segunda-feira, 29 de junho de 2020

ASSU BICAMPEÃO


O fato ocorreu quando o Assu foi bicampeão de futebol de salão (hoje, futsal), em 1966, no Palácio dos Esportes, em Natal. Vejamos a taça (daquele campeonato potiguar) erguida por Nazareno Tavares "Barão". E na chegada dos campeões a cidade de Assu festeira virou carnaval. Lembro-me bem de uma modinha que os assuenses cantavam naquele dia festivo, que diz assim: "Assu bicampeão, do litoral até o sertão (...). 

Era o técnico daquela seleção, Edson Queiroz que foi funcionário do Banco do Brasil, agência de Assu. Seus jogadores se não me falha a memória eram: Rui, Anchieta, Leleto, Mazinho, Dedé Lambioi, Maninho, Mauro e Agapito  (esses três útimos, naturais de Fortaleza, Ceará. Fica um pouco desse registro de muita importância para o esporte assuense.

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CORDEL: DEVOLVAM MEU SÃO JOÃO
Diga não ao enlatado,
Tem muita pornografia
Não gosto de porcaria
Sou mais o lindo xaxado
Povo bom desmantelado,
Viva Elino Julião
É potiguar do sertão,
Música boa e atual
Pois tornou-se atemporal,
Devolvam meu são João.
Deixe 'forró' anulado
Para o restante do ano
Assim digo e não me engano
Do Nordeste é meu estado
Sou um matuto arretado
Junho, viva meu torrão
Tem nosso rei Gonzagão,
Zabumbeiro e sanfoneiro
A voz de Alcimar Monteiro,
Devolvam meu São João.
Não troco forrobodó,
Por pegação e 'sofrença'
Isso é mesmo uma doença,
Deixe de lado Teló
Eu prefiro o meu forró,
Pois tem xaxado e baião
A bela Elba e Assisão,
Nossa gente Marinês
É cultura com vocês,
Devolvam meu São João.
Escuto Trio Nordestino,
O grande Nando Cordel
Um legado que é fiel,
Dominguinhos paladino
Nas 'oiça' desde menino,
Não o forró depravação
É uma falsa inversão,
Isso é lixo, bagaceira
Pois é música passageira,
Devolvam meu São João.
Nesse belo mês junino
Bote lenha na fogueira
Pra dançar a noite inteira
Prove que é um nordestino
Forró falso é clandestino
E viva o nosso sertão
Coisa boa é tradição
Waldonys e Flávio José
Os dois aplaudo de pé
Devolvam meu São João.
Esqueça esse Xandy, o tal,
Sou mais legado junino
Meu torrão Pedavelino,
Forró tradicional
Pé-de-serra é mais legal,
Marília é ostentação
Não escute Safadão,
Quero pra minha cidade
A cultura de verdade,
Devolvam meu São João.
Fico triste e desolado
Com o sertanejo atual
Eu não acho isso normal,
Hoje tudo tá mudado
Se perdeu o rebolado,
Rita de Cássia é canção
Ela defende o sertão,
É cantora de primeira
letra pura e verdadeira,
Devolvam o meu São João.
Temos Luan Oliveira,
Mestre Tatá Sanfoneiro
Pedro Rosa forrozeiro,
Também Eugênio Ferreira
Defendem nossa bandeira,
Raimundo Flor meu rincão
Pedro Paulo é região,
Galego e João de Tatá
Temos Jair e Geová
Defendem meu São João.
Marcos Calaça é poeta regionalista.
Essa foto é dos meus quatro filhos quando crianças.

ASSÚ NO PÓDIO

(PEDRO OTÁVIO OLIVEIRA)
A Cidade de Assú foi pioneira em diversos aspectos, demonstrando inúmeros talentos e testemunhos de êxito e glórias em diferentes partes do Mundo. O futebol também era motivo para regozijo e participação da população, que o tinha como um entretenimento. Um dos primeiros times de que se tem registro, senão o primeiro, foi o Macapá. Concomitantemente a ele, havia, entre outros, o Chaint-Ècler, além de ter surgido anos depois o Botafogo, de Pedro Magalhães, o Palmeiras.
A partir dos anos 1950, com a atuação de Arcelino Costa Leitão na sociedade assuense, foi que essa modalidade esportiva ganhou notoriedade e expansão, indo além das fronteiras estaduais para participar de campeonatos. Com esse advento, surgiu o Estádio Senador João Câmara e o Centro Sportivo Assuense, ambos regidos pelo vaidoso Costa Leitão. Com essa oportunidade, nasceram novos talentos como Nazareno Tavares (Barão), Mariano Tavares, Clóvis Boi, Gale-Gale, Sebastião de Ari, Zé Pretinho, o qual chegou a ser requisitado para atuar em uma seleção cearense.
Costa Leitão, que chegou ao Assú nos idos de 1930, por meio das Lojas Paulistas, da qual era funcionário, aqui estabeleceu sua vida profissional e política, demonstrando empenho e vigor em trabalhar pela terra que o adotou como um incentivador cultural. Diante de sua obstinada participação nas reuniões sociais de então, entrou para a carreira política e saiu eleito Prefeito Municipal pelo “povo de pé no chão” em 1957. Assim, sob a batuta do legítimo chefe do executivo, o Assú pôde conquistar muitos recursos significativos para o seu crescimento enquanto cidade interiorana.
Aliada a Costa, no mesmo período enquanto prefeito, estava sua esposa, Maria Olímpia, que ingressara na política municipal como vereadora. Posteriormente, para suceder seu esposo, foi eleita prefeita em 1962, tendo exercido o cargo de 1963 a 1969. Maria Olímpia, a primeira mulher que foi eleita prefeita em Assú e uma das pioneiras de nosso Estado.
Como resultado do incentivo ao esporte, a Seleção de Futebol de Salão de Assú, que tinha o bancário Edson Queiroz como técnico, participou do I Campeonato Interiorano de Futsal. Na partida final, há exatos 56 anos, no dia 29 de Junho de 1964, realizada no Palácio dos Esportes em Natal, a nossa seleção sagrava-se campeã. Venceu a seleção do Ceará Mirim com o placar de 5 x 2.
A vitória, especialmente, deve-se àqueles que marcaram os gols: um de Leleto, dois de Mazinho e dois de Juninho, ao qual dedico esta crônica comemorativa. Os jogadores titulares do time eram Edival Martins, Anchieta, Leleto, Mazinho e Francisco Sousa Júnior, tendo como reservas Wilson Nogueira, Dedé, Rui Areia e José Edilson (UU).
No dia seguinte à conquista, 30 de junho, Maroquinha, então Prefeita, decretou feriado municipal para as devidas comemorações. Com muita euforia, a seleção foi recepcionada pelos torcedores com fogos de artifício, na entrada da cidade, à altura da Ponte Felipe Guerra, levando-os em carreata até o centro da Cidade. Ali, defronte à Prefeitura Municipal, estava, dentre muitas pessoas, a Prefeita, que, calorosamente, cumprimentou os jogadores com enorme satisfação. Seguindo à risca a tradiçao de povo festeiro, a homenagem culminou com uma festa social no Clube Municipal.
A comemoração, porém, não contou com todos os homenageados, visto que Leleto viajou para Macau, a fim de cumprir, no dia posterior, um compromisso de trabalho no Banco Brasil, e Edival, filho de Sandoval, seguiu para Recife, onde estudava e, por isso, deveria retornar para o início das aulas.
Mantendo a cultura esportiva em efervescência, atualmente, o Assú conta com o time Camaleão do Vale, que está suspenso durante a Pandemia do COVID-19. Para evocar à lembrança dos assuenses, este dia histórico, voltando a 1964, abaixo está a fotografia (pertencente ao acervo de Juninho) que situa, na historiografia assuense, aquele momento de glórias. Na foto, estão Juninho por trás de Geraldo Dantas, Edson Queiroz discursando, Rui Areia (trajando roupa branca), Maroquinha, José Edilson e o locutor João Inácio. Aos integrantes daquela vitoriosa seleção, minha admiração expressa por meio do presente resgate.

  UMA VEZ Por Virgínia Victorino (1898/ 1967) Ama-se uma vez só. Mais de um amor de nada serve e nada o justifica. Um só amor absolve, santi...