sexta-feira, 11 de outubro de 2024

O Livro das Velhas Figuras

 Gustavo Sobral 

Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte [IHGRN]
O jornalismo em artigos quase crônicas, em crônicas quase perfis, foi um pouco do que o historiador Luís da Câmara Cascudo (1898-1986)  riscou nos jornais da cidade e o maior deste apanhado reuniu-se numa coluna que andou pelos jornais com o título de Actas Diurna no jornal A República em 1939, depois Diário de Natal, desaparece, volta a A República e tem fim em 1960, aponta o historiador Itamar de Souza nos fascículos “Câmara Cascudo: vida & Obra”, Diário de Natal, 1999.

Cascudo mesmo explica numa Acta Diurna de 1939: “dei-lhe batismo latino porque a intenção cultural é honrar o passado, nas suas lutas, alegrias, tragédias e curiosidades”. E foi neste exercício de jornalismo com fundo histórico e memorialístico que Cascudo desfilou uma enfileiradas de figuras da cidade de todos os tempos, compondo pequenos retratos que revelam não só a ação dos seus perfilados, mas os pequenos detalhes que constroem a figura, jeito de ser, as maneiras.

Daliana Cascudo, que dirige o Instituto que leva o nome do historiador, abrigado na casa em que ele morou em Natal, ali na avenida também Câmara Cascudo, subida da Ribeira para Cidade Alta, conta que ao listar tudo se deparou com uma diversidade de temas, inclusive Cascudo escrevendo sobre ecologia. 

Parte deste material, no que se refere às figuras históricas do Rio Grande do Norte, o Instituto Histórico resolveu formar em coletâneas e as coletâneas em volumes e saiu o projeto editorial de sucesso que correu por 10 edições: “O Livro das Velhas Figuras” (1974-2008).
 
Correr ao índice é encontrar títulos que se apresentam por si só como palavras-chave, facilitando à pesquisa futura: O Senador Guerra; Dona Izabel Gondim; Doutor Barata; O Galo da Torre de Santo Antonio e o seu doador; Américo Vespúcio no Açu; A Lagoa Manoel Felipe; O Barléus do nosso Instituto.

Outros temas históricos foram aparecendo, para além dos perfis biográfico, para satisfação dos pesquisadores e leitores e “O Livro das Velhas Figuras” se firmou nas palavras do jornalista Vicente Serejo, orelhas do volume 2, uma fusão de ritmos e construções de um Cascudo historiador das pequenas vidas e das pequenas coisas.

Este artigo é parte de uma série de artigos do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN), coordenada por Gustavo Sobral e André Felipe Pignataro para o jornal Tribuna do Norte. A série trata de livros de autores do Rio Grande do Norte.

Fundado em 1902, o IHGRN completa 120 anos em 2022. É a mais antiga instituição cultural potiguar. Abriga a biblioteca, o arquivo e o museu mais longevos em atividade do Estado. Promove exposições, palestras e atividades voltadas à manutenção e divulgação da cultura, história e geografia norte-rio-grandense, e publica a sua revista desde 1903, sendo a mais antiga em circulação no Estado.

Por Redação Tribuna do Norte
30 de outubro de 2022

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

 


    Primavera

Chega a primavera, então eu me lembro,
Das doces manhãs,
Nos campos floridos.
Emoções que vem a cada setembro;
Nas recordações dos meus tempos idos.
Linha limite, do feio e do belo.
Deixa a sua marca no pé de ipê
No chão estende um tapete amarelo,
No alto o belo, da flor pra se ver.
Um encanto
Com a transformação;
Beija- flor se exibe, pairando no ar.
A abelha que busca alimentação
Pelos recantos do grande pomar;
Mesmo sem cair a chuva no chão,
Sua presença faz tudo mudar.
Custódio Conrado Neto
Todas as reações:
Aldo Cardoso Cardoso, Danielartes Reis e outras 27 pessoas

 Núbia Frutuoso

Mostro as cores da vida no meu verso
Sentimentos vestidos de emoção
O poema que sai do coração
Quebra o palco do mundo controverso
Tem a força que move este universo
A virtude que foge da maldade
Com a pena que traz serenidade
Eu pincelo palavras de alegria
*Eu revelo na voz da poesia*
*Sentimentos de amor e de bondade*.
Mote e Glosa: Núbia Frutuoso

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

AGENOR MARIA - O CÉU PRECISA SER MUITO BOM PRA SER MELHOR QUE O SENADO

                                  


Agenor Nunes de Maria ou simplesmente Nonô era natural de São Vicente, região do Seridó/RN. Foi militar da Marinha, vereador (1956-58, 62) pela sua terra natal onde também foi comerciante/feirante, além de agropecuarista, cooperativista, sindicalista rural, deputado estadual (1962-66), deputado federal em 1968 e 1983. Nas eleições de 1974, a convite do ex-governador Aluísio Alves, Agenor foi candidato a senador da república. Uma jogada estratégica de Aluísio (coisas da política). Consta-se que Agenor, ao recever o convite do líder político Aluízio Alves, agenor teria dito que não dispunha de recursos financeiros para fazer sua campanha, porém não tinha nada a perder. No que aceitou aquele convite, percorreu o estado de ponta a ponta com  seus companheiros de MDB, apresentou-se na televisão (se não me engano, foi a primeira campanha política inserida no rádio e televisão, no estado norte-rio-grandense  (TV Universitária, da UFRN, de Natal). Pois bem, com aquele seu linguajar próprio do sertanejo, ganhou a eleição para o renomado jurista, então deputado federal Djalma Aranha Marinho, da ARENA - Alenaça Renovadora Nacional, por quase 20 mil votos de maioria. Djalma tinha o apoio do presidente da república (regime militar), além do senador Dinarte Mariz, do governador nomeado Tarcísio de Vasconcelos Maia. 

Senador atuante, combativo. Os seus pronunciamentos no Congresso Nacional, brilhava, encantava. Publicou os livros intitulados "Os Roteiros de Uma Luta", 1975, "Rio Grande do Norte do Presente", 1977, além de ter recebido várias honrarias.

Lembro-me que em 1985 estive em seu gabinete quando vereador e presidente camara,Municipal do Assu em companhia do prefeito da terra assuense Ronaldo Soares quando ele, Agenor, exercia o cargo de deputado federal. E ele, Nonô, a ler alto, emocionado,, o discurso que seu colega de parlamento, deputado pela Paraíba Raimundo Asfora teria pronunciado na tribuna do Congresso Nacional, traçando o perfil  de Agenor como homem público e parlamentar potiguar como "a mais bela voz rústica do parlamento brasileiro.”

Se o ex-senador carioca chamado Darcy Ribeiro, disse que "o Céu é melhor que o senado, Agenor Maria na tribuna do congresso, pronunciou: "O céu precisa ser muito bom, pra ser igual ao senado.

(Em tempo: o senador Dinarte Mariz já teria dito: Pra ir pro céu é preciso morrer!).

(Fernando Caldas)

sábado, 21 de setembro de 2024

LUIZ RAUL DE SENA CALDAS, deixou a cidade de Assu por volta de 1933, para estudar no Rio de Janeiro, então capital federal, onde formou-se e engenharia civil. Formado, prestou serviços ao antigo Departamento de Águas e Esgotos daquela terra carioca. Tempos depois, fora convidado pelo conselho Britânico a conhecer a Inglaterra. Foi ele, que construiu (ele era primo e amigo de meu avô paterno Luis Lucas Lins Caldas Neto) a estrada carroçável ligando Assu a Mossoró, não sei ao certo, se no final dos anos vinte ou no começo da década de trinta, Raul Foi proprietário de terras de agricultura no Vale do Açu, filho filho abastado de João Pio Lins Wanderley, e deixou filhos. Lúcia Caldas, sua filha que está na fotografia é pintora/artista plástica renomada no Rio de Janeiro. Por fim, Raul empresta o seu nome a uma das ruas da cidade de Assu, no bairro Novo Horizonte. Fica o registro.

Fernando Caldas




sexta-feira, 20 de setembro de 2024

🔴 (AO VIVO) EXPO TCM - FENAVALE (20/09/2024) - ASSÚ/RN

 


 

 
A Associação Literária e Artística de Mulheres Potiguares - ALAMP, entrega à comunidade leitora a 11ª antologia, dessa vez homenageando Belisária Lins Wanderley de Carvalho e Silva
*"Escritos para Belisária - A baronesa da liberdade"* foi organizada por Flauzineide Moura e Mona Lisa Machado. 138 páginas que se dedicam a enaltecer uma figura feminina e histórica do século XIX.
A escritora Leide Câmara abre a antologia, após a Apresentação e Prefácio. O Perfil Biográfico de Belisária, traçado por Leide Câmara, tem importantes informações históricas e genealógicas sobre a Baronesa de Serra Branca. Depois dela, outras mulheres alampeanas escrevem na prosa e poesia sobre a homenageada.
Muitas perguntas ainda esperam respostas nesta temática apresentada no livro. Elas hão de vir com o tempo. Torço para que sejam trazidas também por mulheres.
Fecha-se o livro com o Posfácio de Auricéia Antunes de Lima, jornalista e escritora. Aplausos e concertos para as mulheres que participam dessa antologia. A qualidade dos textos é como uma geografia de planaltos e planícies, cabe ao leitor discernir.
Gostei muito das ilustrações. Faço duas observações para futuras edições, a saber: estabeleçam a grafia correta para o termo que define o topônimo da Baronesa, há Assu e Açu. A outra coisa é um pedido, sei que Renato Caldas é bom e grande poeta, mas ele entrou aqui de cabido. Substitua-o por uma poeta.
De resto, viva a Baronesa, a ALAMP e o livro, instrumento de liberdade.
Francisco Martins

19 de setembro de 2024
O livro vai ser lançado hoje.
Pode ser um doodle de texto

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Por João Lins Caldas (1888- 1967), poeta potiguar do Assu, Poema inédito e sem epigrafe, publicado na popular revista Fon-Fon, do Rio de Janeiro, em 1924. Esse poema, sem dúvida, mostra a grandeza do seu poetar. Vejamos:

 

Eu acendi o relâmpago do ódio.

A noite tem ladrões engurujados

E tem traidores

E tem invejosos

E tem morcegos

E tem corujas

Eu preciso com os seus relâmpagos queimar toda essa fauna da noite.

A noite tem ladrões engurujados

Eles são lemáticos e frios,

Desencantados

O encanto dos charcos mais sombrios,

A sombra de todos os malvados,

- Condenados,

As suas ânsias, os seus arrepios...

A noite tem, com a traição, a inveja, os invejosos...

São da noite

Todos esses negros partos monstruosos...

São da noite

Os ladrões, a traição, os invejosos...

Mas da noite

Luminosos

Os relâmpagos que hão de queimar também todos os invejosos...

Acendam-se todos os meus relâmpagos.

 

(Postado por Fernando Caldas)




Amor rima com dor
Amar com gostar
Coração com solidão
Paixão com aflição
Tirando a dor do amor
A solidão do coração
E a aflição da paixão
Fica mais fácil gostar e amar!

J. A. Simonetti @ja_simonetti

 


quarta-feira, 18 de setembro de 2024

O poetugês que viveu no Assu, chamado João Cachina Gonçalves,e sua esposa no dia em que doara sua biblioteca ao Colégio Nossa Senhora dasVitórias, Assu/RN. Na fotograia algumar freiras e alunas.

 

   






























O Livro das Velhas Figuras

  Gustavo Sobral  Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte [IHGRN] O jornalismo em artigos quase crônicas, em crôni...