terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Debate sobre criação da Academia Assuense de Letras terá novo encontro em janeiro

Ivan Pinheiro Bezerra
Em matéria exibida nesta terça-feira (09) pela Rádio Princesa do Vale, o pesquisador e historiador Ivan Pinheiro Bezerra anunciou que acontecerá dia 16 de janeiro de 2015, uma sexta-feira, a próxima reunião para avançar-se na discussão em torno da proposta de constituição da Academia Assuense de Letras.
Até aqui foram dois encontros realizados, sendo o primeiro em Natal e o mais recente, ocorrido sexta-feira da última semana (05), às 16h, no auditório do escritório regional do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa do RN (Sebrae), em Assú.
Nela foi concebida a comissão organizadora do processo de fundação da Academia.
Ivan Pinheiro declarou que um dos passos seguintes de tal movimento será a publicação do edital de convocação da assembleia fundacional da Academia, evento pré-agendado para o dia 23 de janeiro, uma sexta-feira, às 19h30, no interior do Cine Teatro Pedro Amorim.
Ele registrou que, a princípio, a Academia disporá de 40 cadeiras, porém, deverá começar suas atividades com aproximadamente 20 membros.

Além dele, estão associados a esta empreitada os seguintes personagens: Auricéia Antunes de Lima, Fernando Antonio Caldas, Geruza Fonseca Pimentel, Ângela Fonseca Pimentel, Fernando Antonio de Sá Leitão Morais, Francisco de Assis Medeiros e Antonio Alderi Dantas.
 
Postado por Pauta Aberta.
Há impossibilidade de ser além do que se é -
no entanto, eu me ultrapasso mesmo sem o
delírio, sou mais do que eu - tenho um corpo
e tudo o que eu fizer é continuação do meu começo ...
a única verdade é que eu vivo.
Quem sou?
Isso já é demais!


_____ Clarice Lispector

Foto de  Isabel Almeida

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

"ASSU SOCIAL DE ONTEM - SOCIEDADE ASSUENSE DE 1880 A 1930"

Nas décadas de 1880 a 1930 a Baronesa da Serra Branca, (BELISÁRIA LINS WANDERLEY DE CARVALHO E SILVA), com o apoio do seu esposo o Barão FELIPE NERY DE CARVALHO E SILVA, em seu sobrado da antiga Praça da Proclamação, hoje praça Getúlio Vargas, recebia a sociedade assuense, oferecendo NOITES DANÇANTES E SARAUS. Entre as jovens daquela época citamos os nomes da maioria das Senhoras mais conhecidas e de tradicionais famílias, vejamos: Francisquinha Medeiros, Vigília, Maria Lídia Fonseca, Nina e Nininha Caldas, Sinhazinha Wanderley, Cecília Caldas Soares, Maria Inah, Candoca e Clarinha Amorim, Eulina e Maroca da Fonseca, Marizinha Dantas de Medeiros, Lília Lindú, Nila e Elita Oliveira, Cecília Soares Filgueira, Beatriz Montenegro e suas irmãs Rosa, Marola, Cota, Francisquinha e Davina, Carlotinha Sá leitão, Maria Sá Leitão, Fausta, Cândida, Ernestina e Branca Nobre da Fonseca, Marieta Oliveira, Maria Soares Filgueira, Beatriz Montenegro, Maria Lacerda, Angelina Macedo, Ana Lima, Candinha e Nanoca Borges, Nila e Noca Pinheiro, Rosa, Joaninha, Ofélia e Ana Wanderley, Emília, Eulália, Flávia e Maria Marreiro da Fonseca, Auta e Chiquita Soares Filgueira, Iracema e Iara Soares, Chiquinha Terto Lins Caldas e tantas outras jovens.

Jovens da melhor Sociedade Assuense daquela época que passamos a citar alguns nomes de relevo: Silvestre Wanderley Carvalho e Silva, filho único da Baronesa da Serra Branca que faleceu muito cedo. O médico Dr. Ernesto da Fonseca, seus irmãos Samuel Sandoval, Aderbal Augusto, Mariano Cândido e João Alfredo da Fonseca, João Filgeueira Filho, seus irmãos, Tomé Pierre, Milton e Tertuliano Soares Filgueira, o Acadêmico de Medicina Ezequiel Epaminondas da Fonseca Filho, Francisco Augusto Caldas de Amorim, Ulisses Caldas Amorim, Eloi Fonseca, Mário e Otávio Amorim, Etelvino Caldas, Coronel Antônio Freire, Coronel Antônio Saboya de Sá Leitão, Renato Caldas, Major Manoel de Melo Montenegro, José Medeiros, Raul Caldas, Francisco e Zeca Ximenes, José Neves, Eduardo, Luiz Sócrates, Solon, Afonso e Vicente Wanderley, o musicista Júlio Soares Filgueira, seus irmãos Francisco Alberto Soares Filgueira, que logo foi para o Rio de Janeiro, estudar Medicina, onde concluiu seu curso em 1915, José Soares Filgueira Filho, que também foi para o Rio de Janeiro, João Soares Filgueira Neto, Major Minervino Wanderley, Giovani e Luiz de Sá Leitão, João Celso Filho, Francisco e Júlio Martins Fernandes, Plácido e Pisistrato Amorim, Manoel Nobre da Fonseca, Manoel Silvério Cabral, João Damasceno, Luiz Paulino Cabral, Francisco e José Pinheiro da Fonseca, ´Bilé Soares Filgueira e seus irmãos, Migas Fonseca, Fernando Tavares, Anderson Abreu, o Coronel José Soares Filgueira Sobrinho, também recebia em sua residência, que ficava situada onde funciona o FÓRUM JOÃO CELSO FILHO, a mesma sociedade assuense com os maiores requintes, como se estivessem na Europa, nossa origem. Os filhos do Coronel José Soares estudavam com professores particulares, trazidos de Natal e outros Estados vizinhos, todos eram músicos e tocavam os seguintes instrumentos: Piano, Violino, Flauta, Bandolim, Cavaquinho, Sax e outros instrumentos da época.

As festas da Sociedade Assuense eram conhecidas como "FESTAS DA NATA ASSUENSE", ALTA SOCIEDADE, reunião festiva com trajes a rigor e muitas vezes, terno completo com colete e um cravo ou rosa vermelha na lapela do paletó. Outras pessoas da sociedade também faziam reuniões em suas residências, vejamos: o conceituado advogado Dr. João Celso Filho, recebia em seu castelo da antiga Rua das Flores, hoje Rua Prefeito Manoel Montenegro. O Capitão e agropecuarista Manoel Soares Filgueira, também reunia em sua casa grande hoje onde se encontra instalado o Banco do Brasil fazia grandes reuniões sociais e já havia anualmente o grito de Carnaval (...).

Do Livro Sociedade Assuense, de Marcos Henrique 
Texto escrito pelo assuense Giovane Lopes, já falecido, que foi Oficial de Justiça no Rio de Janeiro.

O ATAQUE DE LAMPIÃO A MOSSORÓ – A HISTÓRIA DO MOTORISTA “GATINHO”





11- Após a derrota em Mossoró, o bando em Limoeiro do Norte-CE

Autor – Rostand Medeiros 

Quando Lampião e sua horda de cangaceiros estiveram no Rio Grande do Norte, entre os dias 10 e 14 de junho de 1927, com o objetivo de atacar Mossoró, um personagem deste drama entrou na história quase sem querer, tornando-se por algum tempo um estafeta do “Rei dos cangaceiros”. Este personagem foi o motorista Francisco Agripino de Castro, conhecido em Mossoró como “Gatinho”.

 Francisco Agripino de Castro,o “Gatinho”
Francisco Agripino de Castro,o “Gatinho”

Nascido em 1905, “Gatinho” era um jovem de boa índole, simples, que buscava na profissão de motorista uma nova perspectiva em sua vida. Estava ainda na fase de aprendizado, sendo seu mestre o motorista João Eloi, conhecido como “João Meia-Noite”. A prática ocorria em um Chevrolet 1925, cujo proprietário era o Sr. Francisco Paula, para quem “João Meia-noite” trabalhava.

Seja por esperteza, medo ou desinformação, naquele dia 12 de junho de 1927, um domingo, João cedeu o veículo para “Gatinho” fazer o serviço que surgisse e ganhar mais perícia na condução.

“Gatinho”, como todos em Mossoró, estava apreensivo com a notícia da invasão do bando ao Rio Grande do Norte, os boatos sobre o tiroteio ocorrido no dia 10 de junho, no lugar Caiçara (próximo ao atual município potiguar de Marcelino Vieira), as muitas informações desencontradas, a movimentação para a defesa da cidade, a fuga dos moradores e outras situações que alteraram aquela inesquecível semana na “Capital do Oeste”. Mesmo assim “Gatinho” estava pronto para realizar qualquer viagem.

O fazendeiro Antônio Gurgel e framiliares
O fazendeiro Antônio Gurgel e framiliares

Na tarde daquele dia, o carro de Francisco Paula foi contratado pelo comerciante e fazendeiro Antônio Gurgel do Amaral, um rico proprietário que possuía uma fazenda no lugar “Brejo do Apodi”, próximo a então vila de “Pedra de Abelha” (atualmente município de Felipe Guerra). Gurgel estava preocupado com sua esposa, pois a mesma se encontrava na sua fazenda e desejava trazê-la a Mossoró.
Por volta da uma da tarde, os dois seguiram direção sul.

A viagem prosseguia tensa, como não poderia deixar de ser diante da situação reinante. O veículo trafegava por uma estrada irregular, não mais que um caminho estreito, que mal dava para um carro pequeno seguir.

Por falta de conhecimento ou nervosismo, “Gatinho” errou o trajeto e levou seu passageiro para o lugar Apanha Peixe, a 13 léguas da vila de São Sebastião (hoje município de Governador Dix-Sept-Rosado). 

Nas proximidades se localizava a fazenda “Santana”, de propriedade de Manoel Valentim, que neste momento tinha a sua residência invadida e era prisioneiro do bando de cangaceiros de Lampião.

Eram mais ou menos quatro horas da tarde quando “Gatinho” ouviu tiros que não sabia de onde vinha. O motorista se protegeu como pode, Antônio Gurgel ordenou a parada do veículo. Nove balaços de mosquetão teriam atingido a carroceria do veículo.

Estado de abandono da antiga casa grande da Fazenda Santana, para onde o fazendeiros Gurgel foi levado pelo cangaceiro Sabino e ficou frente a frente com lampião.
Estado de abandono da antiga casa grande da Fazenda Santana, para onde o fazendeiros Gurgel foi levado pelo cangaceiro Sabino e ficou frente a frente com lampião.

Ao levantar a cabeça, “Gatinho” viu um cangaceiro com um fuzil apontado para ele. Era um moreno forte, de estatura elevada, que por esta razão tinha a alcunha de “Coqueiro”.

Este cangaceiro, junto com outros membros do bando, mandou o motorista e o passageiro renderem-se e passou a rapinar os seus pertences. Do fazendeiro Gurgel foram arrecadados uma aliança, um par de óculos, uma caixa com cinquenta balas de rifle Winchester calibre 44, um conto de réis e uma pistola tipo “mauser”. Provavelmente uma pequena pistola com calibre 7,65 m.m., das marca “FN” ou “Colt.

O cangaceiro “Coqueiro” exultava a todo o bando de facínoras a prisão de um “coronelão de muito dinheiro”.

Depois da “coleta”, os dois prisioneiros foram levados à presença de Massilon Leite e Virgulino Ferreira da Silva, o “Lampião”.

Imagem1

Junto ao líder dos bandidos estava José Tibúrcio e Fausto Gurgel, irmãos de Antônio Gurgel, que tiveram seus resgates estipulados em um conto e quinhentos mil réis. O bandido Sabino, depois de uma rápida palestra com o novo prisioneiro, estipulou a vultosa quantia de quinze contos de réis para a sua liberdade. 

Sem condições dos prisioneiros ponderarem, ficou decidido que o irmão Fausto retornaria Mossoró com “Gatinho”, para buscar a dinheirama.

1- Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião
E era realmente muito dinheiro.

Para se ter uma ideia deste valor, vamos observar como exemplo a edição de 18 de junho de 1927, do jornal “A Republica”, onde se encontra um balanço financeiro, listando as rendas postais apuradas em cada uma das agências dos correios existentes no Rio Grande do Norte em 1926. Na progressista Mossoró de então, que possuía Banco do Brasil, um forte comércio de algodão e até funcionava uma Alfândega, os Correios e Telégrafos apuraram em todo aquele ano 10.255$300 (dez contos, duzentos e cinquenta e cinco mil e trezentos réis).

Diante da quantia pedida, Antônio Gurgel preparou uma carta para ser entregue a seu cunhado Jaime Guedes, então gerente da agência do Banco do Brasil em Mossoró e pessoa certa para lhe salvar desta situação.

Neste meio tempo, “Gatinho” realizava pequenas voltas pela propriedade, com o veículo cheio de bandoleiros. Muitos destes cangaceiros estavam tendo o seu primeiro contato com um automóvel. A brincadeira acabou quando a chamado de Lampião, o motorista e Fausto Gurgel receberam a missão de levar a carta de Antônio Gurgel para Mossoró.

O “Rei do cangaço” exigia dos dois “estafetas” a maior discrição sobre o caso, se não Antônio Gurgel pagaria com a vida.

No retorno, “Gatinho” e Fausto encontraram dois conhecidos que pediam condução na beira do caminho. Eram Alfredo Dias e Porcino Costa, que se dirigiam a Mossoró.

Buscando informações com os sertanejos, procurando a memória da passagem do bando de lampião pelo Rio Grande do Norte em 1927.
Buscando informações com os sertanejos, procurando a memória da passagem do bando de lampião pelo Rio Grande do Norte em 1927.

Achando estranho o fato de Fausto estar àquela hora de retorno a “Capital do Oeste”, Dias inquiriu-o sobre o que estava fazendo? De onde viam? Se sabiam notícias dos cangaceiros? Fausto no inicio desviou o assunto, mas diante da insistência cedeu e narrou o ocorrido e o suplício por que passava seu irmão.

Um exemplo de como a cidade de Mossoró preserva a memória do ataque de Lampião a esta cidade.
Um exemplo de como a cidade de Mossoró preserva a memória do ataque de Lampião a esta cidade.

Ao chegarem à vila de São Sebastião, atual município de Governador Dix-Sept-Rosado, os dois viajantes pediram para descer do veículo e seguiram para a estação ferroviária, onde deram um alarme para Mossoró através de um telefone existente neste local.

“Gatinho”, para desespero de Fausto, saiu a divulgar pela vila a notícia alarmante; “-Se prepare todo mundo que os cangaceiros vão invadir”. Cinquenta anos depois, em um depoimento prestado ao jornal dominical natalense “O Poti” (edição de 13 de março de 1977), Francisco Agripino afirmava que poucos em São Sebastião lhe deram crédito.

O motorista e Fausto seguiram para Mossoró. Por volta das oito e meia da noite, encontraram-se com Jaime Guedes e o prefeito Rodolfo Fernandes, onde foram narrados os fatos e entregue a carta de Gurgel. O prefeito só ficou satisfeito em relação à veracidade da notícia quando viu a lataria do Chevrolet perfurada de balas.

Nota de jornal sobre o ataque de Lampião a Mossoró.
Nota de jornal sobre o ataque de Lampião a Mossoró.

Nesta mesma noite de 12 de junho, “Gatinho” ainda ajudou na defesa de Mossoró, transportando fardos de algodão de depósitos existentes na cidade, para pontos que seriam utilizados como baluarte de defesa.

“Gatinho” não estava em Mossoró no dia do assalto, fora contratado para seguir para Fortaleza, às nove da manhã de 13 de junho, com a esposa e dois filhos do médico Eliseu Holanda. Segundo o motorista, depois deste episódio, não mais teve notícias se este médico e sua família retornaram a Mossoró, “nem a passeio”.

Igreja de São Vicente de Paula, histórico palco de resistência dos mossoroenses aos ataques dos cangaceiros de Lampião. Anualmente neste local acontece uma encenação do fato dentro do calendário cultural do município.
Igreja de São Vicente de Paula, histórico palco de resistência dos mossoroenses aos ataques dos cangaceiros de Lampião. Anualmente neste local acontece uma encenação do fato dentro do calendário cultural do município.

Em Fortaleza, o “estafeta de Lampião” passou alguns dias esperando a situação se acalmar.

Muitos anos depois, em sua residência na Praça Redenção, 183, na tranquilidade de sua velhice, “Gatinho” narrou ao repórter Nilo Santos, de “O Poti”, as suas inesquecíveis lembranças da meia hora que passou entre o bando de Lampião. Para ele, muitos dos cangaceiros eram demasiado jovens para aquela vida, “umas crianças” ele afirmava. Na sua memória, Já Massilon marcou como um sujeito feio, carrancudo, grosseiro, ignorante, “que dava até medo em olhar para ele”. Lampião lhe deixou uma impressão positiva, apesar da fama, “parecia um sujeito educado, pelo menos neste dia não estava furioso”. Sobre “Coqueiro”, o condutor o considerava um moreno forte, bem disposto e “bastante alto para justificar o apelido”, quando o cangaceiro “Mormaço”, foi detido, informou as autoridades que “Coqueiro” havia deixado o bando no Cariri e seguira para o Piauí, entretanto, segundo o pesquisador Raimundo Soares de Brito, este cangaceiro foi morto pela polícia cearense, no lugar “Cruz”, aparentemente no município de Maranguape.

Francisco Agripino de Castro se tornou um profissional do volante respeitado, era conhecido como uma pessoa calma, amigo de todos e faleceu em 16 de março de 1991.
Dentro do peito ...
dentro do peito
bate um coração
já fragilizado pelas emoções
sangra de dor
pelo que foi feito
peito desfeito
pela saudade
que foi amor
quando era
ele liberdade !!!


José Manuel
  
Lágrima da poesia
A COLEÇÃO DE BIBELÔS
 
*Maria Eugênia Maceira Montenegro.
 
MARIA ANGÉLICA era uma jovem encantadora: meiga, sex, inteligente. No apogeu da mocidade, queria aproveitar a vida, o máximo, cada minuto, cada segundo. Sua vida era uma roda viva de passeios, boates, esportes. Tinha uma legião de fãs e, volúvel e inconsequente, trocava de namorado como se troca de roupa.

Estava com a mania de colecionar cachorrinhos de louça. Cada namorado que arranjava, comprava um bibelô e punha-lhe o nome. A vitrina do seu quarto de moça estava cheia deles, de todas as raças. Ali se viam lulus, bassets, dálmatas, cocker speniel, pequinês, cão fila, buldogue e outros. O último da coleção era um vira-latas.

As amigas gozavam:

- Como vai a coleção, Maria Angélica? Já vacinou os bichinhos?

- Não me descuido deles e a coleção, como vêem, cada vez aumenta mais. - disse a sorrir.

Com o passar dos dias Maria Angélica se casou com um rico empresário, machista a valer. 

Quando viu a coleção da mulher, admirado, perguntou:

- Como arranjaste tantos bibelôs, Maria Angélica? Como são bonitinhos.

Ela, ingenuamente, respondeu:

- Fui comprando. Ganhei muitos também. Cada um tem o nome de um dos meus ex-namorados, disse com graça e sedução.

- Tudo isto? - E usando uma expressão grosseira - Ah, minha querida, eu não sabia que tinha me casado com uma cachorra...

- Admirado? - retrucou Maria Angélica no mesmo tom - Pois veja ali aquele vira-lata. Foi com ele que me casei.

Lógico que o casamento foi um fracasso.

* Imortal da Academia Norte-rio-grandense de Letras.
 
 http://assunapontadalingua.blogspot.com.br/

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817 – INDEPENDÊNCIA SIM, LIBERTAR ESCRAVOS NÃO!

Publicado na revista Aventuras na História, através do Blog http://maniadehistoria.wordpress.com/2009/03/05/revolucao-de-1817/
Após a chegada da Corte portuguesa, em 1808, o Rio de Janeiro não teve do que reclamar. Dom João VI e seu séquito transformaram a cidade no centro do Império Português. Ela passou a receber impostos vindos das outras regiões do Brasil e a desfrutar de todas as vantagens do sistema colonial. Se antes os brasileiros odiavam o controle exercido por Lisboa, agora era a supremacia do Rio que causava indignação. Na região norte (que hoje chamamos de Nordeste), o ressentimento com a corte era enorme. As cidades de lá não viam vantagem em mandar tanto dinheiro para o sul. Entre as taxas, havia uma destinada a financiar a iluminação das ruas do Rio. Não é surpresa que ela tenha se tornado o grande símbolo da exploração.
http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo02/confed_equador.html#f4016_amp.html
Recife no início do século XIX – Fonte – http://www.multirio.rj.gov.br
Em nenhum lugar a revolta foi tão contundente como em Pernambuco. Entre 1817 e 1824, a província se manteve em estado de rebeldia constante, tornando-se uma pedra no sapato do rei português dom João VI e, depois, do imperador brasileiro dom Pedro I. Mas o que a elite pernambucana que promoveu esta revolta tinha de tão diferente e tão comum ao resto do país? 
Para começar, entre 1630 e 1654, a então capitania tinha sido governada pelos holandeses. Os invasores foram expulsos pelos pernambucanos, que, em vez de proclamar independência, optaram por voltar a ser colônia de Portugal. Ao fazer isso, eles se sentiram senhores do seu próprio destino. Pernambuco estaria submetida à Coroa por opção. “Enquanto entre El Rei e os demais colonos prevaleceria urna sujeição natural, os pernambucanos manteriam com a monarquia um vínculo consensual, ao se haverem libertado dos Países Baixos mercê de uma guerra travada por seus próprios meios, havendo assim retornado à suserania lusitana de livre e espontânea vontade”, diz o historiador Evaldo Cabral de Mello no livro A Outra, Independência.
Esse gosto pela autonomia nascido no século 17 alimentou o ódio de Pernambuco às imposições da Corte. Para completar, a vinda de dom João VI coincidiu com um período inédito de prosperidade. No início do século 19, graças à produção de algodão, Pernambuco era uma das partes mais ricas do país. Do outro lado do oceano, Inglaterra e França viviam a Revolução Industrial e precisavam alimentar suas frenéticas fábricas de tecido. Os pernambucanos embarcavam sua produção no porto de Recife diretamente para o Velho Mundo (e para os Estados Unidos). Mas não podiam fazer isso sem prestar contas à Corte.
Nota do jornal Correio Braziliense, sobre a revolta pernambucana de 1817
Nota do jornal Correio Braziliense, sobre a revolta pernambucana de 1817
O algodão fez com que Recife se firmasse, ao lado de Salvador, corno grande entreposto comercial. “Recife tinha grande influência sobre Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Alagoas”, diz Eduardo Schnoor, doutor em História Social pela Universidade de São Paulo. Naquele intercâmbio não circulavam só mercadorias. Os comerciantes estrangeiros que aportavam em Recife traziam um bocado de novas idéias. E algumas delas não combinavam nada com a situação colonial, como os princípios de liberdade e igualdade que haviam inspirado a independência americana, em 1776, e a Revolução Francesa, em 1789. Quando esses ideais se juntaram à indignação diante dos impostos, o caldeirão revolucionário começou a ferver.
República
As lojas maçônicas, que pipocavam no Recife, serviam como local de discussão das idéias liberais e de reuniões que planejavam complôs contra a Coroa. Diante do clima de conspiração, em 6 de março de 1817, o governante da província, Caetano Pinto de Miranda Montenegro, mandou prender diversos suspeitos de querer implantar uma república em Pernambuco. Mas o tiro saiu pela culatra. Ao receber voz de prisão, o capitão de artilharia José de Barros de Lima matou seu comandante e saiu às ruas acompanhado por soldados. Libertou os conspiradores e ajudou a prender o governador. No dia 7 de março, foi implantado um governo provisório. Assim que assumiram o poder, os rebeldes divulgaram uma Lei Orgânica. As novidades não eram poucas: a província virava uma república, independente de Portugal. O texto estabelecia ainda a liberdade de imprensa e a igualdade de direitos, mas não ousava mexer com a escravidão.
O governador Caetano Pinto de Montenegro - Fonte - http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0184z15.htm
O governador Caetano Pinto de Montenegro – Fonte – http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0184z15.htm
A república pernambucana buscou apoio no exterior. Enviou emissários à Argentina e aos Estados Unidos, propondo acordos comerciais e pedindo reconhecimento. Ao mesmo tempo, os revolucionários criaram uma bandeira própria e difundiram o costume de chamar os cidadãos de “patriota”. Mas nem todos aceitaram as mudanças. No norte da província, os produtores de algodão eram mais receptivos aos novos ideais políticos — muitos deles haviam estudado na Europa. Já no sul predominavam decadentes fazendeiros de cana-de-açúcar, cujo interesse era preservar o sistema colonial, pois o açúcar ainda tinha Portugal como principal freguês.
Assim que soube da insurreição, dom João VI mandou suas tropas reprimirem o movimento – que já havia atingido a Paraíba e o Rio Grande do Norte. Durante os combates, as forças da Coroa contaram com a ajuda de milícias organizadas pelos senhores de engenho e a revolução foi sufocada em dois meses. O capitão José de Barros de Lima e outros rebeldes foram enforcados pelo crime de alta traição. Seus corpos foram esquartejados e tiveram partes expostas em diferentes cidades. Mas a brutalidade não foi capaz de conter o ânimo dos pernambucanos. Mesmo derrotada, a Revolução de 1817 colocou o norte na vanguarda do movimento de independência do Brasil. Enquanto o sul havia visto apenas inconfidências esmagadas nos estágios iniciais, Pernambuco havia acabado de ensaiar uma experiência autônoma de governo.
O Carmelita Miguel de Almeida e Castro, conhecido como Frei Miguelinho, era potiguar de Natal e teve participação ativa na revolta de 1817 em Pernambuco. O quadro mostra seu julgamento em Salvador, onde foi condenado a morte pelo fuzilamento e a pena cumprida no dia 12 de junho de 1817. É nome de cidade em Pernambuco e muito cultuado no Rio Grande do Norte.
O Carmelita Miguel de Almeida e Castro, conhecido como Frei Miguelinho, era potiguar de Natal e teve participação ativa na revolta de 1817 em Pernambuco. O quadro mostra seu julgamento em Salvador, onde foi condenado a morte pelo fuzilamento e a pena cumprida no dia 12 de junho de 1817. É nome de cidade em Pernambuco e sua memória é muito cultuada no Rio Grande do Norte.
Depois de enfrentar a rebeldia pernambucana, dom João VI teve que cuidar de um novo levante. Dessa vez foi em Portugal: a Revolução Liberal do Porto, que começou em agosto de 1820. O movimento exigiu o retorno do rei, elegeu uma assembléia que limitou os poderes da monarquia lusa e, na prática, passou a controlar o Império Português. Em março de 1821, dom João VI foi para Lisboa e deixou aqui o filho
Pedro, na condição de príncipe regente do Brasil. No mesmo ano, a assembléia tirou da cadeia os envolvidos na Revolução de 1817 que estavam presos.
No dia 26 de outubro de 1821, seguindo a orientação da assembléia portuguesa, foi escolhida a primeira Junta de Governo de Pernambuco. Seu líder, Gervásio Pires, era um ex-revolucionário de 1817. Depois de tanto lutar, os pernambucanos pareciam ter encontrado sua liberdade. Afinal, eles não precisavam mais engolir governadores nomeados por dom João VI. A Junta de Gervásio, como ficaria conhecida, investiu na educação, instituiu o concurso como forma de escolher funcionários públicos e parou de enviar tributos à Corte.
Tela do carioca de Niterói Antônio Diogo da Silva Parreiras (1860-1937) sobre a revolta de 1817
Tela do carioca de Niterói Antônio Diogo da Silva Parreiras (1860-1937) sobre a revolta de 1817
Enquanto isso, no Rio de Janeiro, um novo projeto estava sendo criado para o Brasil. Seu principal articulador era o político José Bonifácio de Andrada e Silva. Para ele, o país devia se tornar independente, com as províncias unidas sob o comando do príncipe Pedro. Os pernambucanos novamente se dividiram. Alguns gostaram dos planos de Bonifácio. Já Gervásio e outros preferiam manter os laços frouxos com Lisboa. Eles anteviam que, com a independência, o poder voltaria a se concentrar no Rio e a autonomia da província chegaria ao fim.
Em 1° de junho de 1822, chegou ao Recife uma comitiva vinda do Rio. O grupo obrigou Gervásio a reconhecer que dom Pedro era o líder máximo do Brasil. Apesar disso, a Junta continuou se opondo à independência. A experiência bem-sucedida de Gervásio tinha feito os pernambucanos gostarem ainda mais de controlar o próprio destino. O problema é que, em 7 de setembro, o príncipe regente resolveu se tornar dom Pedro I, imperador do Brasil. Dias depois da independência, um golpe em Pernambuco tirou Gervásio do poder. Em 17 de setembro de 1822, uma nova junta, dominada por senhores de engenho e alinhada ao Rio de Janeiro, assumiu o controle da província, no que ficou conhecido como o Governo dos Matutos.
Confederação
O Brasil precisava de novas leis. Em 1823, foi eleita uma Assembléia Constituinte, que se reuniu no Rio de Janeiro. Mas, em 12 de novembro, dom Pedro I ordenou seu fechamento. Os temores haviam se concretizado: o imperador não estava muito a fim de dividir seu poder. Em Pernambuco, a reação veio rápido. O Governo dos Matutos foi derrubado e, em 13 de dezembro, as câmaras municipais de Recife e Olinda elegeram uma junta de governo. À frente dela estava Manuel de Carvalho. Veterano da Revolução de 1817, ele havia se refugiado nos Estados Unidos, onde se encantara com o grau de autonomia dos estados. Era isso o que muitos pernambucanos queriam para o Brasil. Mas, em 25 de março de 1824, o imperador entregou ao país uma nova Constituição. No texto, dom Pedro I estava acima do povo e de qualquer instituição. E era ele, claro, quem deveria escolher os presidentes das províncias.
Bênção das bandeiras da Revolução de 1817, de Antonio Parreiras.
Bênção das bandeiras da Revolução de 1817, de Antonio Parreiras.
Para Pernambuco, o imperador nomeou José Carlos Mayrink. Em meio à agitação na província, entretanto, o escolhido não teve coragem de assumir. Dom Pedro I mandou uma esquadra bloquear o porto de Recife enquanto o poder não fosse passado a Mayrink. Os pernambucanos continuaram irredutíveis até que, em junho, a frota teve de voltar ao Rio por causa de uma suposta ameaça de invasão portuguesa.
Com o fim do bloqueio, Manuel de Carvalho propôs que as províncias do norte se unissem para formar um país independente. Em 2 de julho de 1824, nascia a Confederação do Equador, inspirada nos Estados Unidos. Um dos membros mais destacados do movimento foi Frei Caneca. Com sua influência religiosa, ele conseguiu o apoio de Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, que aderiram à Confederação.
Em pouco tempo, as notícias sobre o levante começaram a queimar o filme do Brasil no exterior. Nem todas as grandes nações da época haviam reconhecido a autoridade de dom Pedro I e a revolta não ajudava em nada a diplomacia. Em agosto, tropas imperiais desembarcaram em Alagoas e de lá foram para o Recife, seguindo o mesmo caminho de 1817. E, como na primeira revolta, os senhores de engenho ajudaram a derrubar os rebeldes.
"Estudo para Frei Caneca", de Antônio Parreiras (1918).
“Estudo para Frei Caneca”, de Antônio Parreiras (1918).
A Confederação foi extinta em 29 de novembro. Carvalho foi poupado e fugiu para a Inglaterra, enquanto outros líderes da insurreição foram executados. No Rio de Janeiro, a Corte respirava aliviada com a manutenção de seu poder sobre todo o país. Mas vivia com medo dos pernambucanos. O conservador Diário Fluminense advertiu que a repressão deveria ser dura, pois a tranqüilidade poderia não durar. “E o sono do leão adormecido (…) pela perda de sangue. Repousou seis anos depois da primeira queda. Como se levantou? Mais atrevido e mais insultador do que nunca.”
Mas nos escravos ninguém mexe – A liberdade não era para todos os pernambucanos
A Revolução de 1817 era liberal, mas os grandes proprietários de terra, nem tanto. A idéia de perder toda a mão-de-obra escrava sob decreto de um novo regime afastava muitos fazendeiros do movimento e neste aspecto esta elite agrária em nada diferia do resto da elite brasileira.
Os líderes rebeldes sabiam que o apoio deles era fundamental e não incluíram a abolição em suas propostas. “A questão escravocrata foi secundária entre as idéias que dominaram a revolução de 1817″, diz o historiador Eduardo Schnoor. O Governo Provisório não tocou no assunto, mas os senhores de escravos não ficaram satisfeitos.
Uma junta de revolucionários pernambucanos de 1817 - Fonte - http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0184z15.htm
Uma junta de revolucionários pernambucanos de 1817 – Fonte – http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0184z15.htm
Para desmentir rumores de que os negros seriam libertados, as novas autoridades disseram que uma eventual emancipação dos escravos seria feita de forma “lenta, regular e legal”. E, para que os fazendeiros tivessem certeza de que nada ia acontecer, havia um adendo: “a base de toda sociedade regular é a inviolabilidade de qualquer espécie de propriedade”. Sete anos depois, a Confederação do Equador foi um pouco mais ousada. O líder Manuel de Carvalho não chegou a abolir a escravidão, mas suspendeu o tráfico negreiro em Pernambuco.

Do blog: http://tokdehistoria.com.br

MEU NOME ESTÁ NO AURÉLIO?-PESSOAS QUE VIRARAM PALAVRAS

Grandes obras e grandes mentiras criaram alguns termos do dicionário

Já imaginou se você deixasse à humanidade uma palavra derivada de si mesmo? No caso dos políticos, “malufagem” poderia ser uma derrapada ao lidar com o erário público, e “lular” seria tropeçar no vernáculo. Segundo o linguista John Schmitz, da Unicamp, existem na língua portuguesa quase mil palavras derivadas do nome de pessoas. Esse tipo de vocábulo também tem nome: epônimos. “A maioria está concentrada no vocabulário médico e científico, como ‘mal de Parkinson’, ou em avanços tecnológicos”, diz Schmitz. Abaixo, veja algumas marcas que figuras históricas deixaram em nossa língua.
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Filipeta na cadeia
Esse panfleto mais sofisticado surgiu de um estelionato. Em 1952, Luís Felipe Albuquerque Junior, um tenente da FAB que espalhou anúncios por todo o Rio de Janeiro anunciando: “Dobre seu dinheiro em três meses”. Quem lhe desse uma quantia a receberia em dobro meses depois. Quando a polícia descobriu que se tratava de pura tramoia, acabou com o negócio e levou Felipe preso, difundindo seu nome pela cidade.
Gumercindo à Beça
Em 1903, depois que o Acre foi reincorporado ao Brasil, seus habitantes lutavam para que ele não fosse anexado ao estado do Amazonas. Para defender os interesses dos acreanos, foi chamado o advogado Gumercindo Bessa. “Ele apresentou argumentos tão esmagadores e numerosos em favor da separação que logo se tornou figura respeitada nos meios forenses”, diz Raimundo Magalhães Júnior, em seu Dicionário de Provérbios. O Acre acabou independente e o sobrenome de Gumercindo virou sinônimo de fartura.
Juiz L.A.R.Ápio
Uma das hipóteses para o surgimento dessa palavra vem da República romana (509-31 a.C.). Na época, os pretores eram os magistrados com mais poder em mãos. Reza a lenda que um deles, Lucius Antonius Rufus Appius, decidia suas sentenças a favor de quem melhor lhe subornasse. O juiz acabou cunhando a palavra “larápio”, derivada de sua assinatura: L. A. R. Appius.
Algarismo muçulmano
Durante o esplendor cultural e científico de Bagdá nos séculos 8 e 9, o matemático e astrônomo Abu Ja’far Mohamed ibn Musa al-Khwarizmi (780-850) criou nada menos que o sistema de numeração decimal e os dez símbolos numéricos que são usados até hoje. O sobrenome do grande sábio muçulmano – Al-Khwarizmi – resultou no substantivo para designar os símbolos numéricos: “algarismo”. E a penúltima palavra do título de sua obra-prima, o livro Al-Kitab al-mukhtasar fi hisab al-jabr wa’l muqabala, originou a palavra “álgebra”.
Charles Cunningham Boycott
Charles Cunningham Boycott
Boicotem o Charles
A primeira vítima de um ato coletivo de negação foi Charles Cunningham Boycott (1832-1897). Administrador de terras irlandesas, ele era tão rígido com os camponeses que eles resolveram se unir e recusar suas ofertas de trabalho. Boycott acabou demitido e seu nome passou a designar o protesto que virou moda em todo o mundo a partir do fim do século 19.
O mausoléu do Mausolus
A palavra “mausoléu” surgiu com o soberano Mausolus, governador da Cária, parte do império persa e atual sudoeste da Turquia. Pouco antes de morrer, ele mandou construir um monumento fúnebre para si mesmo. A obra só foi terminada depois de sua morte, em 353 a.C., sob o comando de sua mulher, Artemisa. Com quatro andares e dezenas de colunas e esculturas de mármore, foi considerada uma das sete maravilhas do mundo, recebendo o nome da cidade onde foi erguida: Mausoléu de Halicarnasso. 
Fonte – Leandro Narloch - http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/pessoas-viraram-palavras-433925.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_avhistoria

Fonte:  http://tokdehistoria.com.br

Aluna de Assú conquista medalha de bronze na Olimpíada Brasileira de Matemática das escolas Públicas

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(Foto: Cedida)
Nesta terça-feira (02), foi divulgada a relação final dos vencedores da edição 2014 da Olimpíada Brasileira de Matemática das escolas Públicas, promovido pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e que tem como objetivo estimular o estudo da matemática e revelar novos talentos na área. Entre os destaques está a aluna Aisla Lívia Alves de Castro, do 7° ano do Fundamental da Escola Municipal Prof. Antônio Guerra, da comunidade de Linda Flor, em Assú. A jovem sagrou-se vencedora e recebeu a medalha de Bronze na Olimpíada que atraiu competidores de todo o Brasil. “Foi uma emoção sem tamanho. Fiquei muito feliz com as provas e com a medalha”, resumiu a jovem. A diretora da escola, Gardelha Xavier, e o professor de matemática, Antônio Adailton, parabenizaram a aluna e comentaram sobre o incentivo da instituição para novos desafios. “Ela mostrou que possui garra e muita determinação. Com isso, o resultado positivo era algo que poderia chegar e chegou”, afirmou Antônio. “Aisla mostrou todo o seu empenho e sabedoria nessas provas. Mostrou que com esforço e estudo os bons números aparecem. Essa medalha de bronze é a prova que ela está no caminho certo. Em 2015 teremos novos alunos disputando essas provas e obtendo os melhores resultados. Aqui na escola, incentivamos esses verdadeiros campeões”, ressaltou a diretora Gardelha Xavier.
Iniciação científica
 
Nesta edição foram computados 6.500 medalhistas (500 medalhistas de ouro, 1.500 medalhistas de prata e 4.500 medalhistas de bronze) e cerca de 46.200 ganhadores de menções honrosas. Os 6.500 medalhistas serão convidados a participar do Programa de Iniciação Científica (PIC 2014), que será realizado em 2015. Também serão premiados professores, escolas e secretarias de educação de municípios que se destacarem em virtude do desempenho dos alunos. Iniciada em 2005, a OBMEP é promovida com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), e conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM).
 
A notícia com credibilidade.

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"O amor é anterior à vida,
Posterior à morte,
O início da criação, e
O expoente da respiração."

____________Emily Dickinson
em "Poemas Completos"

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O ANJO AZUL

Maria Eugênia Maceira Montenegro.
 
Maria Elisa era de uma beleza rara: loura, de olhos azuis, meiga e graciosa. Tinha a mania de vestir-se só de azul. Seus acessórios, sempre tinham tonalidade de sia cor preferida.

Certa noite, preparou-se para ir ao baile com o marido, um boêmio incorrigível.

Estava realmente linda no seu vestido longo, rodado, mais parecendo uma Cinderela. Sentou-se numa cadeira de balanço, à espera do marido, que ficara de voltar cedo. E pôs-se a esperar. Deu meia noite, zero hora, uma e meia, e nada do marido chegar. Cansada dos balanços e da espera, adormeceu, a cabeça pendida sobre o ombro. Nos cabelos, uma rosa e nas mãos, um leque. Parecia uma fada vestida de azul.

De madrugada, pé ante pé, ele chegou, abrindo devagarinho a porta. Ali, na sala de visitas, ele a viu. Parou. Estático pôs-se a observá-la, com o remorso a remoer-lhe o coração. Monologou:

- Meus Deus! Eu nem sabia que tinha em casa um anjo azul. 
*_*
Livro: Todas as Marias.
Foto ilustrativa: Naomi Watts - filme "Diana".
 
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Fotografia do arquivo de  Clênio Lins Caldas

A fotografia acima é de José Lins Caldas, único irmão do poeta João Lins Caldas, tio do assuense João Moacir Lins Caldas

O poeta Caldas, saudoso dos seus tempos de infância, do querido irmão falecido em 1933, escreveu o poema sob o título O irmão. Vamos conferir para o nosso deleite:

Éramos os dois, os filhos
De meu pai, os filhos de 
Minha mãe. Percorridas escolas,
Caminhos andados. As varas cortadas para o quintal.
Os frutos colhidos, alpendres e terreiros, gaiolas
E laços, armadilhas suspensas, anzóis para as águas
No que era meu só.
O irmão sou. O irmão era. Um, outro, o outro-ele dorme]
Não sei, talvez lembrará.
A casa velará hoje os seus passos
De sombra, assombro. Espectro? Fantasma?
Quem, então, para me falar. Mas eu estou.
Certo ele está. Será outra sombra.

________________João Lins Caldas
Em, Poética, 1975, FJA, Natal.


clenio caldas deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Fotografia do arquivo de  Clênio Lins Caldas Fotog...":

Com muita emoção e orgulho deparo-me com a fotografia de meu saudoso e querido avô paterno, José Lins Caldas, por deferência especial de meu dileto primo Fernando Caldas. Faço parte desse nobre clã dos Caldas, cujo tio-avô, João Lins Caldas, poeta, escritor e orador, é o membro mais ilustre.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014



A primavera da vida aquece e acalenta o coração.
Florescem os sonhos na aurora da maturidade.
Quero que o tempo retroceda, na busca da felicidade.
Na esperança do porvir, busco no amaranhado dos sonhos,
a alegria dominante dos momentos de querer bem,
do querer mais e de amar mais.
Na espera do amanhã, na existência dos sentimentos,
na alegria dos encontros, na ventura do sorrir
e na plenitude de ser feliz.
Nesta solidão reinante,
procuro estímulo para continuar a esperar.
Espero que os sonhos se tornem realidade, que a ausência
se torne presença constante, que a ternura perdure
e que o amor floresça.
Retomo o caminho perdido,
o espaço percorrido, o sonho amanhecido,
a esperança revivida, o carinho reencontrado e o amor renascido.
Muitos sonhos desejaram permanecer plenos.
Mas, pelos ventos e tempo, foram impedidos.
Cristina Costa

EM TEMPOS DE SECA E ESTIAGEM


“E disse Deus: Eu te conheci no deserto, em terra muito seca.” Oséias 13:5

O medo do racionamento de água em função da falta de chuvas em algumas regiões de nosso país, em especial nos estados de São Paulo e Minas Gerais, já é uma realidade para muitas famílias. A seca não é somente um fenômeno ambiental com consequências negativas, como a realização de um evento natural sobre uma população vulnerável, mas um fenômeno de dimensões econômicas, sociais e políticas secularmente presente na vida da população.Atribui-se a maior seca dos últimos 84 anos como a grande responsável pela situação.

Este vem se constituindo o assunto do momento em todas as rodas sociais, grupos, famílias, etc. Teme-se pelo que possa ocorrer caso as precipitações pluviométricas não ocorram com abundância a curto prazo. Governos e administrações estaduais e municipais movem-se no sentido de minimizar os efeitos catastróficos da inédita estiagem que se abate sobre nosso país, desde as últimas oito décadas. Campanhas são deflagradas para que a população se conscientize e economize o máximo, evite o desperdício do precioso líquido. Toda e qualquer chuva é celebrada e comemorada com alegria e satisfação pela população que vive dias de angústia já convivendo, em muitos lugares, com torneiras secas e graves problemas e sequelas pela falta da água.

Entretanto há um outro mal em escala assombrosamente maior que grassa em todo o planeta, levando milhões a um deserto sem esperança. O mundo gira, o tempo se escoa, os fatos se sucedem, os acontecimentos se desenrolam de forma vertiginosa, no entanto a população permanece inerte sem defesa e sem amparo diante do que constata ao seu redor. São mentiras, calúnias, falsidade, egoísmo, truculência, violência, fome, enfermidades, falta de amor, indiferença, medo, angústia, tristeza, enfim, segue-se uma numerosa relação de males para os quais não existe seguro que os cubra e nem resguardo que os proteja. Mesmo aqueles que dispõem de recursos financeiros que os coloque acima da média dos habitantes deste globo, vivenciam momentos em que lhes é impossível escapar de um sofrimento. São lares desfeitos, afetos não correspondidos, perda da autoestima, degradação de valores. As estatísticas permanecem registrando tragédias e atos sinistros que são noticiados à larga pela mídia. Em suma, predominam a insegurança, a incerteza, a intranquilidade. Por mais medidas e atitudes tomadas por governos, administrações locais para levar algum conforto ou segurança às populações, pouco atenuam o sofrimento, o padecimento, a ansiedade que vêm dominando pessoas em toda a parte. Sem saída. Labirinto intrincado, não oferecendo soluções passíveis de serem aplicadas e tornadas producentes. O que fazer?

A seca se alastra pela ausência de chuvas, fazendo com que o solo se torne ressequido, árido, desértico, sem vida. Mas, chegam as águas abundantes vindas das nuvens e ensopam o chão seco, inundam a terra estéril, fazendo ressurgir a vida outra vez. E quanto ao “deserto” que toma conta de corações e vidas ao redor da terra, que soluções haveria para dissipá-lo?

Desde sua longa existência e permanência na terra que o ser humano se permite levar a cabo seus próprios problemas, arrumando desfecho que os conduza a bom termo. Tarefa incompleta, abortada por obstáculos por vezes intransponíveis. Busca por remédios e alternativas que estimulem a resposta tão ansiosamente aguardada, a questão finalmente respondida. Se lhe satisfaz o caminho escolhido, seu contentamento é momentâneo, transitório. De forma alguma lhe proporciona alegria definitiva. E sua procura parece não ter fim.

Há cerca de pouco mais de dois mil anos, certo homem apareceu na terra apontando um caminho, explicando a verdade, oferecendo vida. Foi rejeitado pelos de sua raça, foi menosprezado pela sociedade dominante de então, foi perseguido pelos poderes reinantes. Muitos que se achegaram a ele tiveram os seus problemas resolvidos, sua saúde restituída, sua alegria recuperada, sua esperança restaurada. Viveu pouco mais de trinta e três anos e legou à humanidade princípios até hoje imbatíveis e imunes à degradação de valores que domina o mundo de hoje. Seu testemunho foi registrado por alguns poucos homens que o compilaram em um livro suas ações e atitudes para que perenizasse para as gerações futuras aqueles espantosos fatos que ocorreram em sua passagem pela terra. E esse livro se encontra distribuído à larga, de fácil acesso a quem procura realmente uma resposta ás suas indagações, seus questionamentos, suas dúvidas. Para quem busca gozar de uma paz que lhe envolva o íntimo e lhe propicie a sonhada tranquilidade.

Sim, falamos a respeito de Jesus Cristo. Somente Ele pode oferecer e proporcionar a quem O busca a paz duradoura, definitiva. Somente Ele personifica O Caminho único que leva a alma sedenta e cansada a águas tranquilas e pastos verdejantes. Somente Ele representa A Verdade não havendo quem O desminta ou contradiga. Somente Ele oferece A Vida em razão de sua ressurreição, vencendo o derradeiro adversário da raça humana, a morte. Com lástima e lamento constatamos que ainda há muitos que se recusam a encontrá-Lo e a render-se a Seus pés, quando esse gesto se traduz tão fácil e sem rodeios. Como a terra seca anseia pela água, como o ser vivo luta em busca do precioso líquido para mitigar a sua sede, da mesma forma a alma ressequida e mirrada sente falta da Água da Vida para saciar sua carência desesperadora.

Finalizamos esta reflexão convidamos e incentivamos a todo o que ainda não sentiu, ainda não provou estar junto ao Bom Pastor que mansamente cuida do rebanho sob Seu zelo e amparo que a Ele recorra sem receio e sem reservas e entregue-se em Suas bondosas mãos, confiando seus temores e aflições.

Aproximamo-nos de mais um Natal quando boa parte do globo comemorará o nascimento de Jesus, muito embora a marca comercial por tantas vezes prevaleça. No entanto aproveite esta preciosa oportunidade para ir direto à fonte que jorra água límpida e cristalina e que refresca o âmago de nossa alma. Dê uma chance a Jesus de ser Seu amigo e confidente. Uma decisão que marcará para sempre todos os dias de sua vida!

Clênio Falcão Lins Caldas
SP, novembro de 2014

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

LITERATURA:

ASSUENSES LUTAM POR UMA 
ACADEMIA DE LETRAS
Na quinta feira, dia 27 de novembro de 2014, às 16 horas, ocorreu no Teatro de Cultura Popular Chico Daniel - Fundação José Augusto -, a primeira reunião com o intuito de mobilizar pessoas ligadas a literatura para criação da Academia Assuense de Letras. Dessa reunião participaram: Ivan Pinheiro, Auricéia Lima, Ângela Pimentel, Geruza Pimentel e Fernando Caldas
.  
A segunda reunião acontecerá na próxima sexta-feira (05/12), às 16:00 horas, tendo como local uma das dependências do SEBRAE - Assu. 
Dentre os critérios para fazer parte da agremiação dois são fundamentais: Ser assuense e ter trabalho(s) publicado(s) em livro(s). Para essa reunião espera-se um número maior de participantes.

Os apologistas da ideia esperam que até o mês de fevereiro a Academia esteja formalmente legalizada. Essa sociedade, acredita-se, será útil no incentivo à produção literária no Assu e região despertando as pessoas a publicarem trabalhos "engavetados" e servirá de suporte e de espelho para as novas gerações.    

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Viver Bem: Cirurgia bariátrica com o Dr. Nelson Neto

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