SOBRE TUDO
FERNANDO CALDAS
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
segunda-feira, 18 de novembro de 2024
NINGUÉM CONHECE NINGUÉM
Senhor: eu não acredito
Que ninguém escute o grito
De angústia que a fome tem.
Não quero saber quem foi,
Quem inventou o perdoe...
Se negando fazer bem.
A espécie humana rasteja,
Sem saber o que deseja
Nem mesmo para onde vai...
É marcha hostil da matéria,
Caminha tropeça e cai.
Não sei no mundo o que fui
Fui talvez Edgar Poe...
Um Agostinho... Um Plutão...
Nos festins da inteligência,
Mergulhei a consciência
E o vício estendeu-me a mão.
Na estrada dos infelizes
Na confusão dos matizes,
Nascem as flores também!
Sim, nos cérebros dos pobres
Há pensamentos tão nobres...
Ninguém conhece ninguém.
Fui nômade! Aventureiro,
Fui poeta seresteiro,
Um lovelace também!
Amei demais as mulheres
E procurei nos prazeres,
Marchar a face do bem.
Hoje, sinto a claridade,
Tenho, pois, necessidade
De meu passado esquecer.
Pouco importa os infelizes
À marcha das cicatrizes...
Se deixarem de doer.
Já viu lavar a desgraça?
Ou afogar na cachaça
A vergonha... a precisão?
É a fome conveniente
De tornar-se indiferente...
Podendo estender a mão.
Uma esmola por caridade:
É a voz da humilhação,
Morrendo de inanição
Não diga nunca perdoe,
Não queira saber: quem foi!
Esse alguém... é vosso irmão.
Renato Caldas
segunda-feira, 11 de novembro de 2024
ALICE WANDERLEY poetisa de ilustre familia do Assu poético. Tipo baixa, olhos negros, se não me engano. Conheci dona Alice já usando bengala, tinha eu 9 anos de idade e morava a poucos metros de distância do seu rico casarão da Rua Algusto Severo. Lembro-me do pé de juazeiro, bem como um pé umbú verdadeiro que tinha no oitão da sua casa. Sempre me dava alguns umbús deliciosos e suculentos, quando entrava na sua residência de volta do Colégio das Freiras onde estudava. Por sinal, ela é madrinha de batismo de meu pai, além de parente. (Câmara Cascudo depóe que Wanderley e Lins Caldas pertence a mesma gens). Dona Alice ao perder na morte seu marido chamado Luiz Paulino cabral (que é nome de rua na cidade de Assu), passa a morar com seus dois irmãos solteirões convictos Solon e Afonso Wanderley (proprietários que foram da Padaria Santa Cruz (um ponto de encontro de intelectuais, políticos e figurões da cera de carnúba e algodão), vindo a falecer no dia 15 de março de 1964. Ainda guardo como lembrança de Alice uma cômoda que foi de sua propriedade, já com mais de cem anos. Alice Wanderley, no dia que completara 70 anos de idade, saudosa do marido amado que perdera na morte, escreveu:
quinta-feira, 7 de novembro de 2024
QUEM?
domingo, 3 de novembro de 2024
DILINA PRA CASAMENTO
Era o ano de 1949. Walter de
Sá Leitão namorava Evangelina Tavares, por apelido Dilina, filha do casal Maria
Celeste Tavares e Fernando Tavares, mais conhecido no Assu e região como Vemvém
(meus avós maternos). Pois bem. Era dia do aniversário de Vemvém, comemorado na
fazenda Tanques, com a presença de familiares e amigos. Entre tantos, Dix-Sept
Rosado (que foi governador do Rio Grande do Norte, em 1951 (ambos eram além de
amigos, duplamente compadres), Mário Negócio, Epifânio Barbosa, Expedito Silveira,
José Gonçalves de Medeiros e Mário Negócio, entre outros. Os comes e bebes já
tinha começado. Chega Walter (que já namorava Evangelina) e, ao abraçar o
futuro sogro, saiu-se com essa: Vemvém, vou lhe pedi um presente!” “Peça,
Walter, o que você quiser!”, disse o anfitrião.” Walter não deixou para depois,
dizendo assim: “Quero Dilina, pra casamento!” E a risada foi geral.
Em tempo: O casamento de
Evangelina e Walter fora realizado e teve como padrinhos Dix-Sept Rosado/ Adalgisa
de Souza Rosado e Antônio Coelho Malta/Nancy Malta. Ele, Malta, agrônomo de Profissão
que chegou no Assu procedente do Recife, para dirigir a Base física do então Distrito
de Sacramento, atual Ipanguaçu. Antes, Walter teria se casado com Laurita Da Silveira
(De Sá leitão por casamento), que veio a se encantar, poucos anos depois).
Fernando Caldas
sábado, 2 de novembro de 2024
ULISSES CALDAS DE AMORIM, se não me engano, era funcionário do DNOCS, escritório de Assu. Era meu parente e cheguei ainda a conhecê-lo. Pois bem. Ulisses não perdia um cortejo fúnebre, até mesmo de quem ele não conhecia, porém, quando chegava ao portão de entrada do cemitério, voltava pra casa. Certo amigo de Tio Ulisses (como ele era mais conhecido na cidade de Assu), indagou: Tio Ulisses, porque você quando acompanha um enterro e, ao chegar na entrada do cemitério, você não entra?” Ulisses sem nem pestanejar, respondeu: "Amigo, quem não é visto, não é lembrado."
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