segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

A noite pode ser longa; a noite pode ser negra. Por mais longa e negra que seja ela caminha sempre inevitavelmente para a aurora.
Jacques Maritain, filósofo francês
SALINA PORTO DO MANGUE - RN

WALFLAN DE QUEIROZ, O POETA MÍSTICO

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O poeta Walflan de Queiroz pintado por Newton Navarro

Walflan Furtado de Queiroz (1930-1995) era natural de São Miguel, cidade localizada na região do alto oeste do Rio Grande do Norte. Eilho de Letício Fernandes de Queiroz e Raimunda Furtado de Queiroz (por sinal, Letício ou doutor Letício como era mais conhecido, era farmacêutico em Natal, irmão de minha avó paterna Odete Fernandes de Queiroz Caldas que residia na cidade de Assu, meu primo em segundo grau).

Walflan formou-se pela famosa Faculdade de Direito do Recife mas nunca exerceu a profissão. Se tivesse exercido certamente teria advogado com brilhantismo e notável saber saber jurídico.. 

Tipo baixo, guestos nervosos, Walflar fumava inveteradamente; Ele teve uma juventude boêmia. Intelectual, poeta dos melhores. Conheci aquela figura que engrandece as letras potiguares, nos idos de setenta, na calçada do Café São Luiz, em Natal declamando exaltado um poema de Rimbaud. Apresentei-me a ele que me tratou com certa distância. Logo entendi. A última vez que estive com ele foi na clínica Santa Maria (quando ele estava em tratamento psiquiátrico). Eis o seu poema intitulado 'Autobiografia', corniforme adiante


Nasci sob o signo de São Bento José de Labre. 
Pedi esmola na porta de Notre Dame.
E fui encontrado morto numa rua de Madrid.
O primeiro hino foi meu, o primeiro canto
Que comoveu a alma de Francesca de Rimini. 
Fui monge, amei a virgem.
Fui marinheiro, estive no oriente.
Mais tarde, pertenci ao grupo dos poetas malditos 
E escrevi o meu último poema para uma menina espanhola.

Walflan publicou oito livros intitulados O Tempo da Salvação, 1960, O Livro de Tânia, 1963, O Testamento de Jó, 1967, A Colina de Deus, 1968, Nas Fontes da Salvação, 1970, Aos Pés do Senhor, 1972 e A Porta de Zeus, 1974. 

Walflan viveu grande parte da sua vida na solidão, porém apaixonadamente. Vejamos o poema adiante: 

Três amores 
E uma solidão. 
Irene, Tânia 
E Herna  
Vi Abraão  
No monte moriá  
Três amores 
E uma solidão, 
Irene Azul 
Tânia amarga 
E Herna triste.

Há informações que Walflan "conhecia vários idiomas. Lia, escrevia e falava em latim. Era fluente em Francês e inglês". 

Ele era da Marinha Mercante e percorreu o mundo. O produtor cultural Eduardo Gosson, depõe que Walflan nas suas andanças "apaixonou-se por uma bailarina cubana, gostou das noites da Martinica e quase casou-se com uma colegial de Buenos Aires". 

É o seu poema "Auto Retrato",é comovente. Vejamos: 

Não tenho a beleza de Rimbaud,
nem o rosto torturado de Baudelaire.
Tenho sim, olhos negros, Como os olhos de Poe. 
Meus cabelos são soltos, em desalinho como os de algum Anjo ou demônio.
Minha pele, queimada eternamente pelo sol, tem sal do mar e a cor morena dos que são náufragos. 
Minhas mãos são pequenas, tristes embora como mãos de alguém que só as estendeu para o Adeus!

Fernando Caldas
DUNAS DO ROSADO - RN
O Rio? É doce
A Vale? Amarga

(Drumon de Andrade)


domingo, 3 de fevereiro de 2019

GEORGE SOARES É EMPOSSADO DEPUTADO PELA TERCEIRA VEZ E ELEITO 1º VICE PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RN


Aconteceu nessa sexta-feira (01), a posse dos deputados estaduais que farão parte da 62º legislatura da Assembleia Legislativa do RN. O deputado estadual George Soares (PR) foi empossado e eleito para o cargo de 1º vice-presidente no biênio 2019 /2021, compondo a chapa em que o deputado Ezequiel Ferreira (PSDB) foi reeleito presidente da Casa. Também houve a eleição para a mesa diretora no biênio 2021/2023, onde o deputado George foi eleito 1 º secretário da Assembleia do Estado.
“Estou muito feliz com esse momento, onde assumiremos mais responsabilidades dentro da nossa Casa Legislativa e reafirmamos nosso compromisso com a população do nosso estado. Vamos trabalhar ainda mais nesse nosso terceiro mandato, para corresponder à confiança em nós depositada pelos eleitores e pelos nossos pares, que nos deram, a unanimidade os votos para os cargos da mesa diretora que assumiremos daqui em diante, ” afirmou George Soares.
Assessoria de Imprensa do Deputado Estadual George Soares 

LEMBRANDO EPIFÂNIO BARBOSA

Era eu ainda menino de calças curtas quando tive o privilégio de ter conhecido Epifânio Barbosa. Tipo baixo, garboso, esperto, morenão, jeitão sertanejo. Fazendeiro, negociante de gado. Amigo leal de meu avô materno Fernando Tavares (Vemvem) que foi também fazendeiro na região do Assu e amigo de Epifânio. Lembro-me de Epifânio frequentando assiduamente as reuniões sociais na calçada do rico e antigo casarão do casal Maria Eugênia e Nelson Montenegro. Ele era proprietário da famosa Fazenda Cruzeiro, localizada no caminho do Riacho (distrito do Assu).

Epifânio tinha um mundo de amigos e era admirado por todos daquela região sertaneja. Homem de poucas letras, porém sabido nos negócios de gado, sábio na maneira de viver e ver a vida, espirituoso como ninguém. O governador Dix-sept Rosado de quem ele era amigo íntimo, que o conheceu através de meu avô Vemvem, também com amizade estreita com Dix-sept, deliciava-se com as suas tiradas de espíritos, as suas estórias pitorescas,os seus repentes. Nas festas políticas, não perdia uma oportunidade para discursar. A sua oração com aquele seu linguajar matuto, estapafúrdio, que tinha um sentido filosófico e lhe fazia gracioso, encantava e agradava a leigos e eruditos.

Epifânio não tinha inibição, era despachado, desenrolado, grosseirão (no bom sentido). Certa vez, a deputada federal Ivete Vargas, visitava a cidade de Mossoró (RN). Epifânio, Getulista, resolveu ir até aquela cidade conhecer aquela parlamentar petebista. Ao chegar no aeroporto daquela terra do oeste potiguar, uma multidão incalculável se encontrava presente naquele local, prestigiando a filha do presidente Vargas. Epifânio usando da habilidade que lhe era peculiar, "como um relâmpago inesperado", meteu-se no meio daquele povão e chegou próximo a Ivete, batendo forte com uma das mãos no "bumbum" daquela parlamentar que assustou-se, virou-se e ficou olho no olho com Epifânio que apresentou a si mesmo de forma graciosa, dizendo assim: "Muita prazer, deputada. Epifânio Barbosa do Assu. Nunca bati na bunda de uma mulher, pra ela não olhar pra trás!"

Epifânio imortalizou-se na "pena fulgurante e adestrada", da escritora assuense de Lavras (MG), Maria Eugênia, no romance intitulado "O Sertanejo". do qual é o seu protagonista. Aquela mulher de letras, começa a narrativa do seu belo e original romance dizendo que "na aridez das caatingas, Lourenço viu-se jogado no mundo. De estatura mediana, saudável, inteligente, rosto largo e moreno, era figura popular no Vale do Açu, a rica região onde as carnaubeiras, com seus leques entreabertos, emolduravam de verde os longínquos horizontes, ao abano constante dos ventos.

Herdara dos ancestrais a tenacidade na luta pela vida. Corpo rajido, espírito forte, aceitava com a alegria ou sem amargor, tudo o que a vida lhe oferecia em suas variadas contingências.

Ali nascera e se fizera homem. Integrado à terra, como os verdes juazeiros, que heroicamente resistem a todos os ventos. Lourenço, ali possuía raízes como as agigantadas árvores que não poderiam ser transplantadas. Não se aclimataria jamais em qualquer lugar."

Fica este artigo que tem , sobretudo o sentido de resgatar, relembrar, apresentar aos mais jovens, Epifânio Barbosa, o que ele representou para o folclore regional, a pecuária das  das várzeas e dos sertões do Assu. E, finalmente, nas palavras do poeta cordelista (desconheço o autor), homenageio e reverencio a  memória de Epifânio Barbosa.:

Muito gado na fazenda,
Vacas, bezerros, garrotes.
Diversos reprodutores,
Novilhas e novilhotes,
Muitas cabras e cabritos,
Pulando pelos serrotes.

Postado por Fernando Caldas
A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas em pé, texto e atividades ao ar livre

sábado, 2 de fevereiro de 2019

Fernando Caldas

A beleza da vida
Fabrício Neto
Quando
sentires
o desânimo
aproximar-se,
não entristeça,
contemple a beleza
de um botão de flor
a desabrochar,
transformando-se
na mais linda
das rosas.
Quando
sentires
a solidão
invadir
tua alma,
não desespere,
contemple
aquela estrela
distante que,
mesmo a distancia,
envia sua luz,
para iluminar
seu caminho.
Quando
não mais
acreditares
em nada,
Contemple
a sua própria
imagem
e sinta
a perfeição
que ela representa
diante dom próprio
universo.
Analise
sua perfeição,
seu conjunto
harmonioso,
sinta a grandiosidade
de um força
superior,
que lhe deu origem.
Agradeça
ao seu Criador,
o direito de viver .
O direito de
contemplar,
na natureza
a sua própria
continuidade.
A continuidade da
vida.




quinta-feira, 31 de janeiro de 2019


Minha vida não foi um romance...
Nunca tive até hoje um segredo.
Se me amas, não digas, que morro
De surpresa, de encanto. de medo...
Minha vida não foi um romance...
Minha vida passou por passar.
Se não amas, não finjas, que vivo
Esperando um amor para amar.
Minha vida não foi um romance...
Pobre vida... passou sem enredo...
Glória a ti que me enches a vida
De surpresa, de encanto, de medo!
Minha vida não foi um romance...
Ai de mim... Já se ia acabar!
Pobre vida que toda depende
De um sorriso, de um gesto, um olhar...
[Mario Quintana, Canção para uma Valsa Lenta]

Wanderlust

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Francisco Inácio Ferreira (84) é poeta da velha guarda assuense de versos populares, de versificação fácil que a gente encontra facilmente pelas ruas do interior do Nordeste brasileiro. Na última sexta-feira, numa solenidade realizado no cinema na Assu encontro-me com ele que, na sua melancolia, escreveu esses versos que declamou para mim com lágrimas nos olhos (a glosa|décima é a sua predileção para versejar), conforme transcrito adiante:
A velhice me fez pagar com juro
Um empréstimo que fiz na mocidade
Armo a rede e me deito no escuro
Me lembrando das coisas do passado
Estou velho, tristonho e abandonado
Sendo assim vou pagar tudo que fiz
Hoje em dia me sinto um infeliz
Sem um lar, sem amor, sem alegria
Me lembrando das coisas que eu fazia
Um empréstimo que eu fiz na mocidade.
A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e texto

Uma noite solene no Assu, "onde a poesia eterna, mora." Posse de Assis Medeiros (poeta) na qualidade de presidente da Academia Assuense de Letras). Na fotografia podemos conferir uma obra de arte (pintura) de um dos nossos artistas plásticos chamado Gilvan Lopes. Foto tirada no salão vip do Cine Teatro Pedro Amorim (totalmente reformado com recursos da PETROBRAS e da prefeitura daquele importante município da terra potiguar. É a nossa maior casa cinematográfica e de espetáculo, desde 1924. Fica o registro.

sábado, 26 de janeiro de 2019

A tragédia em Brumadinho
Abala o país inteiro,
Uma estatal leiloada
Ao capital estrangeiro
Aí você me responda
Se vale a vida ou o dinheiro...


Manoel Cavalcante

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

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TEU OLHAR

Teu olhar
transmite 
a felicidade
de uma nova
vida.

Teu olhar,
faz sentir
as energias
de inesquecível 
recordação.

Teu olhar,
cria um novo mundo,
um mundo
de imagens
encantadoras.

Teu olhar,
representa
uma suave
e amena brisa,
desprendendo amor.

Teu olhar,
é como um néctar
puríssimo 
que resurgindo 
do cosmos,
qual mensagem
Divina.

Teu olhar,
irradia o mais
puro amor.
Cria panoramas
belíssimos,
onde repousa
um saudoso coração.

Teu olhar,
sereno
inunda de
perfume
os campos e
os prados.
Acalentando
o sofrimento
e as lágrimas
de um grande
amor.

Fabrício Neto


terça-feira, 22 de janeiro de 2019

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“Eu esperava uma boa nota, mas não mil”, diz Ipanguaçuense nota 1000 no ENEM

A ipanguaçuense Rylla Melo está na relação dos 55 estudantes do Brasil que obtiveram nota mil na redação do ENEM 2018. O resultado do Exame Nacional do Ensino Médio foi divulgado na última sexta-feira, dia 18 de janeiro. Rylla falou sobre o sonho que tem de cursar medicina que agora está mais perto e demonstrou surpresa ao saber que alcançou a pontuação máxima na redação.
Ela afirma que “esperava uma boa nota”, mas não tinha ideia que essa nota fosse a maior.
No Rio Grande do Norte além de Rylla Melo, a estudante mossoroense Carolina Mendes Pereira também alcançou nota máxima na redação.
https://assutododia.blogspot.com

Assú Todo Dia - Leia e fique sabendo: “Eu esperava uma boa nota, mas não mil”, diz Ipang...

Assú Todo Dia - Leia e fique sabendo: “Eu esperava uma boa nota, mas não mil”, diz Ipang...: A ipanguaçuense Rylla Melo está na relação dos 55 estudantes do Brasil que obtiveram nota mil na redação do ENEM 2018. O resultado do Ex...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Fantástica essa analogia!
No ventre de uma mãe havia dois bebês.
Um perguntou ao outro:
- "Vc acredita em vida após o parto?"
O outro respondeu:
- "É claro. Tem que haver algo após o parto. Talvez nós estejamos aqui para nos preparar para o que virá mais tarde."
- "Bobagem", disse o primeiro.
- "Que tipo de vida seria esta?"
O segundo disse:
- "Eu não sei, mas haverá mais luz do que aqui. Talvez nós poderemos andar com as nossas próprias pernas e comer com nossas bocas. Talvez teremos outros sentidos que não podemos entender agora."
O primeiro retrucou:
- "Isto é um absurdo. O cordão umbilical nos fornece nutrição e tudo o mais de que precisamos. O cordão umbilical é muito curto. A vida após o parto está fora de cogitação."
O segundo insistiu:
- "Bem, eu acho que há alguma coisa e talvez seja diferente do que é aqui. Talvez a gente não vá mais precisar deste tubo físico".
O primeiro contestou: - "Bobagem, e além disso, se há realmente vida após o parto, então, por que ninguém jamais voltou de lá?"
- "Bem, eu não sei", disse o segundo, " mas certamente vamos encontrar a Mamãe e ela vai cuidar de nós."
O primeiro respondeu:
- "Mamãe? Vc realmente acredita em Mamãe? Isto é ridículo. Se a Mamãe existe, então, onde ela está agora?"
O segundo disse:
- "Ela está ao nosso redor. Estamos cercados por ela. Nós somos dela. É nela que vivemos. Sem ela este mundo não seria e não poderia existir."
Disse o primeiro:
- "Bem, eu não posso vê-la, então, é lógico que ela não existe."
Ao que o segundo respondeu:
- "Às vezes, quando vc está em silêncio, se vc se concentrar e realmente ouvir, vc poderá perceber a presença dela e ouvir sua voz amorosa".
Este foi o modo pelo qual um escritor húngaro explicou a existência de Deus.
Este meu riso, triste e macilente.
Perdido sobre o peito dolorido,
Bem demonstra o pesar e o sofrimento
De um desgraçado e de um desiludido.
Este meu riso, sem contentamento
Este meu vago olhar amortecido
São os sinais amargos do tormento
Da vida indesejável de um perdido
Vivo sempre a beber, de bar em bar,
Afogando num cálice de aguardente
A dor que faz meu peito pensar?
Chorando ou rindo, vou passando a esmo.
E no vício morrendo lentamente
Fazendo assim o enterro de mim mesmo.

Júlio Soares, poeta assuense

ANTIGA PAUTA DA FESTA DO PADROEIRO DO ASSU, SÃO JOÃO BATISTA. 1956






domingo, 20 de janeiro de 2019





REGISTRANDO - Hoje, 20-4, perdi na morte um velho e amigo querido desde os tempos de menino no meu velho e querido Assu, chamado José Regis de Sousa. Na terra assuense vivemos a infância e começo da juventude, bem como em Natal, parte da vida adulta. Fomos colegas na assembléia legislativa. Ele, servindo ao gabinete do deputado Paulo Montenegro. Eu, na qualidade de Sub-coordenador de Administração Financeira e Orçamentária daquele parlamento estadual (cargo que ele, Regis, antes teria ocupado). Isso, na década de noventa. Foram, portanto, quase sessenta e quatro anos de amizade verdadeira, sincera, leal, correta. Regis, apresentava um programa político através da importante Rádio Princesa do Vale, do Assu com muita audiência, denominado Registrando.Figuras influentes da política potiguar foram por ele sabatinados através da princesa e da sua rádio web Nova 98. Ele foi apresentador de um programa esportivo da Rádio Cabugi de Natal, no início da década de setenta. Figura da melhor têmpera, de ótima qualidade, da melhor cepa. Assustei-me ao saber da sua partida, apesar de já esperada em razão da doença grave que lhe acometera. Creia-me Regis que chorei ao saber da sua morte, como vou, como sempre vou reviver os dias felizes que passamos juntos. Regis participou ativamente desde moço, da vida social e política do Assu festeiro, poético, politiqueiro. Foi vereador e presidente da câmara municipal da terra assuense. Por fim, meu velho amigo. Vá, "vá com Deus" como diz a canção, na certeza de que um dia, sei lá quando, do nosso reencontro! Afinal, Regis. O grão para ser fecundo, teria que morrer! É da bíblia. Descanse, durma o sono dos justos!

Fernando Caldas

sábado, 19 de janeiro de 2019

Roubo o orvalho da noite
para disfarçar com suas pérolas
as lágrimas depositadas na almofada.
Levas-me a madrugada
quando despes a noite
deixando-a nua de abraços
e o meu peito órfão do teu.
Soletrando a memória
da sede em que me bebes
deixas pela casa
a ternura abandonada
dum abraço.
O sabor fossilizado dos beijos
aroma interrompido do amor
nas palavras gretadas sem resposta.
E lentamente
passeio os dedos pela memória
onde tudo é imortal.
Onde as linhas do destino
já foram percorridas
e a chuva soluça pelos vidros
abafando ofegos transpirados
enquanto o vento sopra o teu nome
para longe da sombra das memórias.
Perco-me no rabiscado das sombras
e numa dança irreal
meu espírito eleva-se
onde surgem
pétalas de doçura
pingadas
de fantasias e loucuras
e a ti rendo-me.


(Cristina Costa)

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PELO 'FUNDO'

Pacó (apelido) era uma figura boêmia da cidade de Assu, onde exerceu a profissão de garçom nos clubes sociais da terra assuense. Ele trabalhou também como servente, num convênio que a prefeitura daquele município tinha com a Fundação SESP,  fazendo privadas pré-moldadas de cimento, para serem doadas as pessoas carentes do Assu. Pois bem, João Fonseca era o Secretário de Administração daquela prefeitura no governo de Walter de Sá Leitão (1972-75). Pacó, ao sair do trabalho, sujo e imundo, foi direto a sala daquele secretário para que ele, Fonseca, autorizasse a tesouraria fazer o pagamento pelos seus serviços prestados, que seria pago pela verba do FPM - Fundo de Participação dos Municípios. João Fonseca versejou de improviso, essa quadrinha:

Eu não lhe posso pagar
Pois você está imundo
Vá primeiro se banhar
Pra receber pelo 'fundo'.

Postado por Fernando Caldas

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