quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O amigo da onça e o convite de Walt Whitman


Capítulo final do ensaio Ferreira Itajubá o drama da vida de província (OTHONIEL MENEZES  Obra Reunida, no prelo)


Ele próprio, Ferreira Itajubá, desventurado Lucien Chardon sem David Sechard e sem D Arthez,3O4 intercalara no ofertório do seu mavioso poema tão generosamente hipócrita  a íntima evidência da verdadeira verdade, grito de naufragado do barco alvissareiro em que não quis partir, na hora mais propícia:

Trinta e quatro anos tenho, entre escolhos, vivido,
sofrendo angústias cruéis. Ah! que tempo perdido!
Fui muito néscio em crer nos pregões da ventura.
Nunca um astro fulgiu, na imensa noite escura
que a areia me invernou da estrada dolorida.
Que resta hoje a teu filho? a sombra espavorida
do cipreste esgalhado, onde o mocho agourento
pousa de ramo em ramo, ao cair do relento...
.....................................................................
E nem quero um letreiro à compaixão futura.
um sinal, uma cruz, no pó da sepultura...

Realmente nenhuma dessas postiças, curiais, inanimadas exteriorizações póstumas, mais ou menos irônicas, mais ou menos desmoralizadas pela rotina, mentira sacrílega para a comédia do egoísta e do soberbo, tardio laurel para o holocausto do herói ou do santo, poderia, jamais, corresponder à altura condoreira e ao sereno fulgor da glória do grande felibre.305

Não se tivessem malogrado, tão dolorosamente, os altos desígnios  trazidos do berço, bem coerente lhe fora, como aconteceu a Thummel, 306 célebre poeta alemão, cujas cinzas repousam dentro do tronco de um carvalho centenário, na sua cidadezinha natal de Noeblenitz se se tivesse reintegrado com a Natureza, a que tanto amou e cantou docemente, pelo harmonioso, incorruptível intermédio das raízes, da seiva e das flores de um desses veneráveis pau-darqueiros dos nossos morros, contemporâneos das suas canções inimitáveis.

Nenhum poeta do Rio Grande do Norte, em todos os tempos, mais do que ele, mereceu o símile307 do epitáfio escrito por Antípatro,308 o coríntio, em honra do divino evocador de Ílion:309

Aqui jaz Homero. Que dizes? Sabes tu, acaso, se ele
jaz aqui ou
além, na terra ou no mar? Homero está aqui e além,
está no ar que
passa. E aí tens, viajante, o motivo porque respiras
poesia no ar que
passa. Deixa-me, pois, escrever Aqui jaz Homero,
que morreu em
plena mocidade, porque morreu poeta.

Na hora suprema da bela tentativa migratória, a ele e a nós outros, há muito comprometidos, irremissivelmente, na sinistra farsa das competições ideológicas e da concorrência à feira das mesquinhas vaidades distritais, enleados na trama pragmática e delirante da conquista da caloria, mutuando310 hostilidades e mexericos de zeladoras: incompreendidos e incompreendendo, habendo vendido nuestro derecho de primogenitura por um plato de hechos,311 faltou-nos a voz galvanizadora e cordial de Walt Whitman, conclamando os pioneiros:

Sai dos negros limites, sai de entre as cortinas!
Vem! O caminho está aberto à nossa frente!
Que as folhas fiquem abertas sobre a escrivaninha,
e o livro sem abrir no seu armário!
Que os instrumentos permaneçam nas oficinas!
Que o dinheiro permaneça sem ser ganho!
Que repouse a escola! Não importam os brados dos
mestres!
Que o pregador pregue em sua cátedra!
Que arrazoe o advogado no tribunal, e o juiz exponha
a lei.
Camarada, dá-me a tua mão!
Eu te dou meu afeto, mais precioso que o dinheiro.
Eu te dou a mim mesmo, em vez de prédicas e de
leis.
Queres dar-te a mim? Queres seguir comigo?
Seguiremos juntos, um ao lado do outro,
enquanto durarem nossas vidas!
Alerta sempre! Sempre para frente!

Esta, entretanto, é a voz de um poeta, e tão cedo não poderia ser percebida, sob o clamor do colossal mercado onde poderíamos lobrigar, num ângulo momentaneamente livre do angustioso aperto da multidão desvairada no delírio da traficância, a sombra sarcástica do velho Ibsen,312 os óculos na ponta do nariz rubicundo, a anotar no seu canhenho313 pessimista: Vejo ventres, mãos, cabeças, mas não vejo um único homem na terra.

Na terra onde é furiosamente importante a gente ilustrar, em sessão contínua, o

Rien me moblige à faire un livre,
mais la raizon moblige à vivre...314

Perdoa a essa raça de víboras, Ferreira Itajubá, que há trinta e cinco anos, estás emancipado do demônio do struggle for life,315 desta  ...necessidade de horroroso, que é talvez propriedade do carbono,316 conforme dizia com a sua dilacerante experiência de convívio com as feras humanas, Augusto dos Anjos, ainda aduzindo uma escusa biológica para a malvadez dos que te apodavam de poeta!

Foste derrotado na praça, entre os sub-homens do acerbo ironista de Espectros, por que não trocaste tuas barras de ouro pelas moedinhas de cobre que eles fazem circular, no câmbio da exaltação das mediocridades bem-aventuradas. Mais a hora dos Poetas chegará. O Dinheiro não pode salvar o mundo. E vale a pena ir passando fome. Sursum corda! 317

Caído em extrema penúria, ao cabo de sofrimentos físicos e morais incomportáveis; egresso do presídio, onde diariamente provou o chicote dos guardas, expiando por toda a humanidade, conforme confidenciou a Cécile Sorel,318 o incomparável lapidário de O Retrato de Dorian Gray foi levado, pelos últimos devotos, a um dos mais luxuosos nosocômios de Paris. Moribundo, apático, ruína lancinante do maravilhoso espírito que encarnara o Vivian de A Decadência da Mentira,319 a olhar em roda os cristais, os imaculados reposteiros de linho, o brilho e o grande ar de conforto burguês,
do leito em que jazia, ele, que fora o mais festejado, o mais invejado, o mais impertinente dos dândis da pátria de Brummel,320 gravando nas vitrinas das joalharias, com o diamante do anel, os nomes das arquiduquesas conquistadas, exclamou, dolorosamente: Morro como sempre vivi: acima das minhas possibilidades... Viveu, e morreu, infinitamente abaixo das suas possibilidades, antítese enervante, o Bernardim321 potiguar.

Tinha também amigos, como aconteceu à onça da gostosa inventiva humorística de Péricles Maranhão.322 Que o não cercaram, na hora trágica da adversidade; não o levaram a nenhum hospital onde houvesse morrido como Wilde. Amigos, daqueles, nos Quatrains Moraux que Guy de Faur, senhor de Pibrac,323 comparava a melões:324

Les amis de lheure présente
ont le naturel du melon:
il faut en essayer cinquante,
avant den rencontrer un bon.325

Ora, pois. Entre esses quarenta e nove melões do Sr. Pibrac, um havia cujo coração, todo de mel, estaria agora a secretar tintura de losna,326 serodiamente compenetrado de que, político na maior evidência, deputado federal de fulgurante expressão no país, amigo íntimo e conselheiro de Alberto Maranhão, teria podido, a um simples aceno, mudar o aspérrimo declive ao drama excruciante.

Não estamos formulando acusações gratuitas.328 Nem nos compete, por igual, espicaçar velhos remorsos hibernados. São bichos feios e bravios, a rosnar baixinho nos bolorentos subterrâneos, nas criptas sumerianas dessa deusa ignota, a que os casuístas do espiritualismo deram o vago apelido de consciência. E, por bichos serem, já nos bastam Santo Deus!  os que, vez por outra, na penumbra confessional daquela paragem de introspecções e flagícios,329 nos olham nos olhos e nos arreganham as fauces.330 Por que, então, iríamos cutucar tigres, assanhar lobisomens, cloroformizados, nas jaulas alheias?

Sem nenhum vínculo estomacal com qualquer dos partidos atualmente propostos a fazer do Brasil um formal paraíso jeffersoniano, externamos de própria conta uma verdade conhecida de todos os contemporâneos de Itajubá, e até agora por ventura  apenas congelada em homenagem ao preconceituoso imperativo de conveniências que, a propósito do assunto, aliás, já o escritor José Bezerra Gomes331 começou a destruir, submetendo a vigoroso critério histórico o estudo do caso. Conveniências, afinal, somente respeitáveis no consenso daqueles cujo honestíssimo Ideal é o de vencer na vida, embora engolindode que só travestidos de Orontes e Felintes atingirão a bem-aventurança dos diretores de bancos, dos ministros, dos empresários de pife-pafes...

Voltando aos melões: foi, aquele ardente admirador333 de Ferreira Itajubá, no Rio, quando parlamentar, uma espécie de cônsul da boa vontade, acolhedor, generoso, acessibilíssimo, amigo ideal (diz-se que a amizade é o ideal, e que os amigos são a realidade).

Quem teria definido tão bem o que Montaigne tanto exaltou? Amigo ideal, concedamos, de todos os comprovincianos334 em apuros, e aos quais distribuía todo o subsídio, mesmo aos que não rezavam pela cartilha do abaeté335 Pedro Velho. É este um dos prediletos argumentos com que se explica, vez por outra, sua notória pobreza.

Diga-se, todavia, francamente  e para não perder esta oportunidade  mal chegou a tempo para os funerais do poeta; funerais de terceira classe...

E para escrever, anos muito depois, com muita emoção, a história  do pária sublime, que viveu toda a sua pobre e atribulada vida, sem que mecenas, pelo prestimoso, altruístico, tão viável intermédio dos seus convivas, tivesse jamais notícia daquela iníqua indigência  mancha vergonhosa, escárnio sem nome, infamante exceção, em meio às benesses de que se propiciavam os mais felizes, às pingues336 propinas liberalizadas aos mais espertos: tertúlias e saraus de gala, paradas resplandecentes, jogos florais, a borbulhar à tona dessa famosa era da nossa Renascença social, artística e literária, sintetizada na esplêndida estampa centralizadora de Alberto Maranhão.

Notas de Laélio Ferreira:

304 Chardon, Sechard e D Arthez. Personagens de Balzac em Ilusões Perdidas (1843), volume fundamental da Comédia Humana, considerada a obra capital dentro da obra do grande romancista.
305 Poeta da escola provençal do século XIX.
306 Moritz August von Thummel (1738-1817). Poeta satírico, contista eadvogado alemão. Sob influência de outro poeta germânico, Christoph Martin Wieland (1733-1813), escreveu 10 volumes de uma Viagem Sentimental às Províncias da França nos anos 1785-1786”. Foi elogiado por Schiller (1759-1803), importante poeta, dramaturgo e filósofo alemão.
307 Qualidade de semelhante; comparação de coisas que tenham similitude entre si.
308 Antipatro de Sidon (Século II a.C). Poeta e escritor grego, autor de epigramas, contemporâneo de Catulo e de Crasso. Escreveu, também, o epitáfio de Anacreonte e a ele é atribuída a primeira relação das sete (número mágico, entre os gregos) maravilhas do mundo. Morreu muito velho. Foi mencionado por Cícero.
309 Ílion. Um dos nomes de Tróia. O nome da Ilíada, o poema de Homero, é derivado dessa palavra, a forma portuguesa do grego Iliás, vindo pelo latim da Ásia Menor. Divide-se a obra em 24 cantos, contendo 15.000 versos hexâmetros. Apesar de seu argumento ser extraído da famosa guerra troiana, não a narra por completo.
310 Trocar entre si (tratando-se de mais de um indivíduo ou coisa, ou de coletividades); permutar, reciprocar.
311 Vendendo nosso direito de progenitura por um prato de coisas (Ver Gênesis 25:29-34: Jacó com um prato de lentilhas comprou a primogenitura de Esaú, seu irmão.).
312 Henrik Johan Ibsen (Skien/Noruega, 20.03.1828-Kristiania/Noruega, 23.05.1906). Teatrólogo nórdico, considerado um dos criadores do teatro realista moderno.
313 Caderneta, registro de lembranças, diário.
314 Nada me obriga a escrever um livro/mas a razão me obriga a viver  Jean de la Fontaine (Chateau-Thierry/França 08.07.1621 - Paris, 13/ 04/1695). Poeta e fabulista francês.
315 Luta pela vida.
316 Versos do poema Monólogo de uma Sombra, do Eu e outras poesias.
317 Corações ao alto!, expressão latina. Ver nota ao poema Estâncias, em Jardim tropical, neste volume.
318 Céline Emilie Seurre, condessa de Ségur (Paris/França, 07.09.1873- Trouville-sur-Mer, Calvados/França, 03.09.1966). Com o nome artístico de Cécile Sorel foi atriz famosa e uma das mulheres mais bonitas da França, uma celebridade mundial. Legendária, apresentou-se no Rio e no Teatro Municipal de São Paulo, aos 65 anos de idade, com sua grande companhia de comédias.
319 A Decadência da Mentira. Ensaio de Oscar Wilde, publicado em 1891.
320 George Bryan Brummel (Londres/Inglaterra, 1778-1840). Fidalgo inglês, representava o supra-sumo, a quinta-essência da elegância masculina. Foi o máximo expoente do dandismo. Gastou tanto com roupas, adereços e penduricalhos que morreu pobre.
321 Bernardim Ribeiro (Torrão/Portugal, 1482? - 1552?). Poeta e escritor renascentista. Pertenceu à roda dos poetas palacianos, juntamente com Sá de Miranda, Gil Vicente e outros. Teria freqüentado a corte de Lisboa, colaborando no Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende.
322 Péricles de Andrade Maranhão (Recife/PE, 14.08.1924-Rio de Janeiro/RJ, 31.12.1961). Desenhista e humorista brasileiro de grande sucesso nos anos 1940 e 1950. Em outubro de 1943, a revista O Cruzeiro começou a publicar os cartuns do Amigo da Onça, que se transformaria, durante dezessete anos, num dos personagens mais populares do país. Alcoólatra, atormentado, solitário, Péricles suicidou-se, num final de ano, abrindo a torneira do gás, num apartamento de Copacabana. Antes do ato extremo, afixou na porta um cartaz no qual se lia: Não risquem fósforos.
323 Guy du Faur (1529-1584). Senhor de Pribac, jurista, diplomata e poeta francês.
324 Quadras Moralistas.
325 Os amigos da hora presente são como os melões: para encontrar um bom, há que se experimentar cinqüenta (Pribac). Quadra semelhante é atribuída a outro poeta francês do mesmo século, Claude Mermet, nascido em 1550, com ligeira variação: Amigos são como melões; devo te dizer porque? Para encontrar um bom você precisa provar cem.
326 Absinto. Sentimento de tristeza; amargura (sentido figurado).
328 OM, pela idade, não logrou interagir com Itajubá. Era, este, 19 (ou 20) anos mais velho. No entanto, conhecia-lhe as agruras, o que lhe acontecera no Rio de Janeiro, pois foi amigo de dezenas de companheiros, de íntimos do poeta de Branca. E havia conhecido, pessoalmente, de longe, seu ídolo Manoel Virgílio Ferreira. Em textos inéditos que produziu para este ensaio  preciosidades hoje em poder do autor destas notas, que não sabe porque seu pai não os publicou , um desses revela a juvenil admiração que tinha pelo cantor da Barcarola. Em 1908 (ou 1909), aos 13 ou 14 anos de idade: [...] durante uma passeata de operários da Great Western em greve [escreveu OM], vimo-lo, ovacionado freneticamente, assomar a uma das janelas do sobrado da Estação, transfigurado, a fronte escantoada [que tem os ossos muito salientes; ossuda], formosíssima, iluminada pelos divinos eflúvios do gênio, aqui e ali engasgado pelo escachoar dos vocábulos, bradando para a praça onde o povo fervilhava [...]. OM sabia, por exemplo, que muitos anos depois da morte do vate, existia no Bairro Anchieta, logradouro da comunidade operária das Rocas, uma célula de estivadores do PCB, antigos companheiros, com o nome de Ferreira Itajubá. Na sede do núcleo comunista  enquanto esteve na legalidade o partido do senador Carlos Prestes -, o retrato do tribuno fundador da Liga Operária Norte-Rio-Grandense ali estivera, ao lado das grandes figuras representativas do credo marxista. Nessas anotações inéditas, OM revela, também, outro fato importante sobre Ferreira Itajubá no Rio de Janeiro: Henrique Castriciano lhe contara que o poeta, num encontro, confessou achar-se em preparativos e entendimentos, junto a um certo prócer em oposição ao situacionismo pedrovelhista, para vir fundar um jornal de combate, e derrubar a oligarquia.
329 Infâmias, opróbrios, ignomínias; torturas, tormentos, flagelos.
330 Gargantas, goelas.
331 Ver nota no Sertão de espinho e de flor, neste volume.
332 Alceste, Felinte e Oronte. Personagens de Molière, na peça O Misantropo. Alceste é, na obra, um homem revoltado com a sociedade hipócrita e tortuosamente simples em que se insere.
333 Eloy Castriciano de Souza. Deputado federal de 1895 a 1914. Ver Notas ao Canto 15, do Sertão de espinho e de flor.
334 Que ou os que são da mesma província que outros.
335 Homem bom e de palavra; forte, grande, bruto.
336 Polpudas, vultosas, consideráveis, fartas.

Postado por Fernando Caldas
Foto: Natalpress

Diretor nega responsabilidade do Dnocs por inundação em Jucurutu

Diretor do Dnocs explicou que as chuvas foram as maiores desde a construção da barragem Armando Ribeiro Gonçalves 

Diretor do Dnocs explicou que as chuvas foram as maiores desde a construção da barragem Armando Ribeiro GonçalvesO diretor geral do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), Elias Fernandes, nega que a responsabilidade pela inundação em Jucurutu seja responsabilidade da instituição que comanda. Para o ex-deputado estadual, não havia como evitar o alagamento com uma chuva que, segundo ele, foi a maior na região desde que a barragem Armando Ribeiro Gonçalves foi construída.

Irritado com as declarações do prefeito Júnior Queiroz, que atribuiu o problema ao Dnocs, Elias Fernandes explicou que órgão vem buscando contribuir com obras na cidade e que, inclusive, destinou aproximadamente R$ 300 mil para a construção de uma passagem molhada no município. Elias Fernandes garante que não havia como prever que as bombas que funcionam no local ficariam submersas tão rapidamente.

"Uma chuva de 176mm é algo que nunca ocorreu desde que a barragem (Armando Ribeiro Gonçalves) foi construída. O que aconteceu foi um acidente natural, e não culpa ou irresponsabilidade do Dnocs", garantiu o diretor geral.
Água está baixando, mas moradores ainda não puderam retornar às casas durante a manhã desta quarta-feira
                                                     junior santos                   
 Água está baixando, mas moradores ainda não puderam retornar às casas durante a manhã desta quarta-feira

Para evitar novos incidentes caso as fortes chuvas voltem a ocorrer no município, Elias Fernandes informou que as bombas atuais, provavelmente queimadas devido ao período submersas, serão consertadas e, posteriormente, o Dnocs vai adquirir três bombas com maior potência.

"Vamos fazer um dimensionamento, estudar as necessidades da cidade, que cresceu muito. As bombas que davam conta de puxar a água há anos atrás não dão o mesmo resultado porque, como a cidade cresceu e as áreas impermeabilizadas também, são necessários novos equipamentos. Assim que fizermos o redimensionamento vamos adquirir as bombas", garantiu Elias Fernandes, sem precisar a data em que os novos equipamentos serão comprados.

 Tribuna do Norte

Fábio Faria anuncia apoio do PMN ao deputado Marco Maia

Foto: Divulgação
pmnmarco.jpg
Líder do PMN na Câmara Federal, o deputado potiguar Fábio Faria visitou no fim da manhã desta quarta-feira (26) o candidato a presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT). Faria estava acompanhado de outros dois deputados do partido, Walter Tosta (MG) e Armando Vergílio (GO), eleitos para o primeiro mandato. O encontro também foi presenciado pelo líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves, e Eduardo da Fonte (PP-PE), candidato a segundo vice-presidente.
"Nosso partido definiu posição, com aprovação da nossa presidente Telma Ribeiro e da bancada, e estamos aqui para anunciar apoio ao deputado Marco Maia para a presidência da Câmara", disse Fábio Faria.
Para Marco Maia, o PMN vem somar-se ao grupo de partidos que apostam na sua candidatura, respeitar a proporcionalidade e priorizar o diálogo com todas as siglas. "É uma honra enorme receber apoio do partido e vamos trabalhar juntos pela valorização de cada deputado", completou.
NatalPress 

MORRE EM NATAL ADONIAS BEZERRA DE ARAÚJO

Acabamos de receber a informação do falecimento do advogado, agronômo, Adonias Bezerra de Araújo, 81 anos, natural de Macau, pessoa que tinha uma forte relação de amizade nesta região.
Adonias era filho do ex-prefeito macauense Venâncio Zacarias, irmão do ex-deputado Floriano Bezerra de Araújo, casado com Conceição Andrade nossa prima legitima e pai dos seguintes filhos: Venâncio Neto, Abrahão, Washington Araújo, Lana, Adonias Júnior e Leig. Enviamos a todos nossos cumprimentos de pesar e confortamento nesta hora de aflitiva emoção.
 O blog ainda não tem noticia do horário e local do seu sepultamento, ficamos no aguardo pra uma melhor orientação aos familiares e amigos, certo de que Adonias foi em vida um gentleman, dinâmico, solidário e dotado de grandes virtudes.
 Por motivo esencialmente superior não estaremos presente ao seu velório e sepultamento, mas rogamos a Deus que o acolha entre os seus protegidos.

Escrito por aluiziolacerda às 09h32
 
Publicar postagem

Nota do blog: O corpo do amigo Adonias Araújo está sendo velado no Centro de Velórío São José, Barro Vermelho, em Natal. O sepultamento ocorrerá amanhã às 9.30 horas.

O BBB na visão do cordelista Antonio Barreto

Recebi uma mensagem contendo uma obra prima do cordelista baiano Antonio Barreto.

Leia na íntegra:

Big Brother Brasil

Autor: Antonio Barreto,
Cordelista natural de Santa Bárbara-BA, residente em Salvador.

Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão fuleiro
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, zé-ninguém
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme armadilha.

Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.
O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os heróis protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
professor, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mau exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos belos na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos emburrecer
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…

FIM

Salvador, 16 de janeiro de 2011.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Prefeitura de Extremoz e Defesa Civil se preparam para o inverno

Na manhã desta segunda-feira, 24, a Prefeitura de Extremoz e Defesa Civil do município se reuniram para iniciar ações preventivas para a possibilidade de inverno rigoroso previsto para o Rio Grande do Norte, com possíveis alagamentos na região rural e costeira do litoral de Extremoz.
Participaram da reunião o presidente da Defesa Civil, Adriano Veras, vice-presidente Newton Pereira, Secretário de Meio Ambiente, Fábio Góis, Secretário de Infraestrutura, Carlos Queiroz Júnior, Secretária de Assistência Social, Renata Rêgo, Secretária de Saúde, Walmira Guedes, secretário do Gabinete Civil, Lázaro Torquato, representante da secretaria de Agricultura, Newton de Souza Filho e os vereadores Valdemir Cordeiro e Lúcia Ramalho (presidente da CME).
Na ocasião, foram apresentados pela defesa civil os pontos históricos de alagamentos e sugestões para iniciar a medida preventiva. A prefeitura, por meio das secretarias envolvidas, já está em estado de alerta e com disponibilidade de pessoal. A prefeitura também estará emitindo comunicado oficial com pontos de apoio, caso seja preciso nos próximos dias.
Plantão
De acordo com o presidente da Defesa Civil do Município, Adriano Veras, nos próximos dias será instalado provisoriamente uma sede para o período chuvoso com telefone para a população e plantão 24h. Dentre outras ações, a Defesa Civil e a Prefeitura de Extremoz estarão realizando uma mobilização com lideranças religiosas, comunitárias, agentes de saúde e agentes da assistência social, para atuar nas áreas consideradas de risco.
Durante a reunião de ontem também foi anunciado, pela Secretaria de Agricultura, que quatro comportas do Rio Ceará Mirim (Estivas) serão abertas na próxima segunda-feira, 31, objetivando evitar o acúmulo das plantas “Baronesas” que se reproduzem muito nesta época. Uma equipe da secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura fará a limpeza na praia de Barra do Rio, para evitar o acúmulo das aguapés.
No dia 11 de fevereiro será realizado uma Audiência Pública na Câmara de Vereadores para que o plano de ação da Defesa Civil seja concluído junto com a população. Na ocasião, representante do Dnocs, Idema e Defesa Civil do Estado serão convocados. 
AGÊNCIA ECO DE NOTÍCIAS
 
Leonardo Sodré                         João Maria Medeiros
Editor Geral                                  Diretor de Redação
9986-2453                                                       9144-6632
 
Nosso blog
www.ecoimprensanatal.blogspot.com
 
Nosso e-mail

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

PRINCIPAIS CAUSAS DAS ENCHENTES NO VALE DO AÇU
 O Vale do Açu está com risco de inundações, tendo em vista principalmente, que a mata existente em seu leito, provoca a formação de grandes bancos de areias, impedindo o escoamento da água.
Sabemos que muitos fatores contribuem para o assoreamento do Rio, como: desmatamento, compactação dos solos pela agropecuária tradicional, provocando erosão, construção de pontes e passagens molhadas, etc., mas a mata que vem se formando no leito do Rio Açu, principalmente pelas espécies nativas de calumbi, unha de gato e mofunbo, formamdo verdadeiras touceiras, considero o principal fator que vem contribuindo para o assoreamento do Rio e provocando as enchentes.
Essa tarefa para o desmatamento, não demanda grandes recursos, ou seja, com apenas tratores de esteiras, será possível viabilizar o desmatamento e com o leito do rio livre da mata, aumenta a velocidade da água, provoca o carreamento da areia que está assoreada, aumenta a vazão e consequentemente diminui as inundações.
Ipanguaçu/RN, 22 de janeiro de 2011.

Júlio Justino de Araújo
Engº. Agrº, M.Sc. Irrigação e Drenagem
Professor IFRN Campus Ipanguaçu

Do BlodeAluízioLacerda

ALGUNS NOMES DA POTIGUARÂNIA

[Notas de Laélio Ferreira no volume da Obra Reunida de Othoniel Menezes (OM), (no prelo]

Luis da Câmara Cascudo (Natal-RN, 30.12.1898-Natal/RN, 30.07.1986). Escritor, advogado, professor, jornalista, historiador, etnógrafo, sociólogo, folclorista, orador, boêmio, conversador admirável. Foi, na década de 1930, líder dos integralistas no Rio Grande do Norte, tendo ocupado a chefia provincial do movimento. Poeta bissexto, é o maior nome das letras do Rio Grande do Norte, no cenário nacional. Contemporâneo e amigo de OM, chamava-o, carinhosamente, de Titó. Cascudinho, para Othoniel. No Ronda do tempo (um diário), escreveu, em 23 de abril de 1969: Soube, hoje, do falecimento de Othoniel Menezes, a 19, no Rio de Janeiro. Relações de 1917. Um poeta maior da minha terra. Vai para o meu oratório, o Gente Viva que estou pensando escrever. A morte existe, os mortos não!

Alberto Frederico de Albuquerque Maranhão (Macaíba/RN 02.10.1872-Angra dos Reis/RJ, 01.02.1944). Foi governador do Rio Grande do Norte de 1900 a 1904. Irmão de Pedro Velho e Augusto Severo, deputado federal, procurador-geral. Aposentou-se no cargo de inspetor do Instituto Nacional do Sal. OM, coincidentemente, anos depois, ocuparia as mesmas funções, nelas também se aposentando, por invalidez.

Antônio Pinto de Medeiros (Manaus/AM, 09.11.1919-Rio de Janeiro/ RJ, 09.02.1970). Poeta, jornalista, professor, advogado, crítico literário, conferencista. Renunciou à imortalidade da Academia Norte- Rio-Grandense de Letras. Publicou Um poeta à-toa (Imprensa Oficial RN) e Rio do vento (mesma editora).

 Aderbal de França (Natal/RN, 05.01.1895-Natal/RN, 25.05.1974). Jornalista, fundou a revista Cigarra e o vespertino Diário de Natal. Estudou medicina na Bahia e no Rio de Janeiro, não concluindo o curso. Foi funcionário do IBGE.  inventou a crônica social no RN, sob o pseudônimo de Danilo. Estilo leve, escorreito, elegante. Amigo pessoal, contemporâneo de OM. Um dos fundadores da ANRL.

João Café Filho (Natal/RN, 3.02.1889- Rio de Janeiro/RJ, 20.02.1970). Advogado provisionado, sindicalista, jornalista; deputado federal, tribuno. Chegou à Presidência da República. Esqueceu os amigos. OM, embora decepcionado com o ex-companheiro de imprensa e de lutas políticas, conservou a dedicatória.

Sílvio Piza Pedroza (Natal/RN, 12.03.1918- Rio de Janeiro/RJ, 19.08.1980. Prefeito de Natal (1947-1951), governador do Estado (1951- 1954). Admirador de OM, fazia em companhia de Luis da Câmara Cascudo, Jayme Wanderley, Evaristo de Souza e outros serenatas à porta do poeta, cantando a Praieira. Foi quem autorizou a publicação, pelo Departamento de Imprensa Estadual, da primeira edição deste livro, em 1952.

José Jannini (Natal/RN, 18.05.1902-Rio de Janeiro/RJ, 28.07.1974). Poeta natalense, de família italiana, radicado no Rio de Janeiro no final da década de 1920. Radialista, compositor, jornalista e cantor, amigo de infância de OM. Jin Kiang era o pseudônimo com que assinava haicais. (poemas japoneses curtos, compostos por três versos, o primeiro e oterceiro com sete sílabas e o segundo com cinco sílabas, sem rimas. Sua popularidade no Japão ocorreu no século XVII). Em 1926, na companhia de Damasceno Bezerra e OM, participou de inconseqüente noitada boêmia que marcaria, por toda a vida, o poeta da Praieiras ,fazendo-o perder o importante cargo de primeiro oficial da Secretaria-Geral do Governo Estadual, à época do titular José Augusto Bezerra de Medeiros.

Aprígio Soares da Câmara. Educador, jornalista, nascido em Santana do Matos/RN. Foi professor em Jardim do Seridó, em Mossoró e Natal. Bacharel formado na Faculdade de Direito do Recife, em 1924, mudou-se, mais tarde, para São Paulo, obtendo largo sucesso como advogado de grandes empresas. Faleceu, na capital paulista, em 06 de fevereiro de 1967.

Antônio Antídio de Azevedo (Jardim do Seridó/RN, 13.06.1887- Natal/RN 05.11.1975). Poeta de Zelações; tabelião em Natal. Prefeito de sua terra. De tão honesto e cioso, renunciou ao mandato às vésperas de receber a cota federal  dos municípios. Um dos seus filhos é o professor emérito da UFRN, Max Cunha de Azevedo.

Jaime da Nóbrega Santa Rosa. Cientista norte-rio-grandense, nascido em Acari, Doutor em Química, pioneiro no estudo da energia solar no Brasil, um dos fundadores do Instituto Nacional de Tecnologia e da SPBC. Em 1939, fundou a RQI-Revista de Química Industrial, órgão da Associação Brasileira de Química, entidade de classe por ele idealizada. Historiador,
Jaime é autor do livro Acari: Fundação, História, Desenvolvimento, Rio de Janeiro: Pongetti, 1974.

Cipriano Bezerra Galvão Santa Rosa (Acari/RN, 27.10.1857- Acari/RN, 14.02.1947).Tenente-Coronel da Guarda Nacional, agropecuarista, político abolicionista e republicano, foi juiz Distrital e governou o Município do Acari cinco vezes (intendente e prefeito). Por afinidade, aparentado com OM. Sua segunda esposa, Maria Iluminata da Nóbrega, era prima legítima da madrasta de Othoniel, Celsa Bezerra de Araújo Fernandes (de Melo). Pai do Químico Jaime da Nóbrega Santa Rosa (v.cit.) e do servidor público Janúncio da Nóbrega Santa Rosa, casado com Elodia Menezes Santa Rosa  sobrinha e afilhada do poeta, filha de Francisco Menezes de Melo.

Heráclio Pires Fernandes (Jardim do Seridó/RN, 28.06.1882-Natal/ RN, 22.03.1958). Nascido na Fazenda Três Irmãos, farmacêutico,  presidente da Intendência de Jardim do Seridó (prefeito). Seridoense tipo “fibra longa”. Músico amador, tocava flautim.

José Vitoriano de Medeiros. No ano de 1913, em Natal, na 3ª. Companhia Isolada de Caçadores (à época, o único estabelecimento militar do Exército Nacional, no Estado), foi colega de farda de OM, ambos na graduação de terceiros-sargentos. Dois ou três anos mais velho do que o poeta, vem dessa época a longa e profunda amizade entre os dois companheiros.
Mais tarde, na perseguição à Coluna Prestes, no Piauí, encontrar-se-iam novamente: Vitoriano, capitão da Polícia Militar; Othoniel, como segundo-sargento do Exército. No início da década de 1930, Vitoriano, no posto de major, comandou a Polícia Militar do Estado. O oficial  que se reformou como coronel  era homem de leituras, conhecendo bons autores e, também, poeta e músico. É o autor da Marcha Oficial da PM Potiguar (letra e música).

Manoel Bezerra de Araújo Galvão Júnior (Acari/RN, 11.12.1862- Acari/RN, 25.12.1948). Conhecido como Seu Coquinho (era irmão do Coronel Cipriano Santa Rosa), senhor das terras da Fazenda Pedra e Cal, no Acari. Cidadão respeitado, foi um apaziguador de questões, um juiz sem diploma.

Aldo Fernandes Raposo de Melo, político importante, primo do governador Rafael Fernandes  temido e odiado por cafeístas e comunistas que perseguiu obstinadamente, ferozmente, quando secretário-geral do Estado depois do Levante de 1935, banqueiro e professor universitário (foi vice-reitor da UFRN). Enviuvando de uma das filhas do patriarca Jerônimo Rosado Maia (1861-1930), reluzente administrador e pioneiro incontestável do progresso de Mossoró/RN, como era o costume à época, procurou o sogro para pedir-lhe a mão de uma das cunhadas mais jovens. O rico industrial, fundador da dinastia dos Rosados, paraibano de
Pombal/PB afeito aos costumes sertanejos, como o cearense Manoel Pimenta, acima citado por OM, não concordou com o pedido do genro. O primo do governador terminou casando com outra das filhas do Dr. Jerônimo  por sinal, nascida um pouco antes da pretendida noiva.

Eduardo Medeiros. Nasceu no município de Touros/RN, em 21.06.1887. Faleceu em Natal/RN, em 20.06.1961. Certos pesquisadores dizem que ele nasceu em Ceará-Mirim. Músico renomado, clarinetista e violonista, mestre de banda, compositor festejado, parceiro de OM, autor da música da Serenata do pescador, a consagrada Praieira. Morador tradicional do bairro das Rocas, em Natal. Ver, adiante, nesta Obra reunida, O cancioneiro de Othoniel Menezes, do pesquisador Cláudio Galvão.

Antônio Pedro Dantas. Tonhéca Dantas (Carnaúba dos Dantas/RN, 13.06.1870-Natal/RN, 07.02.1940). Músico seridoense, compositor, professor, militar e maestro. Autor da mais apreciada valsa do Rio Grande do Norte: Royal Cinema. Essa valsa famosa embora pouco conhecidos tem versos do poeta Bezerra Júnior.

Joaquim Bezerra Júnior (Natal/RN, 10.05.1890-Natal/RN, 18.09.1957). Poeta e romancista. Publicou dois livros de versos, Poemas da selva e Natureza. Deixou vários produções inéditas, entre elas, dois romances. Foi soldado, marinheiro e funcionário da Inspetoria das Obras Contra as Secas. Homem sofrido, bondoso, modesto e fidalgo no trato. Foi quem sugeriu a OM levar os versos da  serenata do pescador (mais tarde apelidada de Praieiras) para Eduardo Medeiros musicar. Ele próprio foi destacado autor de modinhas, em parceria com o festejado maestro canguleiro.

 Clarice da Silva Pereira Palma (Natal/RN, 12.04.1911-Natal/RN, 11.08.1996). Poeta, teatróloga, atriz, agitadora cultural. Fundou o Clube dos Sete (teatro), a Academia dos Compositores, a Federação Norte-Rio-Grandense de Autores Teatrais e a Ordem dos Músicos (Seção do RN). Filha do poeta Francisco Palma. Ver nota no ensaio sobre Ferreira Itajubá.

Felipe Néri de Brito Guerra (Augusto Severo/RN, 26-05-1867- Natal/RN, 04.05.1951). Deputado estadual, procurador, desembargador, secretário de Estado, educador, sociólogo, historiador. Publicou Secas contra as secas, Ainda o Nordeste, A seca de 1915, O porto de Mossoró, História militar do Rio Grande do Norte.

Cristóvão Bezerra Dantas (Natal/RN, 19.04.1900-Natal/RN, 17.10.1965). Engenheiro-agrônomo, foi secretário de Estado, jornalista, deputado federal. Publicou, em 1921, Lavoura seca do Rio Grande do Norte (Imprensa Oficial). Foi da ANRL.

Jayme dos Guimarães Wanderley (Natal/RN, 06.06.1897-Natal/ RN, 24.02.1986). Poeta, jornalista, bacharel em Farmácia, teatrólogo, radialista, professor, servidor público, amigo de infância de OM. Pertenceu às duas Academias de Letras do Estado e foi presidente e fundador do Clube de Poesia de Natal. Prolífico, trabalhador incansável, publicou mais de vinte livros, deixando vasta obra inédita. Em certa fase da longa existência, afligido por problemas pessoais, entregou-se à boêmia desregrada. Espírito superior, amparado pelos amigos e pela segunda esposa, sobrepôs- se às dificuldades e viveu serenamente, trabalhando e produzindo até falecer aos 89 anos.

Antônio José de Melo e Souza (Nísia Floresta/RN, 24.12.1867-Recife/ PE, 05.07.1965). Político, escritor, professor, advogado, jornalista, senador. Foi, duas vezes (1907-1908, 1920-1924), secretário de Estado e governador do RN. Escrevia às vezes sob dois pseudônimos: Polycarpo Feitosa e Francisco Macambira .Publicou vários livros, entre eles Gizinha, romance (Tipografia do Anuário do Brasil, 1939). OM trabalhou no seu Gabinete, de Secretário-Geral do Estado, no quadriênio 1920-1924. Foi nessa gestão promovido por Antônio de Souza de segundo a primeiro oficial da Secretaria (Casa Civil, hoje).

José Edinor Pinheiro Avelino (Macau/RN, 17.07.1898-Natal/RN, 10.03.1977). Um dos maiores poetas do Estado, no seu tempo. Em 1923, OM já o classificava como “a mais bela afirmação entre os novos. Eram amigos fraternos. Uma modinha de sua autoria, chamada Macau (música de Fernando Almeida), é considerada pelos macauenses como o hino da terra das salinas. Edinor, que foi funcionário autárquico federal, sofreu muito com a cegueira que o acometeu. Pertenceu à ANRL. Com o seu desaparecimento, substituiu-o, na mesma cadeira, o filho, Gilberto Avelino, também falecido.

Joaquim Teixeira de Moura. Referência velada, ferina, ao coronel da Polícia Militar do RN. Durante o relativamente curto período do governo (1928-1930) de Juvenal Lamartine de Faria (1874-1956), esse oficial notabilizou-se pela violenta repressão aos correligionários  e à própria família  do futuro presidente Café Filho, inimigo político do governador. Ficou célebre, quando tenente, em 1928, pelo frio assassinato de um certo Chico Pereira, acusado de roubo no interior do Estado e constituinte de João Café – que era advogado provisionado. Itamar de Souza, em A República Velha no Rio Grande do Norte, conta, com detalhes, a terrível façanha do militar. Outro escritor, Ivanaldo Lopes  por sinal, filho de um outro coronel , no livro Oficiais da PM (1980), retrata Joaquim de Moura como quase perverso por obrigação do ofício, revelando que [...] às vezes, quando o sacrifício era próximo a núcleos residenciais, sepultava o bandido em cova rasa, ainda vivo, mas inerte, mantendo apenas a respiração ofegante de moribundo. Tanto assim era, que, em muitos casos testemunhados por transeuntes, as reações da vida faziam surgir do túmulo um braço ou uma perna, denunciador de alguém ali sepultado.

Postado por Fernando Caldas



JANEIRO

 
Janeiro... As esperanças sertanejas
Doiradas pelos fios das chuvadas...
As moças frontes de ilusões juncadas
E pela vida a festa nas igrejas...

Janeiro... Os negros toiros nas pelejas
E os morenos rapazes nas caçadAs...
As  brandas hastes de jasmim povoadas
E o tilintar de copos nas bandejas...

Janeiro... O riso a florescer nas bocas;
Por toda parte as esperanças loucas,
O sonho bom das calmarias boas...

O rio a rir, as andorinhas puras...
... O campo e a luz nas naturais venturas
Do amor dos patos dentro das lagoas.

João Lins Caldas, poeta potiguar do Açu


Prefeito de São João do Sabugi anuncia implantação de usina de leite

 
O prefeito de São João do Sabugi, Aníbal Araújo, e os seus secretários de Meio Ambiente e Infraestrutura, Herberto Souza e João Batista Pereira, respectivamente, participaram nesta sexta-feira (21) de reunião com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern), José Álvares Vieira, onde trataram de temas recorrentes à agricultura naquela cidade.
Na ocasião, o prefeito e os seus assessores falaram sobre a implantação de uma usina de leite no município por meio de uma parceria da prefeitura e produtores rurais da região. “Uma usina que beneficiará toda uma gama de produtores e que trará investimentos para o município”, explicou o prefeito Aníbal. A usina está sendo montada na comunidade de Cachos, na Zona Rural do município.
De acordo com José Vieira a boa relação da instituição com a prefeitura e os produtores de São João do Sabugi é comprovada na implantação do Programa Balde Cheia, que visa incentivar os produtores na melhor forma de administrar suas fazendas e propriedades rurais. “Acredito que com essa usina de leite, a nossa parceria ficará mais forte, pois com esse projeto, os nossos educadores terão maior contingente de produtores para atender”, ressaltou Vieira.
Valorização
Na reunião também foi discutido o real aproveitamento das qualidades culturais de determinados produtos do RN, como é o caso do queijo. “Temos que valorizar, mais e mais, as nossas qualidades como fabricantes de queijo e outros produtos. Temos que ter uma cabeça que incentive a cultura regional. Temos que valorizar as nossas raízes regionais”, informou o prefeito Araújo.
De acordo com José Vieira, esse tipo de pensamento já é muito comum nos países da Europa, como é o caso da França, que valoriza os seus produtores rurais. “Observei na França, na sua Zona Rural, que a produção de queijo e de outros produtos é incentivada por todos. O produtor rural é um amigo da França e não um mero coadjuvante na economia”, finalizou Vieira.
 
AGÊNCIA ECO DE NOTÍCIAS
 
Leonardo Sodré                         João Maria Medeiros
Editor Geral                                  Diretor de Redação
9986-2453                                                       9144-6632
 
Nosso blog
www.ecoimprensanatal.blogspot.com
 
Nosso e-mail

Postado por Fernando Caldas

domingo, 23 de janeiro de 2011

COTONICULTURA ESPERA RETOMADA

A área plantada, que na safra 1976/1977 chegou a 559,9 mil ha, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento, na safra 2010 não passou de 2.964 ha

Renata Moura - repórter

A cultura do algodão, que já integrou o rol de principais locomotivas da economia do Rio Grande do Norte, poderá retomar peso no estado, estimulada por uma mudança de cenário que inclui preço em alta e sinais de mercado para absorver a produção. Um projeto que começará a ser desenvolvido e deverá render os primeiros frutos no Vale do Assu este ano é a atual esperança para que a atividade consiga se reestruturar e aproveitar o momento favorável. Há, porém, um longo caminho até a cultura recobrar por completo o vigor que teve no passado.

divulgação

A área plantada no RN, que na safra 1976/1977 chegou a 559,9 mil ha, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento, na safra 2010 não passou de 2.964 ha. Fora dos trilhos desde meados da década de 70, a cotonicultura, como é chamada a cultura do algodão, perdeu força no Rio Grande do Norte e na maior parte dos estados produtores no país. Pressionada por questões comerciais e pela praga do bicudo, que dizimou diversas plantações, a atividade perdeu área, produção e indústrias de beneficiamento. E os fatores conspirando em favor do declínio não pararam por aí.

Para se ter ideia da situação, a área plantada no RN, que na safra 1976/1977 chegou a 559,9 mil hectares, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2010 não passou de 2.964 hectares. Em relação à safra de 2009, o número representou uma queda de 67,02%. Condições climáticas adversas foram as responsáveis, desta vez, por comprometer o cultivo. “O produtor até plantou, mas as chuvas acima da média, em 2008 e 2009, fizeram com que perdesse safra. Em 2010, o problema foi a estiagem”, diz o analista de Mercado de Produtos Agrícolas da Conab, Luís Gonzaga Costa.

A incerteza de preços remuneradores na época da comercialização, o alto risco da lavoura, sobretudo pelas condições climáticas desfavoráveis nos últimos anos, e a desvantagem na competitividade com o algodão do Oeste da Bahia e da região Centro-sul do País – que avançaram enquanto as demais áreas produtoras decaíam - também têm parcela de culpa no desestímulo dos produtores e para levar a atividade potiguar a alcançar resultados considerados desastrosos.

Desestruturação

“Hoje, a produção está precisando de uma melhor organização, tanto na parte de produção quanto na parte de comercialização”, diz o pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), Aldo Arnaldo de Medeiros. Há 30 anos envolvido na área de cotonicultura, ele explica que parte da cadeia comercial do algodão praticamente desapareceu no estado. O número de produtores, diz o pesquisador, encolheu. Outra baixa ocorreu na área do beneficiamento, o processo de separação da pluma do caroço. “Atualmente praticamente inexistem o produtor e o maquinista (que faz o beneficiamento). Um conjunto de fatores contribuiu para isso. Entre eles, o custo de captação de dinheiro que aumentou, restrições de acesso ao seguro agrícola e estrutura inadequada para permitir o aumento da produtividade da área”, observa.

O maquinista também sofreu com a concorrência internacional, com a abertura do mercado brasileiro às importações do produto. “A cadeia produtiva encolheu e precisa ser reestruturada com novas concepções empresariais. Não basta só produzir e ter um comprador. É preciso saber fazer o manejo agrícola, ter cuidados com a colheita e também o cuidado com o uso das sacarias. Mas a parte comercial é o principal entrave à retomada. É preciso, antes de plantar, saber a quem vai vender e por quanto vai vender. É isso o que está se buscando com esse projeto no Vale do Assu”, diz Aldo Medeiros.

Indústria têxtil comprará a pluma

Todo o algodão produzido dentro do projeto de revitalização vai ser beneficiado em Assu e a expectativa é que a pluma obtida por meio desse beneficiamento seja comprada pela indústria têxtil, com contrato assinado e preço pré-fixado. O caroço, por sua vez, deverá ser transformado em “torta” de algodão, um alimento consumido pelo gado, e dele também será extraído óleo. Pelas contas da Coaperval, a receita apurada por cada agricultor poderá chegar a R$ 2.500, sendo algo em torno de R$ 1.660,40 apenas com a venda da pluma. “A venda do óleo e da torta poderão representar uma renda extra”, estima Gregório Junior, presidente da Cooperativa.

No caso da venda da pluma, os contratos com a indústria têxtil ainda estão em negociação, mas a expectativa é que sejam fechados na primeira quinzena de fevereiro. De acordo com informações de Josélia Maciel Teixeira, assessora técnica da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern) que presta assessoria ao Arranjo Produtivo Local (APL) do Algodão do estado, em reunião sobre o projeto, realizada no dia 4 de janeiro, “os representantes da Vicunha têxtil S/A e da Coteminas S/A asseguraram a viabilidade da aquisição de 123 toneladas de pluma de algodão”. A empresa Nóbrega & Dantas também teria assegurado a aquisição das 227 toneladas de caroço de algodão.

“Temos que torcer para que a iniciativa no Vale do Assu seja vitoriosa e vamos ajudar no que for possível. Nós, como consumidores de algodão, sempre vamos querer que seja plantado cada vez mais algodão no Brasil”, diz o presidente do Sindicato da Indústria Têxtil e diretor da Coteminas no RN, João Lima.

Consumo

A produção de pluma esperada no projeto deverá ser absorvida pela indústria local, que compra os fardos para, a partir deles, fazer o fio. O volume representa, no entanto, uma fatia microscópica da demanda atual da indústria.

De acordo com João Lima, a indústria têxtil potiguar consome algo em torno de 70 mil toneladas de pluma por ano. É possível estimar que, por mês, sejam demandadas pelo setor aproximadamente 5 mil toneladas do produto. Como falta produção local, grande parte do que entra nas indústrias é fornecida pela Bahia e pela região Centro-Sul. “A vantagem de comprar no estado seria reduzir o custo do frete”, diz Lima. “Torço muito para que a cotonicultura volte a crescer no RN. Mas tem que se achar uma forma de ter um custo menor na produção para ter um preço competitivo”, acrescenta.

No projeto do Vale do Assu, a variedade cultivada será a CNPA 8H, que tem 37% de fibra e produtividade acima de 1.500 Kg por hectare, praticamente o dobro do rendimento obtido com outras tradicionalmente usadas pelos agricultores. Também há ganho de fibra, considerando que com outras cultivares o percentual obtido é 35%. “A que iremos usar oferece mais resistência na hora de fazer o fio usado na indústria têxtil. É uma cultivar que atende as características de fibra exigidas pela indústriamoderna”, diz Waltemilton Cartaxo, da Embrapa.

Preço é estímulo para os agricultores

O projeto de revitalização da cotonicultura do Vale do Assu nasce em um momento considerado ímpar, em que o preço do algodão está lá em cima, observa Josélia Maciel Teixeira, da Fiern. Para se ter ideia da valorização do produto, o quilo chegou ao patamar de R$ 6 para a pluma e de R$ 2 para o algodão em caroço, aproximadamente o dobro do que atingiam antes. No projeto, a expectativa é que o valor unitário pela venda da pluma fique em torno de R$ 5,93.

O preço favorável pode ser um estímulo à retomada da cultura porque anima o produtor. Aldo Medeiros, da Emparn, explica que o valor tem sido catapultado pela lei da oferta e da procura. “ Está faltando algodão a nível internacional. E isso teve reflexos no Brasil, que é um grande exportador de algodão. Se o país começou a vender mais para fora, está faltando o produto aqui dentro. A lei da oferta e da procura fez o preço crescer muito”, analisa. Observando esse movimento, a indústria está aumentando a participação da fibra artificial na linha de produção, mas isso não deverá atrapalhar os planos de aumento da produção “natural”, de acordo com os idealizadores do projeto.

O secretário de Desenvolvimento Rural de Assu, Paulo Brito, diz que a expectativa é garantir aos agricultores uma nova fonte de renda, em municípios em que reinam a produção cerâmica e de frutas. “O algodão é promissor”.

O projeto é umas das ações desenvolvidas dentro APL do algodão e funciona com o apoio de diversos parceiros. A expectativa é que R$ 200 mil sejam destinados ao desenvolvimento do projeto. O dinheiro é fruto de uma emenda parlamentar sugerida pelo deputado federal Fábio Faria.

Se der certo, o projeto será replicado em outros municípios.

Projeto promete nova concepção de exploração

O projeto no Vale do Assu, batizado “Revitalização da Cultura do Algodão para Agricultura Familiar do Município de Assu e Região”, tem o objetivo de dar uma nova concepção de exploração da atividade ao produtor. “Antes de plantar ele vi saber quem vai comprar e por quanto vai vender. Também deverá estabelecer os acordos contratuais com quem fornece sacarias e transporte do sítio à unidade de beneficiamento, que vai ser feito em Assu, na Cooperativa que tem usina no município”, diz Aldo Medeiros.

Um dos objetivos do projeto é o aumento da produtividade da cultura de sequeiro – que depende da chuva para se desenvolver – e de geração de renda para agricultores familiares oriundos de áreas de assentamento ou não. O projeto é a largada para um sistema de produção estruturado e desenvolvido de forma cooperada, requisitos apontados por especialistas como fundamentais para que a cultura volte a crescer.

Adesão

De acordo com o presidente da Cooperativa Agropecuária do Vale do Assu (Coaperval), João Gregório Júnior, há 350 agricultores cadastrados, entre os municípios de Assu, Afonso Bezerra e Ipanguaçu, três dos que fazem parte do Vale do Assu. A previsão é que o algodão seja plantado entre o fim de fevereiro e o mês de março. A colheita é esperada para junho. Cada agricultor deverá plantar 1 hectare, usando sementes adquiridas e disponibilizadas pelo projeto. Ao todo, são esperados 350 hectares de algodão de sequeiro, produtividade média de 1 tonelada por hectare, 350 toneladas de algodão em caroço a ser processado pela Coaperval, a obtenção de 123 toneladas de pluma de algodão e de 227 toneladas de caroço de algodão.

Dentro do projeto, também é prevista a capacitação de técnicos e de produtores rurais através da transferência de tecnologias produzidas pela Embrapa Algodão, por meio da implantação de Unidades de Teste de Demonstração e com a eliminação do atravessador na fase de comercialização do produto. Para tanto, a Coaperval assumirá a função de receber a produção, beneficiar e comercializar aos compradores com os quais firmar contratos.

“É preciso criar oportunidades para que os agricultores tenham renda com o algodão”, diz o supervisor da área de Comunicação e Negócios da Embrapa Algodão e coordenador do projeto, Waltemilton Cartaxo.

Linha do tempo

Entre 1914-1918

Período em que a economia algodoeira realmente se destaca no cenário do Rio Grande do Norte; com atuação mais centrada na região do Seridó, porém com presença marcante na região Oeste.

Anos 20

O Estado continua sendo um grande produtor e parte substancial da produção era exportada pelo porto de Areia Branca. No final da década tudo quase que parou. Houve um colapso da Bolsa de Nova Iorque e não havia compradores.

Anos 50

Com a expansão da indústria têxtil em São Paulo, e em outros estados localizados no sul do país, se verificou a expansão da agroindústria algodoeira nacional. Até a década de 60 a cultura de algodão era um dos pilares da economia do Rio Grande do Norte. O estado se destacava com a produção de algodão mocó, um algodão de fibra longa e resistente, adequado à industria têxtil da época.

Década de 80

O declínio da cultura, que começou na década anterior, se agravou nesse período, em decorrência de um conjunto de fatores. Entre eles estavam a retirada de subsídios agrícolas (como seguro agrícola), a escassez de recursos e as altas taxas de juros para financiamento da produção e beneficiamento da pluma e do caroço. O bicudo, um inseto que destroi o órgão reprodutivo do algodoeiro e, por consequência, compromete a produção, também se alastrou pelo Brasil nesse período e dizimou diversas plantações.

A partir da década de 90

A alíquota de importação do produto foi zerada no Brasil e com a retirada da “barreira” a produção nacional começou a perder competitividade diante da estrangeira. O problema é que o sistema de produção nacional não era eficiente. O algodão tinha qualidade, mas não era produtivo. Em consequência disso, se tornou mais caro que o de outros países.

Fontes:

Aldo Arnaldo de Medeiros (Emparn)/ Tomislav R. Femenick (artigos “O bicudo só matou defunto e “O quase fim do algodão potiguar”)

Tribuna do Norte, 23.1.011

Postado por Fernando Caldas

sábado, 22 de janeiro de 2011

Othoniel Menezes, "O príncipe dos poetas potiguares"


  
O livro sob o título de Príncipe Plebeu [imagem acima], sobre a trajetória do poeta natalense Othoniel Menezes que o professor, pesquisador e escritor Cláudio Galvão organizou, é um belo trabalho que veio  enriquecer as bibliotecas do Rio Grande do Norte. Laélio Ferreira de Melo (filho de Othonie, com a dedicatória que muito honra  e dignifica o editor deste blog, conforme adiante:

O organizador daquele volume, páginas 162 a 174 comenta a passagem do bardo Othoniel Meneses, considerado como "o principie dos poetas natalenses" pela cidade de Assu, as amizades que ele construiu com grandes figuras da sociedade assense como, por exemplo, Clarice de Sá Leitão, além de sua irmã Zuleide, dentre outros assuenses. Naquela volume o poeta João Lins Caldas também é lembrado, como podemos conferir adiante:






 
 




 
Fernando Caldas

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

João Leônidas de Medeiros

Foto de Renato Medeiros de Melo


João Leônidas era seridoense/RN de família tradicional (Medeiros) daquela importante região. Conheci aquela figura que eu considero um dos gigantes do Vale do Açu [importante região do estado potiguar] que ele sonhava vê-lo desenvolvido, produzindo para todos. Era um defensor intransigente das causas varzeanas. 

Proprietário rural [Fazenda Baldum, vizinho de meu pai Edmilson Caldas], no município de Ipanguaçu, cuja propriedade serviu de laser para muitas pessoas da sociedade assuense. Amigo leal. Lembro-me dele desde os tempos em que ele comercializava na rua São João (Armazém dos Couros), na cidade de Assu, que depois veio a ser Casa Júnior, de seu filho João Leônidas de Medeiros Júnior) (Júnior Leônidas). Faleceu na sua fazenda que ele, seu João, tanto adorava. Era casado com dona Raquelita Soares de Macedo Medeiros, de ilustre família assuense. Seus filhos:  Maria Ivete, Inês, Irene, Júnior Leônidas, Joaci Pedro e José Maria Macedo Medeiros que foi prefeito do Açu. João Leonidas empresta o seu nome a uma praça, na cidade de Açu. Dele, Seu João Leonidas, ainda tem muito a se contar e dizer. Fica, portanto, a homenagem deste blog.

EU...TU Eu sou doçura, Mas o mel és tu A imagem é minha, Mas a cor é dada por ti A flor sou eu, Mas tu és a fragrância Eu sou felicidade, Ma...