sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

POESIA AMOROSA

Por João Lins Caldas

Na morada dos astros luminosos
Fui astro. Namorado das estrelas,
Desci, cheguei à terra. Entre as donzelas
Estava o meu amor. Ébrio de gosos.

Olhei-te. Amei-te então. Os teus formosos,
Olhos meigos, lembrando estrelas belas,
Eram graça, eram luz. Pelas procelas
Cantava o nome teu. Os amorosos.

Que à terra moram, invejosos, graves,
Me invejam também. Quantos felizes
Que o mundo guarda nos seus longos lastros...

Mas, ó! Deixando a terra e seus entraves,
Diferente de mim, que já maldizes,
Me deixaste buscando o céu dos astros.

Assu, 26.5.1909
(Do livro Poeira do Céu, 2009)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

BARRA PESADA

Por Valério Mesquita, escritor

01) A longa estiagem castigava o Nordeste, lá pelos anos cinquenta. O então deputado Aluízio Alves teve a idéia de mandar preparar em sua cidade natal, um cuscuz de xique-xique, pesando mais ou menos um quilo. Esse era o alimento dos angicanos, como também dos nordestinos castigados duramente pela seca. De posse do cuscuz, Aluízio rumou para o Rio de Janeiro, e, lá no Instituto Bromatológico, a peça foi analisada para se averiguar o teor da vitamínico. A surpresa foi grande. Encontraram na peça alimentar, apenas 0,5 c.c. de H20. Aluízio, dias depois, fez um teco-teco sobrevoar algumas cidades, soltando boletins, mostrando a realidade e em que situaçãoo se digladiavam o povo e o governo. O ferrenho adversário de A.A., Zé Doido, pegando um dos boletins, comentou: "Olha o tamanho do papel que Aluízio manda pra nós... Não dá nem pra limpar o fió-fó..." E completando: "Ele tá certo. O que se come é relativo ao que se...".
02) Um exemplo típico de atrfiamento e escárnio do idioma pátrio aconteceu com o vereador Sadoque Xavante, ao convidar o colega Expedito Bolão para comemorarem juntos as festas de fim de ano, lá pelos idos sessenta. Aproveitando a deixa, o irreverente Expedito sugere o insólito: "A entrada do "anus" a gente festeja lá em casa. Já a festa do "Rei", vai ser na sua, mas deixe que eu mando brasa. Você é meu amigo, e, eu vou com jeito...". Coisas da jurisprudencial irreverência expeditiana.
03) Natal vivia a época da guerra. Os cabarés estavam sempre em alvoroço com a presença marcante de marinheiros - tipo de pessoas com as quais o saudoso Luiz Tavares não simpatizava. Final de tarde, no bairro da Ribeira, o lupanar estava repleto. Luiz, frequentador assíduo, encostou-se no umbral de uma das portas e ficou olhando a farra. Observou um gatinho todo trêmulo de fome comendo as migalhas que caiam da mesa. Depois, o bichano encostou-se na botina de um dos marujos. O militar sentindo-se incomodado, pisou propositadamente na calda, desfechando-lhe um chuite. Após algum tempo, a cena se repetiu. Tudo isso observado por Luiz, que, revoltado com a agressão ao animal decidiu reagior. Pegou o gatinho, acariciou-o e partiu para os marinheiros, colocando-o no centro da mesa. Bateu no ombro do agressor e ameaçou com aquele vozeirão: "Eu digo que você e esse navio é cheio de bons marinheiros se você chutar esse gatinho novamente". Vendo que a barra era pesada o marujo afroxou, diante de Tavares com aquela insustentável leveza de ser.
blogdofernandocaldas.blogspot.com

SOBRE GERALDO MELO - PPS

O ex-senador Geraldo Melo ao contrário do que foi divulgado ontem através de alguns blogs, deve ser mesmo candidato a deputado federal. Aquele ex-senador entende que por existir uma aliança do PPS (partido presidido no Rio Grande do Norte pelo deputado Vober Junior)  com o PSB, irá conversar com outros partidos. Porém, entende que a tendência do PPS é continuar com a governadora Vilma de Faria no pleito de 2010. Em nota divulgada pelo "Jornal de Hoje", diz Geraldo: "Falo do governo de Iberê. Para você apoiar um candidato agora vai ter que se discutir qual o papel que se espera do nosso partido no governo dele. Então, é claro que abre uma negociação entre nós e o candidato. E o partido, naturalmente, saberá se conduzir nesse processo pelas mãos do nosso presidente".

Em tempo: O autor deste blog (que já foi vereador e presidente da câmara dos vereadores do importante município do Assu) apesar de pleitear uma vaga para se candidatar a deputado federal pelo PPS, apostando no sentimento do povo da região do Vale do Assu, sentimento este já demonstrado nas urnas com a candidatura de Alberto Luiz, do PT (atual vice-prefeito do Assu), que  teve uma expressiva votação naquela região, dentre outros em eleições passadas para câmara federal,  não poderia deixar de externar   a sua admiração pelo ex-senador Geraldo Melo (em quem já votou para o senado da república) pelos seus muitos serviços prestados ao estado potiguar e ao Brasil. Fica o registro.
fernando.caldas@bol.com.br

PAGAR O BANCO

Absalão era uma das figuras espirituosas de pendências, importante cidade do Vale do Assu. Essa estória não é para denegrir a sua memória, nem a de seus familiares e amigos, absolutamente. Tem apenas o sentido humorístico. Naquela terra pendencense (ele, Absalão, não dava valor a dinheiro e, o que era seu erqa também do povo, um mão aberta) Absalão foi prefeito, salvo engano, nos idos de sessenta ou começo de setenta. Boêmio, mulherengo, amigo leal, cheguei a conhecê-lo nas suas idas ao Assu para jogar cartas (baralho) com Walter de SáLeitão, entre outros amigos. Pois bem, Absalão certa vez fizera um empréstimo agrícola no Banco do Brasil, agência de Assu e, esperando perdão do governo federal como sempre existia naquelas épocas de seca braba ou mesmo de enchentes provocadas pelo rio Piranhas/Assu que corta também aquele município, deixou atrasar aquela operação bancária. Chico Queiroz pessoa muito conhecida na região fora seu avalista e, certa vez recebeu uma cobrança do próprio gerente, para seu constrangimento. Procurou logo Absalão para resolver o problema, dizendo assim ao enconcrá-lo: "Compadre Absalão o empréstimo que você fez no Banco do Brasil e que eu sou o avalista tá vencido, rapaz! Estive lá no banco e o gerente me cobrou". Absalão não perdeu a esportiva: "Compadre Chico você é muito irresponsável. Vá pagar o banco, rapaz!"
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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O VALOR DO SEU VOTO

*Por Izaías gomes de Assis

Eu quero meu caro amigo
Neste verso te alertar
Sobre a tal corrupção,
Que pode contaminar
Nos anos das eleições
Querendo te devorar.

É uma coisa do diabo
A tal da corrupção
Ela corrompe a moral
E desgraça o cidadão,
Fazendo uma bandidagem
Controlar nossa nação.

E tudo isso pelo amor
Do maldito e bom dinheiro,
Que infesta a humanidade,
Desgraçando o mundo inteiro,
É um mal do capitalismo,
Que viciou o brasileiro.

Meu caro amigo eleitor
Que é honesto e bom cristão,
Não venda nem troque o voto,
Deus não gosta disso, não,
O anjo Dele te ilumine
Te trazendo educação.

O leitor nem imagina,
Como o voto tem poder,
Ele está nas suas mãos,
Esperando acontecer
Te alerto nesse meu verso
Seu voto faça valer.

Em nosso imenso país,
Onde tem democracia,
O que vale é nosso voto,
Ele tem supremacia,
E se for bem aplicado
Terá grande serventia.

Mas um cabra safadão,
Com uma ação desonesta,
Ele trás corrupção,
Que ao povão ela infesta,
E compra o voto do povo
Com cachaça e muita festa.

Mas a tal corrupção
Tem muitos bons aliados,
Pois não são só os políticos
Que ficam endiabrados
Os eleitores também
Ficam endemoniados.

Quando um safado corrupto,
Ele consegue ganhar
Pessoas da laia dele
Souberam nele votar
Ladrão só ganha eleição
Se outro ladrão lhe apoiar.

O cabra vem comprar votos
Com remédio e botijão,
Com uns litros de cachaça,
Com forró e animação;
Desgraçando todo mundo
Com a tal corrupção.

Compra o voto do paizão
E dos filhinhos também,
Com um saco de cimento
Todo mundo se dá bem
O cabra ganha carisma
E num perde nem pro trem.

O povão fica iludido,
Pois não tem educação,
Totalmente desconhece
O que é ser cidadão
Até quando, nosso Deus,
Sofrerá nossa nação?

Quando um homem que é honesto
Aparece num lugar,
Trazendo suas propostas
Sem votos querer comprar
É xingado de pão duro.
Como é que ele vai ganhar?

Nosso povo é mais corrupto
Que os próprios politiqueiros,
Pois eles são minoria
Porém tem alguns dinheiros,
Que compram as multidões
Enrolando os brasileiros.

Tira um carro do Detran,
E paga uma cirurgia,
Dá mil tijolos a um trouxa,
Já a outro dá uma pia,
Do outro tira o CPF;
Está feita a freguesia.

O cabra que era banguelo,
Já não tá mais desdentado,
Uma menina ala-moça
Seu emprego tá arranjado,
Um bêbo ganhou dez contos,
O dinheiro tá afrouxado.

O eleitor também corrupto,
Ele pensa tá lucrando;
Os cabras corruptores
Esses ficam se gabando,
Pois enganam os otários
E deles ficam mangando.

O eleitor sem consciência,
Devido a politicalha,
Vota em branco, às vezes nulo,
Porém ele também falha,
Além de não ajudar
A eleição ele atrapalha.

Se você votar em branco
Falta-lhe cidadania,
Pois não ter nenhuma escolha,
Isso sim que é covardia,
Se você não participa
Cadê a democracia?

Meu querido camarada,
Que se acha bom eleitor;
Nas próximas eleições
Seja você construtor,
Não vote nesses corruptos
Mostre ao mundo seu valor.

O que eu acho interessante
É que tem gente estudada,
Que passou por bons estudos,
De vida bem sossegada
Se embaraça na política
Ficando contaminada.

Pois quer ter uns privilégios,
E o demo vai lhe enganando
Querendo ser importante
Nossa verba vai gastando
Vira bandido também
E Deus fica observando.

Quando um corrupto ganha
A impunidade é selada,
Pois uma pessoa dessa
Jamis será condenada,
Enquanto estiver por cima
Ninguém não lhe fará nada.

Quem já viu ser condenado
Algum mau parlamentar?
A justiça brasileira,
Só sabe lhe preservar
Também o eleitor corrupto
Que nele soube votar.

Meu caro  amigo  estudante,
Meu amigo professor,
Seja você consciente,
Um verdadeiro eleitor,
Nosso Brasil custa caro
Pois seu voto tem valor.

Essas minhas reflexos
São anotações diárias
Se eu pudesse mandaria
Xerocópias fazer várias
Dessas minhas conclusões
Que são todas necessárias.

Não cito nome de gente
Neste cordel popular,
Pois essa é a minha arma
Que manejo e sei usar,
E você que é consciente
Também pode me ajudar.

Cópias deste folheto,
Tire corra e distribua,
Nas praças, nas avenidas,
Na escola e na rua,
Vamos falar a verdade
A VERDADE NUA E CRUA.

Um abraço para todos
Pra todo bom cidadão,
Que nunca vendeu o voto,
Que tem ele educação,
Que ele orgulha de ser
Construtor desta nação.

Esse cordel cidadão
Faça favor de emprestar
Pro colega e pro patrão,
Pra quem você encontrar,
Aprenda ser cidadão
O brasil vai acordar.

Abraços para os leitores,
Té mesmo pra quem não fez
O dever de cidadão,
Mas fará bem desta vez;
Izaías se despede
Um abraço pra vocês.

*Izaias Gomes de Assis é poeta cordelista potiguar.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

ASSU ANTIGO


SOLON WANDERLEY

Solon Wanderley era proprietário da famosa Padaria Santa Cruz, junto com seu irmão Afonso Wanderley. Sua mãe Alice Wanderley era poeta. Solon gostava de produzir trovas jocosas, amorosas, religiosas. Num certo Concurso Internacional de Trovas promovido pelo Clube dos Trovadores do Seridó no começo da década de setenta ele partcipou com a seguinte trovinha classificada em sétimo lugar que diz assim:

Das mil estradas da vida,
Por uma Jesus desceu.
Quero galgar-lhe a subida...
Pobre mortal! Quem sou eu?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

CARNAUBAIS



*Por Aluízio Lacerda

Carnaubais nosso berço nativo, tu és tão maravilhosa quanto o ufanismo expresso dos cariocas com a beleza do Cristo Redentor, mas vóis sois tão magestosa, altaneira de princípios, ordeira, pacata, sentimento dos nossos ancestrais, beleza ética dos verdes carnaubais.
Seu povo, costumes, tradições e riquesas, sobrevivem de geração pra geração, admirando o leito do Piranhas, rio que nos deu tudo e muito levou.
Nas suas águas correm nossas mágoas pra transbordar no oceano em forma de esperança.
Carnaubais defendemos teu nome com orgulho, coragem, perseverança, serás sempre admirada por uns, criticada por outros, não importa a razão, nem o motivo, o que vale é enaltecer o teu valor.
Estamos continuadamente na luta pelo teu progresso, os ideais permanecem, os objetivos com certeza serão concretizados.
Salve à todos que lutam em prol do teu crescimento, independente da cor ou facção partidária, sempre estaremos na trincheira do seu porvir.

*Aluzio Lacerda é professor, jornalista, blogueiro.

domingo, 17 de janeiro de 2010

CHICO DIAS, DE NOVO

Chico Dias é uma figura folclórica e espirituosa da cidade de Assu por onde foi candidato a vereador por diversas vezes. Atualmente é corretor de imóveis bem sucedido. Não perde a oportunidade para soltar um repente, um dito espirituoso. Pois bem, Ivete Medeiros fundou naquela terra assuense uma instituição denominada GAVA - Grupo Ambientalista do Vale do Assu. Ao se encontrar com Chico Dias fez o convite: "Chico estou lhe convidando para fazer parte do GAVA, posso contar com você?" "Ora, Ivete, mataram Chico Mendes imagine Chico Dias!" Recusou Chico em cima da bucha.

AMOR


AMOR

Amor recompensado, que compensa,
Que se revela amado e, se não fosse,
O mesmo não seria, atado e doce
- O coração talhado na descrença.

Amor que sente e vê, amor que pensa,
Que pensando se fez e cauculou-se,
Amor que se escondeu, e revelou-se
Só quando refletido n´outra crença.

Amor que os passos vê, que conta os passos,
Fugitivo da dor, dos embaraços,
Os pesares notando, os males vendo.

Não é este, sem dúvida, o amor buscado.
Porque o amor no meu amor notado
É o bem mais cégo na cegueira ardendo.

João Lins Caldas

ZILDA ARNS


Que a alma de Zilda Arns "há de brilhar e florescer como talvez em nenhuma outra alma no mundo."

É a homenagem deste blog.

sábado, 16 de janeiro de 2010

RAPAZES ASSUENSES


Rapazes assuenses, início da década de setenta. Direita para esquerda: Francisco de Souza Junior (Juninho de Chico de Ernesto), Rubian Soares, Arnourd Abreu (Arnouzinho)?, (?) Arnóbio Abreu e Osman Alves. Juninho é advogado, Rubian é dentista, Arnouzinho galeceu recentemente, Arnóbio também jpa falecido foi deputado estadual presidente da Constituinte de 1989 e Osman é dentista aposentado. Como não podia ser diferente para um bom assuense, todos tomando "umas e outras". O local é o Centro Cearense que ficava na esquina da rua João Pessoa com a Deodoro, em Natal.

CARNAUBAIS ONTEM


A fotografia acima fora tirada na posse de Texeirinha como prefeito de Carnaubais (RN) onde podemos ver o agropecuarista Juca Benevides (falecido recentemente), (?), (?), o deputado Olavo Montenegro, Francisco de Souza (Chico de Ernesto) e o prefeito recém empossado Texeirinha que, se não me engano, foi o terceiro prefeito daquele importante município do Vale do Assu. Carnaubais antes de ter foros de cidade em 1963 através do projeto de lei do deputado Olavo Montenegro era denominada Santa Luzia.

Em tempo: Que o dinâmico prefeito e blogueiro Luizinho Cavalcanti e o professor e também blogueiro Aluízio Lacerda me ajude a identificar as outras figuras constantes naquela fotografia do arquivo do dentista assuense de Carnaubais Osman Alves.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

SOBRADO DE ZÉ BELEZA


Sobrado conhecido pelos assuenses mais antigos como Sobrado de Zé Beleza, funcionou seminário, grupo de escoteiros. É de propriedade, se não me engano, da Paróquia de São João Batista, padroeiro do Assu-RN. Está assentado na rua Moisés Soares, antiga rua de Ortas, Centro daquela terra de centenários casarões.

OLIVEIRA JUNIOR


Olegário de Oliveira Junior (1895-1983), poeta dos bons, escritor, articulista, colaborou nos jornais do Assu sua terra natal e na imprensa da cidade do Natal, como "Jornal de Natal", dentre outros. Em 1961 imortalizou-se ingressando na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. Sobre ele, disse alguém: "poeta de classe, um artista de fibra, conhecedor emérito dos segredos das rimas". Oliveira Junior está antologiado por Rômulo Wanderley na sua antologia intitulada "Panorama da Poesia-Norte-Rio-Grandense", 1965, além da antologia de Ezequiel Fonseca Filho intitulada "Poetas e Boêmios do Assu, 1984. Da sua antologia intitulada "Frutos do Meu Pomar" (sonetos), transcrevo estes belos versos amorosos como prova da grandesa do seu poetar, sob o título "Eu", que diz assim:

Fiz de ti minha musa e meu sinsero culto,
E fiz de teu afeto  o deus da miséria crença,
Sinto a minha alma e festa, e canto, e rio, e enxulto,
Quando fitas em mim, cheia de graça imensa.

Deixa que nos malsine o mundo vil e estulto,
Pois rigores não há que um grande amor não vença.
Amparado na fé e a contemplar teu vulto,
Jamais naufragarei nos mares da descrença.

Confia, espere e crê nos dias do futuro
Viverás sempre em mim como um sol refulgente,
A iluminar o céu de nosso amor tão puro.

Vencerei a maldade, a inveja, o preconceito,
Tendo a guiar-me na vida o teu olhar ardente,
Contra nas perfídias do ódio e a fúria do espelho.

Ainda é dele, Oliveira Junior, esta estrofe adiante: E eu sozinho! E eu tão só, a chicotear-me o vento.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

SAUDADES DE MARIA EUGÊNIA


Maria Eugênia Maceira Montenegro foi a primeira mulher a fazer parte da Academia Potiguar de Letras. Natural de Lavras, Minas Gerais, e assuense por escolha. No Assu começou a fazer (onde viveu mais de sessenta anos) versos por influência dos poetas daquela terra principalmente do grande bardo João Lins Caldas com quem conviveu na intimidade. Fica a homenagem e a lembrança deste blog. É produção  daquela escritora imortal (que com sua partida para o outro lado deixou o Assu "mais pobre e deserdado de seu talento"), o poema seguinte de tanta verdade:

Minhas mãos são asas.
Taças,
Preces.
Quando anseio a liberdade,
Quando tenho sede de amor, quando minha alma se transforma em dor.

NOTA


cada dia mais nos empolgamos com a força do povo. Pois tenho andado, sentindo. Não tenho dúvidas: o povo faz liderança na hora que quer. E o povo está cada dia mais aprendendo com o sofrimento. Lamento profundamente que a grande imprensa divulgue que Assú só tem um pré-cadidato a deputado estadual. Isso é atropelar a história e a realidade, pois na verdade o Assú tem três pré-candidatos a deputado estadual.
Ao amigo Fernando Caldas (Fanfa). Fanfa li o seu comentário e gostei. Gostei amigo, pois amigo é pra essas coisas. Desculpe pela ausência, realmente foi um lapso de memória. Mas da mesma forma leio o seu blog todos os dias. Pra quem não sabe Fanfa é pré-candidato a deputado federal. E temos outro conterrâneo nosso candidato a Câmara federal Tião de Aurinha. Um pelo PC do B e o outro pelo PPS.

Postado por Juscelino França

CAUSOS

"Memórias Provincianas" é um dos livros do escritor (de minha admiração) Valério Mesquita, publicado em 2004 pela editora "Sebo Vermelho", de Natal. Aquela edição tem prefácio do imortal Iaperi Araújo. Daquele livro, transcrevo quatro estórias referentes a figuras da região do Assu (minha terra natal). Vejamos para o nosso bem estar, adiante:

"01 - Oliveira Júnior era uma figura estimada, escritor e articulista. Escreveu um livro intitulado "Frutos do Meu Pomar", bastante conhecido e lido, na época. Foi relator da Folha da Tarde de Djalma Maranhão e adépto de idéias de João Café Filho.  Seus filhos Guaracy, Queiroz e Paulo Oliveira no tempo de Revolução de Março de 1964 foram detidos pelo arbítrio e alojados nas selas do quartel da Polícia Militar do Estado. Certo dia, foi ao quartel visitar os filhos e ao chegar, ouviu de outro preso político Hélio Vasconcelos, uma saudação inesperada e humorada: "Oliveira, bom dia, venha ver onde estão os frutos do seu pomar".

02 - O meu amigo Edgard Borges Montenegro, ex-deputado, ex-prefeito do Assu, é tido por alguns como "pão duro". Talvez por ter sido, ao longo de sua vida pública, muito assediado pelo povo. Em sua casa de Assu, quando chegava alguém ao portão, perguntando: "Edgarstá?" Lá dentro Edgard resmungava automaticamente: "Nenhum tostão!"

03 - Chico Barreto, aos 77 anos de idade, era brigado com a esposa. Moravam juntos mas não se cumprimentavam. Briga igual só a de judeu com palestino. Mas, nas horas de refeição havia uma trégua esquisita. Para não chamar pelo nome do marido, assim o convoca à mesa: "Xô galinha, xô"! Aí Chico Barreto vinha, sentava e comia. Briga é briga. Senha é senha.

04 - Chico Barreto sempre comparecia aos velórios e enterros em Pendências, mas custumava nunca entrar no cemitério. O fato se tornou notório. Um dia um curioso observador perguntou-lhe: "Chico, por que você não entra no cemitério?" Resposta na ponta da língua: "Porque  quem não é visto não é lembrado".

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A TRAJÉDIA QUE ENLUTOU O RIO GRANDE DO NORTE

"O mergulho do avião no Rio do Sal levou para o silêncio da morte planos e intenções"


Às 4h15 da manhã do dia 12 de julho de 1951 decolava do aeroporto de Parnamirim o avião Douglas, de prefixo PL - 3 PPLG da LAP - Linhas Aéreas Paulistas com destino ao Rio de Janeiro. A bordo daquela aeronave, o governador potiguar Dix-Sept Rosado que regressava aquela capital carioca com o objetivo de tratar de assuntos políticos e, principalmente, conseguir recursos para "reconstruir o Estado dos efeitos desastrosos da calamidade climática".

Em sua companhia alguns seus auxiliares e amigos como Mário Negócio, Felipe Pegado Cortez, Jacob Wolfson, José Gonçalves de Medeiros, Fernando Tavares [Vem-Vem] e sua esposa Maria Celste Tavares (meus avós maternos), além de Marina Nina de Oliveira e seu filho pequeno, bem como Pedro dos Santos, Agenor Coelho, além dos tripulantes comandante aviador Áureo Miranda, co-piloto José de Souza Neto, o radioperador Eurico Pereira Bendelho e o comissário Sérvulo Duarte Gonçalves, dentre outros.

Aquele avião teria que fazer escala no Recife, Aracajeió. Naquela aeronave viajava também o assuense Majó Manuel de Melo Montenegro que teria desembarcado na capital pernambucana. Do Recife, o avião proseguiu viagem. A próxima escala seria a cidade de Aracaju, antes, porém, de entrar em reta final sobrevoou o rio do Sal daquela capital sergipana para pouso quando segundo informações dos moradores do povoado Sobrado, o avião começou a inclinar as asas, para ouvirem em seguida, o barulho ensurdecedor provocado pela queda da aeronave. O desastre ocorreu precisamente às 8h40 no riacho Calumbi, afluente do rio do Sal. Poucos minutos depois os jornais recebiam notícias da grande trajédia que enlutou o Rio Grande do Norte e Sergipe, conforme informações do Sergipe-Jornal, edição do dia 12 de julho de 1951.

Outra matéria sobre aquele acidente vamos encontrar naquele mesmo jornal datado de 13 de julho daquele mesmo ano. O pesquisador Valderley Ferreira de Matos, de Aracaju, diz que aquele periódico informa que "muitas horas após a trajédia a agência da LAP em Aracaju não sabia informar quais passageiros e tripulantes viajavam e fazia crítica à falta de manutenção da aeronave, dizendo que "avião que cai é avião sem manutenção e com carga acima do limite". Foi, segundo se comentava na época, o excesso de carga a causa daquele episódio que vitimou 28 passageiros e quatro tripulantes.

Aquele pesquisador ainda depõe que naquele acidente "morreram seis membros da família Diniz e três da Sampaio Melo, famílias tradicionais da capital pernambucana, além do sergipano Raimundo Leite Torres, filho de Anízio Fontes Torres, fazendeiro de Estância, interior Sergipano.

Há informações que aquela "aeronave estava sobrecarregada e no limite máximo de passageiros, tudo leva a crê que o comandante fez uma manobra brusca para entrar em reta final do pouso, perdendo, contudo, o controle do avião. Não houve incêndio, como a princípio se pensou. Os corpos das vítimas foram transportados do local do acidente para o Hospital Cirurgia, para serem embalsamados e enviados para os estados de origem."

Os corpos do fazendeiro e comerciante em Açu chamado Fernando Tavares e sua esposa dona Celeste foram identificados pelo médico Samuel, casado com uma assunse que naquela época clinicava em Aracaju. Foi o vigésimo desastre aviatório ocorrido no Brasil.

A propósito daquele acidente, o cancioneiro popular escreveu:

[...]

No dia 12 de julho
Se viu no firmamento
Que o sol resplandecia
Os seus raios pardacento
Como quem dava sinal
Deste acontecimento.

O nosso governador
Jerônimo Dix-Sept-Rosado
Formando uma viagem
A qual tinha projetado
Para o Rio de Janeiro
A benefício do Estado

Em sua companhia
Os seus auxiliares
A interesse do mesmo
Ocupando seus lugares
E junto dr. Jacob,
Sr. Fernando Tavares.

Dona Celeste Tavares
E d. Maria Nina
E seu filhinho querido
Nesta hora matutina
Sandoval, Pedro dos Santos
Que tiveram curta sina

Sr. Agenor Coelho,
Seguia neste transporte;
Foram 12 companheiros
Do Rio Grande do Norte.
Sem pensar que neste dia
Fosse pouco a sua sorte

As 4 horas e 15
Todos eles embarcaram
Num avião da LAP
Conforme se combinaram
Sem menor perda de tempo
No aparelho voaram.

Todos bem regozijados
Regressando da cidade
Pra fazerem a viagem
Com Paz e felicidade
Não julgavam nem por sonho
Na triste fatalidade.

O rifão tem um ditado
Que o provérbio nos diz
Que jamais se sabe a hora
De alguém está feliz
Quando a gente não esperava
Chegar o momento infeliz

Todos eles satisfeitos
Em uma só harmonia
Exceto Vem-Vem
Que viajar não queria
Como quem advinhava
Seu coração lhe dizia.

Muita gente de Açu
As vezes lhe perguntava
Para o Rio de Janeiro
Quando ele viajava
Ele dizia que esta
Viagem muito receava

Porém Dix-Sept chamo-o
Como seu maior amigo
Para conhecer o Rio
Em companhia consigo
Não julgando que eles fossem
Vítima deste perigo.

E provou que era amigo
Até o último transporte
Muito embora neste dia
Tivesse mesquinha sorte
Porém provando que era
Amigo de vida e morte.

fernando.caldas@bol.com.br

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

PPS - RN


Partido Popular Socialista (naquela agrmiação partidária sou filiado desde o ano de 2000) partido pelo qual fui candidato a vereador de Natal nas eleições de 2008. Agora, sou candidato a candidato a deputado federal, carregando no meu currículo a experiência legislativa e ter execido importantes cargos públicos no Governono e na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte, além de ter sido com muita honra vereador por um longo peródo e presidente da Câmara Municipal do Assu. Fica o registro.

EM DELÍRIO Por que é que nós vivemos tão distantes, Si estamos neste sonho todo incerto: - Eu ao teu lado em pulsações vibrantes, E tu, long...