sexta-feira, 12 de março de 2021

Consórcio Nordeste garante compra de 39 milhões de doses da vacina Sputnik V

 Redação/Portal da Tropical

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Reunião dos governadores do Nordeste com o Ministério da Saúde aconteceu nessa quinta-feira | Foto: Reprodução/Twitter

Os governadores do Nordeste vão assinar nesta sexta-feira (12) um acordo para a compra de 50 milhões de doses da vacina Sputnik V, de origem russa. O contrato prevê a entrega de 39 milhões de doses ainda no mês de março. Pelas redes sociais, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, fez o anúncio. 

O Consórcio Nordeste se reuniu ontem (11) com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para garantir que o imunizante faça parte do Plano Nacional de Imunização (PNI) e atenda todo o Brasil. A proposta foi apresentada pelo governador do Piauí e presidente do Consórcio, Wellington Dias. A negociação da Sputnik V vinha sendo encabeçada pelo governador da Bahia, Rui Costa. 

“Graças ao espírito colaborativo e liderança do governador Rui Costa, que junto ao Consórcio Nordeste vinha há meses em negociação com o Fundo Soberano da Rússia, agora temos um contrato de aquisição de 39 milhões de doses da vacina Sputnik V. Na defesa do SUS e do Plano Nacional de Imunização, o governador  Wellington Dias apresentou conosco a proposta para que o Ministério da Saúde  faça a aquisição das doses, e assim elas sejam incluídas no PNI”, destacou a governadora Fátima Bezerra.

Ela ainda ressaltou que o ministro Pazuello de pronto acatou a proposta e já na manhã desta sexta-feira o Governo Federal celebrará o contrato de compra junto ao Consórcio Nordeste, Fundo Soberano da Rússia e União Química. “É esperança renovada de dias melhores! Viva a Bahia, viva o Nordeste, viva o Brasil! VIVA O SUS!”, comemorou Fátima.

A Provincia Moderna (Natal, 1900-1930)

 


quinta-feira, 11 de março de 2021

 

2 h 
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Ponte Princesa Isabel (na época da foto ainda era chamada de Ponte Santa Isabel). Ao fundo, a Assembleia Legislativa na Rua da Aurora.

 

Um passeio digno, Alemanha 🇩🇪

 Fernando Caldas

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Associação Comercial de Pernambuco
Praça Rio Branco/Marco Zero
Bairro do Recife
Déc 1920

'Sertão sem fim': Araquém Alcântara revelando o Brasil

 

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POUCAS E BOAS

Valério Mesquita
mesquita.valerio@gmail.com
01) Manoel Teixeira, prefeito de Espírito Santo, narra uma história engraçada ocorrida quando José Varela era governador. O então interventor do município de Baía Formosa ante a visita do Chefe do Executivo Estadual, preparou uma festa supimpa. Até uma poltrona especial foi adquirida para o governador sentar na ampla sala de visita. Lá fora, enquanto todos estavam envolvidos no foguetório e nos “vivas” ao dr. Zé Varela, um bêbado inaugural sentou na cadeira oficial e pegou no sono. Quando a comitiva entrou na residência, o vexame foi perturbador. “Raimundo, Raimundo...”, instava nervosamente o interlocutor, “Saia daí logo, essa cadeira é só para o governador!!”. “E daí”, responde o bêbado, “porque a bunda dele é melhor do que a minha?”.
02) Raimundo Barros Cavalcante deixou como legado de suas andanças e boêmia o desejo de ser publicado o seu livro de memória “O Vasto Mundo de Raimundo”. São memórias de um macaibense adotivo nascido em Souza, Paraíba, com os melhores figuras de Natal. Homenageio-o, com um dos causos do seu repertório. Certa vez em Paris, Raimundo recebeu o convite do dr. Romildo Gurgel para jantar no fechadíssimo restaurante MAXIM”S. Em frente um homem todo fardado – parecia um general – abriu a porta do táxi cerimoniosamente. Romildo e Raimundo estavam em traje esporte e não haviam efetuado reserva. Gurgel, falando fluentemente o francês, explicou que eram amigos do milionário e playboy brasileiro Baby Pignatari e que insistira não deixar de jantar no Maxim’s. De imediato tiveram mesa especial. Veio o cardápio que mais parecia uma enciclopédia, o qual Raimundo trouxe como souvenir. Brasileiro é fogo. Romildo em impecável francês, pede o vinho: “Chateau Cachuil, s’il vous plaît!”. O maitre de fraque alinhadíssimo, promoveu o cerimonial de praxe e colocou o vinho à prova. Em seguida chegaram flores e não faltaram mesuras, tudo por conta da “amizade” de Romildo Gurgel com o internacional Baby Pignatari. Depois da sobremesa “Crepe Susette”, veio a conta: 550 dólares. Ai a coisa ficou diferente, na base do half and half (meio a meio). Mas, foi a esperteza diplomática de Romildo que quebrou o protocolo do traje e ainda, de quebra, um tratamento diferenciado.
03) No final de uma de suas campanhas políticas, o médico Arnóbio Abreu foi procurado por um eleitor que exigia uma conversa particular. Por sua vez, Abreu mandou o seu assessor perguntar-lhe o que queria. “Não posso dizer. É só particular” respondeu o exigente eleitor. E não arredou o pé. Após algumas horas, afinal, foi recebido. “O que deseja, amigo?”. “Quero que o senhor me arranje um caixão de defunto!”. “Mas amigo, se você tivesse dito isso antes eu já o teria atendido”, replicou o médico. “Mas, doutor, o negócio é o seguinte. É que minha mãe está para morrer e se eu não arranjar agora no fim da campanha, os políticos vãobtodos embora e a gente só vai ver vocês muito tempo depois”, concluiu o eleitor abusado. Meses mais tardes, em Açu, o deputado encontrou-se com o mesmo cidadão. Virou-se para Arnóbio e justificou-se: “Doutor aquele negócio deu certo. A “veia” “apagou-se” no mês seguinte. Eu tava ou não tava certo?”.
04) certo dia, Arnóbio Abreu consultava a sua clientela no Açu quando lhe apareceu um gago. Instalou-se logo aquele ar de impaciência e dificuldades. O deficiente começou a gaguejar falando a respeito dos filhos. Ao mencionar com extrema dificuldade o primeiro, o segundo, o terceiro, Arnóbio cortou a entediante conversa, perguntando logo quantos filhos ele tinha. “Tre, tre, tre, treze!”. “Todos são gagos assim como o senhor?”. “Na, na, não. Eu, eu, não fi, fi, fiz eles com, com a lin, língua não!!”. A consulta foi encerrada.

 Marcos Calaça

VELHA FEIRA DO TORRÃO

É uma pequena amostra
De velhos tempos atrás,
A feira grande e bonita
Bela que não volta mais,
Te louvo pra preservar
As raízes culturais.
Tinha pão doce e refresco
Fumo de rolo e chicote,
Prego, cordão e barbante
Alicate com serrote,
O martelo e parafuso
A quartinha, copo e pote.
Brilhantina e óleo de ovo
Rede e colchão de capim,
Candeeiro e lamparina
E também tinha alfenim,
Pente e espelho de bolso
Veneno para cupim.
Chapéu de palha e de couro
Pulseira, brinco e anel,
Ferro de engomar à brasa
Agulha com carretel,
O chocalho e ferradura
Buchada e sarapatel.
O saco de boca aberta
Vendia milho e feijão,
Também na cuia a farinha
O café vendido em grão,
Tinha pedra de amolar
Também saco de carvão.
Loção e talco Gessy
E abridor de garrafa,
Funil, dedal e penico
Para pescar, a tarrafa,
Leite de rosa e anil
Tinha bob pra marrafa.
A cartilha do ABC
A chupeta e mamadeira,
A lanterna e o foquito
E também a baladeira,
Diadema e pente fino
Para cachorro a coleira.
Garajal de rapadura
Carne de charque jabá,
Beiju, grude e tapioca
Para cuscuz, o fubá,
Tinha a tal cachaça doida
Tira gosto de preá.
Marcos Calaça é poeta e cordelista.
Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e texto que diz "Antiga Feira de Pedro Avelino"






PRAIEIRA (99 ANOS)

 

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "PRAIEIRA Othoniel Menezes"

Valério Mesquita
Mesquita.valerio@gmail.com
Muitos já cantaram e falaram sobre “Serenata do Pescador”, composição imortal de Othoniel Menezes e musicada por Eduardo Medeiros que atravessou o tempo e o vento com a mesma beleza sonora e poética. A pesquisadora Leide Câmara reuniu a melhor geração de intérpretes norte-riograndenses que gravaram a composição, uma estrofe cada um, pela primeira vez em estúdio. Se os estilos de cantar de cada um são distintos, pelo timbre de voz, a inflexão, a entonação dos versos, é inegável a intensidade e a paixão de todos na interpretação, como se estivessem vivendo a fascinação do pescador ante o permanente e o efêmero da aventura marítima.
Esse poema musicado de 1922, alcançou a força de uma obra prima e se tornou hoje a canção tradicional de Natal pelo paladar do povo. Nem precisaria a eficácia de um decreto oficial. Lembro a noite de lançamento que se realizou no Palácio da Cultura (80 anos), onde a confrade Leide Câmara, fiel porta-estandarte da música potiguar, reuniu centenas de natalenses de boa vontade que não deixam cair a bandeira, a riqueza e a beleza do talento dos nossos músicos e intérpretes. O disco teve a capa do imortal Dorian Gray e a apresentação de vários expoentes da nossa cultura. Fui presente e me senti feliz por prestigiar o evento, passageiro do batel naquela noite de navegação e delicadeza aquática.
Tratou-se de um acontecimento que fala a alma e o coração de Natal e precisava repercutir por que não é fugaz e frívolo como o carnatal. Vivemos numa cidade que lança livros que não se lêem, línguas que não se aprendem (exceção para aquelas ferinas), amor que não se dá, a não ser aqueles movidos à álcool e as drogas, próprios da folia doidivana onde tudo depois é esquecido. Província que desfila vaidade nas crônicas e só veste abadás nas passarelas. Natal precisa saber quem é e a que veio. Carnatal não é cultura. Mas, sim dinheiro, ganância, transitoriedade e consumo de carne. Por que não prestigiar o autor, o músico, a música e o cantor norte-rio-grandense? Só pensam em lucro fácil e fáctil. Todo folião que se despedaça no carnatal não retorna mais inteiro. Perdem a identidade assim como Natal perde, a cada ano, a sua cara e a própria identidade cultural.
Por isso cultuo o “pão cotidiano” das coisas nossas sem deixar de me preocupar com o poente apagado do Potengi amado, outrora tão aceso e contemplado por Câmara Cascudo que sempre valorizou os temas, as criações, os autores e o patrimônio da cultura do Rio Grande do Norte. O mundo ainda não acabou por causa de dez por cento de cristãos de fé e penitência de todas as religiões do planeta. E a música potiguar brasileira não se exauriu ainda por que existem figuras como Leide Câmara e todos os doze intérpretes de Praieira, além dos seis músicos, somados às dezenas de outros profissionais espalhados pelo Rio Grande do Norte que vivificam o labor diário de compor e cantar a música genuína de nossas origens e vertentes. Ouçamos Fernando Pessoa: “a vida é breve, a arte é longa”.


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