VELHA FEIRA DO TORRÃO
É uma pequena amostra
De velhos tempos atrás,
A feira grande e bonita
Bela que não volta mais,
Te louvo pra preservar
As raízes culturais.
Tinha pão doce e refresco
Fumo de rolo e chicote,
Prego, cordão e barbante
Alicate com serrote,
O martelo e parafuso
A quartinha, copo e pote.
Brilhantina e óleo de ovo
Rede e colchão de capim,
Candeeiro e lamparina
E também tinha alfenim,
Pente e espelho de bolso
Veneno para cupim.
Chapéu de palha e de couro
Pulseira, brinco e anel,
Ferro de engomar à brasa
Agulha com carretel,
O chocalho e ferradura
Buchada e sarapatel.
O saco de boca aberta
Vendia milho e feijão,
Também na cuia a farinha
O café vendido em grão,
Tinha pedra de amolar
Também saco de carvão.
Loção e talco Gessy
E abridor de garrafa,
Funil, dedal e penico
Para pescar, a tarrafa,
Leite de rosa e anil
Tinha bob pra marrafa.
A cartilha do ABC
A chupeta e mamadeira,
A lanterna e o foquito
E também a baladeira,
Diadema e pente fino
Para cachorro a coleira.
Garajal de rapadura
Carne de charque jabá,
Beiju, grude e tapioca
Para cuscuz, o fubá,
Tinha a tal cachaça doida
Tira gosto de preá.
Marcos Calaça é poeta e cordelista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário