terça-feira, 4 de janeiro de 2011

TODA MERDA AGORA É ARTE!


 

(Máxima de Fábio de Ojuara, artista plástico e filósofo do Ceará-Mirim. Presidente perpétuo da Associação dos Cornos Potiguares, autor do manual Sabendo Usar… Chifre Não É Problema edição esgotada) 


M O T E :


Tem poeta pra caralho
fazendo merda em Natal



G L O S A S :


I)


Grandessíssimo escangalho,
escoalha, ruma de bosta…
Só babão aplaude e gosta
- tem poeta pra caralho!
É ua feira de mangalho,
mediocridade abismal!
Um puto de um carnaval
de asnáticos completos
- um mundão de analfabetos
fazendo merda em Natal!



II)


Bebem água de chocalho,
obram versos todo dia,
traduções de fancaria
- tem poeta pra caralho!

A Capital é o serralho,
o coito, o carrapatal,
o esconderijo feital
da canalha deletéria
que anda pintando miséria
- fazendo merda em Natal!



Laélio Ferreira


Postado por Fernando Caldas

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Um ponto que era grande

Leonardo Sodré*

A lembrança mais antiga que tenho do meu pai era quando ele vinha do trabalho. Vestia-se quase sempre com ternos de linho branco que depois do expediente ficava elegantemente amassado. Ele trabalhava no Grande Ponto, também conhecido por Cidade Alta, naquele tempo, em Natal. Era gerente de uma loja de tecidos, “As Nações Unidas” e tinha orgulho de trabalhar naquele lugar atendendo, como ele dizia, “a fina flor da cidade”.

Não tinha carro e vinha caminhando até a rua Manoel Dantas, em Petrópolis, onde morávamos. Depois, em 1974, colocou seu próprio negócio, o Sodré Armarinho, na rua Coronel Cascudo, em homenagem ao sobrenome de minha mãe. Chamava-se José de Siqueira Leite, apenas Siqueira para os amigos e faleceu em 1986.

Depois, quando cresci mais um pouco, comecei a conhecer mais o Grande Ponto. Estudava no Colégio Marista e meu pai finalmente havia conseguido comprar um carro. Na verdade, um verdadeiro automóvel, inglês – Anglia -, fabricado em 1948. Era preto e parecido com o que usado pelos “Irmãos Metralha”, das revistas da Disney. Ele ia me buscar no colégio e, impreterivelmente, passava na Confeitaria Cisne para uma cervejinha com o dono do estabelecimento, seu compadre e amigo, Múcio Miranda.

A Confeitaria Cisne ficava na Rua João Pessoa e tinha um reservado que servia de bar para a maioria dos boêmios daquele tempo. Lá encontrava outros amigos: Jurandir Pontes, gerente da loja “Quatro e Quatrocentos”, Lobrás, que ganhou esse nome depois de uma promoção de vendas, Leão, que consertava máquinas de escrever e calcular e que era exímio jogador de sinuca, Eudo Leite, professor José Melquíades, o músico e comerciante Gumercindo Saraiva, Mário Lima, Tota Zeroncio, Chiquinho da mercearia da rua Coronel Cascudo e Edson Perez, entre outros.

O garçom era José Américo, que também fazia parte do grupo e era tão popular que chegou a se candidatar a vereador. Tinha sempre resposta para tudo, menos para o fato de algumas aranhas conseguirem montar teias tão rápidas nas garrafas consumidas que eram encostadas nos cantos de parede para feitura da conta nos finais de farra. Vez por outra descia para Ribeira e encontrava outro grupo, capitaneado por Luiz Tavares de Souza, José Alexandre Garcia e Luis da Câmara Cascudo.

Quanto a mim, fazia pequenas incursões no reservado, mas passava a maior parte do tempo sentado na calçada da confeitaria vendo o movimento e me deliciando com a enorme variedade de chocolates que o meu padrinho vendia. Para os outros, pois para mim ele fornecia de graça...

Depois fomos morar na região do Grande Ponto, na rua General Osório.

O passeio de domingo, depois da praia, terminava sempre na lanchonete ki-Show, na rua João Pessoa, onde a juventude se reunia num ambiente comercialmente futurista. Tudo era novo e até a conta se pagava através de boletos individuais na saída da lanchonete. Os filhos de pais ricos ficavam circulando em modernos Aero-Willys de um lado para o outro. Ninguém tinha carteira de motorista e o Jeep do Detran, pilotado por um militar que tinha um bigode imenso tinha muito trabalho perseguindo esse pessoal.

À noite passeávamos pelas calçadas da avenida Rio Branco e João Pessoa vendo as vitrines. Papai mostrava todo orgulhoso a que ele montava. Outras como as da Casa Duas Américas e Casa Rio chamavam a atenção da sociedade. Tudo era limpo e ordeiro e não havia assaltos. Tinha até lugar para estacionar onde quiséssemos.

O Grande Ponto tinha grupos. Tinha a turma do Café São Luiz, pessoal diurno. Tinha os especialistas em política que se reuniam nas madrugadas na esquina da João Pessoa com a Princesa Isabel. Tinha a turma do escondidinho e a turma dos finais de farra da lanchonete Dia e Noite, palco de memoráveis brigas e acordos políticos.

Existiam personagens incríveis. “Alberis”, por exemplo, vendedor de jornais, referia-se ao Diário de Natal como “Diaris” e fabricava suas próprias manchetes. Uma vez o peguei gritando:

-  Extra! Vejam a notícia da mulher que engoliu um papagaio e arrotou um peru.

Tinha o pintor Grilo, responsável por, praticamente, cem por cento das fachadas de lojas do Grande ponto, sempre de branco, sempre de bom humor, cantando ou assobiando com um imenso chapéu. Parecia um mexicano. Tinha Milton Siqueira, incrível poeta que morava em um barraco na beira da praia onde hoje é o início da Via Costeira e sobrevivia vendendo poesias no Grande Ponto.

O Grande Ponto foi palco da maior festa popular que já aconteceu em Natal. A comemoração do tricampeonato de futebol, em 1970. Naquele tempo ninguém descia para praia. O Grande Ponto era o orgulho dos natalenses e tudo convergia para lá.

Depois, em nome do progresso e consequente favorecimento dos shoppings, ruas foram fechadas, fachadas antigas foram derrubadas e muito da história foi se perdendo. Mas o Grande Ponto continua palco de grandes manifestações culturais e políticas e o Café São Luiz, por exemplo, continua a ser um excelente instituto informal de pesquisa sobre qualquer assunto.

O Grande Ponto, que já foi moderno, hoje tem História. E, melhor do que grande, diante do crescimento da cidade, virou um ponto que foi grande fisicamente e se tornou maior ainda pela memória que guarda e preserva.

*Jornalista e escritor
Do livro/Antologia “Cantões, Cocadas, Grande Ponto Djalma Maranhão, página 109”, Dezembro 2002.
Modelo inglês do primeiro carro que meu pai comprou

domingo, 2 de janeiro de 2011

Chico Elion: um homem eternamente apaixonado pela vida

O olhar do poeta que enxergou o essencial num Ranchinho de Paia: a felicidade

Por Elizabeth Rose

Ele vem da terra conhecida como berço dos poetas e traz no canto a doce mensagem de um pássaro cantador, que entoa sua poesia e seus amores com a simplicidade de quem sabe fazer e não precisa se perder no labirinto do rebuscamento. Estamos falando de Chico Elion.
Nascido Francisco Elion Caldas Nobre, seu nome foi escolhido como uma combinação premonitória, pois Francisco Elion é um músico nobre que derrama em caldas seu sentimento de poetinha, como é carinhosamente chamado pelos amigos e admiradores de seu requintado trabalho. Do alto de sua longevidade, a receita é simples para o êxito pessoal e profissional: amar o próximo e cantar as boas coisas da vida.
Sobrinho de Renato Caldas, Chico Elion é um orgulho para o povo de Assu e para o Brasil (Elizabeth Rose/Fotec)


Sobrinho de Renato Caldas, Chico Elion é um orgulho para o povo de Assu e para o Brasil (Elizabeth Rose/Fotec)
Chico é autor de belas canções que já foram gravadas por ele mesmo e por diversos cantores. Sua filha mais famosa chama-se Ranchinho de Paia e foi lançada até na França mostrando que o talento de Chico Elion extrapola os limites geográficos e sua poesia comunica o amor, de forma vibrante, aos mais diferentes corações, em qualquer parte. Moinho d’Água, outra canção de Chico muito reverenciada, recebeu uma bonita versão na voz do cantor Fávio José.

Elion presidiu a Ordem dos Músicos do Brasil, em Natal e foi responsável por lançar vários artistas no bar que abriu para seu filho Emanuel Augusto, na casa de seu próprio pai. Lá no Beco da Música, como era chamado o bar que na época recebia a nata da cidade, acontecia eventos como a Noite de Ouro, onde toda segunda-feira eram feitas homenagens aos artistas consagrados. De Caetano Veloso a Sandra de Sá, regado a whisky e muita paçoca com queijo, o local era naquele tempo algo que falta até hoje em Natal: um espaço que congregue pessoas e sirva de espaço cultural pra receber turistas e fortalecer a cena musical da cidade revelando artistas e dando oportunidade de mostrar seu talento.

No Beco da Música havia em torno de 5 mil assinaturas de pessoas de fora da cidade que vinham a Natal e iam prestigiar a capacidade musical grandiosa de Chico Elion e de seus convidados. No bar, que funcionava na Av. Alexandrino de Alencar, despontaram cantores como Pedro Mendes, Cleide Braga, Babal, Paulo Tito, Silvinha e Ana Maria, que arrebatou o coração do compositor e se tornou sua musa até hoje. As paredes do local eram decoradas com autógrafos de cantores e assinaturas dos visitantes em geral. Na casa existiam os 10 mandamentos e a lei era manter a alegria e gostar de boa música. Lá, a única coisa censurada veementemente era a falta de respeito ao músico; em hipótese alguma a platéia podia vaiar alguém.


Chico e Aninha: cumplicidade em uma parceria que deu certo (Elizabeth Rose/Fotec)


Chico e Aninha: cumplicidade em uma parceria que deu certo (Elizabeth Rose/Fotec)

Essa era a proposta de Chico Elion para a cena musical natalense. Ele passeava pelo universo de gente como a cantora Elis Regina, mas nunca deixou de contribuir com o crescimento da nossa cultura; nunca desistiu de acreditar que Natal poderia se firmar no cenário brasileiro se os artistas tivessem mais união e contassem mais com o apoio do poder público. Um dos sonhos de Chico é criar uma Fundação Cultural que fomente nas crianças, desde cedo, o amor pela arte e pelo nosso estado. Para contribuir com isso, pretende disponibilizar todo seu acervo para ajudar na realização do sonho de ver o Rio Grande do Norte valorizar seus artistas ao ponto de terem as músicas executadas nas rádios e consumidas pelo público.
Elion é sem dúvida alguma um sujeito inteligente e galanteador; parafraseando Roberto Carlos, do tipo amante à moda antiga. Dono de um senso crítico apurado, sua língua que canta o romantismo de forma tão singela torna-se uma verdadeira metralhadora quando o assunto é a música de mau gosto feita e veiculada pela mídia nos dias atuais. Ele é taxativo e não esconde a falta de paciência com o que não tem qualidade. E ele está certo. Ele é conhecedor do ofício e maneja bem os instrumentos para realizá-lo. Graças a Deus, tive a oportunidade de conhecer pessoalmente esse astro. Mas, foi por telefone que o poetinha me deu algumas informações que escrevo aqui e ao ouvir seu relato não consegui reprimir o pensamento de que não se faz mais a boa arte como antigamente. Nem a arte, nem as pessoas. Ainda bem que temos e podemos ouvir Chico Elion e suas histórias.
A voz grave e melodiosa permanece bela e afinada (Elizabeth Rose/Fotec)


A voz grave e melodiosa permanece bela e afinada (Elizabeth Rose/Fotec)

Eu recordo (e abro um parêntese para confessar) que gravei seu nome e senti a força de sua poesia ainda quando criança, num LP, que existia lá em casa, do cantor Giliard. A descrição daquela casinha tão feia que abrigava a felicidade ao som do vento, num ranchinho de paia à beira-mar, pintou em minha mente um quadro terno que até hoje permeia meus sonhos e me dei conta de que talvez esteja a esperar a materialização daquela imagem... De fato, parece que não há felicidade fora do ranchinho de Elion

sábado, 1 de janeiro de 2011

O DISCURSO DE POSSE DE ROSALBA CIARLINE

MEUS QUERIDOS IRMÃOS E IRMÃS DO RIO GRANDE DO NORTE,

O FUTURO DA NOSSA TERRA COMEÇA AQUI E AGORA, COM A PROTEÇÃO DE DEUS E PELA VONTADE SOBERANA DA MAIORIA, QUE ESCOLHEU ACREDITAR, QUE ESCOLHEU AVANÇAR, QUE ESCOLHEU FAZER O RIO GRANDE DO NORTE ACONTECER!
VENCEMOS A DESESPERANÇA, VENCEMOS O CONFORMISMO, VENCEMOS OS PRECONCEITOS, VENCEMOS AS PEQUENAS E AS GRANDES BAIXARIAS DOS MAUS PERDEDORES.

VENCEMOS A MENTALIDADE DERROTISTA, QUE NÃO CONSEGUIU VER NEM REALIZAR O SONHO DE TANTAS GERAÇÕES, QUE LUTARAM E LUTAM PARA CONSTRUIR UM LUGAR COM A GRANDEZA QUE A NOSSA TERRA TRAZ NO NOME E NO DESTINO.

RESPEITO A TRADIÇÃO E VALORIZO A EXPERIÊNCIA, PELAS VIRTUDES QUE ENSINAM E PELOS ERROS QUE AJUDAM A EVITAR. MAS O TEMPO DE FAZER NÃO ESTÁ NO PASSADO. POR ISSO, AFIRMO: MEU TEMPO É O MESMO DE VOCÊS. O NOSSO TEMPO É O PRESENTE, E É O FUTURO.

NÃO O FUTURO ASBTRATO DOS HORIZONTES FANTASIOSOS, O FUTURO INALCANÇÁVEL DOS TEÓRICOS. O NOSSO TEMPO É O FUTURO QUE SE FAZ PRESENTE A CADA DIA – HOJE, AMANHÃ, DEPOIS DE AMANHÃ.

ESTA É A NOSSA TAREFA A PARTIR DE HOJE: COLOCAR O RIO GRANDE DO NORTE NO CAMINHO DO FUTURO, REALIZANDO POTENCIAIS E VOCAÇÕES, CRIANDO OPORTUNIDADES, TIRANDO PROVEITO DO CENÁRIO POSITIVO QUE O BRASIL VIVE.
É INADMISSÍVEL QUE, ENQUANTO O PAÍS CRESCE, ENQUANTO ESTADOS VIZINHOS – OS MAIORES E ATÉ OS MENORES – AVANÇAM, O NOSSO EMPAQUE OU FIQUE PARA TRÁS.
MAS, PARA AVANÇAR, SERÁ PRECISO SOLIDIFICAR AS BASES SOBRE AS QUAIS VAMOS
ASSENTAR O NOVO TEMPO QUE TODOS ALMEJAMOS.

E ISSO SIGNIFICA RECONSTRUIR O QUE O DESCASO E A OMISSÃO NEGLIGENCIARAM, A PONTO DE TRANSFORMAR O GOVERNO DO ESTADO EM SINÔNIMO DE INOPERÂNCIA E DE OUTROS MALES AINDA PIORES.

VAMOS RECONSTRUIR OS SERVIÇOS PÚBLICOS – A SEGURANÇA, A EDUCAÇÃO, A SAÚDE, A INFRAESTRUTURA – PARA QUE ELES CUMPRAM COM EFICIÊNCIA E DIGNIDADE O PAPEL DE MELHORAR A VIDA DE QUEM PRECISA DELES.

VAMOS RECONSTRUIR AS FINANÇAS DO ESTADO, HOJE EM COMPLETO DESEQUILÍBRIO, POR FALTA DE ESPÍRITO REPUBLICANO DE QUEM DEVERIA ZELAR PELA COISA PÚBLICA.
VAMOS RECONSTRUIR A CREDIBILIDADE DO ESTADO, ABALADA PELO ENDIVIDAMENTO IRRESPONSÁVEL E PELA INCAPACIDADE DE HONRAR ATÉ OS COMPROMISSOS MAIS SAGRADOS, COMO O PAGAMENTO EM DIA, SEM SUFOCO, DOS VENCIMENTOS DO FUNCIONALISMO.

CHEGA DO ESTADO-PREGUIÇA E DO GOVERNO-MENDIGO, QUE FIZERAM O RIO GRANDE DO PERDER OBRAS E INVESTIMENTOS, TIRANDO DOS POTIGUARES OPORTUNIDADES E EMPREGOS. ESSE TIPO DE ESTADO, ESSE PERFIL DE GOVERNO, NÃO TÊM MAIS LUGAR NA HISTÓRIA E NO DESEJO DA POPULAÇÃO, QUE SE CANSOU DE EXPECTATIVAS CUMPRIDAS E DE PROMESSAS QUEBRADAS.

O CANSAÇO FICOU MUITO CLARO NAS ÚLTIMAS ELEIÇÕES, QUANDO A MAIORIA DOS POTIGUARES ESCOLHEU A MUDANÇA QUE NÓS ENCARNAMOS, COM OS NOSSOS PROJETOS, AS NOSSAS IDÉIAS, SINTONIZADAS COM UM ESTADO E UM GOVERNO DIFERENTE DO QUE TEMOS TIDO.

VIVEMOS UM TEMPO DE ESTABILIDADE E DE CRESCIMENTO ECONÔMICO NACIONAL, MAS TAMBÉM DE ALTA COMPETIÇÃO ENTRE ESTADOS E REGIÕES, POR RECURSOS PÚBLICOS E POR INVESTIMENTOS PRIVADOS.

ESSE AMBIENTE ACIRRADO EXIGE DOS GOVERNOS ESTADUAIS UM NOVO PERFIL, COM ENERGIA POLÍTICA E DINAMISMO ADMINISTRATIVO ACIMA DA MÉDIA. QUEM NÃO PERCEBER A NECESSIDADE DESSE NOVO ESTADO, CONTINUARÁ NO ATRASO DO CRESCIMENTO SOCIAL E ECONÔMICO, SEM RESPONDER ÀS DEMANDAS CADA VEZ MAIORES – E SEMPRE JUSTAS – DA POPULAÇÃO.

PORQUE É ELA QUEM SABE ONDE O SAPATO APERTA. É ELA QUEM SABE QUE A HORA É DE URGÊNCIA E DE AÇÃO. A SAÚDE E A SEGURANÇA NÃO PODEM MAIS ESPERAR. O PROFESSOR E O ALUNO; OS JOVENS E OS TRABALHADORES; QUE AS CRIANÇAS, AS MULHERES, OS IDOSOS; A FOME, O EMPREGO, O DESENVOLVIMENTO NÃO PODEM ESPERAR.

O RIO GRANDE DO NORTE NÃO PODE ESPERAR. CHEGAMOS A UM PONTO EM QUE QUASE TUDO ESTÁ POR FAZER OU, NA MELHOR DAS HIPÓTESES, POR REFAZER.
MAS, NÃO FUI ELEITA APENAS PARA RECONSTRUIR O QUE NÃO ESTÁ DIREITO OU PARA DAR UM JEITO NO QUE PARECE NÃO TER JEITO.

EU FUI ELEITA, PRINCIPALMENTE, PARA AVANÇAR. PARA TRANSFORMAR EM CRESCIMENTO SOCIAL, COM BENEFÍCIOS PARA TODOS, AS RIQUEZAS NATURAIS E VOCAÇÕES PRODUTIVAS. PARA FAZER DO RIO GRANDE DO NORTE O ESPELHO DO SEU POVO – FORTE, CORAJOSO, TRABALHADOR.

E PARA FAZER ISSO ACONTECER, É PRECISO TER A NOÇÃO CLARA DE QUE O NOSSO ESTADO É DIFERENTE DO QUE ERA.

JÁ NÃO SOMOS O ESTADO DO SAL, DO ALGODÃO, DO GADO E DA SCHEELITA. TEMOS NOVAS FRONTEIRAS ECONÔMICAS A CONSOLIDAR OU A DESBRAVAR, AGREGANDO-LHES VALOR E GERANDO OPORTUNIDADES PARA AS PESSOAS.

O TURISMO, A FRUTICULTURA, A MINERAÇÃO, A ARTE E A CULTURA, A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA, A GERAÇÃO DE ENERGIA, A CARCINICULTURA E A PESCA – SÃO NOVAS FONTES DE TRABALHO E RENDA QUE PODERIAM ESTAR MUITO MAIS DESENVOLVIDAS SE NÃO TIVÉSSEMOS EMPACADO OU ANDADO PARA TRÁS NOS ÚLTIMOS ANOS.

ESSA REALIDADE EM MUTAÇÃO, MUITO MAIS COMPLEXA E DINÂMICA, PEDE NOVAS MENTALIDADES, NOVOS PADRÕES DE GESTÃO.

CHEGAMOS A UM PONTO EM QUE FAZER O NOVO NÃO É SIMPLESMENTE ADERIR AO CULTO DA NOVIDADE NEM DESENHAR UM GOVERNO NOVIDADEIRO. FAZER O NOVO É RESGATAR, COMO JÁ AFIRMEI AQUI, A FUNÇÃO SOCIAL E O PAPEL ECONÔMICO DO GOVERNO. É FAZER AS COISAS FUNCIONAREM. É TRABALHAR DURO PARA INDUZIR O DESENVOLVIMENTO. É RESPEITAR O CIDADÃO EM SUAS VONTADES E NECESSIDADES. É COLOCAR O INTERESSE COLETIVO ACIMA DE PEQUENAS AMBIÇÕES, DE VAIDADES PESSOAIS, DE CONVENIÊNCIAS POLÍTICAS.

NÃO ESPEREM DE MIM NADA ALÉM DO QUE EU SOU: UMA MULHER NASCIDA EM FAMÍLIA DE CLASSE MÉDIA, QUE APRENDEU DESDE CEDO O VALOR DO TRABALHO, DA HONESTIDADE, DA SOLIDARIEDADE COM OS MAIS NECESSITADOS.

UMA MÉDICA QUE APRENDEU NO DIA-A-DIA DOS HOSPITAIS PÚBLICOS A IMPORTÂNCIA DE ACOLHER E CUIDAR DAS PESSOAS.
UMA MÃE QUE SABE O VALOR E A IMPORTÂNCIA DO AMOR, DA UNIÃO, DA FAMÍLIA, EM QUALQUER LUGAR E EM QUALQUER TEMPO.

UMA PREFEITA QUE SOFREU NA PELE AS DIFICULDADES DOS MUNICÍPIOS E SABE COMO É IMPORTANTE PARA ELES TER NO GOVERNO DO ESTADO UM PARCEIRO DE CONFIANÇA.

UMA SENADORA QUE PERCORREU E CONHECE BEM CADA RECANTO DO NOSSO ESTADO, CADA DEMANDA DO NOSSO POVO.

POR TUDO ISSO, POSSO DIZER TRANQUILAMENTE QUE SEREI A GOVERNADORA DE TODAS AS REGIÕES, SEM PRIVILEGIAR E SEM DISCRIMINAR, PORQUE O RIO GRANDE DO NORTE É UM SÓ.

SE OS NOSSOS MUNICÍPIOS TÊM CARACTERÍSTICAS VARIADAS, SE O NOSSO POVO TEM UMA DIVERSIDADE CULTURAL QUE NOS ENRIQUECE, ELES SE PARECEM NA NECESSIDADE DE UM GOVERNO QUE OLHE PARA TODAS COM O MESMO CARINHO, A MESMA DISPOSIÇÃO DE TRABALHAR PARA MELHORAR A VIDA DAS PESSOAS.

E ISSO EU VOU FAZER, PORQUE FIZ A MINHA VIDA PÚBLICA INTEIRA.
AGRADEÇO PUBLICAMENTE AO VICE-GOVERNADOR ROBINSON FARIA, PARTÍCIPE DESTA LUTA E DAS MUITAS QUE VIRÃO.

AOS SENADORES GARIBALDI ALVES E JOSÉ AGRIPINO, AOS DEPUTADOS FEDERAIS E ESTADUAIS, PREFEITOS E VICES, LIDERANÇAS E CANDIDATOS, TODOS IGUALMENTE IMPORTANTES PARA A VITÓRIA DO FUTURO, DO AVANÇO, PARA FAZER O RIO GRANDE DO NORTE ACONTECER.

MAS AGRADEÇO, ACIMA DE TUDO, A VOCÊS QUE TOMARAM AS RUAS E AS PRAÇAS, SEM ÓDIO E SEM MEDO, PARA DEFENDER O NOSSO NOME. A CADA UM DE VOCÊS QUE CONFIOU, QUE LUTOU, QUE TRABALHOU, QUE DEU UM VOTO DE CONFIANÇA AO FUTURO.

AGRADEÇO E CONVOCO A TODOS PARA TRABALHARMOS JUNTOS NESSA DIFÍCIL TAREFA DE COLOCAR O RIO GRANDE DO NORTE NO LUGAR MERECIDO. O LUGAR DA JUSTIÇA SOCIAL, DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, DAS OPORTUNIDADES DE TRABALHO E RENDA PARA TODOS.

A HORA É DE RECONSTRUIR UNINDO, DE AVANÇAR SOMANDO. VAMOS JUNTOS, PORQUE O RIO GRANDE DO NORTE DEPENDE DO ESFORÇO DE CADA UM PARA SER A TERRA DOS SONHOS DOS DE TODOS NÓS.

VIVA O RIO GRANDE DO NORTE! VIVA O POVO POTIGUAR!

LOGOMARCA OLIMPIADAS RIO 2016


BORDADOS DE CAICÓ

Queima de fogos foi principal atração do réveillon

Marco Carvalho - repórter

Pela primeira vez a queima de fogos do ano novo ocorreu na Ponte Newton Navarro. E não decepcionou. Durante quinze minutos, a população pôde ver um espetáculo de luzes e cores, que se misturavam e traziam alegria e festa para todos que assistiam. A  chegada de 2011 foi celebrada por muitos nas proximidades da ponte, como nas praias do Forte, dos Artistas e do Meio. Não faltou champagne para estourar e amigos e familiares para confraternizar.

Fogos na ponte Newton Navarro.


A avenida Getúlio Vargas, próximo à Ladeira do Sol, já estava lotada, com carros praticamente estacionados em todas as faixas, quando o show começou à meia-noite em ponto. Muitos procuraram aquela região por ser um local privilegiado de visão da ponte.

Mesmo com o alto número de pessoas presentes, não houve nenhuma confusão. Segundo o coronel Alarico Azevedo, comandante do policiamento metropolitano, o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) não registrou ocorrências de natureza grave. “Foi repassado por todos os capitães dos pontos fixos da Polícia Militar em Natal que não existiu casos graves de ocorrências policiais. Sendo assim, a virada do ano foi bastante tranqüila”, afirmou o coronel Alarico. Ao todo, 200 homens da Polícia Militar foram destacados para trabalhar durante o réveillon

DIX-SEPT ROSADO/ROSALBA CIARLINE

Há exatamente 60 anos, o mossoroense Dix-Sept Rosado era empossado Governandor do Rio Grande do Norte. Quis o destino depois de seis décadas, a sua Nora Rosalba Ciarline( também natural do "País de Mossoró") fosse empossada hoje Governadora da Terra Potiguar. Dix-Sept tombou morto no desastre aviatório do Rio do Sal, em Aracaju, em 12 de julho de 1951, junto com alguns secretários e amigos, inclusive meus avós maternos Fernando Tavares e Maria Celeste Tavares, de Açu-RN) que tinham o privilégio de gosar da amizade daquele governante. Nesta oportuniade desejo sucesso a nossa nova governadora, na sua administração que se inicia hoje.

Fernando Caldas

Queima de fogos em Ponta Negra foi mais curta que o esperado

Apesar da chuva, muitas pessoas continuaram no local para celebrar a chegada de 2011


Fonte: Tribuna do Norte

O espetáculo de queima de fogos na praia de Ponta Negra foi mais curto que o esperado.  O show de luzes durou apenas 6 minutos, menos da metade do que o tempo de 13 minutos estipulado inicialmente pela Prefeitura de Natal, responsável pela programação de ano novo no local. Insatisfeitas com o que viram, algumas pessoas reclamaram e foram embora no meio da apresentação.

CQC - Controle de Qualidade - Onde fica Pernambuco? 29/11/10

A centésima ovelha


Leonardo Sodré*

Quando um animal foge às vezes vai longe. Alguns, entretanto, ficam rondando a casa ou o cativeiro, como se ansiassem por serem encontrados. Uns são tão rápidos que nunca mais são vistos. Outros, com um pouquinho de carinho, atenção e amor vão se chegando e terminam por ficar. Mas, a maioria tende a fugir, mesmo que sejam cercados de carinho, de atenção, como se isso fizesse parte da natureza dos seres. Mesmo conosco, criados à imagem de Deus, acontece o mesmo. Também temos uma natureza fugitiva. Confundimos a real liberdade e caímos nas malhas das tentações, que se apresentam como uma larga estrada de liberdade.

Libertamos a nossa natureza e aprisionamos o nosso espírito.

Jesus Cristo, que alguém disse usar de refinado bom humor no sentido de cativar as nossas boas tendências, disse um dia: “Que vos parece? Se alguém possui cem ovelhas e uma delas se extravia, não deixa às noventa e nove nos montes e vai à procura da extraviada? Se conseguir achá-la, em verdade vos digo, terá maior alegria nela do que nas noventa e nove que não se extraviaram”. (Mateus, 18, 12 a 13).

Ele colocou essa questão logo após ter falado sobre os escândalos. Principalmente os que envolvem crianças, como os que vemos cotidianamente. Crianças sendo exploradas pelos pais para pedir esmolas, abandonadas nas ruas, esquecidas, indesejadas, maltratadas, espancadas e até assassinadas silenciosamente pelos pais.

Quando Jesus falou nos escândalos com crianças foi duro e chegou a dizer:

- Ai do homem pelo qual o escândalo vem!

Depois disso, quem sabe, talvez tenha baixado a voz, sentado, olhado o Céu e colocado novamente a questão da centésima ovelha desgarrada quase como um desabafo, uma última insistência. Tristemente, afinal o mesmo assunto e a mesma lição, o profeta Ezequiel já havia colocado há muito tempo para aqueles corações (Ezequiel 34, 4 a 16).
Jesus já havia feito o segundo anúncio da Paixão e tinha pressa. Queria que os homens entendessem a mensagem, a “Boa Nova”. Por isso abriu, então o diálogo:

- Que vos parece?

Os estudiosos da Bíblia referem-se às passagens contidas no capítulo 18 do Evangelho de Mateus como um “discurso sobre a Igreja”.

Naquele tempo a Igreja estava sendo formada a partir de Jesus. As questões tinham então um enfoque profundo sobre a mesma Igreja. Mas, a que já existia: a Igreja Doméstica.

E a nós, tantos séculos depois, o que nos parece?

Quantas vezes nos perdemos com a esperança de sermos encontrados? Quantas vezes a beleza das paixões nos fez fugir para longe com a esperança de não sermos encontrados? Quantas vezes nos negamos ao reencontro, enquanto “erradas” noventa e nove pessoas querida nos esperavam? E quantas vezes renegamos nosso papel de pastor e deixamos de procurar a centésima ovelha?

É curioso como nestes tempos de tantas informações nos tornamos mestres do julgamento. E, contraditoriamente, temos medo de admoestar, de corrigir, de perdoar. Temos medo de dizer sim e temos medo de dizer não. Falhamos quando nos conformamos com a ovelha desgarrada e não conseguimos abandonar por momentos, sequer, aquelas que nos dão prazer, alegria, orgulho...

Tornamo-nos sectários e não vamos à busca daquela que se extraviou e que muitas vezes, nos desencontros de tortuosos caminhos, sonha e precisa ser encontrada.

Jesus completou no final do diálogo que propôs e que terminou sendo um monólogo:

- Assim também não é da vontade do Pai, que está nos Céus, que um destes pequeninos se perca.

*Jornalista e escritor
(Dezembro de 2001)

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

POESIA

Nós os homens, Senhor, atropelados erramos na encruzilhada de todos os caminhos.
E assim que nos defrontamos.
Os espinhos
As árvores de amargos ramos.
Assim, Senhor, que nos defrontamos
Nós os homens que erramos na encruzilhada de todos os caminhos.

João Lins Caldas, poeta potiguar do Açu.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

NO TIMÃO DA CULTURA

Maria Betânia Monteiro - repórter

Durante o primeiro turno da campanha política deste ano, a governadora eleita, Rosalba Ciarlini propôs a criação de um fundo estadual, onde 1% do valor do ICMS seria destinado à cultura. Para surpresa dos potiguares, o projeto parece ir além. Rosalba anunciou a criação da Secretaria Extraordinária de Cultura, uma proposta a princípio apresentada pelo ex-prefeito Carlos Eduardo Alves durante a campanha. Para comandar a nova secretaria, está confirmado o nome da professora Isaura Rosado.  “A secretaria está sendo criada, mas o fundo estadual de cultura também será criado”, disse Isaura Rosado em entrevista ao VIVER.

emanuel amaralSecretaria Extraordinária de Cultura será oficialmente criada em março, assim como a implantação do Fundo de Cultura. Haverá fusão da FJA com o novo órgão, que será comandado pela professora Isaura RosadoSecretaria Extraordinária de Cultura será oficialmente criada em março, assim como a implantação do Fundo de Cultura. Haverá fusão da FJA com o novo órgão, que será comandado pela professora Isaura Rosado
A primeira questão é o que muda com a criação desta nova secretaria? Como fica a Fundação José Augusto, atual gestora dos recursos culturais do estado? Serão criados novos cargos? E os quinhentos funcionários da FJA, para onde vão? Segundo Isaura Rosado, não é possível responder todas essas perguntas, já que o projeto de criação da nova secretaria ainda está sendo redigido e só em março de 2011 deverá ser votado pela Assembleia Legislativa.

Mesmo com a votação prevista para março, Isaura Rosado adianta que a Fundação José Augusto não será extinta. “A Fundação José Augusto é uma instituição muito importante. Não é intenção da governadora acabar com nada, pelo contrário, queremos valorizar o patrono da fundação e também as suas funções”, declarou a nova secretária, ela própria uma ex-presidente da fundação. A proposta é fundir a FJA e a secretaria, garantindo aos funcionários seus direitos e obrigações. Com a fusão, um novo administrador assumiria a presidência da fundação.

Hoje a Fundação José Augusto funciona com 95% de autonomia, ou seja, os recursos repassados pelo Governo do Estado são aplicados conforme as necessidades da fundação, precisando apenas da aprovação da presidência, cargo atualmente ocupado por Crispiniano Neto.

 A verba destinada à fundação percorre o mesmo caminho das secretarias do governo do estado. Anualmente é feito um planejamento, onde são calculados os recursos de cada secretaria e em seguida os valores são repassados, em duas remessas. O valor destinado anualmente para a Fundação José Augusto fica na casa do milhão. Parece muito, mas alguns eventos como o Projeto Seis e Meia e o Festival Agosto de Teatro, para serem realizados, dependem de outro tipo de verba, chamado de crédito suplementar. Isso porque o dinheiro encaminhado pelo governo é utilizado para pagar desde funcionários, até o cafezinho que é servido nas dependências da instituição.

O pouco dinheiro destinado à cultura, anualmente, apontava para a necessidade real da criação do fundo de cultura, proposta que garante no mínimo, três milhões de reais, para o setor anualmente. Além dele, será mantida a Lei Câmara Cascudo, mas não falou-se em ampliação do teto, que está há oito anos congelado em R$ 4 milhões.

 Lembrando que durante o debate entre os candidatos ao Governo do Estado, travado no dia 9 de setembro, na Casa da Ribeira, Rosalba garantiu que os recursos do fundo não deverão ser usados para o pagamento de funcionários.  Elevando o orçamento para cultura, qual seria então, a necessidade de criação de uma secretaria?

Segundo Isaura Rosado, a criação da secretaria de cultura é uma reivindicação antiga da população, em especial da classe artística do Rio Grande do Norte. Além disso, a FJA teria deixado de ser uma instituição privilegiada (como são todas as fundações), no que diz respeito contratação de serviço e execução orçamentaria. “A legislação equalizou a estrutura das fundações às secretarias, de modo que elas obedecem às mesmas leis e têm as mesmas obrigações”, justificou Isaura.

Propostas para 2011

Isaura Rosado disse que as propostas de Rosalba Ciarline, lançadas ao público durante a campanha para o Governo do Estado serão colocadas em prática. Sendo assim, os potiguares devem esperar pelo incremento do turismo, facilitado pela política de eventos culturais, como o Auto de natal e o Natal em Natal. Está prevista a melhoria e criação de museus na capital e no interior, bem como a implantação de uma série de festejos no mês de agosto, quando é comemorado o dia do folclore. “Vamos fazer de Natal, a capital do folclore, reverenciado o mestre Luís da Câmara Cascudo e a cultura popular do Estado”, disse.

Outra proposta de Rosalba Ciarline, que deverá ser colocada em prática é a criação de escolas de todas as formas de arte. “Serão criadas escolas de arte, musica, dança, artes visuais, tendo em vista a interiorização das ações”, garantiu Isaura. E já que a meta e colocar as propostas de Rosalba em prática, a ligação entre arte e educação deverá acontecer também no ambiente escolar.

Política de fomento

Uma das maiores reivindicações dos artistas é em relação à criação de uma política de fomento a cultura, de modo que a realização de grandes eventos (como os autos), não seja a única forma de expressão de músicos, dançarinos, artistas circenses, brincantes, escritores, artistas visuais, plásticos, artesãos, repentistas, ceramistas, tapeceiros, poetas, fotógrafos, escultores. “Com o fundo de cultura estadual, fomentaremos a cultura”, garantiu. Agora é só aguardar o recesso de fim de ano e torcer para que todas as propostas ganhem vida.

Currículo

A Secretária Extraordinária de Cultura, Isaura Amélia de Souza Rosado é graduada em Ciências Sociais (UERN), é Mestre em Educação (UFCE) e Doutora em Sociologia da Educação pela Universidade de Salamanca, Espanha. Professora aposentada da UFERSA; exerceu a Presidência do Conselho  dos Direitos das Mulheres, da  Capitania das Artes, da Fundação José Augusto e Fundação de Pesquisa do  RN.

(Fonte: Tribuna do Norte)

ANO NOVO NORDESTINO ...



Ilustração do blog.

"Um ano novo bem arretado pra vocês tudim!!!
Conselhos de um nodestino para um 2011 bem pai d’égua.
Metas metas para o Ano Novo
1 - Anote os seus querê e pendure num lugar que você enxergue todo dia.
2 - Mesmo que seus objetivos estejam lá prá baixa da égua, vale a pena correr atrás. Não se agonie e nem esmoreça. Peleje.
3 - Se vire num cão chupando manga e mêta o pé na carreira, pois pra gente ter o que quer, tem que virar o satanás.
4 - Lembre que pra ficar estribado é preciso trabalhar. Não fique só frescando.
Sobre o amor
5 - Não fique enrolando e arrudiando prá chegar junto de quem você gosta. Se vexe e se declare.
6 - Dê um desconto prá peste daquela cabrita que só bate fofo com você. Aperreia ela. Vá que dá certo e nasce um bruguelim réi amarelo.
7 - Se você ainda não tem ninguém, não pegue qualquer marmota. Escolha uma corralinda igual a você.

8  -  Não bula no que tá queto. Num seja avexado, pois de tanto coisar com uma, coisar com outra, você acaba mesmo é com um  chapéu de touro.
9  -  As cabritas num devem se agoniar. O certo é pastorar até encontrar alguém arretado. Num se atraque com um cabra peba, malamanhado e fulerage. O segredo é pelejar e não desistir nunca. Num peça pinico e deixe quem quiser mangar. Um dia vai aparecer um macho réi que dá certim na sua bitola.
Sobre o trabalho.
10 - Trabalhe, num se mêta a besta. Quem num dá um prego numa barra de sabão, tá lascado. 
11 - Se você vive fumando numa quenga, puto nas calças e não agüenta mais aquele seu  chefe fulêra, tenha calma, não adianta se ispritar. Se ele não lhe notou até agora é porque num tá nem aí que você se lasque de trabalhar.  Procure algo melhor e cape o gato assim que puder.

12 - Se a lida não está como você quer, num bote boneco, num se aperreie e nem fique de lundu. Saia com aquele magote de amigos pra tomar umas meropéias e conte uma ruma de piadas que tudo melhora.
Sobre a sua vidinha.
13 - Você já é um cagado por estar vivo. Pense nisso e agradeça a Deus. Cuide bem dos bruguelos e da mulher. Dê sempre mais que o sustento, pois eles lhe dão o conchego no fim da lida.
14 - Não fique resmungando e batendo no quengo por besteira. Seje macho e pense positivo.

15 - Num se avexe, num se aperreie e nem se agonie. Num é nas carreira que se  esfola um preá.
Arrumação motivacional.

16 - No forró da entrada do ano, coma aquela gororoba até encher o bucho. É prá dar sorte, mas cuidado, senão dá gastura.

17 - Tome um burrim e tire o gosto com passarinha ou panelada que é prá num perder a mania.
Prá começar o ano dicunforça:
18 - Reflita sobre as besteiras do ano passado e rebole no mato os maus pensamentos.
19 - Murche as orêia, respire fundo e grite bem alto: Sai mundiça!!!
20 - Ah, e não esqueça do grito de guerra, que é prá dar mais sorte ainda: Queima raparigal!!!
Agora é só levantar a cabeça e desimbestar no rumo da venta, que vai dar tudo certo em 2011, afinal de contas você é nordestino.
E para os que não são da terrinha, mas são doidim prá ser, nosso desejo é que sejam tão felizes quanto nós.
Pense num ano que vai ser muito bom. Respeite e viva esse 2011..."


Postado por Fernando Caldas
(email enviado por um amigo).

RESGATE DE UM IMORTAL



O RN tem nomes consagrados na cultura brasileira, desde o provincial periodo de Luiz da Câmara Cascudo, intelectual que dimensionou a terra de Poti em todo os rincões da arte e do saber universal, foi o maior folclorista da América Latina, elevando o nome do estado em fronteiras do além-mar.
Se vivo fosse estaria completando hoje 112 anos.

Conhecido por suas marcas como folclorista e historiador, Luiz da Câmara Cascudo foi também autor de vários livros, trabalhou como professor, advogado, jornalista e um importante símbolo das raízes culturais do Rio Grande do Norte.

Cascudo foi um dos historiadores mais importantes para o Brasil na época em que a cultura não tinha o valor de marco como tem hoje.
 Nascido e criado em Natal, a família mantem sua casa como um museu de cultura, na Ribeira.

De acordo com dados da história do RN, Cascudo era um apaixonado pela sua terra onde foi professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e lutou por incentivos a cultura potiguar.
Como bom folclorista Câmara Cascudo era um apaixonado pelas manifestações artísticas de música, dança e apresentações da "cultura de raiz". 
 
Câmara Cascudo é o autor dos livros Dicionário do Folclore Brasileiro (1952), História da Alimentação no Brasil, Alma Patrícia (1921), Contos tradicionais do Brasil (1946) e muitos outros, como Nomes da Terra, enriquecendo a toponímia potiguar.

Cascudo foi também um pesquisador do período das invasões holandesas e como resultado publicou Geografia do Brasil holandês (1956).

Suas memórias, O tempo e eu (1971) foram editadas postumamente, sendo o legado deixado por Cascudo um dos maiores acervos da Cultura do Estado.


 Escrito por aluiziolacerda às 17h25

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

MARCO VIRADA DO SÉCULO - ASSU, 1900

Aos amigos e leitores deste blog, desejo um Feliz Ano Novo!

O VERÃO DE MARINA ELALI

Maira Bethânia Monteiro - repórter


O ano de 2010 foi um ano generoso para a cantora potiguar Marina Elali. Ela fez turnê pelo Brasil com o cantor e compositor cubano Jon Secada e emplacou mais uma música em novelas da Rede Globo. A música “Happy”, tema de Estela, personagem vivido por Cleo Pires ganhou vida em sua voz. “Em meia década de carreira, tive seis músicas tocando em novelas da Rede Globo, isso é muito bom”, disse Marina do Rio de Janeiro, cidade onde mora atualmente. Alguns desses sucessos serão revividos pela cantora, durante a temporada de shows no Hotel Pirâmide (Via Costeira), todas as terças feiras do mês de janeiro — dias 4, 11, 18 e 25. A primeira apresentação começa no dia quatro, a partir das 22h.

Enquanto cuida do próximo disco, com algumas composições suas, ela resolveu se dar férias: “Quero ficar em casa com a família e provar das comidinhas gostosas do Mangai”, brincou.

No show de Natal, além dos sucessos “Você”, “One Last Cry”, “Eu Vou Seguir”, “All She Wants - O Xote das Meninas”, Marina apresentará em seu espetáculo releituras de músicas de artistas consagrados e a nova música “Happy”. O fato de ter conquistado espaço em novelas globais, feito parcerias com nomes como Agnaldo Rayol, Fábio Jr., Belo, Pery Ribeiro e Jon Secada é o resultado de sua paixão pela música e um forte investimento em cursos, turnês, gravação de CDs dentre outras ações. Marina é formada em música e canto no Berklee College of Music, em Boston, nos Estados Unidos. Do seu avô materno, o compositor Zé Dantas (parceiro de Luiz Gonzaga), Marina herdou a veia de compositora.

Em seis anos de carreira Marina Elali lançou dois CDs e um DVD. Nesse período de tempo, já ganhou dois discos de ouro, emplacou seis músicas em novelas da Rede Globo, seis músicas em trilhas sonoras de filmes, uma música numa minissérie da Rede Globo e participou de mais de 25 coletâneas. Em 2005, a música “Você” (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos) foi tema da novela “América” na voz de Marina, que inclusive fez uma participação no último capítulo da novela. Em 2006, lançou o seu primeiro CD, que leva seu nome e começou a trilhar sua história musical. O álbum foi disco de ouro e teve sete músicas incluídas em trilhas sonoras. O destaque foi a música “One Last Cry”, que ganhou versão remix e foi uma das músicas mais executadas nas rádios pop.

Em 2007, lançou o seu segundo CD “Marina Elali, De Corpo e Alma Outra Vez”, também foi disco de ouro. O álbum traz um Repertório romântico, incluindo um dueto com Fábio Jr.

Em 2009, depois de emplacar vários sucessos em novelas, filmes e minisséries, Marina Elali lançou seu primeiro DVD. Nele estão reunidos os grandes hits que conquistaram o Brasil, gravados durante dois shows, no Rio de Janeiro e em Natal. Nessas apresentações, Marina mostra que é uma artista completa, através de sua performance e composições. Foram incluídos também videoclipes, um dueto especial com Jon Secada – na faixa “Lost Inside Your Heart”, que fez parte da trilha sonora de “Viver a Vida”.

Em 2010, foi lançado no Brasil, o novo CD/DVD do cantor Jon Secada, do qual Marina participa cantando ao vivo as músicas “Lost Inside Your Heart” e a inédita “Só te ver sorrindo...”, de autoria de Jon Secada, Jose Gaviria e de Marina. O show foi gravado no Rio de Janeiro e também teve a participação do Grupo Monobloco.

(Fonte: Tribuna do Norte)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

NO CAMINHO DO PIATÓ

Bela fotografia do fotógrafo (vigilante  permanentedas principalmente das coisas e dos fatos do Açu-RN) Jean Lopes. Jean é ganhador de muitos prêmios país afora pelo seu brilhante trabalho através da fotografia. Afinal de contas Jean é natural de onde? Não é do Açu! Terra de tantas figuras, de tantos poetas, artistas plásticos e de bons fotógrafos como ele própio. Feliz Ano Novo Jean, que 2011 você venha com mais belíssimos trabalhos.

Fernando caldas

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

"ARTE DA TERRA"

20/07/2006
Celso da Silveira, poeta
clique para ver a imagem no tamanho original...

"Celso da Silveira merece também um lugar na imortalidade. Tem todos os méritos. Tem uma obra. Um trabalho digno de respeito. É um escritor, é um poeta, será o que quiser."

Dorian Jorge Freire


Nasceu em Assu, RN às 9 horas do dia 25 de outubro de 1929, sendo filho de João Celso da Silveira e Mariazinha Dantas da Silveira. Foi menino "levado", inquieto, peralta, traquinas, desassossegado. Típico menino de rua sem o sentido pejorativo de criança abandonada. Mas, criança carente de aventuras: jogo de bola de meia, queda de corpo, enpinar papagaio com linha cerol, encher balão Junino, na Matriz do padroeiro da cidade nos meses de junho, e de furar um buraquinho no papel de seda para que ele queimasse antes de ultrapassar a torre do "carneirinho" da igreja de São João Batista. E mais: sua grande farra era brigar com a meninada e em casa, ter estória para contar.

Uma vez, com seu amigo Bezerrinha (Antônio Bezerra de Gouveia - vizinho) sugeriu plantarem juntos um pé de farinha com açúcar preto, para terem o que lanchar sem tirar dinheiro escondido dos pais.

Cresceu, estudou no colégio das freiras, migrou para Fortaleza e foi fazer Admissão ao Ginásio no Colégio Castelo Branco da Arquidiocese. Fez-se ajudante de missa e bençãos de maio, a fim de usufruir de licença para comprar hóstias no Seminário de Prainha. No caminho vinha, aqui e ali, degustando as bolachinhas que iam ser o corpo e vida de Cristo depois de benzidas pelo celebrante.

Voltou ao Rio Grande do Norte, formou-se em Jornalismo, exerceu a função e por ela chegou ao ponto em que se encontra - professor de Comunicação aposentado, autor de 38 livretos, amigo e estimado por todos que o conheceram na convivência do bar ou do trabalho.

Este é o retrato como gosta de ser conhecido na cidade do Natal.

(in Celso da Silveira - Seleta de Causos - coleção Mossoroense, 2002)



Também daquela faixa algo heterogênea, do ponto de vista estético, embora todos praticantes do verso livre, com alguma incursão na temática regional, Celso da Silveira faz a sua estréia poética já na década de 1950, com 26 poemas do Menino Grande (1952). Daí em diante, colaborando nos jornais de Natal e com militância jornalística (primeiro assessor de Imprensa do governo Aluízio Alves), só voltaria a publicar livro de poesia em 1961, com imagem virtual, de parceria com Myriam Coeli.

Mais de 20 anos e passam até Celso da Silveira retomar a publicação de seus livros de poesia, Memorial do Grande Ponto (1983), Poesia Agora (1984), No reino da aresia (1987). Na metade da década de 90 publica mais três livros, Eu, pecador (1992), Versicanto (1992) e Trovas (19993). O poeta também incursiona por outros gêneros, do ensaio literário às narrativas, sendo que na prosa de ficção é elogiado como "excelente contador de estórias" e "insuperável contador de causos".

Presente em várias antologias poéticas, as mais recentes, Um dia a poesia (1996) e Poesia circular (1996), tendo passado pela direção da Tribuna do Norte, Jornal de Natal e rádio Cabugi, Celso da Silveira pertence à Academia de Trovas do Rio Grande do Norte, e se orgulha, segundo ele próprio, de dois títulos: o de Melhor Ator do Segundo Festival Nortista de Teatro Amador (Recife, 1956), e o de Asinus Minor, do Clube Mundial dos Jumentos - Primeira Cocheira Iguatutiva, concedido pelo padre cearense Antônio Vieira, autor do livro O jumento, nosso irmão.

(Assis Brasil - in A Poesia Norte-rio-grandense no Século XX)



Epitáfio



Aqui jaz o poeta

e não o canto

que dele foi deflagrado

como a flecha de um arco.

Em cada intercessão

do trajeto alcançado

inércia e movimento

ganham o mesmo compasso.

Paro e passo, paripassu

o canto e o silêncio

para sempre viajado.

(Poesia Agora - 1994)



Égua no pátio



A égua cardã flutuava

no plano plano do pátio.

As patas de luz tocavam

os extremos de outras patas

invertidas no chão molhado,

assim como refletisse

o animal no espelho.

- Como se fosse o animal

um objeto levitado.

(Poesia Agora - 1994)
Antipassadas



Agora que já é noite

no sobrado do meu avô

ouço passos de fantasmas

no assoalho do corredor.

Vêm lá da camarinha

subindo degraus da escada

ou são canções de ninar

ouvidas por entre fraldas?

Sussurros de quem se ama

sob lençóis no escuro,

vêm por quarto da cama

ou seguem ao fundo do muro?

Não há equívoco, por certo ...

vou surpreende-los no coito.

- Na cama tudo deserto.

ao muro não me afoito.

São fantasmas de ancestrais,

só fazem o bem, nada mais!

(Eu, pecador - 1992)
(Do site GeraldoRN)

Postado por Fernando Caldas

sábado, 25 de dezembro de 2010

CRISTO, ESTE ESQUECIDO

Quadro 1

Diálogo 1

- Alô? Mamãe? É Paulo, tudo bem?

- Olá, meu filho, tudo em paz. E você, como está de novo emprego e nova cidade?

- Muito bem, mãe. Estou ligando para que a senhora e o velho venham passar o feriadão da Semana Santa aqui. Vai ser animado, churrasco, música, bebidas, uma beleza!

- Que bom, filho, nós não tínhamos ainda pensado o que fazer nesses feriados. Nós vamos.

- Vê se o velho traz aqueles whiskies 12 anos que ele guarda, tá? Um beijo.

Quadro 1

Diálogo 2

- Olá Suzana, como vai? Faz tanto tempo que não lhe vejo.

- Tudo bem, Alice. É a correria do dia-a-dia, agora pior com a chegada do Natal. Um saco! As crianças eufóricas com o Papai Noel e seus presentes, ajeitar a arvore, você sabe como é que é.

- Estou na mesma situação. Fora a tristeza que dá na gente, não é? Coisa chata, o Natal.

- Eu detesto.

- Eu também. Feliz Natal.

- Pra você também.

Quadro 2

Monólogo 1 (A mãe de Paulo, do diálogo 1)

Meu Jesus, ajudai-me nesse momento que meu filho está na mesa de operação. Foi um acidente tão feio, Senhor, que só Sua bondade pode salvá-lo. Por favor, não deixe que ele morra, ele é ainda tão moço, tem tanta vida pela frente. E o Senhor sabe que nunca Lhe esqueço. Oh, meu Jesus, intervenha. Atenda esse apelo de uma mãe aflita.

Quadro 2

Monólogo 2 (Suzana ou Alice)

Senhor, Vós que morrestes na cruz socorrei meu filho no julgamento de amanhã. Eu sei que ele tinha bebido e bateu no outro carro de forma irresponsável, mas tanta gente comete erros e é perdoado, não é, Jesus? Sempre confiei no Senhor e creio no Seu poder para ajudar meu filho. E o rapaz do outro carro, de nome Paulo, que ainda está no hospital entre a vida e a morte, não deixe que ele morra, Senhor. Ajude a mim e à mãe dele, que deve estar desesperada.

Pode parecer duro e cruel, mas é assim que Cristo é tratado. Na sua morte, a euforia é geral. Afinal, é um feriadão, dá pra ir para a praia, uma fazenda, ou ficar em casa, recebendo amigos para festas e muita diversão. Poucos param para reverenciar Cristo. Poucos sequer sabem da sua agonia. E olhe que ele pagou com a própria vida sua missão.

Já no seu nascimento, as pessoas só se lembram de presentes, festas, Papai Noel, árvores de Natal, etc. Muito raramente, ouvimos ou vemos alguém se reportar a 25 de dezembro como o dia em que Ele nasceu. Poucos fazem dessa data um momento de alegria por Jesus haver nascido e nos dar tantas e tantas lições. Lições que pouco aprendemos. Ou, se aprendemos, raramente as colocamos em prática. É triste, mas é a verdade.

Colunistas Minervino Wanderley
(NatalPress}

PONTE NEWTON NAVARRO TERÁ QUEIMA DE FOGOS

Quando o relógio marcar meia-noite, entre o dia 31 de dezembro e o primeiro dia de 2011, o grande personagem da queima de fogos em Natal será a Ponte Newton Navarro. Recebendo pela primeira vez a queima de fogos tradicionalmente realizada na Ponta do Morcego, a Ponte Newton Navarro terá seguramente o show de fogos mais visto da noite em Natal. Ponta Negra, como é tradição todos os anos, terá também fogos de artifício, mas, pela localização geográfica, e pela altura, o espetáculo na Ponte poderá ser visto por boa parte da Zona Norte e Zona Sul da cidade.

A modificação implementada pela Prefeitura de Natal no réveillon deste ano foi motivada por dificuldades técnicas na Ponta do Morcego. Como hoje a área normalmente utilizada ganhou a vizinhança de um restaurante, ficaria inviável, até por recomendação do Corpo de Bombeiros, realizar um show pirotécnico naquela localidade. A proximidade do estacionamento e do próprio salão do restaurante representa um perigo. Ainda existe a possibilidade, não confirmada, de colocar fogos de artifício ao longo da orla, culminando com o espetáculo na Ponte Newton Navarro.

A exemplo de Ponta Negra, o show pirotécnico terá a duração de 12 minutos. A Secretaria Municipal de Turismo, responsável pela organização do final de ano, disse não saber exatamente a quantidade de fogos necessária, mas que a queima pode inclusive ultrapassar o tempo estimado inicialmente e chegar a 15 minutos. A promessa é utilizar formas bem coloridas e efeitos sonoros também, mas a definição final dos detalhes só será finalizada quando estiver mais próximo das festividades.

A grande vantagem de utilizar a Ponta Newton Navarro é a visibilidade. Com mais de 50 metros de altura, a Ponte possibilitará o colorido da queima de fogos alcançar uma altura de 200 metros, segundo estimativa dos organizadores. Dessa forma, tanto quem estiver na Redinha como na festa da Praia do Meio poderá assistir ao espetáculo, sem contar com várias localidades da Zona Norte. O Bairro Nordeste é um exemplo.

Postado por Dirk Wolter
(Natalguia)

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NOITE DE NATAL




*Por Bosco Lopes

As muitas outras cidades que me perdoem, mas Natal é fundamental. Não fosse pelo seu pôr do sol do Potengi, seria pelas pessoas que o contemplam, embriagas de poesia e que passeiam a beleza pelas suas ruas seculares.

Nasceste, Natal, entre o rio e o mar, com os teus alicerces ancorados nos arrecifes da Praia do Forte, estrela maior que guia a nau catarineta tripulada de poetas, que saem por tuas noites em busca de bares nunca dantes navegados. Caminhas ecologicamente banhada pelo rio e protegida pelas dunas. Foste a bem amada dos aventureiros gauleses, holandeses e lusitanos, para tempos depois servires de pilar de uma ponte de guerra que ia desta parte ao outro mundo.

Natal, admiro a ternura fotogênica dos teus becos: becos que não cantei num dístico. Mas que canto cotidianamente com a minha presença, pois num deles aconteceu, num acaso feliz, meu batismo de cachaça e poesia, apadrinhado por Berilo Wanderley e Celso da Silveira. Para citar apenas um, fico com o bar do beco de Nazi, que com suas alquimias prepara a melhor “ meladinha” deste mundo.

Nas tuas noites, vejo teu nome inscrito em gás neon: Maria Boa, educadora de várias gerações. Noites que varei violentando teu silêncio com violões, modinhas, amigos e tragos de aguardente. Noites inolvidáveis do Brizza Del Maré, do Cisne, do Granada Bar, do Acácia, tão distantes das tardes de minha infância, onde no patamar da Igraja do Galo meu velocípede azul pedalava esperanças. Mas é nas tuas manhãs ensolaradas que vejo tuas mulheres bonitas na passarela pública das praças, parques, praias e se perderem de vista.

Mas se é inverno, evito tuas praias e me agasalho no abrigo dos copos dos teus bares e no calor dos corpos de tuas mulheres. Tenho tudo para te agradecer, Natal, pois tudo me deste: poetas como Itajubá, Jorge Fernandes e Jaime Wanderley, cujos versos guardo de memória.

Eu, também etilírico poeta, de pé no chão aprendi o ofício da poesia para te dizer: muito obrigado, Natal, pelas dádivas que de ti recebo há 33 anos.

*Bosco Lopes, poeta boêmio natalense, já falecido.

Postado por Fernando Caldas

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FÉRIAS QUE BIN LADEN PASSOU EM NATAL

Neste meu pequeno verso
Narro um fato colossal,
Um caso recém passado
Numa grande capital
Pois Bin Laden na noitada
Achou uma namorada
Lá pras bandas de Natal.

Pois ele entrou num site
Cá do ocidente oriundo,
Na sala de bate-papo,
Teclando c' um tal Raimundo
E também com Marinete,
"uma gata na Internet"
Perdição de todo mundo,

Essa gata Marinete,
Raimundo lhe apresentou,
Bin Laden abestalhado
Por ela se interessou
O grande mal do Ocidente
Que corrompe lentamente
Ao terrorista atacou.

Bin Laden conectado
Com Nete ficou teclando
Passando noites no Messenger
Por ela se declarando.
Bom! Gosto não se discute,
Mas num é que pelo Orkut
Um romance foi rolando.

Neste mandou várias fotos
Dela na Praia do Meio,
Lindas fotos sensuais
"Do sorvete e do recheio"
Deixando apaixonado
O Árabe véi tarado
Qu entrou em aperreio.

Ela mandou outras fotos
Lá do Morro do Careca,
E do grande cajueiro,
Com ela toda sapeca
E fotos dela no Forte
O Rio Grande do Norte,
Lhe apresentou a moleca.

Nete dizia pro velho:
- Quero ser o seu tesão,
Estou cheia de vigor,
Pra matá-lo de paixão,
Meu gostoso barbudinho
Quero te dá meu carinho
Vem curtir nosso verão.

Bin Laden apaixonado,
Quis ir logo pra Natal,
Seus assessores disseram:
- Não vá, pode ser fatal.
- Quero jogar futebol,
Na bela Terra do Sol,
Respondeu o maioral.

Osama arrumou as malas,
Um jato, logo fretou.
Direto do Caribe
Pra Natal ele acunhou.
Veio vê nossa colônia,
Entrando pela Amazônia,
E em Natal logo chegou.

Levou consigo uns capangas,
Com armas e munições,
Umas três metralhadoras,
Seis fuzis e dois canhões,
No meio dessas morombas
Levou quinze homens bombas,
Pra arrasas os corações.

Chegando lá em Natal,
Esse bando tenebroso,
Hospedou-se num hotel,
O mais caro e luxuoso,
Perto da Via costeira.
Um frango com macacheira,
Bin Jantou apetitoso.

Antes e ligar pra Nete,
Aquela loura paixão,
Bin foi pra um forrobodó,
E gostou da animação,
Curtiu com uma rapariga,
Caindo bêbo no chão.

No outro dia, ressacado,
Com seu bem ele teclou
Dizendo: - Tô em Natal.
Aí Nete estuporou
Ela ficou com a gota,
Bin disse: - O que foi garota
Não diga que amarelou?

As fotos que ela mandava
Eram duma amiga sua,
Uma mulher bem vistosa,
Dessas que encantam a lua,
Mas essa talMarinete,
Era um caboclo gilete,
A bicha era uma perua.

Ela era um travesti
Desses que roda a bolsinha
Na estrada de Ponta Negra
Ou às vezes de odalisca
Marinete, essa bisca
Era um marmanjo flozinha.

Nete desconectou-se
Fechando logo o e-mail,
Porém Bin localizou-a
Com um contato do correio;
Indo lá na casa dela,
Quando viu quem era ela,
O cacete comeu feio.

Pois Bin descobriu que Nete
Era o Raimundo também,
Horrorizado pensou:
- Isso na àrabia não tem.
Bem longe do seu redil
Osama cá no Brasil
Se lascou, não se deu bem.

Nisso Bin se retirou,
Com ódio da capital
Indo à praia de Pipa
E naquele litoral;
Pegou ele uns baseados
Por sinal muito pesados
Com seus capangas do mal.

Bin virou rei das baladas,
Piolho de cabaré,
Mas numa dessas noitadas,
Ele bêbo nem deu fé
Sendo de novo enrolado,
Dormindo com um viado,
Entrando na marcha-ré.

Quando Osma descobriu
Que ele estava lascado,
Disse: - Eita gota jabá!
Só com gay tenho topado,
Veja só que desengano,
Vou executar um plano
Pra acabar com esse estado.

Regressando pra Natal
Com seus homens endiabrados
Quis Bin Laden tocar fogo
No bosque dos namorados
Vendo a impossibilidade
Rodou por toda cidade
Vendo pontos variados.

Foi à Estrela de Natal,
Já perturbado da mente
Foi ao Forte dos Reis Magos,
Mas era mui resistente,
Procurou pela Ribeira,
No Alecrin pensou na feira,
Porque dava muita gente.

Viu Machadão lotado,
Disse: - Esse boto no chão,
Quando se aproximou
Avistou o vermelhão,
E vendo os americanos,
Ele adiou os seus planos,
Temendo retaliação.

Bin bolou um plano e foi
Num táxi com a cambada
Pra Ponta Negra Pegando
Lá na beira da estrada,
Um garoto de programa,
E olha só o que fez Osama,
Com aquele camarada:

O amarrou num cinto bomba,
E pra um shopping o levou
Estando o prédio lotado
Bin Laden assim pensou:
Vamos explodí-lo ali
Porém esse travesti
Daquele carro pulou,

Correndo se requebrando,
Entrou no mato e sumiu
Naquele cinto amarrado
O traveco escapuliu,
E quando os cabras apertaram
O botão e detonaram
Ben longe ele explodiu,

O gay foi pro paraíso,
Pra ele foi grande vitória,
Morrendo pela fé árabe,
Essa morte lhe deu glória,
E talvez o derradeiro,
Viado-bomba da história.

Isso causou forte impactp
E a polícia ali chegou,
Mas o bando das Arábias,
Do local se evaporou.
E naquela mesma hora,
Da capital foi embora,
E pro Sertão se danou.

Foram lá pro Seridó,
Passaram por Currais Novos,
E acunharam pra Caicó.
Noutro verso irei contar
O que foram aprontar
Nas terras de Mossoró.

Aqui eu findo a história
Que parece ficção,
Mas tudo isso foi verídico,
Testemunhas de montão
Viram tudo das janelas
Meu avô é uma delas
Finado Manel Romão.

Além do meu velho avô,
Importante testemunhas,
Cinco loucos também viram
E o finado Chico Cunha,
Também o cego Tião
Me contou sua versão
Sem aumentar uma unha.

Postado por Fernando Caldas

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

UMA TROVINHA DE NATAL

Dos Natais da minha infância,
é doce a recordação;
mesmo tão grande a distância,
alegra meu coração.

Aldemar Tavares

AQUELE


O filho de Deus tinha tudo de todas as plenitudes.
Fazia suavemente os milagres todos de Sua graça.
Viam os cegos, os mortos ressiscitavam, curavam-se todos os emfermos.
E os passos sobre as aguas, a Sua voz o domínio de todas as ondas e de todas as tempestades.
Dobravam-se todos os ventos, sossegadas e mansas todas as águas.
Mas o filho do homem nao tinha onde repousar a cabeça.

João Lins Caldas, poeta potiguar

Feliz Natal!

Fernando Caldas

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

MARINHO CHAGAS SE RECUPERA EM SAO PAULO

O grande ídolo do ABC e melhor lateral-esquerdo da Copa do Mundo de 1974, Marinho Chagas, segue hospitalizado na cidade de São Paulo (SP), onde foi submetido a uma série de exames no hospital da USP para se tratar de uma hepatite. As últimas notícias sobre sua recuperação são animadoras.

Segundo o publicitário Tertuliano Pinheiro, conselheiro do alvinegro, responsável pela articulação com o jornalista Milton Neves, a Prefeitura de Natal e o ABC para levar Marinho à capital paulista, "ele recupera-se bem, não pára de falar no ABC e já ganhou inclusive 4 quilos".

A equipe da USP que acompanha o ídolo abecedista é coordenada pelo renomado Dr. José Osmar Medina, que aparece abraçado com Marinho nas fotos ao lado. O tratamento vem sendo tão positivo, que já existe a possibilidade de não ser necessária nenhuma intervenção cirúrgica.

Com informações do site do ABC
(Fonte: Natalpress.com)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

NINGUÉM COMO ELE

Ilustração do blog: Jesus meditando na montanha.

Ninguém NASCEU como Ele...

Seu nascimento há centenas de anos foi fartamente anunciado
Pois o Espírito de Deus a homens santos inspirados
Anunciou local, condições, ascendência, nomes e sua missão
Sem falhas ou mesmo erros, mas com fantástica exatidão.

Ninguém VIVEU como Ele...

Nada tendo como seu
No entanto, para servir aos outros Ele viveu.
Embora de humilde ofício de sua carpintaria
Para multidões que a Ele acorreram discursaria
Nos caminhos e cidades da Judéia
Ou mesmo por montes e mares da Galiléia
Não foram poucos os que queriam ao menos vê-Lo
E ouvi-Lo falar do Pai com tanto zelo.
E o evangelista relatando descrevia
Somente “Fazendo o bem, ele vivia”.

Ninguém AMOU como Ele...

Cercado por discípulos, crianças, jovens e anciãos
Pessoas ricas, pobres, doentes e também os sãos
A todos igualmente Ele tratava
Declarando a quem quer que O procurava
Com autoridade de que domina a situação
Sua identidade, seu propósito, sua missão.
Sendo de Deus, o Enviado
O Amor encarnado
Jamais limitou do sentimento a extensão
Amando sem medidas, foi assim
Que os discípulos “amou-os até o fim”.

Ninguém MORREU como Ele...

De seus trinta e três anos de vida que aqui se registrou
Em pouco mais de três seu ministério concretizou
Não lhe esperava, no entanto, uma morte honrosa
Para cumprir a profecia e salvar o homem
Estava destinado a si a cruz ignominiosa.
Sofreu a dor da rejeição, do escárnio e do desprezo
Nada alegou e não reagiu quando foi preso.
De seus discípulos, outrora inseparáveis do meigo e bom Pastor,
Exceto João, se foram todos, vendo de longe padecer o Salvador.
Expirou com um brado de vitória
Suportando os pecados da humanidade
Ao Pai Seu espírito entregou
Respondendo aos algozes Ele provou
Com Sua Vida, o sentido da Verdade.

Ninguém RESSUSCITOU como Ele...

Foi no alvorecer do terceiro dia
Que o maior milagre de toda história se realizou
As três Marias, indo ao túmulo, entristecidas
Estupefatas, descobriram que a pedra alguém rolou.
Não tinha sido o jardineiro
E muito menos a escolta do poder romano
Certamente o que ali se passara
Acima estava do entender do ser humano.
Entre lágrimas de singela dor e de saudade
Foi do anjo que ouviram a novidade:
“Não está mais aqui Aquele
Que a morte venceu e a profecia cumpriu.
Anunciai a todo mundo que o Rei dos Reis,
Príncipe da Paz, Conselheiro,
Pai da Eternidade, Maravilhoso, ressurgiu!”

Ninguém VIRÁ como Ele...

Quase dois mil anos se passaram
Desde aquela manhã tão gloriosa.
Decorreram vinte séculos que neste mundo
A presença do Santo Espírito o homem goza
Mas o tempo do fim não tarda a se cumprir
E ao homem pouco tempo lhe resta prá se decidir
Eis que vindo o Filho do Homem lá nas nuvens
Como havia antes sido profetizado
Da Salvação a porta será fechada
E da decisão a oportunidade estará encerrada.
É sua hoje a escolha, leitor amigo
Não desprezes nem rejeites este convite
Salve sua vida e viva seus dias descansado
Tenha certeza de que Ele nunca o deixará
Suas promessas fielmente cumprirá
E para sempre ao seu lado Ele estará!

Ninguém É como Ele...

Nosso amado Redentor Onipotente
Nosso Salvador suficiente
Supremo Pastor, Sol da Justiça, SENHOR JESUS!!!

Clênio Falcão Lins Caldas

[Nota do blog: Clênio Lins Caldas é filho do açuense João Moacir Lins Caldas e sobrinho do grande bardo das letras brasileiras chamado João Lins Caldas. Nesta oportunidade dedico o texto acima a todos os meus familiares, amigos, amigos em Orkut, Facebook e outros sites de relacionamentos, bem como a todos os meus seguidore e leitores deste blog, votos de Boas Festas].

Fernando Caldas

O PRIMEIRO BARDO POTIGUAR

O natalense Joaquim Edivirges de Melo Açucena, Lourival Açucena, ou Lorênio - [1827-1907] é o primeiro poeta Norte-riograndense. Ator, seresteiro, "cantador de modinhas", no dizer de Câmara Cascudo. Conta-se que o nome Lourival se deu após ele representar o papel do Capitão Lourival, na peça "O Desertor Francês [1846], de Antônio Xavier Ferreira de Azevedo.

Lourival foi funcionário público, delegado de polícia, amigo de influentes políticos de sua época, chegando a exercer o cargo de chefe de gabinete do presidente da província. Primeiramente colaborou com seus escritos literarios em "O Recreio", 1861, de Natal, dentre outros daquela capital potiguar. Pena que não se organizou para publicar-se. Cascudo no seu livro intitulado de "Versos", 1927, reúne grande parte da poética açuceniana, bem como seus amigos publicaram postumamente uma antologia intitulada de "Poliantéia", que reúne tudo ou quase tudo daquele lírico potiguar. O referenciado livro de Cascudo a UFRN reeditou em 1987.

Açucena está na primeira antologia dos poetas potiguares sob o título de "Poetas do Rio Grande do Norte", 1922, de Ezequiel Wanderley. Ele é patrono da cadeira número 4, da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. Algumas modinhas de sua autoria estão no livro de Cláudio Galvão intulado de "A Modinha Norte-Rio-grandense", bem como está na antologia de Rômulo Wanderley sob o título de "Panorama da Poesia Norte-Rio-Grandense", 1965, entre outras como "Informações da Literatura Potiguar", 2001, de Tarcísio Gurgel. Na antologia de Rômulo está transcrito o poema daquele boêmio e romântico poeta clássico, conforme transcrito adiante:

Eu não sei pintar o amor
Amor é brando é zangado
É faceiro e vive nu,
Tem vistas de cururu,
E vive sempre vendado:
É sincero, é refolhado,
Causa prazer; causa dor.
Tem carinhos, tem rigor,
Amor... pinte-o quem quiser,
Eu não sei pintar o amor.

Amor é loquaz, é mudo.
É moderado, é garrido,
É covarde, é destemido,
É vida, é morte de tudo,
É brioso, é sem pudor.
Traz doçura, dá travor,
Amor... pinte-o quem quiser,
Retrate o amor quem souber,
Eu não sei pintar o amor.

Amor é grave, é truão,
É furacão, é galerno,
É paraíso, é inferno,
É cordeirinho, é leão;
É anjo, é Nume, é dragão,
Tem asas, tem passador,
Dá esforços, traz tremor.
Enfim, pinte-o quem quiser.
Retrate o amor quem souber,
Eu não sei pintar o amor.

Afinal, a propósito da morte de Lourival Açucena, o igualmente poeta Ferreira Itajubá escreveu:

No campo santo

[...]

Morreste e não soubeste, ó grande veterano,
Que, quando, por Natal, a rosa todo ano
Floresce alegremente, entre as demais roseiras,
O prado embalsamando, ao lado das primeiras,
esta alma não rebenta em rosas de ilusão
Como quando cantaste ao som do violão.

[...]

Fernando Caldas

LUAR


Chagas Lourenço


A lua surgiu imensa
Cor de fogo
Longínqua, arredia
Temerosa e bela.
O amor apareceu
Ardente e forte
Queimando como fogo
Corajoso e belo.
A beleza do luar
O calor do amor
O medo
De tudo acabar.

Por Alma do Beco

Posrado por Fernando Caldas

SE LAMPIÃO FOSSE VIVO...

Minervino Wanderley*

Folheando a revista IstoÉ, de 10.11.2010, p. 72, uma matéria chamou-me a atenção. Assinada por Wilson Aquino, tem o seguinte título: “A influência estética de Lampião”. No texto, Aquino quase que chega chamar Capitão Virgulino de gay. Vejamos alguns trechos:

l “Mas quando não estava praticando crimes, o cangaceiro se atracava com agulhas e linhas para costurar e bordar, lindamente, roupas e lenços que usava ao estilo Jacques Leclair.”

l “Ele não era apenas o executor do bordado. Era também um estilista.”

l “FRESCURAS NO CANGAÇO. O lenço dos cangaceiros era feito de seda inglesa ou de tafetá francês. A jabiraca de Lampião era em seda vermelha e contava com 30 alianças de ouro.”

l “Se tivesse escolhido a profissão de costureiro, Lampião (até hoje constantemente revisitado pela indústria fashion) certamente teria tido uma carreira brilhante.”

Durma-se com um barulho desses. Esse camarada não sabe que Lampião era tão hábil com a espingarda que conseguia dar tantos tiros consecutivos que clareavam a noite. Por isso, Lampião.

Se essa figura dissesse essas coisas há 80 anos ele iria ver que o Capitão Virgulino costurava mesmo era com uma 44 Papo Amarelo.

Aquino com certeza não conhece a história da quadrilha junina que o Capitão organizou numa fazenda e que seu bisavô (De Aquino) participou. Só que esse fuzuê, além de ter Lampião como marcador, era diferente num aspecto: todo mundo nuzinho. Agora, quem conta a história é um dos participantes dessa “festa”:

- O Capitão mandou fazer as fileiras e mandou todo mundo tirar a roupa. Ordem rapidamente obedecida. No meio da quadrilha, Lampião gritou:

- Todo mundo com um dedo na boca e outro “lá” (vocês sabem aonde). Ordem imediatamente obedecida. - Daqui a pouco ele disse:
- Trocar de dedo! O dedo que tava na boca vai pra “lá” e o outro vai pra boca.
Foi aí que o bisavô de Aquino caiu na besteira de dizer:
- Mas isso, Capitão?
O Capitão deu um olhar de matar cobra venenosa e gritou:
- Isso o quê, cabra?
O camarada afroxou e, gemendo, disse:
- Isso é bom demais, Capitão!

Esse recado é pra você, Wilson Aquino.

*Jornalista

(Do blog de Leonardo Sodré)

EM DELÍRIO Por que é que nós vivemos tão distantes, Si estamos neste sonho todo incerto: - Eu ao teu lado em pulsações vibrantes, E tu, long...