segunda-feira, 26 de setembro de 2011

“Somos nós duas, perdidas no meio do nada”

Por Nadjara Martins

As histórias de vida de uma campeã mundial que persegue sonhos com sua prancha de surf.

Passa despercebida no meio das crianças que brincam de biloca no meio da rua, pois os títulos não lhe pesam no sorriso despretensioso. Gilvanilta Ferreira, 22, cearense de nascença e potiguar por um capricho do destino, é uma das grandes promessas do surf brasileiro. Ainda na categoria amador, já carrega os títulos de tri-campeã estadual, campeã por antecipação na categoria Open Feminino do Circuito Billabong Brasileiro, vice-campeã por equipe no campeonato mundial ISA Games, no Panamá – todos conquistados em 2011-, o que lhe rendeu a posição de 12º melhor surfista no cenário mundial.

Gilvanilta – ou Jú, como é conhecida-, é mais um dos talentos nascidos na Vila de Ponta Negra. Depois de nomes como Danilo Costa, Jadson André e Joca Júnior, Jú também é fruto de alguns projetos sociais que trazem para os jovens da Vila a alternativa do esporte, num terreno que é fértil para a proliferação de oportunidades de ganho imediato, como as drogas e a prostituição.

Um desses projetos é a Associação Mutirão, organização que nasceu oficialmente em maio deste ano, voltada para a promoção dos direitos humanos entre os grupos sociais vulneráveis. Seu idealizador e organizador, advogado Luciano Falcão, 32, militante da causa indígena e quilombola, está também à frente da Falcão Assessoria Jurídica – ambas as organizações voltadas para o auxílio às comunidades carentes no Rio Grande do Norte. Embora mantenha sede na Vila, a Mutirão só começou a atuar no bairro recentemente, e um de seus expoentes é a luta de Jú.

“Quebrava as ondas”

“Um belo dia, conversando com Washington Luiz (diretor técnico da Federação de Surf do RN), eu vi essa figura e a trajetória dela. Ela era dura: quebrava as ondas surfando em prancha de isopor”, conta Luciano. Não que a situação esteja tão melhor do que nos tempos de surf de isopor: apesar das grandes competições, do destaque internacional que vem conquistando, ela ainda enfrenta uma dificuldade comum à maioria dos atletas potiguares que é a falta de incentivo.

Para a disputa do ISA Games, Jú precisava de ajuda para a passagem, inscrição e alimentação, o que contabilizava mais de mil reais. Com alguma dificuldade, conseguiu apoio das empresas Eco Propaganda e Vilac Alimentos. Porém, com o título ganho e a recente exposição na mídia, alguns se aproveitam do bom momento de Jú. Em entrevista a um jornal da capital, em agosto, a Secretaria Estadual de Esporte e Lazer (SEEL) disse garantir a passagem da atleta. Isso nunca aconteceu. Segundo Luciano, as passagens foram utilizadas pelo diretor técnico da Federação de Surf no RN, Washington Luís, para bancar a participação do filho na competição.

Além da falta de apoio, o governo é ainda responsável pela falta de pagamento de prêmios em alguns torneios no RN. Em abril de 2010, a prefeitura realizou o campeonato “Surf Cidade da Gente”, do qual Jú saiu vencedora. Um vale prancha e um vale passagem seriam os prêmios, mas nenhum foi entregue. Apesar das idas e vindas a SEEL, ninguém deu resposta. Jú enviou um requerimento e espera ansiosamente uma decisão – quem sabe, se eles responderem, ainda dê tempo de vender os prêmios e bancar a próxima etapa do Circuito Nordestino Amador, no dia 14.

Outra realidade

“Deixa de sonho, Jú”, diz dona Neide. Ela não é uma mãe desnaturada, pelo contrário, sempre incentivou o sonho dos filhos. Mas a realidade não é fácil – só quem já lutou bastante na vida é que sabe. E é por isso que dona Neide sustenta sua tese: sem patrocínio, Jú não vai a lugar nenhum. “Eu vejo sair na mídia, ganhar tanto campeonato, mas não tem reconhecimento. Não tem patrocínio para garantir. Por que todo mundo vê que ela é a melhor do Brasil, mas é um esforço grande. Não é a realidade dela”, explica.

A realidade da qual fala Maria Rosa da Conceição – conhecida com dona Neide, nem ela sabe o porquê-, é a de quem mora no final da Rua da Floresta, há quase 30 anos, na Vila de Ponta Negra. De quem vendeu coco na praia por 15 anos, e com essa renda criou sozinha três filhos. É a realidade de uma casa que já foi de palha, depois de barro, e agora de um concreto meio desconjuntado e com falta de remendos. A casa simples, sem energia há dois meses por causa de uma acusação de gato que foi motivo suficiente para o corte.

Segundo Luciano Falcão, a suspeita da companhia veio do acordo entre dona Neide e os construtores de uma obra na Barreira do Inferno: ela concederia uma ligação de energia em troca do pagamento total das faturas. Quando a obra acabou e o consumo despencou, a Cosern foi investigar. Encontrou uma ligação e culpou sem nenhum esclarecimento.

Dona Neide se revolta: não bastassem as dificuldades para manter a casa – agora adoentada, depende somente dos prêmios de Jú-, teve que acostumar-se a viver em um local perigoso, sem luz. “Parece que nós não somos humanas. Nós não somos cidadãs. Somos nós duas, perdidas no meio do nada”, confessa.

Construir sonhos

Quando os outros dois filhos foram embora – construir seus sonhos fora do país-, a única que lhe restou foi Jú, e para ela todo o amor. Para passar o tempo no escuro, brincam do que poderão ter um dia. “Quando acordo e só tem café – café preto mesmo-, eu pergunto à mãe: ‘a senhora quer Coca-Cola? Ela diz que sim, com muito gelo. Então eu dou um copo de água quente e a gente toma como se estivesse bem geladinha”, comenta Jú.

A cada dificuldade elas vão passando, vão sobrevivendo. Às vezes se revoltam contra Deus, contra o mundo, mas é da dor que dá e passa. O olhar de ambas não nega: não são de guardar rancor, nem mesmo contra Deus. Mesmo quando a inevitável pergunta é feita: “Por que todo mundo consegue e a gente não?”.

Ainda assim, Jú sabe que não vai desistir. “A cada dificuldade você se torna mais forte... de vez em quando você pensa em largar tudo, mas sabe que não vai conseguir. Vida de surfista é muito complicada, o que a gente faz tem que amar muito”. E a gente sabe que ela é apaixonada.

ECOAR AGÊNCIA DE NOTÍCIAS
Leonardo Sodré João Maria Medeiros
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sábado, 24 de setembro de 2011

ISSO TAMBÉM PASSA! (Chico Xavier)

Chico Xavier costumava ter em cima de sua cama uma placa escrita: ISSO TAMBÉM PA...SSA! Então perguntaram a ele o porquê disso. Ele disse que era para que quando estivesse passando por momentos ruins, se lembrar de que eles iriam embora, que iriam passar, e que ele estava vivendo isso por algum motivo. Porém, essa placa também era para lembrá-lo de que quando estivesse muito feliz, não deveria deixar tudo para trás e se deixar levar, porque esses momentos também iriam passar e momentos difíceis viriam novamente. É exatamente disso que a vida é feita, momentos. Momentos que temos que passar, sendo bons ou não, para o nosso próprio aprendizado. Nunca esquecendo do mais importante: nada nessa vida é por acaso. Absolutamente nada. Por isso temos que nos preocupar em fazer a nossa parte, da melhor forma possível. A vida nem sempre segue o nosso querer, mas ela é perfeita naquilo que tem que ser!

De: Tanise Sant'Ana - [Do FB de CCS]


POESIA



Teus olhos brilham como estrelas
teu sorriso doce convida-me
a tomar refúgio em teus braços

De: Cristina Costa 

MORRE O MÉDICO ASSUENSE FERNANDO FONSECA


Faleceu na madrugada deste Sábado, 24, o médico e professor aposentado da UFRN Fernando Ezequiel Fonseca, aos 84 anos de idade. Dr. Fernando era assuense radicado em Natal, salvo engano, há mais de sessenta anos. Seu pai Ezequiel Fonseca Filho foi médico em Assu, sua terra natal, além de prefeito daquele município e deputado estadual, presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte. Seu corpo está sendo velado no centro de velório Morada da Paz, na rua São José. O seu sepultamento ocorrerá às 16 horas no Cemitério Parque de Nova Descoberta, em Natal.

Fica o registro e o abraço solidário do editor deste blog aos seus familiares, especialmente a Nilo Fonseca, irmão de Fernando.

Fernando Caldas

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

4 DIREITOS QUE NÃO SÃO DIVULGADOS

Direitos que não são divulgados!

1. CERTIDÃO DE NASCIMENTO / CASAMENTO:

Quem quiser tirar uma cópia da certidão de nascimento, ou de casamento, não precisa mais ir até um cartório, pegar senha e esperar um tempão na fila.

O cartório eletrônico, já está no ar!

Nele você resolve essas (e outras) burocracias, 24 horas por dia, on-line. Cópias de certidões de óbitos, imóveis, e protestos também podem ser solicitados pela internet.

Para pagar é preciso imprimir um boleto bancário. Depois, o documento chega por Sedex.

Passe para todo mundo, que este é um serviço da maior importância.

2. AUXÍLIO À LISTA

Telefone 102... não!

Agora é: 08002800102

Vejam só como não somos avisados das coisas que realmente são

importantes....

NA CONSULTA AO 102, PAGAMOS R$ 1,20 PELO SERVIÇO.

SÓ QUE A TELEFÔNICA NÃO AVISA QUE EXISTE UM SERVIÇO

VERDADEIRAMENTE GRATUITO.

Não custa divulgar para mais gente ficar sabendo.

3. DOCUMENTOS ROUBADOS - BO (boletim de occorrência) dá gratuidade - Lei 3.051/98 - VOCÊ SABIA???

Acho que grande parte da população não sabe, é que a Lei 3.051/98 que nos dá o direito de em caso de roubo ou furto (mediante a apresentação do Boletim de Ocorrência), gratuidade na emissão da 2ª via de tais documentos como:

Habilitação (R$ 42,97);

Identidade (R$ 32,65);

Licenciamento Anual de Veículo (R$ 34,11).

Para conseguir a gratuidade, basta levar uma cópia (não precisa ser autenticada) do Boletim de Ocorrência e o original ao Detran p/ Habilitação e Licenciamento e outra cópia à um posto do IFP..

4) MULTA DE TRANSITO : essa você não sabia

No caso de multa por infração leve ou média, se você não foi multado pelo mesmo motivo nos últimos 12 meses, não precisa pagar multa. É só ir ao DETRAN e pedir o formulário para converter a infração em advertência com base no Art. 267 do CTB. Levar Xerox da carteira de motorista e a notificação da multa.. Em 30 dias você recebe pelo correio a advertência por escrito. Perde os pontos, mas não paga nada.

Código de Trânsito Brasileiro

Art. 267 - Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à infração de natureza leve ou média, passível de ser punida com multa, não sendo reincidente o infrator, na mesma infração, nos últimos doze meses, quando a autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender esta providência como mais educativa.

DIVULGUEM PARA O MAIOR NÚMERO DE PESSOAS POSSÍVEL. VAMOS ACABAR COM A INDÚSTRIA DA MULTA!!!!

Gostaria, se possível, que cada um não guardasse a informação só para si.

Bjs...

Paula Maciel

Postado por Fernando Caldas










POESIA



CORAÇÃO FERIDO

Essa tristeza que me punge e corta
O coração ferido de sofrer,
Parece vir de alguma vida morta,
Dum coração, cansado de viver...
Pudesse eu crer o que ti é na vida
Alegre feliz para cantar
E eu cantaria, amortalhada a lida
A boa vida em que eu pudesse amar...

Por João Lins Caldas

Natal, 1909













terça-feira, 20 de setembro de 2011



Re)descubra / (re)leia AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT



Por Pedro Simões

Além de poeta, Augusto Frederico Schmidt foi editor e político. Pouco conhecido pelo leitor comum, é, no entanto considerado dos maiores líricos brasileiros. Sua poesia é aliciante, romântica e nostálgica, seus temas preferidos são o mar, a noite, a morte, a solidão, o mistério do destino do homem. O açodamento político-ideológico dos anos 60, tolheu-me a visão e me impediu de apreciá-lo na sua grandeza literária, pois era dado como “reacionário”. Hoje, penitencio-me e ofereço aos amigos e amigas do Fb a oportunidade de conhecê-lo e aos que o conheceram, o resgate da sua memória. Entre 1924 e 1926, o poeta residiu em São Paulo, ligando-se ao grupo modernista. É quando publica seu primeiro livro, Canto do Brasileiro Augusto Frederico Schmidt.
Entre outros, publicou Canto do liberto Augusto Frederico Schmidt (1929), Navio perdido (1929), Pássaro cego (1930) e Canto da noite (1934)..
Escreveu ainda as crônicas de O galo branco (1948) e As florestas (1959). A seguir, funda uma editora e torna-se um dos grandes divulgadores do Modernismo; e, depois, especialmente, da literatura do Nordeste.
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O Grande Momento

A varanda era batida pelos ventos do mar
As árvores tinham flores que desciam para a
morte, com a lentidão das lágrimas.
Veleiros seguiam para crepúsculos com as
asas cansadas e brancas se despedindo,
O tempo fugia com uma doçura jamais de
novo experimentada
Mas o grande momento era quando os meus
olhos conseguiam
entrar pela noite fresca dos seus olhos...  

[Texto do Facebook de Pedro Simões]

Do blog: O poeta Augusto Frederico Schmidt conviveu na intimida com o lírico potiguar, um dos precursores da poesia moderna brasileira chamado João Lins Caldas no seu tempo de Rio de Janeiro [década de 20 e começo dos anos 30]. Schmidt comparou o poema de Caldas intitulado "negra', ao dizer: "... vale por toda "Uma Raça", de Guilherme de Almeida." Para orgulho do poeta assuense.

Fernando Caldas


 
Por Cristina Costa
 
Há momentos, em que a tristeza
toma conta de mim.
Momentos em que queria gritar
momentos em queria dizer tanta coisa,
que me sufoca a alma e me arde o peito.

Queria desabafar contigo, convosco.
Quantos saberão tão bem do que falo.
Quantos sentem o mesmo que eu.
Há coisas que é preciso dizer
não tenho medo das palavras
ainda que censurem as verdades que digo.

E no entanto, da minha boca
não sai uma única palavra
ficam presas no silêncio da garganta
desmanteladas num sussurro amargo
que se desfaz em lágrimas.
Tantas vezes essas lágrimas
são minha única companhia.

Peço-te, não sejas como a Lua
que insiste em esconder
periodicamente parte da face
dos seus sentimentos e angústias
que não diz o que pensa ou o que sente.

A face está lá, o tempo todo.
As palavras, feias e sujas,
estão lá, caladas, covardemente.
Mas não te culpo, nem me culpo
se existem culpados
são o tempo e o espaço
que nos mantêm afastados.

Talvez um dia este espaço fique tão curto
de forma a eu poder abraçar-te
abraçar-te tão forte
que nem mesmo o tempo
se permitirá separar-nos mais!

E talvez nesse dia, as minhas lágrimas
possam elas ser de alegria
não vindas de um sussurro amargo
mas de um grito de amor
solto do meu coração.

Existem coisas
que precisam sair de dentro de nós
é necessário libertar as palavras
vindas e feitas de ti, e por ti.

Ao menos deixa-me que grite
o quanto me fazes falta.
Gritar com a garganta
arranhando tudo por dentro.
Gritar todo o sentimento,
porque o grito, é a palavra
no seu estado mais puro!

 

CORTEZ PEREIRA



Discurso do Deputado CORTEZ PEREIRA, representando o Rio Grande do Norte, no II CONGRESSO BRASILEIRO DE ASSEMBLÉIAS LEGISLATIVAS, realizado em Porto Alegre-RS, em 30 de outubro de 1961.

O SR. PRESIDENTE – Concedo a palavra ao nobre Deputado Cortez Pereira que falará em nome do Nordeste. O Deputado Cortez Pereira pertence à delegação do Estado do Rio Grande do Norte.

O SR. CORTEZ PEREIRA – Exmo. Sr. Presidente João Goulart, Exmo. Sr. Primeiro Ministro Tancredo Neves, Exmo. Sr. Governador do Estado, Leonel Brizola: Exmo. Sr. Presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, Exmo. Sr. Presidente do Tribunal da Justiça, Exmos. Srs. Ministros, Autoridades Civis, Religiosas e Militares, Srs. Congressistas.

O nordeste não me perdoaria se numa oportunidade como esta onde se encontra o Brasil, através do comparecimento das delegações de todos os recantos da pátria à face com as autoridades mais altamente responsáveis pelos destinos deste país, o Nordeste, não me perdoaria se aqui, eu viesse para não falar a sua linguagem característica, para não falar o seu dialeto, que não sei se é formado mais de palavras ou de gemidos, mas que escondem o sentimento mais íntimo, para não dizer o ressentimento mais doloroso. Falo em nome do Nordeste, esta vasta extensão de terra onde vivem morrendo 25.000.000 de brasileiros e constitui a mais vasta. A mais extensa região subdesenvolvida do hemisfério ocidental. Eu falo em nome do Nordeste, onde, o Sr. Presidente, a media de vida não vai em alguns Estados, além da idade de 30 anos e onde a mortalidade infantil não é um escândalo, por ser uma tragédia; onde as crianças parecem que nascem para morrerem crianças. (Palmas).

Nordeste esquecido e ressentido, Nordeste castigado pela calamidade da seca, seca que é muitas vezes uma queda na precipitação normal das chuvas, atingindo 90%, constituindo por esta característica no mundo uma originalidade que só se pode comparar às secas que existem no interior de Madagascar. Nordeste terra queimada, terra quase morta, onde vivem 70% dos homens, arrancando desta terra morte sua própria vida.

A economia do Nordeste é uma economia de regresso, quando muito da estagnação. Para que se tenha uma idéia, para que se compreenda o drama do Nordeste, basta lembrar que o período e a fase em que viveu mais intensamente, em que o rendimento “per capita” atingiu seus mais altos limites, foi nos fins do segundo século da colonização do Brasil. De lá pra cá, o andar do Nordeste tem sido sempre um andar pra trás, uma espécie de procura de abismo, uma espécie de destinação para a fome e, através da fome, para a morte. Nordeste que até 1900 teve sua economia inteiramente paralisada para que nestes últimos 50 anos encontrasse um estremeço de vida, através de avanços e recuos que exigem do Poder Público uma exata interpretação das causas e conseqüências.

Para que se tenha uma idéia de como tem regredido e como tem caminhado para trás, a nossa economia, basta que se diga que antes da guerra de 1939, nós do Nordeste, produzíamos 30% da renda bruta nacional, e hoje estamos reduzidos a menos de 10%; basta que se diga que, antes da guerra de 1939, nos produzíamos 18% da renda industrial e estamos reduzidos, hoje, a menos de 8%.

Acreditamos que uma complexa causação nos impõe essa realidade, realidade de uma região que só tem conseguido ser um mercado fornecedor de matéria prima, vivendo um regime de economia primária, criando produtos exportáveis sem termos capacidade de nos defender das esmagadoras leis do capitalismo internacional, que são as mesmas leis que estabelecem o ritmo de desenvolvimento e atraso de regiões como o Nordeste e o Centro Sul quando se encontram para o diálogo das transações.

Nós somos vítimas, não só da seca. Mais grave do que ela é este fenômeno econômico que nos vitima e condena a um atraso crescente. Somos vítimas da lei de concentração de capitais e riquezas. O Centro Sul ao alcançar o estágio da capitalização industrial passou a manter com o Nordeste um relacionamento econômico que o fortalece na proporção em que os enfraquecemos. São relações economicamente colonialistas.

Dizem os economistas que quando um sistema econômico qualquer alcança a fase de debilidade alcançada pelo Nordeste, institucionaliza-se, e qualquer processo de modificação é espontaneamente impossível. Diante dessa impossibilidade, temos só um caminho: esperar a intervenção do Poder Público para que se quebre o círculo vicioso que nos sufoca. Se o capital estrangeiro é impiedoso, mais ainda serão as meias-leis dentro da mesma pátria, dividindo-a. Isto porque, com a concentração dos capitais nos grandes centros, além de se processar a alienação de uma região em favor de outra, processa-se, ainda, o fluxo migratório em direção dos grandes centros. E, com esta vinda de nordestinos para os grandes centros, apenas não perdemos braços, mas braços mais jovens dos mais inteligentes e ousados. Os capitais que precariamente formam no Nordeste seguem também o rumo de seus filhos a procura de mais alto e estáveis multiplicadores.

E o que fez o Poder Público até hoje pelo Nordeste, além de plataformas, de discursos impressionantes, emocionais e inúteis? Não posso dizer que o Poder Público não tenha feito nada por ter feito muito, porém contra o Nordeste. Basta que se diga, Senhores Deputados, que o governo em 1947, quando fixou o preço do dólar, criando um verdadeiro imposto de exportação, através do denominado confisco cambial, o governo de então, condenou-nos a nós do Nordeste, produtores de matéria prima exportável, a termos de um prejuízo anual da ordem de vinte e cinco milhões de dólares, importando apenas quinze milhões.

Para que se pese o que representou a política cambial do governo federal contra o Nordeste, basta que se diga que só a Bahia exortava cento e setenta milhões de dólares, importando apenas quinze milhões.

Mas dirão com certeza: o Poder Público fez açudes no Nordeste. Realmente fez açudes no Nordeste, mas açudes não significam nada se só forem açudes, lâminas d’água exposta ao sol e cobrindo as poucas terras férteis da região. Barrar a passagem da água numa garganta de serra qualquer não representa coisa alguma se só for isto.

Os grandes açudes não têm significação se não forem complementados pela irrigação. (Palmas prolongadas).

O Poder Público construiu açudes no Nordeste armazenando 14 milhões de metros cúbicos. Admitindo a proporção internacionalmente aceita para as irrigações, eu direi: com 14 milhões de metros cúbicos armazenados em açudes, poderíamos ter cerca de 200.000 hectares de terras irrigadas com alta produtividade e diferentemente de 200.000 hectares o governo federal irrigou apenas 5.132 hectares, o que é escândalo de irracionalidade.

Daí, Sr. Presidente, Sr. Primeiro Ministro, a explicação porque a palavra do nordestino deve ser uma palavra diferente.

Talvez preferível fosse divagar procurando coisas amenas que o Nordeste também possui para não falar do seu drama, quase tragédia. Talvez devesse saudar a bravura do gaucho, mas entendi que o estômago com fome do nordestino impõe-me, neste instante, uma palavra carregada e marcada pela energia. (Palmas demoradas).

Nesta hora não podemos pensar em fazer poesia e se houvesse a imposição de fazê-la, haveríamos de cantar amargamente como o poeta, que viu o Nordeste como “uma paisagem sem folhas verdes, para o vento brincar, toda crivada de espinhos como a fronte de Jesus”.

O certo, todavia, é dizer objetivamente que no Nordeste temos açudes sem irrigação, que somos vítimas de um sistema de espoliação que poderá fomentar o problema mais grave e mais sério da unidade nacional. (Palmas prolongadas).

Ao Centro-Sul do país eu digo, e nome do Nordeste, nosso ressentimento e nossa mágoa não vos atinge. Não temos nenhum rancor, nenhum sentimento de revolta contra o Centro-Sul. Pelo contrário, aplaudimos o seu dinamismo. Registramos apenas, a existência de uma lei de sociologia econômica, que nos esmaga e, através deste registro, pedimos a intervenção do Poder Público, para que estanque as fontes que possam alimentar um grave sentimento de irmão contra irmão.

E por fim, a última palavra do Nordeste à terra que nos recebeu, à terra do rancho gaúcho, o rancho que nos abriga, pertence realmente a todos nós, o rancho é brasileiro. Nesta grande terra muitas e muitas vezes nos inspiramos, no seu povo muitas e muitas vezes aprendemos deste imenso Rio Grande, as grandes lições de bravura, de resistência e de heroísmo.

Do blog Spaço Único, de Rosélia Santos
‎"O segredo de um relacionamento feliz não é o amor, muitos se amam e se separam.

Muitos se amam e se destroem.

O segredo é cada um ter sua própia individualidade, liberdade, sua independência. 

Você não deve colocar sua felicidade nas mãos de alguém, mas sim compartilhar a alegria de ter esse alguém em sua vida e ser feliz."

Aurilene Damaceno
 




"Mulher que escolhe homem pelo bolso, Não pode reclamar quando é tratada como mercadoria.
Homem que escolhe mulher pela bunda, não pode reclamar quando tem um relacionamento de merda."

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Imagem do Blog de Aluiziolacreda.

Parabéns aos organizadores destas belas produções organizado pelos autores Carlos Augusto Pereira da Silva e Francisco Antônio Oliveira de Souza, editado pela Coleção Carnaubaense. Fica registrado os parabéns do esidtor deste blog aos referenciados escritores, bem como a Coleção Carnaubaense.

Fernando Caldas




Pensar bem, serenidade e equilíbrio melhoram em muito a qualidade de vida. Somos movidos a energia. Energias positivas nos mantem sintonizados com o bem, nos elevam as esperanças e guardam o nosso coração dos sentimentos tóxicos. A mágoa, o ressentimento, a inveja desequilibram as forças e consomem muita energia, deixando a pessoa estática no tempo, pesada de amargura e tristeza. Medo e ansiedade ...descompassam a vida, comprometem o desempenho emocional. Perdoar é estar livre para melhor caminhar. Quanto mais perdoamos, mais leve nosso fardo. Pensamentos positivos, amor, alegria, fraternidade e bondade nos enchem de energia que nos abrem as comportas das boas oportunidades, nos dão força para buscarmos nossos sonhos, realizarmos projetos e concretizarmos a vida com as cores felizes, como planejamos.

MC

domingo, 18 de setembro de 2011



Pedro Simões

REFLEXÕES MATINAIS

Difícil acreditar que sob esse céu recém-desperto clariificado pela madrugada, as nuvens flutuando livres, imponderáveiss e impunes, as dunas recortadas contra o horizonte, denunciando o mar, as ruas epreguiçando-se, aliviando os braços e as pernas, as árvores cheias de pequenos pássaros trêfegos e felizes, os vendedores ambulantes apregoando as suas vantagens - um cenário que ...justifica a benevolência e o amor do Criador pela sua Criatura - possa existir alguém capaz violar essa paz, de macular esse ato de amor para expressar o seu ranço existencial, a sua revolta sem nome, o seu ódio aos semelhantes? Um galo baldio me recorda as palavras de Cristo ao seu apóstolo: antes que o pássaro madrugador cante três vezes, igual número de vezes a criatura o atraiçoará. É da sua natureza a inconformação, a rebeldia sem causa, o estar diante de si como se fosse o centro do universo, pondo-se de costas para o Criador, em postura de insatisfação por conta de escolhas imprudentes e erradas que são sua responsabilidade.

Pois daqui do meu mirante, Senhor Deus da compaixão, diante desse cenário que desfruto diariamente, antevendo o sol que já se faz anunciar por trás das dunas, eu vos peço humildemente e sem qualquer mérito para mover a minha súplica, tende piedade de nós, pobres mortais, ignore a nossa ingratidão e abone a nossa índole selvagem, gananciosa, predadora. Ao invés, dê-nos cada vez mais beleza, mais tolerância para que nos convençamos definitivamente da vossa bondade e do vosso amor por nós, para que renunciemos ao ódio e à maldade.

Lembro de um diálogo entre São Francisco e o Frei Leão em que o santo, atendendo à indagação do seu amigo, lhe contava a seguinte fábula: certo dia disse a uma pequena árvore que me falasse de Deus, e ela então se encheu de flores.

A beleza dos dias e noites, dos cenários com que nos deparamos nesta cidade-luz dos Reis Magos, nada mais é senão a epressão do amor divino por nós.

Que o Divino Mestre Jesus nos conceda a todos um belissimo domingo

(Natal, madrugada de domingo, 18.09.11)

Idoso de 90 anos tem 36 filhos com mulher, cunhada e sogra no Rio Grande do Norte

Aliny Gama Especial para o UOL Notícias
   Em Maceió



Aparentemente, as sertanejas Francisca Maria da Silva, 89, Maria Francisca da Silva, 69, e Ozelita Francisca da Silva, 58, têm uma vida comum para quem mora no interior do Nordeste, dedicando todo o tempo para cuidar das casas onde vivem. Além do fato de serem mãe e filhas, as três dividem casa, comida e carinho com o mesmo marido há mais de 40 anos.

O agricultor aposentado Luiz Costa de Oliveira, 90, vive maritalmente com a mulher, com a cunhada e com a sogra no município de Campo Grande (270 km de Natal), e com as três teve nada menos que 36 filhos. Outros 17 vieram do primeiro casamento. Além da meia centena oficial, existem ainda outros três, dos quais ele não tem certeza da paternidade. Mas também não nega.

A filha mais nova de seu Luiz tem 13 anos, o mais velho, 54. A lista de membros da nova família Oliveira é extensa. A primeira mulher do trio, Maria Francisca, é mãe de 17 filhos. Em seguida, no segundo casamento com a irmã da esposa, Ozelita, foram mais 15. Para não perder a oportunidade, ainda fez um filho com a sogra, dona Francisca Maria. “Tempo desses apareceram mais três dizendo que ‘era’ meu, mas não tenho certeza, mas também não vou negar”, disse Oliveira.

Apesar da grande quantidade de filhos, apenas 38 estão vivos, e a maioria mora em Campo Grande. A lista de herdeiros aumenta com o número de netos. São 100 netos e 60 bisnetos.

Três mulheres

Seu Luiz conta que a relação com as três mulheres começou depois que ele ficou viúvo da primeira mulher e “se juntou” com Maria Francisca da Silva, a “Francisca Velha”. “Fiquei com 17 filhos para criar, e a ‘véia’ se prontificou a me ajudar. Logo depois começaram a vir os nossos filhos”, disse, explicando que a cunhada, Ozelita, vinha cuidar da irmã no período de resguardo e também "dava assistência” a ele.

“Não escondo que sempre fui namorador. A melhor coisa do mundo é mulher, e meu divertimento era namorar. Preferi que meus namoros ficassem em casa, e elas se entenderam. Nunca houve uma briga, pois eu lembro muito bem que dava conta de todas, além de trabalhar muito na roça para sustentar todos os meus filhos. Nunca faltou nada para ninguém”, disse.

O homem conta que o início do namoro com a sogra também aconteceu no período de resguardo da mulher e da cunhada. Ele tem apenas um filho com ela. A cunhada e “segunda mulher” de Oliveira, Ozelita, conta que o segredo de dividir o marido é a união da família e o amor por igual que ele tem. “Nunca houve distinção. O jeito conquistador dele conseguiu a paz e a união da nossa família. A gente não tem ciúme porque a gente sabe da dedicação dele por todas nós”, disse, ressaltando que as três Franciscas não aceitariam dividir com mais outra pessoa o amor de Oliveira. “Ia ter briga se ele arrumasse uma amante, com certeza.”

Duas casas

Com uma família maior que a tradicional, seu Luiz conta que vive com a mulher em uma casa e mantém a cunhada e a sogra numa outra próxima. Ele diz que tenta distribuir seu tempo para dar assistência às duas casas.

“Antes eram as três mulheres juntas. Mas como são muitos filhos, meu pai conseguiu comprar uma casa mais nova e deu para a minha tia”, disse Cosme da Silva Costa, 18, um dos filhos.

Postado por Fernando Caldas

Musculação vira remédio para idoso combater doenças

São Paulo - Exercícios físicos se tornaram tão importantes quanto os remédios no tratamento de doenças como osteoporose, osteoartrose e artrite reumatoide. Não à toa, estima-se que a frequência de pessoas com mais de 60 anos nas academias de ginástica tenha aumentado cerca de seis vezes nos últimos dez anos. De olho nesse filão, muitos estabelecimentos têm feito parcerias com consultórios médicos e oferecido descontos e atividades específicas para os idosos por eles encaminhados. Surgiram até academias especializadas nesse público, com equipe médica própria e instalações adaptadas a quem tem mobilidade reduzida.

O boom teve início após a comprovação, no início da década passada, de que exercícios com sobrecarga são capazes de impedir o avanço da osteoporose, conta Kleber Pereira, presidente da Associação Brasileira de Academias (Acad). "Os médicos passaram a recomendar a musculação para os idosos, que hoje representam quase 30% de nossos alunos."

Estudos recentes têm demonstrado os benefícios da musculação para outro problema que atinge quase 60% das pessoas com mais de 60 anos: a osteoartrose. Caracterizada pelo desgaste das articulações, a doença causa dor e restringe os movimentos.

"Até pouco tempo atrás, pacientes com artrose recebiam a recomendação de praticar apenas atividades leves e evitar carregar peso ou subir escadas", conta Julia Greve, coordenadora do Laboratório de Estudos do Movimento (LEM) da Faculdade de Medicina da USP. Mas hoje já se sabe que o fortalecimento da musculatura reduz a sobrecarga na articulação, diminui a dor e recupera a amplitude dos movimentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Postado por Fernando Caldas

sábado, 17 de setembro de 2011

EX-PREFEITO ZÉ MARIA VAI ENTREGAR PRESIDÊNCIA DO DEM EM ASSÚ AO EMPRESÁRIO WILD DINIZ

wild diniz_CDL_assu
 
Nos próximos dias, o ex-prefeito José Maria de Macedo Medeiros deverá renunciar a presidência do diretório do DEM em Assu, para entregar o comando dos democratas a nova geração de políticos da terra do poeta Renato Caldas.
 
Segundo fonte ligada aos democratas assuenses, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Assu – CDL, Wild Diniz é o mais cotado para assumir a direção da executiva municipal do partido.
O pré-candidato do DEM a prefeito do Assu, empresário Leônidas Medeiros, sobrinho do ex-prefeito deverá ocupar a vice-presidência da agremiação partidária ou outro posto na direção do partido.
Blog do VT

sexta-feira, 16 de setembro de 2011


Postado por Fernando Caldas
 
 
Por Cristina Costa
 
Olhei-te nos olhos
bem fundo
como se o mundo estivesse aí

Fitas-me profundamente
mas deixa-me deambular
entre mim e o teu olhar

Quando tu me encontras
eu perco-me
na doçura do teu olhar

EM DELÍRIO Por que é que nós vivemos tão distantes, Si estamos neste sonho todo incerto: - Eu ao teu lado em pulsações vibrantes, E tu, long...