrando o que a natureza,
Fez para nos acalmar.

Um lugar apetitoso
É na praia da Redinha
Lugar tão harmonioso
Tem até uma igrejinha,
Tem ginga com tapioca
De farinha de mandioca
Comida topo de linha.

Areia Preta, e Artistas,
Desde a década de quarenta,
São as praias dos Turistas.
Da beleza se alimenta,
Vista a partir da ladeira
Dá no quengo uma doideira,
Deixa a pessoa foguenta.

De lá se vê quase tudo
Da velha urbe Potiguar
- Berço do gênio Cascudo
Que de forma singular
Escreveu com maestria
Pitadas de idolatria
Nossa história popular.

Se vê a Newton Navarro
De curvatura imponente
Unindo o asfalto ao barro
Do Leste para o poente.
Ponte que atrai os turistas,
Juntando-se aos banhistas,
De forma bem atraente.

Vê balsas de pescadores
Aportadas elegantes
Privilégio aos moradores
Destas marés verdejantes.
Se vê Redinha e o Forte,
O início da zona norte
- Atração pra visitantes.

Ali perto ainda tem
O farol de Mãe Luiza
Muito tempo que detém
E lhe caracteriza
Tá num bairro litoral,
De onde se avista Natal
Que neste se enfatiza.

Partimos para a Ribeira
Berço dos antepassados,
Que de forma pioneira,
Foi pelos anos dourados
Empório comercial,
Da cultura, social,
Recanto dos namorados.

É ali onde se encontra
O Alberto Maranhão,
Que nas artes se concentra
Artistas em comunhão,
Cantando vivas ao povo
Que come cuscuz com ovo
Na terra de Camarão.

Subindo na velha rua
Se chega a Cidade Alta,
Onde, com ou sem a lua,
A diversão é peralta...
Lá se afogam os desgostos
Com cachaça e tira-gostos
Bebedeira nunca falta.

Tem também o Centro Histórico
Famoso pelos seus feitos
Popular, clássico e folclórico
Deixa todos satisfeitos
Têm igrejas centenárias
Construções milionárias
- Prédios belos e perfeitos.

Destaco o Memorial
De Luiz Câmara Cascudo
- Sendo um referencial
Importante para estudo,
Essa foi a sua herança
Que nos deu a segurança
Para usá-lo como escudo.

Tem bairros dos mais diversos
Com particularidades
Todos eles dão bons versos,
Nas suas diversidades.
Mas, o Alecrim tem demanda
No comércio ele é quem manda
Com muitas variedades.

A feira e o cemitério
São seus referenciais,
Lá não existe mistério,
Une as classes sociais.
Buscando os objetivos
São encontrados motivos
Para os casos crucias.

Visitando a zona sul
Têm Shoppings como opções
Nos moldes do Mercosul
Atraem as populações
Como opção de lazer,
Ou as compras pra fazer
Em boas instalações.

Da Copa, suas heranças,
Nossa maior foi o Arena
Um lugar para festanças
E de segurança plena.
Tem uma visão de duna,
Nos custou uma fortuna
Mas, visitar vale a pena.

O Centro de Convenções
É um outro ponto de evento
Entre estas, as colações
- Momentos de grande alento.
Construído na costeira
Namora o mar da ladeira
Com seu porte corpulento.

Perto da rede hoteleira
Com oferta eficiente
Atende a moda estrangeira
Que é seleta e exigente.
O sol aqui beija o mar
É um lugar para se amar...
Gente cuidando de gente.

Niemeyer desenhou
Belo Parque da Cidade
Do jeito que ele sonhou:
Com a preciosidade
De exalar sua pureza
Abraçando a natureza,
Mostrando genialidade.

Também temos nosso Bosque,
Famoso Dos Namorados:
Tem fauna, flora, quiosque,
E até shows já programados,
Suas trilhas ecológicas
Nas eras tecnológicas,
Deixa-nos apaixonados.

Nessa terra Potiguar
A culinária é de ponta
Jamais deixa jejuar,
Rapidinho ela tá pronta,
Paladar de nordestinos,
Bem ao gosto dos latinos
Com os preços bem em conta.

Tem a Metropolitana
- Região predominante,
Muito rica e soberana,
Com clima bem excitante
E belezas naturais
De encantos fenomenais
Que cativa o visitante.

São Gonçalo do Amarante
Possui um aeroporto
Belo e bem aconchegante...
E em Natal temos um porto.
De Nísia à Parnamirim,
Tibau Sul, Ceará Mirim
Além doutras... Só conforto.

Nesse torrão nordestino
O mar abraça a caatinga
Como um homem libertino,
Come buchada com pinga,
Dança forró pé-de-serra,
Depois de beijar a terra,
Faz do cabaço a moringa.

Natal é sol, diversão...
Natal é mar, movimento...
Natal é amor, é paixão...
Natal é festa, momento...
Natal é paz, harmonia...
Natal é luz que alumia
O Natal do Nascimento.

Queremos a volta dos trens de passageiros por todo o Brasil!

Queremos a volta dos trens de passageiros por todo o Brasil!
Todos sabemos que os trens foram desativados, a partir dos anos de 1960, contra o interesse do povo. Todos sabemos que na década de 1990 houve a privatização "do resto dos trens", que a empresa que comprou a malha férrea, por interesse obscuro, não investe na recuperação dos trens, como se obrigou.
E todos sabemos que nem os representantes do povo nem o Ministério Público tomam medidas minimamente eficazes pela volta dos trens. Todos sabemos que o Brasil quer e precisa se desenvolver e que países desenvolvidos, sem exceção, têm muitos trens.
Diante disso, como "o poder emana do povo" (art. 1º da Constituição Federal), assinamos esta petição para que as autoridades finalmente nos representem nesse sentido.

LUIZ CARLOS LINS WANDERLEY – 1831/1990, foi um dos primeiros poetas do Assu, primeiro médico e romancista do Rio Grande do Norte. Foi também...