domingo, 8 de fevereiro de 2015

AS APRESENTAÇÕES DO POETA ASSUENSE RENATO CALDAS EM NATAL E ARACAJU


By Rostand Medeiros


7 de agosto de 1937
O poeta Renato Caldas nasceu na cidade de Assú no dia 8 de outubro de 1902, sendo considerado o maior representante da poesia matuta no Rio Grande do Norte.

Ficou conhecido como o “poeta das melodias selvagens”, por seus versos apresentarem de maneira simple e espontânea, para alguns até mesmo rude, mas sempre original, aspectos do amor, da simplicidade da vida do homem do campo, da natureza sertaneja e da beleza feminina.

Homem expansivo, o poeta Renato Caldas era um grande boêmio e um apreciador das cantigas populares.
A sua obra mais conhecida é o livro de poesias “Fulô do Mato”.

O jornalista Franklin Jorge (http://almadobeco.blogspot.com/2005/02/renato-caldas.html) nos mostra que ele era um “Autor de uma verve espontânea, irreverente e fecunda, que por muitos anos surpreendeu e deliciou gerações”.

Em 1987, este jornalista entrevistou longamente o poeta para o Caderno de Domingo, suplemento que então se publicava no jornal natalense “Tribuna do Norte”. Neste trabalho Jorge encontrou o velho homem de letras já “bastante alquebrado pela doença e pela velhice”, mas ainda memorioso, lúcido e frequentando um bar em Assú.

O jornalista comenta que em 1993, pouco tempo depois da morte de Caldas, o então prefeito de Assú, Lourinaldo Soares desejava construir um memorial em honra do poeta. Coube a Franklin Jorge a tarefa de organizar e classificar os papéis de Renato Caldas.

Infelizmente em sua busca, ele encontrou algumas poucas cartas e fotos. Segundo o jornalista “Não havia nenhum livro, nenhum manuscrito; nada, enfim, que justificasse a criação de um memorial. Da sua copiosa produção, dispersa ao longo dos anos, não restara nada”.

É uma pena que nada tenha sido encontrado. Li “Fulô do Mato” e considero uma obra verdadeiramente maravilhosa.


Renato Caldas Fonte - recantodasletras.com
Fui à busca de algum material sobre este poeta nos meus arquivos e encontrei duas interessantes reportagens sobre apresentações realizadas por Caldas.

Em 1937, no dia 7 de agosto, um sábado, o jornal “A Republica” trazia na sua terceira página o anúncio “O sertão na cidade – O que será o recital de Renato Caldas”. Neste jornal o poeta era apresentado como “magnífico intérprete da poesia matuta”.

A apresentação de “O sertão na cidade” aconteceria às oito e meia da noite, no então Teatro Carlos Gomes, atual Alberto Maranhão, no bairro da Ribeira. Para aqueles que se fizessem presentes, o jornal anunciava que a apresentação traria “tudo que o sertão tem de beijo, através dos versos esplêndidos de Renato Caldas”, que era designado pelo jornal como sendo um “folklorista”.

 O poeta é apresentado de forma solene e exuberante. Mostrando que parecia estar em uma fase muito positiva de sua carreira e com uma enorme aceitação por parte da sociedade natalense.

Naquela noite de sábado, antes de Renato Caldas começar a declamar seus versos, subiu ao palco do Carlos Gomes o também poeta Genar Wanderley, que logo se tornaria radialista e seria conhecido como o “Cacique do Rádio Potiguar”. Genar fez uma apresentação sobre a vida de Caldas e enalteceu a sua poesia.

Também se apresentou o músico e cantor Santos Lemos, ou Santos Lins (Devido ao estado do jornal não foi possível ter uma certeza deste nome). O jornal informava que este era o “Cantor que todos conhecem”.
Sobre o recital de Renato Caldas propriamente dito, encontramos basicamente a informação que ele foi realizado com “muita expressão” e que o poeta aproveitou e contou “várias anedotas”.

Vemos que o relato da apresentação, publicado em 10 de agosto, foi uma nota extremamente curta e econômica nas informações. Se compararmos com a nota que informava sobre o mesmo espetáculo, percebemos uma nítida diferença.

Devido à qualidade da poesia de Renato Caldas, acho difícil que o público presente ao Carlos Gomes não tenha gostado do que viu e ouviu. O que talvez justificasse uma nota informativa tão limitada.

Não sei se o poeta de Assú, talvez ao contar suas piadas, tenha se excedido perante os rigores da sociedade natalense da época. Não podemos esquecer que era 1937, o ano da implantação do Estado Novo, onde os ideais apregoados pela ditadura Vargas em relação a moral, os bons costumes e o civismo eram extremamente rígidos.

Apesar de não havermos conseguido maiores informações sobre o desenrolar deste evento, vamos encontrar informações de outro espetáculo de Renato Caldas. Mas desta vez seu palco foi em Aracaju, Sergipe.

Quase um ano depois do evento em Natal, no dia 22 de julho de 1938, uma Sexta-Feira, Caldas fazia uma apresentação na Biblioteca Pública de Aracaju.

Na primeira página do periódico “O Nordeste”, de 23 de julho, temos a  manchete “Folklorista Renato Caldas”. A nota trás a informação que na Biblioteca Pública, localizada próximo ao palácio do governo, no centro da cidade, o potiguar realizou duas apresentações.

Para a plateia local ele veio como “Um verdadeiro caipira”, provocando no público “Desopitantes gargalhadas”. O jornal afirmou que Caldas soube trazer a alma do matuto ao som de sua viola e dos seus versos.

O poeta José Maria Fontes (1908-1994), precursor do Modernismo em Sergipe, foi quem realizou a apresentação do vate de Assú ao público presente.


Antiga Biblioteca Pública de Aracaju, atual Câmara de Vereadores Fonte - http://aracajuantigga.blogspot.com
Renato Caldas vinha se apresentando em outras capitais nordestinas, pois o poeta Fontes comentou que o mesmo não era um “Neófito”, que já tinha “Seu nome aureolado pelas plateias dos estados nordestinos”. Sobre esta informação, Segundo Fernando Caldas, blogueiro nascido em Assú
(http://blogdofernandocaldas.blogspot.com/2007/10/sobre-o-poeta-de-ful-do-mato.html), informa que o autor de “Fulô do Mato” realizou viagens pelo Nordeste, onde se apresentava em palcos de cinemas, teatros e outros locais improvisados, declamando suas poesias irreverentes, amorosas, cantando emboladas e modinhas que também sabia produzir a seu modo.
Estas reportagens mostram que Renato Caldas conseguiu seu espaço fora do Rio Grande do Norte, mostrando a qualidade dos versos que o consagraram. Não sei se devido ao seu espírito irreverente, sua boêmia, sua inquietude, ele não tenha alcançado um espaço mais amplo e merecedor da qualidade do seu trabalho.

Renato Caldas faleceu em 26 de outubro de 1991.

Rostand Medeiros-Pesquisador e escritor  

Postado por  http://blogdofernandocaldas.blogspot.com.br/



Carnaubais passou a pertencer a 47ª Zona Eleitoral de Pendências

 
 
O município de Carnaubais, sofreu uma alteração jurídica e geográfica no âmbito da Justiça Eleitoral. Por decisão do Tribunal, nos tirou da 29ª Zona Eleitoral de Assú e nos colocou na 47ª Zona eleitoral no município de Pendências. Tudo isto sem nenhuma informação ou audiência pública, tudo de forma altamente autoritária.

Por tanto a partir de segunda-feira, (08), todo movimento com relação a Justiça Eleitoral o Carnaubaense se deslocará para Pendências e não mais Assú.
 
Transcrito do Blog Luizinho Cavalcante.

PROJETO CULTURAL:

Em seu aniversário de 14º aniversário, a Casa da Ribeira dá o pontapé inicial nas ações de 2015 com o lançamento do edital do Projeto Cena Jovem. A iniciativa busca abrir as portas para artistas do Rio Grande do Norte, oferecendo quatro prêmios de R$ 30 mil reais, concedido a cada grupo ou coletivo, para o fomento de novos espetáculos de dança ou teatro e seus híbridos. Buscando atingir os grupos do RN em sua plenitude regional, o edital também prevê que um dos grupos contemplados necessariamente terá de ser residente na mesorregião Oeste Potiguar. 

Patrocinado pela Petrobras, Governo Federal e Governo do RN, através da Lei Câmara Cascudo, o projeto inclui ainda 64 ocupações do teatro da Casa da Ribeira.

O período de inscrição no projeto vai de 12 de janeiro a 26 de fevereiro de 2015. A inscrição deve ser feita em formulário oficial do Cena Jovem que, assim como o regulamento do edital, está disponível nos sites www.projetocenajovem.com e www.casadaribeira.com.br.
 
Transcrito do Blog de Ana Valquíria.
Para esclarecimentos entrar em contato com:
Casa da Ribeira educação & cultura
Fone: (84) 3211-7710
Horário: segunda à sexta-feira das 13h às 17h.
Ou pelo e-mail: casa@casadaribeira.com.br

BEIRADEIROS OU BERADEIROS?




 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gilberto Freire de Melo (*)Quase caí da cadeira ao ler a notícia sobre a pesquisa de Nazira Vargas, no Vale do Açu. Não contive o susto de ver revivida uma expressão que julgava extinta do vocabulário regional.

O CLAMOR DOS BEIRADEIROS, título de sua tese de mestrado na PUC/SP. Só que a Dra. Nazira descobriu os beirantes - situados à beira, à margem (estou certo, Nazira?) do rio Açu. Estes habitam a beira do rio desde o começo, onde ele ainda aparece como Piranhas até o Oceano Atlântico e, dado o limite das duzentas milhas da plataforma continental, não se sabe onde vai acabar. É o território do Vale do Açu. Bendito Vale de tantos cantores e de tantos clamores!
 
BEIRADEIROS - a grafia está correta, embora pedante, e existem ao longo do rio e podem ser ricos, pobres, letrados ou não.
 
BERADEIROS - o som aberto do primeiro - "é" - em fidelidade à pronúncia dos próprios, são os mais rústicos, tabaréus, matutos, porém os mais identificados com a região e seus clamores. Constituídos de carreiros, lenhadores, pescadores, agricultores, operários de salinas e da indústria extrativa da cera da carnaúba vivem e são encontrados ao longo do curso do rio passando pela "garganta do Estreito" e prosseguindo até as terras salinizadas pelas marés aquém do Oceano Atlântico, área denominado de Várzea do Açu que, dentro do grande vale, vale tudo para os Beradeiros.
 
Não alfabetizados, vêm de uma casta que não conheceu o rádio, o jornal e muito menos a televisão. Ignoravam qualquer informação mais esclarecida sobre o progresso em outras regiões. E duvidavam da existência de outras culturas além de seus horizontes. Conheci um que, de tão brôco (não era bronco, era brôco mesmo) tinha o nome de Chico Berada.
 
BERADEIROS sou eu e todos aqueles que clamam por assistência sanitária, escolar, financeira e social e, assim marginalizados, conseguem sobreviver na Várzea do Açu.

(*) O autor é da Várzea do Açu, estudioso de sua linguagem, costumes e hábitos - e é BERADEIRO.

A BARRAGEM ARMANDO RIBEIRO É O PULMÃO HÍDRICO DO RN”; DIZ ESPECIALISTA


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Na casa de Francisco Leopoldino, as água de beber é um líquido esverdeado retirado de açudes
Joana D’arc Freire de Medeiros Especialista em recursos hídricos, com ênfase em gestão e hidrologia, pela UFRN

Qual a importância da Armando Ribeiro Gonçalves para o sistema hídrico do RN?
A Armando eu diria que é o manancial de maior importância para o estado em termos de distribuição de água para o interior. Além da capacidade de armazenamento alto, e também responsável pelo abastecimento de adutoras. É o pulmão hídrico do RN, é a nossa poupança.

A barragem está com 30,4% da capacidade. É necessário pensar em medidas de restrição?
É um dos índices mais baixos. No final do ano de 2013 esteve mais baixo,mas no ano passado recuperou um pouco. Nesta situação é aconselhável, realmente, fazer uma gestão no sentido de trabalhar junto com a Agência Nacional de Águas e o Estado para que seja reduzido o consumo e a vazão, mas sem prejudicar o abastecimento de cidades que estão no fim do rio Açu, como Pendências e Açu. Como a Armando Ribeiro é um reservatório estratégico, não se pode gerir pensando só em 2015, mas em 2016, 2017.

Hoje não há nenhum tipo de regulação desse uso?
Existe um marco regulatório, que é a política estadual de recursos hídricos, mas não temos um plano de bacias. É a partir deste plano que você pode definir um uso mais criterioso das águas. Mas o plano também está defasado, ele foi elaborado em 1998, com horizonte de 20 anos, mas deveria ser atualizado a cada quatro anos.

Fonte: TN


http://programaregistrando.com.br/



sábado, 7 de fevereiro de 2015


UMA GLOSA DE MANOEL DE BOBAGEM

Manoel Pitomba de Macedo também chamado Manoel de Bobagem (1924-1957) era poeta glosador do Assu, dos bons. Bobagem além do vicio da bebida era jogador de cartas (baralho). Certo dia, numa mesa de bar, sentenciou a si próprio:

Mote

De um cachorro não passa
Quem joga e bebe aguardente

Glosa

O seu moral descompassa
Leva a vida em precipício
Possuindo esses dois vicio
De um cachorro não passa.
Logo, de Deus, perde a graça,
Satanás fica contente
E o nome desse ente
Toma nota em seu caderno;
Vai direitinho ao inferno
Quem joga e bebe aguardente.

Postado por Fernando Caldas

CARTAS PARA FAUSTA

LITERATURA:

 
Quando pensamos em publicar Cartas Para Fausta, nos preocupamos (Ivan Pinheiro e Gilvan Lopes - organizadores do livro) por se tratar de documentos pessoais, alguns até sigilosos,  que narram a vida privada e levam ao proscênio, parte da história do casal Renato e Fausta. Somente após entrarmos em contato com a família é que decidimos selecioná-las para esta publicação. 

Cartas Para Fausta, tem no seu corpo uma verdadeira e ardente paixão do poeta por sua noiva (Compromisso que durou doze anos, do namoro às núpcias). Época em que ainda se mantinha as serestas, as declarações de amor... Tempo em que o romantismo e o respeito eram pré requisitos para as pessoas que almejavam,  no futuro, uma relação conjugal com capacidade de cultivar o mais sublime sentimento humano, o amor. Tem a inspiração poética, que somente um homem dedicado e apaixonado por uma mulher poderia transmitir.
Fausta da Fonsêca Nobre, foi a musa inspiradora do poeta Renato Caldas (foto acima). Foi sua “fulô do Mato”, seu “Intusiasmo”,  sua “Hirisia”, seu “Juramento”, sua “Cunfissão”. Foi seu “Oiá Pidão”, seu  “Munturo”...  foi “A Muié e o Amô”.
Dona Fausta, como era carinhosamente chamada, foi uma mulher de fibra, compreensiva e de personalidade forte. Uma mulher que demonstrava satisfação pela sua condição de esposa de poeta, portanto, capaz de perdoar, na sua juventude, as peripécias da boemia do seu eterno e único companheiro.
Dona Fausta foi digna deste imenso amor.
                                                       Ivan Pinheiro
És livre na luz do Sol e livre ante a estrela da noite.
E és livre quando não há Sol, nem Lua ou estrelas.
Inclusive, és livre quando fechas os olhos a tudo que existe.

Khalil Gibran

Da linha do tempo/face de Yara Darin

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

HOMENAGEM

MAIS UMA ITAJAENSE SECULAR
  Neste sábado, dia 07 de fevereiro, a família Lopes se reúne, mais uma vez, para comemoração de 100 anos de vida de uma de suas matriarcas.

A Senhora Francisca Estelita Lopes completou 100 anos de existência. Nascida no sítio Saco, município de Ipanguaçu (atual Itajá), no dia 5 de fevereiro de 1915. Ela fechou um século de vida na última quinta feira. No entanto, seus familiares e amigos, sobretudo do polo Itajá, Ipanguaçu e Assu estarão se reunindo, neste sábado dia 07, em Assu, para comemorarem essa importante data.

Dona Chiquinha - como é conhecida - é uma mulher 
de personalidade forte, no entanto, de coração enorme. Idônea, batalhadora, simples. Foi casada com Luiz de França Lopes de cujo matrimônio nasceram onze filhos: José Wíllame Lopes (in memoriam), Edilha, Benedita, Damiana (conhecida por Djanira), Manuel (Beleleu), Terezinha, Francisca (Titica), Eliene, João Batista, Eliete e Francisco de Assis (Chico / Caté). 

Certamente Dona Chiquinha irá comemora seu centenário olhando para trás com gratidão por tudo quanto conseguiu plantar, por tudo que colheu e por tudo que irá usufruir graças a sua maneira de ser, sempre abalizada na incontestável e inabalável fé em Deus. Por essas e outras razões 
chega a essa esplendorosa idade gozando de boa saúde, memória invejável, extrapolando felicidade por poder conviver em harmonia no seio de sua enorme família composta por 60 netos, 99 bisnetos e 33 trinetos.

Deste espaço desejamos que seu futuro seja esbanjado de felicidade e que cada novo dia seja vivido com paz e harmonia para poder compartilhar essa apurada experiência com todos que a rodeiam. 


Parabéns!!!!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Deputado George Soares participa do Jornal Verdade na Rede TV‏

Nesta quinta (05), o deputado estadual George Soares (PR) concedeu entrevista ao vivo para o Jornal Verdade da Rede TV Natal, comandado pelos jornalistas Túlio Lemos e Juliana Celli.

Entre as várias perguntas relevantes, algumas se destacaram, como a questão de uma possível candidatura à prefeitura da cidade do Assú, nas próximas eleições municipais. O deputado George respondeu que obteve mais de 50% dos votos dos seus conterrâneos assuenses no pleito do ano passado, mas que busca alguns nomes novos que possam viabilizar esta candidatura a prefeito em 2016, pois o seu principal foco é manter a cadeira na AL- RN.

Outra questão foi com relação ao apoio, ou não, do deputado George ao novo governo do Estado. “Teremos o mesmo comportamento do mandato anterior, de total atuação independente na Assembleia Legislativa. Até porque não adianta bater no governo de forma irresponsável e depois ser a favor dos projetos vindos do executivo. Nós vamos analisar cada caso, cada projeto, sempre de maneira independente, aprovando o que for melhor para o povo do Rio Grande do Norte.” Concluiu o deputado republicano.
Assessoria de Imprensa do Deputado Estadual George Soares
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Desenvolvimento Social da prefeitura do Assu realiza aula inaugural de novos cursos do e-Tec

Desenvolvimento Social da prefeitura do Assu realiza aula inaugural de
novos cursos do e-Tec

A prefeitura municipal do Assú e a Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ),
vinculada a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que
formam a coordenação do Pólo de Assú da Rede e-Tec Brasil, realizam no
próximo sábado, 07 de fevereiro, a aula inaugural de quatro novos cursos
técnicos. A solenidade acontece no Cine Teatro Pedro Amorim, às 9h,
reunindo autoridades, tutores e alunos.

O momento marca o início do semestre letivo para os alunos dos cursos
técnicos em Cooperativismo, Comércio Exterior, Informática e
Agroindústria, aprovados no processo seletivo ocorrido no último mês de
novembro.
A perspectiva da Rede e-Tec é a expansão e democratização da oferta de
profissionalização tomando como referência as demandas por uma formação
ampla e qualificada que atenda as necessidades de desenvolvimento
econômico e social.

Os cursos ofertados pelo sistema Rede e-Tec Brasil funcionam de forma
semipresencial através de um ambiente virtual de aprendizagem preparado
com todas as ferramentas necessárias para auxiliar nos cursos.
O objetivo da parceria firmada entre prefeitura do Assú através da
secretaria municipal de Desenvolvimento Social e Habitação e a Rede
e-Tec/EAJ/UFRN é de melhorar a condição de vida, proporcionando o acesso
ao mundo do trabalho.

PRONATEC

Com o propósito também de ampliar as oportunidades educacionais e de
formação profissional qualificada aos jovens, trabalhadores e
beneficiários de programas de transferência de renda, a secretária de
Desenvolvimento Social e Habitação da prefeitura do Assú, Delkiza
Cavalcante, informa que o município vem dando sequência, neste momento,
por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec) aos cursos de Promotora de Vendas, Vendedora, Salgadeira,
Pedreira em Alvenaria e Eletricista Predial de Baixa Tensão.

___________________________
Assessoria de Projetos Especiais (Sec. de Governo)
Prefeitura Municipal do Assú/RN
Alderi Dantas (84) 9419 2427

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O CLAMOR DOS BERADEIROS

Pendências-RN, março de 2010

O Vale do Açu se define a partir de onde o rio deixa de ser Piranhas e passa a ser rio Açu, abrangendo, inclusive, a Várzea que se inicia a partir da Garganta do Estreito, onde se aproximam mais os tabuleiros laterais do seu rio. A Várzea é o que se propõe apresentar após a cidade do Açu. Tanto assim é que os açuenses, a postos na cidade, tomam como referência, para citar a Várzea, a direção do curso do rio e apontam nessa direção quando dizem: foi para a Várzea.

O vocábulo AÇU é de origem tupi-guarani que significa... e que deu nome ao município, à sua sede, ao Vale que se conhece a partir de onde o rio deixa de ser Piranhas, à Várzea, a parte baixa do Vale, chamada Baixo Açu, compreendida a partir da Garganta do Estreito o litoral, onde as águas se despejam no Oceano Atlântico.

Posteriormente, com a oficialização da toponímia que se consagrou nos registros oficiais, a grafia do município passou a ser usada com dois SS e acentuada – Assú, o que não obriga os desdobramentos geográficos da região a comungarem com a nova apresentação. Assim, Vale do Açu, Rio Açu, Baixo Açu, Várzea do Açu e decorrências não têm a obrigatoriedade de acompanhar a grafia que é exclusividade toponímica da sede do município.

Caso idêntico ocorre com a denominação do estado da Bahia. Escreve-se com h, porém deixando à parte a Baía de Todos os Santos, a Baía de São Salvador, que dão nome ao acidente geográfico onde se supõe haverem aportados os descobridores, no século XVI e que permanecem com a grafia original – BAÍA.
Esses argumentos não são digeridos por Ronaldo da Fonseca Soares, que merece o nosso respeito, desde que é um dos pouquíssimos conterrâneos vivos preocupados com a pesquisa histórica do nosso passado e empenhados no projeto do nosso futuro.

Assim, pretendemos iniciar um debate, nos termos em que a estudiosa de nossa região – Nazira Vargas – chamou, com muita propriedade, O CLAMOR DOS BERADEIROS, sobre o fracasso das nossas potencialidades que estamos deixando desfilar à beira do abismo, sem questionamento, por incompetência, por espera de milagres celestiais ou por acharmos que O TREM NÃO É NOSSO, DEIXA VIRAR.
Sem pretendermos ser os donos da verdade, desprezando opiniões e argumentos mais sólidos – quem sabe? – queremos convocar a população, os estudiosos, os conterrâneos e interessados daqui ou d’além para um enfrentamento parlamentar em que sejam levados em consideração os saberes e o amor por um pedaço de chão que está à beira do abismo e que fatalmente despencará se não houver quem acione o alarme.

Convivemos com muitas famílias e comunidades inteiras em que a população se auto-sustentava com as potencialidades oferecidas, naturalmente, e disponíveis à exploração. O regime era o mesmo, a cultura não era diferente. Apenas o progresso, a civilização foram surgindo e, de um certo modo, sem se anunciarem para uma tentativa de seguimento. O que não deve haver sido diferente nas outras regiões.

O atraso era maior, admitamos, porém se disponibilizavam potenciais que dispensavam os tratores, as perfuratrizes, a tecnologia que afastaram tudo quanto se pudesse ser explorado sem agravamento das posses consagradas, dos latifúndios, e da propriedade que não era de muitos.
Sempre houve os mais pobres e os mais abastados. Havia, entretanto, um bicho que se chamava confiança mútua bem distanciada da ganância. Os proprietários rurais dividiam as suas terras para exploração, em parceria, com seus moradores e com os vizinhos. Com isso, os proprietários mantinham o seu status social ou dominante, sem a ganância do poder, e os trabalhadores, por si, sem inveja, tinham a mesa farta, apesar da vocação eminentemente voltada para a exploração da agricultura, que não deixava de ser um trabalho penoso, porém digno e recompensado no final das colheitas. E os trabalhadores, agregados ou moradores, armazenavam, para a manutenção no período das chuvas que esperavam, paióis de feijão, de milho, de batata doce, além da possibilidade de terem para oferecer, no comércio demandante, uma arroba de algodão, de cera de carnaúba, um terreiro de galinhas, um garrote, ou um “capado” para a reposição de uma “muda de roupa” dos familiares. Não deixava de ser uma vida de pobre, porém tinha a dignidade e a nobreza da adquirência com “o suor do próprio rosto”.

A população da Várzea do Açu era, nos períodos da estiagem, economicamente, dependente do que lhe proporcionavam, as salinas de Macau e de Areia Branca, que acolheu, durante muito tempo, a mão de obra ativa disponível, garantindo emprego e, a partir da criação da Previdência Social, aposentadoria e assistência, com que ainda não contavam nos serviços da agricultura.

Quando faltavam as chuvas, nos períodos próprios de sua suspensão periódica, em que os trabalhadores se ocupavam da colheita, da produção do algodão e da cera da carnaúba, as salinas que esperavam o verão para a colheita do sal acumulado, abrigava toda a mão de obra ociosa da Várzea, sem limites de quantidade dos trabalhadores. Quem não tivesse ocupação na produção agrícola ocorrente nos meses de estio, tinha trabalho garantido nas salinas que, diferente da colheita da matéria prima e produção da cera de carnaúba, não dispensava os ofícios da população por falta de capacitação técnica.

A partir da década de 60, surgiu a mecanização das salinas e a consequente criação do Porto Ilha, de Areia Branca, que constituiu a maior tragédia social jamais enfrentada pelos trabalhadores da região, que passaram a contar apenas com a agricultura primária que ainda demorou um pouco a implantar tecnologia específica.

Era uma época em que já se falava em irrigação, atraída e aplicada na Várzea do Açu por D. Elizeu Mendes, bispo de Mossoró, através de projetos que conseguia viabilizar junto aos órgãos do governo, como o Plano de Valorização do Vale do Açu, porém pouco acreditados pelos ruralistas desde que eram precários os recursos e mínimos os beneficiários atendidos pelas poucas unidades das moto-bombas distribuídas. Mesmo assim, vale reconhecer que já se projetava um esforço da igreja no sentido de priorizar a humanização das ações religiosas.

Por maior que fosse o amparo da Previdência Social, com seus desdobramentos assistenciais, não era suficiente para superar as taxas crescentes de desemprego, até porque não eram todos os trabalhadores que dispunham de legalização documentária para ingressar pleitos de aposentadoria. E começaram a surgir pedintes e mendigos, uma população até então desconhecida na Várzea do Açu.

A morte de D. Eliseu acelerou o desânimo total dos varzeanos do Açu, dependentes que eram religiosa e assistencialmente da diocese de Mossoró. Não se falou mais em valorização do vale, em projetos de irrigação dos trabalhadores, em perfuração de poços nas pequenas propriedades, em enfrentamento racional da seca, em desenvolvimento de baixo para cima.

Essas atividades deixaram de ser próprias dos trabalhadores e passaram a ser exclusividade dos latifundiários e, posteriormente, das grandes empresas nacionais que tinham incentivos e recursos da SUDENE, como Maísa, São João, Finobrasa, Frunorte que, frustradas as suas intenções por incompetência técnica e administrativa, sem se desprezar o fator “honestidade”, algumas, quase todas, até incapazes de saldar seus compromissos financeiros, abandonaram alguns milhares de hectares equipados com tecnologia e equipamentos importados do primeiro mundo, que, sucateados, empobrecem e envergonham a região.

AS VAZANTES

O rio Açu não era perene como atualmente. Secava, mas deixava o seu leito disponível para exploração das “vazantes” que se constituíam num manancial de feijão, batata, melancia, jerimum, e mais o que se quisesse plantar. Havia os regimes de parceria, em que o proprietário cedia as suas terras aos moradores e vizinhos, no leito do rio ou fora dele, recebendo dos parceiros o que lhes coubesse no contrato, que eram geralmente de “meia ou de terça”. Assim, dependendo do acordo, que era verbal, o plantador pagava ao proprietário, um terço ou a metade das culturas que produzisse.
As vazantes se constituíam do processo de secagem das águas do leito to rio que não eram perenes como atualmente, porém a pouca umidade restante das enchentes passadas, associada à frescura do vento “nordeste”, uma brisa amena e fresca que ainda sopra do Atlântico, permitiam às terras do leito do rio seco, mesmo sem a frequência das chuvas, o resfriamento necessário ao processo de cultivo e produção das culturas que se desejassem produzir.
Será que, com a água permanente e a energia abundante de hoje, não se poderia tornar mais rica e mais farta a produção dessas culturas?

A MONOCULTURA

Tivemos, na região, algumas experiências, frustradas com a MONOCULTURA.
Podemos citar as não frustradas nem frustrantes, que não inibiam os trabalhadores de as consorciarem com as culturas de subsistência. A CARNAÚBA, por exemplo, que não era plantada nem cultivada – era nativa –, sempre deixava clareiras e grandes extensões para o plantio de milho, feijão, batata, macaxeira, fruteiras e hortaliças que garantiam o sustento e a sobrevivência da população, que, em tempos idos, comprava no mercado apenas o açúcar, o café e a farinha.

O ALGODÃO, outro exemplo de MONOCULTURA, embora plantado e cultivado em grande escala, não impedia o consórcio com outras culturas, mantendo racional a produção do algodão dos grandes proprietários, consorciado com as culturas necessárias à manutenção dos trabalhadores.e dos pequenos e médios agricultores. E porque não dizer dos grande proprietários.

A chegada das grandes empresas, com tecnologia, equipamentos, defensivos e adubos químicos de primeiro mundo, plantando melão, inibiu inibiu o regime de parceria, existente entre grandes e pequenos produtores, que, mesmo constituindo a grande massa da população dos vilarejos, neles residentes, passaram a ser marginalizados e afastados dos novos empreendimentos. É o caso ainda consumado na empresa DELMONTE, multinacional que explora mais de dez fazendas no Vale do Açu, produzindo banana, sem empregar os habitantes, vez que um trator, uma carroça e dois operários dão conta do serviço de cem hectares do produto. E não criam oportunidades de participação da mão de obra ativa da região, que não conduz para a sua mesa, sequer uma palma de banana. Se quiser saboreá-la, vai comprar nos mercados as que são produzidas em Pernambuco.
E vemos nas porteiras que dão acesso ao município de Ipanguaçu, placas ostensivas, visivelmente mais humilhantes que empolgadoras, anunciando: CAPITAL NACIONAL DA BANANA.

E os trabalhadores, vivendo à margem desses empreendimentos, carregam a sua desdita, sem ocupação, esperando um dia ser aposentado, na velhice, quando seus braços perderem a atividade, ou quando um acidente ou incidente lhe proporcionarem a “felicidade” de uma invalidez que os levem prematuramente aos serviços de assistência previdenciária. Fora disso, são levados à mendicância ou aos postos de esmola das “bolsas” que produzem as legiões de inativos comprometidos com a obrigação de votar nos comandantes políticos, “pais da pobreza” que os arrebanham.

E não fica por aí, produzida apenas pela DELMONTE, a nefasta MONOCULTURA que enriquece as multinacionais e empobrecem os trabalhadores. A cana-de-açúcar ameaça invadir o que resta das áreas produtivas do Vale do Açu. Já se ouvem murmúrios nesse sentido. Multinacionais do gênero já crescem os olhos na fertilidade prodigiosa do Vale do Açu, que já conta com energia e água abundantes, os mais proeminentes valores da infra-estrutura desejada. Em se consolidando, será decretada a obrigação do exílio do restante dos moradores do Vale do Açu. Não haverá condição de se manterem sequer no local, pois, associadas as duas culturas – banana e cana-de-açúcar – decretarão a desertificação do populoso Vale.

O pior é que não se tem a quem apelar. Falta a vontade política das lideranças locais que se estão esvaziando. O Vale do Açu conviveu, em algumas legislaturas com 5 deputados na sua área eleitoral. Podemos citar: Edgar e Olavo Montenegro, Gerôncio Queiroz, depois seu irmão Geraldo, Ângelo Varela, Hélio Dantas e Floriano Bezerra que se alternaram. Atualmente, não tem um só. Alegam que isso ocorreu numa época em que a Assembleia Legislativa abrigava 36 componentes. Por isso, sobravam 5 para o nosso vale. É possível, porém desapareceu a proporcionalidade. Devia ter pelo menos um.

E as instâncias federais? Alguém haverá de perguntar. Os deputados federais e os senadores? Esses são como a Copa do Mundo de Futebol. Só aparecem para pedir votos. De quatro em quatro anos.

O pior é que fomos, durante muito tempo, acalentados pelos candidatos políticos, com as promessas da chegada de energia e de água para desenvolvermos as nossas potencialidades. Elas já chegaram há algumas décadas e estão aí desenvolvendo as grandes empresas estrangeiras. Os céus da região são ornamentados por uma imensa cadeia de fios, de postes, de lâmpadas que servem apenas para iluminar a nossa pobreza.

Onde não havia, foram escavados, construídos riachos e adutoras que cortam as propriedades, inclusive as dos pobres que veem a água correr sem a poderem utilizar para irrigação de suas culturas. Cadê os recursos?

Diante desses fatos, estamos convocando a população para um debate, sem restrição, em que se possam discutir e elevar esses questionamentos que deverá ser pacífico ou belicoso, porém eficaz e abrangente para ecoar nos altos escalões das esferas administrativas, até sermos ouvidos, inclusive noutras quebradas onde possam ressoar os ecos de nosso clamor, os infelizes, porém altruísticos BERADEIROS do Vale do Açu.

MONSENHOR AMÉRICO SIMONETTI

Conhecemo-nos quando o Açu ainda tinha para exibir:
- A inteligência Excepcinal de Osvaldo Amorim;
- Os manifestos radicais de João Lins Caldas;
- As crises boêmias de Renato Caldas;
- Os eventos saudados com versos e glosas dos poetas locais;
- A genialidade modesta de Demóstenes Amorim;
- A intelectualidade de Expedito Silveira;
- A saudade de Moysés Sésyom;
- A sede dos Escoteiros;
- O Plano de Valorização do Vale do Açu;
- Os argumentos jurídicos de Lou npo Júri Popular;
- A gráfica medieval de Cabralzinho;
- A ética incontestável de Sandoval Martins;
- A terniura angelical de Cecéu Amorim;
- O charme pertuado de Enói Amorim;
- A inteligência hibernada de A Vara;
- A integridade moral de Miga Fonseca;
- As bandas internacionais de Costa Leitão;
- O show de dança em boleros de Carlos Aladim;
- As aulas de Português de D. Glorinha;
- A surpresa antidemocrática do Golpe Militar;
- Os projetos de irrigação de D. Eliseu;
- Os bares de Lourival Duda, João Nogueira e Sebastião Alves;
- A candura da garçonete Cândida Nogueira;
- As cajazeiras de Rui Soares;
- Os tiragostos de cabidela de Chiquito Macedo;
- A chegada da Fundação SESP;

Convivendo com todo esse manancial, éramos conduzido por Pe. Américo numa época de transição em que João XXIII embaralhava as cartas e D. Helder Câmara as distribuía
para D. Eliseu, Pe. Américo, Pe. Zé Luiz e Pe. João Penha, aqui na Várzea do Açu montarem o esquema preparatório para uma espécie ainda nanica de modernização. Assim, os fiéis religiosos da Várzea do Açu passaram a ser tratados com uma dose de humanização superior às da evangelização catequética que ainda não se projetara para além da Idade Média.
Em Mossóró, D. Eliseu carreava para o Vale do Açu, tudo quanto houvesse de projetos e de práticas de irrigação; Pe. Américo, no Açu, implantava a educação de base nas comunidades rurais, os serviços de comunicação através dos radinhos de pilha e de serviços telefônicos, quando, à época, só existia a precariedade dos Correios e Telégrafos; Pe. Zé Luiz, em Pendências,, humanizava mais que evangelizava, e já celebrava as missas em português e de frente para a platéia; Pe. João Penha, em Macau, preparava os operários da messe para o enfrentamento da mecanização das salinas e do Porto Ilha, criando o ensino de Segundo Grau.
Foi assim que nós, os beradeiros do Vale do Açu, fomos preparados para ver o homem pousar na lua, para as novidades da chamada Nova Igreja, para a era do cinesmascoipe e da televisão, para a entrada triunfal do iê-iê-iê, e não sucumbimos com as angústias das torturas do Golpe Militar, para o advento do ano dois mil sem traumas maiores na transição universal.
 

A História se repetindo



A escritora  Raquel de Queiroz, descreve a cruel seca ocorrida em 1915, no seu romance  "O Quinze". Há exatamente 100 anos, a história se repete de forma cruel em nosso Nordeste. Claro que não podemos comparar a realidade da falta de infra-estrutura daquela época para hoje. Mas, que o sofrimento ainda é grande.
Hoje com todos os avanços tecnológicos adquiridos, tivesse avançado na mesma proporção nas políticas sociais e na distribuição de renda. Continuaria a existir a seca  é verdade,   pois a mesma é um fenômeno da natureza. Agora a pobreza, não é fruto do fenômeno da natureza, é simplesmente desumanidade do próprio homem.

PISANDO FUNDO NOS DITADOS:


DITOS, BEM DITOS

Vão-se os anéis, e os dedos juntos
Porque todos nós seremos defuntos.

Casa de ferreiro, espeto de ferrugem
Porque o vento sopra e os tempos rugem.

Quem com ferro fere
A própria alma alfere.

Um sonho que se sonha só
É pesadelo que se vira pó.

Há mais mistério entre o céu e a terra
Quando a cabra canta e o galo berra.

A mão que afaga é a mesma que apedreja
Um olho que se fecha não impede que o outro veja.

Autor: Edivam Bezerra

E a experiência?  A experiência se consegue a proporção que os dias se passam! (Fernando Caldas).