terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Quem foi Jesus?


Quem foi Jesus?


Quem foi o homem cujo nascimento hoje celebramos? Desde o século XIX, o estudo crítico do Novo Testamento e do primeiro cristianismo tem tentado reconstituir quem terá sido o «Jesus histórico». Em que ponto estamos desta investigação? Vou dar-vos uma proposta de biografia do Jesus real.
Jesus nasceu em Nazaré, no fase final do reinado de Herodes, o Grande (rei que morreu em 4 a.C.). Era filho de um construtor chamado José e da sua mulher, Maria. Era o mais velho de vários irmãos e irmãs. Em casa, falava-se aramaico; mas Jesus beneficiou do facto de Nazaré estar perto de cidades gregas, como Séforis, cuja distância de Nazaré corresponde à que medeia, na nossa cidade do Porto, entre o Estádio do Dragão e a rotunda da Boavista. Em toda a volta de Nazaré, falava-se grego. De Gádara, uma das dez cidades gregas da zona, era originário o maior poeta grego do século I a.C.,

Meleagro. A helénica Séforis tinha um teatro; e Jesus sabia o que era o conceito grego de «actor», pois usou a palavra grega «hipócrita» numa acepção sem qualquer equivalente no aramaico falado em casa ou no hebraico da Escritura.

Jesus recebeu uma educação judaica baseada nessa Escritura e foi certamente o rapaz intelectualmente sobredotado de que vemos reflexo em Lucas 2:47. As pessoas não lhe chamaram «mestre» à toa.

Nos anos 20 do século I, Jesus contactou com o movimento de João Baptista, que apelava aos israelitas que «mudassem de mentalidade» e que, por meio do baptismo no rio Jordão, obtivessem o cadastro limpo perante Deus que, oficialmente, só podia ser obtido por meio do sacrifício de animais no templo. João Baptista atraiu a má vontade da elite sacerdotal de Jerusalém; o mesmo aconteceria com Jesus.

Jesus tomou a decisão de ser baptizado por João; mas, depois de João ser preso, passou a ter uma actuação independente. A mensagem de Jesus, de que o «reino» divino estava próximo, era coincidente com a de João, mas Jesus sublinhou acima de tudo a tolerância e compadecimento divinos e a ideia de que nenhum de nós perdeu em definitivo a oportunidade de se «salvar». No cerne da mensagem de Jesus, sempre, o amor: «amai os vossos inimigos, fazei bem a quem vos odeia».

Com esta mensagem, Jesus levou uma vida de pregador peripatético na Palestina, falando sobretudo em pequenas localidades na parte norte do lago da Galileia. Escolheu como destinatários homens simples – pescadores, agricultores –, assim como pobres, doentes, e excluídos da sociedade, como prostitutas, etc. De forma talvez surpreendente para a época, não excluiu dos seus potenciais destinatários pessoas do sexo feminino, entre as quais temos de contar como a mais importante Maria de Magdala, conhecida como Maria Madalena (que não era uma prostituta – nada confirma essa ideia nos textos que nos chegaram).

A família de Jesus, nesta fase, achou que ele era um louco, embora mais tarde se tenha aproximado da sua mensagem; em especial, o seu irmão Tiago assumiu um papel relevante depois da sua morte (Tiago acabou por ser morto também).

A imagem de Deus que Jesus transmitiu deu vida nova a dois entendimentos antigos (e presentes na Escritura judaica): Deus como Rei e Deus como Pai. No entanto, «rei» foi somente um conceito implícito na boca de Jesus, já que o conceito que lhe interessou foi «reino».

Ao encantamento das suas palavras não era alheia a força poética das muitas parábolas que lhe são atribuídas. Para o encantamento da sua presença, muito contribuiu a sua fama de milagreiro carismático. Terá Jesus multiplicado pães, transformado água em vinho, caminhado sobre a água, curado doentes e expulsado «demónios»? Compreende-se que a força da sua personalidade tenha levado a que fossem projectados nele tais poderes.

Embora respeitando a Lei judaica, Jesus mostrou uma atitude bem liberal e tolerante relativamente a muitos aspectos dessa Lei. «O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado». Essa atitude valeu-lhe a má vontade da elite sacerdotal, que procurou entrar em discussão com ele e enredá-lo em contradições e blasfémias. A forma como Jesus atacou directamente o Templo como antro de materialismo, quando finalmente levou a sua mensagem para Jerusalém, determinou o seu fim.

Antes desse fim, ele estabeleceu – como substituição dos ritos sacrificiais judaicos no templo – um rito novo: uma refeição de amor fraterno, uma partilha de pão e de vinho, para ser continuamente feita em memória dele. Não quis morrer sem antes lavar os pés dos seus amigos mais íntimos. «Os últimos serão os primeiros».

No mundo romano, fazia parte do castigo atroz da crucificação os crucificados não serem enterrados: eram deixados na cruz depois de mortos, como pasto para aves de rapina. É-nos transmitido que, no caso de Jesus, isso não aconteceu, graças à intercessão e poder económico de José de Arimateia. Será verdade? Não sabemos.

O relato mais antigo (Marcos) do que aconteceu a seguir à morte de Jesus diz-nos que Maria Madalena e mais duas mulheres chegaram ao túmulo e lá encontraram um jovem vestido de branco que lhe disse que «Jesus, o Nazareno» ressuscitara (vincando, nas suas palavras, o facto de ele ser originário de Nazaré). As mulheres fugiram, espavoridas, «e nada disseram a ninguém: tinham medo, pois».

Outras tradições desenvolveram o tópico das aparições de Jesus «post mortem». Um judeu helenizado chamado Paulo (que nunca conheceu Jesus) registou que Jesus teria aparecido a 500 pessoas. Será verdade?

A resposta a essa pergunta não compete ao estudo académico do Novo Testamento, mas sim a outro âmbito, que é a fé. Todos somos livres de acreditar – ou não.

Seja como for, celebramos hoje o nascimento de alguém que marcou a história da humanidade de forma indelével. O que ele disse e fez continua válido hoje – por isso eu tenho uma admiração infinita por Jesus. O que fizeram dele – nomeadamente os muitos cristianismos fundados em seu nome, com os seus emaranhados de ficções teológicas – será outra coisa. Maus cristãos houve sempre. Mais importante é que sempre houve, e sempre haverá, bons cristãos.
Bom Natal.

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domingo, 23 de dezembro de 2018

Eu bebo não é por vício e nem por nada, bebo porque no fundo do copo tem o retrato de minha amada e bebo para que ela não morra afogada, mas falo para ela: -Apr... Frase de Sandro Vargas..
EXPEDIÇÃO FOTOGRÁFICA Agreste Colonial Potiguar
Nísia Floresta, Vila de Papary, São José do Mipibu, Vila Flor, Canguaretama, Fazenda Cunhaú e o pôr do Sol em Pedro Velho.
Hora da Saída | 07h
Data | 29 de Dezembro 2018 (sábado)
Local da Saída | Padaria Pão Kente, Neópolis, Natal
Projeto | Engenho na Estrada
R$ 100,00
Vagas Limitadas em 30 Pessoas por Expedição
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Contatos | [84] 98896-5436 | engenhodefotos@gmail.com
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Engenho de Fotos - Escola de Fotografia
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Anteontem estive (com amigos e conterrâneos residentes em Natal) no Assu, terra onde eu nasci, visitando velhos amigos. Um deles José Joaquim de Oliveira (sentado, foto acima), mais conhecido na intimidade por Zé Pretinho. Esse cara,n o início da década de cinquenta, foi goleiro titular do Fortaleza Futebol Clube, do Ceará, uma das agremiações futebolísticas das mais importantes do Brasil. Zé Pretinho goza dos seus bons 94 anos de idade.É mole.

Fernando Caldas

Lei do retorno: muitas coisas na vida não têm preço. Mas todas têm troco



lei do retorno

lei do retorno é uma engrenagem exata onde todas as peças se encaixam e funciona na inteligência suprema de Deus, que nós, seres humanos, não somos capazes de alcançar.


A todo momento que você pensa e age, um bumerangue na energia que você produziu é lançado no universo. Ele pode ir longe ou não. Mais uma coisa é certa: seja o bem ou seja o mal que foi jogado, ele sempre retorna ao ponto de origem: você! Muitas coisas na vida não têm preço. Mas todas têm troco.

A lei do retorno tem seu jeito próprio de agir. Ela é uma ordem criada por Deus para se desenvolver naturalmente. Os pesos e as medidas são exatos, conforme nosso ato e bagagem de todas as vidas já experimentadas. Funciona exatamente como uma semente plantada que dará o fruto que a ela corresponder e nunca outro.

Retorno Imediato

Às vezes, a lei do retorno é direta. Alguém o derruba nessa esquina e na próxima leva um tombo. Você ajuda o próximo aqui e logo ali um anjo aparece em sua vida, trazendo-lhe a solução que tanto esperava. Se acontecesse sempre assim, teríamos mais clareza de sua existência e precisão. Mas essa é aquela semente que brota rapidamente, como a do feijão que começa a germinar em dois dias. Na lei do retorno são mais raras, mas ainda possíveis.

Retorno a médio prazo

Existem ocasiões em que o bumerangue da lei do retorno demora anos para voltar ao ponto de origem. Alguém o rouba hoje e somente quando essa pessoa estiver idosa é que o carma criado vai se manifestar. E… pimba! no momento em que mais precisava, o universo vem cobrar a dívida do passado, e sem qualquer negociação. Você passa a vida toda ajudando todo mundo, e quando desiste dos seus sonhos, vem Deus e o coloca onde você sempre quis estar.

Retorno a longo prazo

Mas na maioria dos acontecimentos, o retorno pode demorar literalmente uma vida. Ou até mais. Tudo depende de uma conjuntura de fatores. Primeiro você precisa estar preparado para o fardo. Deus nunca lhe traz aquilo que você não pode suportar. Então, antes de pagar a dívida, é preciso que a alma evolua. Muitas vezes, a pessoa o humilhou a vida toda, pela soberba de sua riqueza, e só na próxima vida ela virá pobre para evoluir sua alma na dificuldade financeira, sendo vítima de todas aquelas situações em que, outrora, ela o havia humilhado.

https://osegredo.com.br

sábado, 22 de dezembro de 2018

O TEMPO E A GENTE.
Nunca fui muito amigo do tempo Ele sempre me roubou um pouco a paz Sempre sonhei! Sempre sonhei com a vida Sempre sonhei, ser assim, como o vento Sem destino, sem rumo, pra qualquer lugar. Vivê-la pra nunca ser esquecida Viver a vida a todo momento, sem lamento. E quando o tempo parecer tão pouco E agora a gente lamente, tão pouco tempo Então comecemos a viver o que há de louco Pra que a vida seja mais interessante E a gente encontre sempre um jeito novo Um jeito de viver marcante, Pra que o tempo, não seja pouco. Wíliame Caldas..

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

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QUERER AGRADAR A TODOS É UM DESGASTE DESNECESSÁRIO

Quando procuramos agradar a todos acabamos deixando de agradar a nós mesmos. Quantas vezes dissemos sim aos outros dizendo NÃO a nós mesmos? Quantas vezes sacrificamos a nossa vontade, nossos desejos e nossos sentimentos para agradar alguém?

Provavelmente já fizemos isto muitas vezes ao longo das nossas vidas, pois a linha entre o “ceder” de forma saudável e “ceder” demais frente aos outros é muito tênue. Sem dúvida podemos afirmar que isto é tão perigoso quanto desnecessário.

Neste sentido, às vezes é difícil manter a linha quando precisamos dizer NÃO para alguma coisa que nos anularia. Pode até ser que a voz trema um pouco e que evitemos o contato visual. Contudo, aprender a proteger a nossa essência com assertividade é fundamental.
Não diga SIM quando você quer dizer NÃO

Uma das definições de “assertividade” mais próximas à linguagem coloquial que podemos encontrar vem do psicólogo Walter Riso, que propõe o seguinte:

“A assertividade é uma capacidade que a pessoa tem de dizer NÃO, expressar o seu desacordo, colocar uma posição contrária para se opor em situações conflitantes e fazê-lo não como faz o submisso, que é negociando com seus princípios, nem como o faz o agressivo, violando os princípios dos outros.

O assertivo é uma pessoa que é capaz de expressar seus sentimentos negativos, sem violar direitos alheios ou tentando não violá-los”.

Na manipulação à qual submetemos nossas vontades, nos tornamos incapazes de negar-nos a fazer uma determinada coisa apesar das consequências serem negativas para nós.

Fazer isto é tomar veneno, beber água da fonte da infelicidade eterna e nos transformarmos em pessoas insatisfeitas com uma grande revolta e uma enorme frustração por não fazermos valer nossas opiniões e crenças.
Não perca a sua essência quando alguém lhe fizer mal, só tenha precaução...

Um mestre do Oriente viu um escorpião se afogando e decidiu tirá-lo da água, mas quando o fez, o escorpião o picou. Por conta da reação à dor, o mestre o soltou e o animal caiu na água e ficou se afogando novamente. O mestre tentou tirá-lo outra vez e novamente o animal o picou. Alguém que estava olhando o mestre se aproximou e lhe disse:

– Desculpe, mas o senhor é teimoso! Não vê que cada vez que tentar tirá-lo da água ele irá lhe picar?

O mestre respondeu:

– A natureza do escorpião é picar, e isso não irá mudar a minha que é ajudar.

Portanto, com a ajuda de umas folhas, o mestre tirou o escorpião e o salvou.

“Não mude a sua essência quando alguém lhe fizer mal, só tenha precaução”.

O que os outros pensarem de você não o seu problema, é problema deles.

Não devemos deixar de ser quem somos só porque alguém nos faz mal ou nos prejudica em um certo momento. Temos que aprender a administrar a nossa vontade e reavaliar as circunstâncias com o fim de adequar nossas estratégias diante delas.

Do mesmo jeito, reavaliar nossos sentimentos para com os outros de forma intuitiva também não é a solução. Devemos nos esforçar por eles e trabalhar nossas expectativas de forma que possamos conservar nossos princípios sem nos sentirmos mal.

Portanto, como costumamos dizer, querer agradar a todos tem um grande custo emocional que é evitável, pois acaba com a autoestima, com o amor próprio e com a determinação. Por isso precisamos nos proteger e tomar as devidas precauções para revestir a nossa essência e não sofrer inutilmente. a chave está em dizer NÃO quando for necessário.


Fonte do texto: A mente é Maravilhosa - via: https://osegredo.com.br/2016/07/querer-agradar-todos-eh-um-desgaste-desnecessario/

https://abordagem18.blogspot.com

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018


Rosas em Poesia

A NOITE É NOSSA
Quando cai a noite
Escura e sem luar,
Tu chegas de surpresa 
E faz-me delirar.
Traz beijos e carícias
Faz a flor orvalhar.
Vejo em teus olhos
O prazer, no prazer que sinto.
Eu flor sem pudor
Entrego- me com paixão.
São sussurros e gemidos
O exalar do clímax
Nesse ato prazeroso,
De pertencer um ao outro
Sem restrições ou promessas,
Em nossa noite de amor...
Rosa Viteritti
D.A.Lei 9610/98
“Quando sentir vontade de contar um segredo a alguém, anote tudo em um papel, mastigue e engula.”

LEMBRANDO MARIA OLÍMPIA E SEUS VELHOS TEMPOS NO ASSU



Maria Olímpia num momento festivo no Clube Municipal do Assu, ao lado de sei enteado Douglas Leitão e seu marido Costa Leitão, além de Francisco Amorim.



Maria Olímpia Neves de Oliveira foi professora do velho Grupo Escolar Ten. Cel. José Correia. Animadora cultural, viveu ativamente os melhores momentos da vida social, artística e política do Assu festeiro, de antigas glórias, de tantas figuras inteligentes como ela mesma. Ainda menino, eu tive o privilégio de conhecê-la, no tempo que ela morava numa rica casa da rua Senador João Câmara, da cidade de Assu, quase minha vizinha. 

Na política, Maria Olímpia fora vitoriosa: vereadora e prfeita do Assu, eleita nas eleições de 1962, pelo PSD, ganhando para Walter Leitão, UDN, por uma maioria, salvo engano, de 408 votos. E ela governou o Assu, de 1963 a 1968.
Maria Olímpia durante o tempo que militou na política da sua terra querida – o Assu, tinha catalogado todos os seus eleitores e, nas eleições que participava, dizia quantos votos iria obter em cada urna que se abria, numa demonstração de organização e confiança nos seus amigos e correligionários, acertando no seu prognóstico.  Seus amigos e admiradores ainda são muitos. Ela, Maria Olímpia, foi a primeira e única mulher até hoje, a governar a importante terra assuense, sucedendo seu marido Costa Leitão que administrou o Assu, de 1958 a 1963. Em 1969 ela regressou a capital federal, para trabalhar no então Instituto Nacional de Reforma Agrária - INDA, atual INCRA, convidada que foi, parece, por de Dix-zuit Rosado quando presidia aquela autarquia federal por onde  ela aposentou-se.

Em depoimento ao cronista social Marcos Henrique, Maria Olímpia, como ela gosta de ser chamada, conta um pouco da história do Assu social e artístico dos anos quarenta, cinquenta e sessenta, artigo publicado no livro daquele cronista intitulado Vida Social e Artística do Açu - entre 1935 e 1960". Vamos conferir o seu longo e importante depoimento, adiante transcrito:

O Açu da minha adolescência e juventude, era muito movimentado, porque todos nós, tínhamos a preocupação de quebrar a monotonia de uma vida provinciana e elevarmos o nível cultural e artístico da cidade.

Não foi a toa que Aldemar de Sá Leitão, criou o serviço de auto-falantes, denominado "Divulgadora Assuense" com programas, o mais variado possível, desde o informativo nacional, estadual e municipal, às crônica locais, agendas e datas natalícias e sociais, concurso de vozes, de glosas, apresentação de moças e rapazes da cidade, interpretando músicas da época "hora da Saudade" com músicas notálgicas e outros tantos eventos políticos-sociais.

Até a década de 50, não tínhamos um clube social organizado, com sede própria, mas improvisávamos o salão de entrada do Cine Teatro Pedro Amorim, para bailes mais chics, como o das as festas de São João, do carnaval, do Natal e Reveillhon. E todos dançavam e se divertiam, ora com orquestra de João Chau, ora com conjuntos vindo de outras cidades. O importante era movimentar a cidade. Havia sempre um "testa de ferro" para enfrentar, planejar os eventos e assumir a responsabilidade pelas despesas contraídas.

Havia também por iniciativa do próprio Aldemar, um conjunto de artista amadores, que encenavam peças, ora dramáticas, ora cômicas. Também participei dos dramas. Era comum, e muitas vezes fui escolhida, para em companhia de um rapaz, ir pedir a uma família da elite, a "sala" para uma dança improvisada aos domingos à tarde, ou à noite conforme os costumes da época.

Muitas vezes, não dispúnhamos de dinheiro para pagar a orquestra e as danças eram ao som do rádio, sendo muito usado um programa da Rádio Clube de Pernambuco, denominado "Tabarrada" onde ao som daquela emissora, aos domingos a noite dançava-se até às 22: 00 horas. As "Tabarradas" ou aconteciam na casa de "Seu Eloy da Singer" ou na casa do professor Antônio Guerra.

Usava-se a maior variedade de diversões, para movimentar a cidade.

A grande movimentação todavia, era a festa de São João. Vinham pessoas de todos os quadrante do Estado, participarem dos festejos juninos. Tudo era festa durante o novenário e o dia de São João. Alvoradas, salvas, quermesses, balões, fogos de vista, Parque de Diversões, com o famoso carrocel, novena, entrega do "ramo", baile, etc.

A vaquejada era indispensável e durava dois e três dias.

O jornalzinho da festa, também era uma prática de todos os anos. Predominava na sua confecção a poesia, geralmente com elogios as moças da sociedade, em forma de quadras e acrósticos. Não faltavam as críticas aos rapazes, e piadas sobre os namoros, aqueles amores escondidos ou renegados, como também, críticas a administração e aos políticos. O concurso de beleza feminina, era repetido anualmente.

Na parte cultural, os estabelecimentos de ensino, presenteavam a sociedade, com belos desfiles no dia da "Raça" e da Independência, além de apresentarem vez por outra, programas com encenação de peças cristãs e patrióticas, seguidas de números variados, de cantos, declamações, bailados e ginásticas rítmicas.

Nessas programações destacavam-se o Colégio N. S. das Vitórias e o Grupo Escolar "Ten. Cel. José Correia".

Outras diversões muito usadas, eram os Pastoris e as Lapinhas, que divertiam muitíssimo, mas que acarretavam muitas rixas, intrigas e dissenções. A opção pelos partidos azul e vermelho, traziam uma loucura às pessoas, que se desentendiam até mesmo entre os familiares. De fins de novembro a janeiro, só se falava em Pastoril, que conciliava a peça com a dança após o espetáculo. Já a Lapinha, era mais conceituada. Acontecia ou no Colégio N. S. das Vitórias, em benefício do próprio ou no Cine Teatro, organizado por particulares.

Dentre as festas mais comentadas e elogiadas da década de 40, três se destacam: em 1945, 16 de outubro, comemoramos o centenário da independência do Assu. Foi uma semana de festa. Costa, Ximenes e eu, enfrentamos a organização das comemorações e tivemos uma das festas de maior destaque cívico-cultural. Toda a sociedade participou e se movimentou para dar maior brilhantismo às festividades. Governo do município, o povo em geral, todos prestigiaram a nossa iniciativa e deram a maior cooperação possível e imprescindível aos festejos.

Em 1947, por iniciativa minha organizei uma festa denominada "Festa Holandesa". Constou de um baile, onde todas as moças da sociedade estavam trajadas à caráter - roupa e calçado à moda da Holanda e apresentaram em meio às danças, um bailado muito bonito ao som de uma composição, letra e música da professora Sinhazinha Wanderley. A festa se realizou em um dos salões da firma João Câmara porque como dito anteriormente, não tínhamos um clube social, e a previsão era de uma grande festa, como de fato foi. Além da sociedade assuense, participaram em grande número, rapazes das vizinhas cidades de Mossoró e Macau.

O resultado financeiro da festa foi oferecido, à direção do Orfanato Padre Ibiapina. Outra festa que mereceu também muito destaque, foi o centenário do Grupo Escolar Ten. Cel. José Coreia.

O corpo docente preparou com carinho e dedicação uma extensa programação, constando de conferências, palestras, dramas, bailados, desfiles religiosos, enfim um vasto e bem elaborado programa.

Também eu, estive na organização das solenidades, porque a Diretora do Grupo era muito avessa a festas e eu assumi a direção de tudo.
De 1954 em diante, é que a cidade ganhou dois clubes sociais, predominando na época uma rivalidade muito grande, entre os organizadores, havendo sempre interferência e disputa política.

Com a fundação do Clube Municipal em 1958, o prefeito Arcelino Costa Leitão, mensalmente oferecia à sociedade festas dançantes maravilhosas, contratando em São Paulo/Rio, orquestras do maior gabarito, para abrilhantarem as noites, havendo vez por outra, apresentação de misses locais, estaduais e interestaduais, artistas nacionais, como também desfiles de modas. Há de se ressaltar, as melhores orquestras apresentadas: Marimbas Mexican Alma Latina, Cassino de Servilha, Violinos Italianos.

Fernando Caldas




E a experiência?  A experiência se consegue a proporção que os dias se passam! (Fernando Caldas).