sábado, 23 de março de 2013


O SAL NO RIO GRANDE DO NORTE

O sal foi um dos primeiros produtos a ser explorado comercialmente no Rio Grande do Norte. A exploração normal e extensiva das salinas de Mossoró, litoral de Areia Branca, Açu e Macau data de 1802. Mas o conhecimento de jazidas espontâneas na região já era conhecida desde o início da colonização.
A primeira referência que se tem sobre sal no Rio Grande do Norte, encontra-se registrado no documento que Jerônimo d’Albuquerque escreveu a seus filhos Antônio e Matias em 20 de agosto de 1605, onde fala de salinas formadas espontaneamente a aproximadamente 40 léguas ao norte, o que corresponde hoje as salinas de Macau. Desse fato, voltamos a ter notícias quando consultamos o “Alto de repartição das terras” feito em Natal em fevereiro de 1614, onde está escrito que Jerônimo de Albuquerque dera aos filhos Antônio e Matias, em 20 de agosto de 1605, umas salinas que estariam a quarenta léguas para o norte (aproximadamente 240 km), mas que nunca foram cultivadas nem feitas benfeitorias.
Salinas na década de 1920
Salinas na década de 1920
Em 1627, frei Vicente do Salvador registrou a colonização Norte-rio-grandense. Notou que “as salinas onde naturalmente se coalha o sal em tanta quantidade que se podem carregar grandes embarcações”.
Outro registro que encontramos nos velhos livros de história fala que em janeiro de 1644, alguns Tapuias, de volta do Outeiro da Cruz (Maranhão), onde tinham estado em combate, entraram nas salinas de Mossoró e degolaram alguns trabalhadores que ali se encontravam.
Em 1808 os salineiros da região foram beneficiados, quando o rei de Portugal, D. João VI, impossibilitado de receber carregamentos de sal de Portugal, assinou a carta régia que liberava de quaisquer imposições a extração do sal favorecendo, sobremaneira, o comércio interno.
Tradicional catavento para extração de sal na década de 1920
Tradicional catavento para extração de sal na década de 1920
Em 1844/45, setenta e oito barcos carregaram em Macau 59.895 alqueires de sal. No entanto, embora o sal extraído no Rio Grande do Norte fosse superior pela sua qualidade intrínseca, perdia essa qualidade pela rudeza como era produzido, de modo que nos anos seguintes perdia mercado para o sal europeu que era mais barato e melhor preparado. Um dos fatores que onerava o preço do sal produzido no Rio Grande do Norte era a dificuldade no transporte por causa do assoreamento das barras dos rios Mossoró e Açu.
Em 1886 é criado um imposto protecionista para tributar o sal estrangeiro. Dessa forma, o sal produzido no Rio Grande do Norte passa a ser competitivo, e isso impulsiona decisivamente o desenvolvimento da nossa indústria salineira.
No período de 1941/45, houve uma retração na extração do sal, motivada pela diminuição da navegação de cabotagem durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar disso, o sal continuou sendo o principal produto comercializado por Mossoró e região, sofrendo oscilações que não comprometeram o mercado de forma mais acentuada.
Os municípios do Rio Grande do Norte produtores de sal são os seguintes: Galinhos, Guamaré, Macau, Caraúbas, Areia Branca, Grossos e Mossoró.
Barco tradicional utilizado no transporte de sal
Barco tradicional utilizado no transporte de sal
Depois de toda essa explicação, o leitor poderia perguntar: como Mossoró está entre os municípios produtores de sal se não fica no litoral? Para responder a essa pergunta, temos que dá outras explicações: o clima predominante em Mossoró é semiárido quente, com temperatura oscilando entre 24o e 35o centígrados, temperatura essa que dura a maior parte do ano. O ar apresenta baixo teor de umidade, elevada evaporação, apresentando uma média de 2.850mm. As precipitações ocorrem ao redor de 450 mm anuais e a evaporação líquida é de 2.400, sendo que a intensidade de irradiação solar varia entre 120 e 320 horas/mês, com ventos que apresentam velocidade média entre 3,8 e 4,4 m/s. Junto a isso temos ainda um solo impermeável, o que assegura condições ideais para a cristalização e colheita do sal, com um grau de pureza que atin ge até 98 Baumé (Graus de Baumé é uma escala hidrométrica criada pelo farmacêutico francês Antoine Baumé em 1768 para medição de densidade de líquidos.).
Local de extração de sal
Local de extração de sal
E onde estão localizadas as salinas? Poderia perguntar ainda o atencioso leitor. As salinas de Mossoró estão localizadas na várzea estuarina dos rios Mossoró e do Carmo. Essa várzea é inundada, ora pelas águas do mar, ora pelas águas das enchentes dos rios, que quando cessam as chuvas formam salinas naturais, onde o relevo é plano e baixo, estreitando-se para o litoral, onde a água do mar chega a alcançar até 35 Km do litoral. Essa série de fenômenos naturais é que faz com que Mossoró possa figurar entre os municípios produtores de sal do Rio Grande do Norte.
Fotos – Coleção do proprietário do Blog Tok de História
POETA E NAMORADOR

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SER POETA, SER VAQUEIRO
É TER DO CAMPO A IMAGEM
SER O SPÍRITO SELVAGEM
QUE PERCORRE O TABOLEIRO
MINHA ROUPA TRAZ O CHEIRO
DA CLOROFILA E DA FLOR
FAÇO SEXO POR AMOR
COM A DONA DO MEU DESTINO
SOU VAQUEIRO NORDESTINO
POETA E NAMORADOR. 
vaqueiropegaboi3
NAMORO AS FLORES DO MATO,
A FACE DA LUA PÁLIDA,
CAMPEIO NA TARDE CÁLIDA,
NAS VEREDAS DO REGATO
VEJO DE DEUS O RETRATO
NA HORA DO SOL SE POR,
SOU DO REBANHO O PASTOR
SOM DE VIOLA É MEU HINO
SOU VAQUEIRO NORDESTINO
POETA E NAMORADOR.
SOU DA MULHER GUARDIÃO
DA VIOLA UM FÃ ETERNO
SOU UM BOÊMIO MODERNO
DO SONETO E DA CANÇÃO
SOU A PURA INSPIRAÇÃO
PRA O MAIS DOCE CANTADOR
CANTANDO EU SOU SONHADOR
PRA GADO SOU TANGERINO
SOU VAQUEIRO NORDESTINO
POETA E NAMORADOR.
Poeta – Onildo barbosa
pega05

sexta-feira, 22 de março de 2013


Me fez lembrar da minha infância! E da sua?

Me fez lembrar da minha infância! E da sua?
















Se te mentem o que sentes? E o que sentes quando mentes? De quantas verdades vives?
E quantas mentiras consentes?

(Simples-mente)
[Emílio Miranda]
Partido Novo


Sorvete Natural.
ȯ Canal @[127763400616986:274:Salve o Planeta]

Aí vai a receita:

5 potes de iogurte natural
frutas ligeiramente cortadas ( as frutas que mais gostarem )
adoçante ( ou mel )
palitos para picolés

Bater o iogurte com o adoçante ou o mel, dispor as frutas nas forminhas de picolés (se não tiver forminha por ser colocados em copos plásticos descatáveis) e colocar o iogurte já batido, levar ao congelador por +/- 12 horas....

OBS: se preferir o picolé um pouco mais cremoso pode-se adicionar creme de leite ao iogurte ao bater!

Fonte: Horta Urbana.
De: Salve o Planeta.

Sorvete Natural.

Aí vai a receita:

5 potes de iogurte natural
frutas ligeiramente cortadas ( as frutas que mais gostarem )
adoçante ( ou mel )
palitos para picolés

Bater o iogurte com o adoçante ou o mel, dispor as frutas nas forminhas de picolés (se não tiver forminha por ser colocados em copos plásticos descatáveis) e colocar o iogurte já batido, levar ao congelador por +/- 12 horas....

OBS: se preferir o picolé um pouco mais cremoso pode-se adicionar creme de leite ao iogurte ao bater!

quarta-feira, 20 de março de 2013

Meios de Transportes do Assu de Ontem


HISTÓRIA


Excursão com alunas do Colégio N. S. das Vitórias

Primeiro automóvel de luxo do Assu
Baseado em relatos do saudoso pesquisador Boanerges Wanderley, em artigo publicado no Tribuna do Vale do Assu - 1995, os meios de transportes do Assu era, antes de tudo, feito em costas de animais. Juvenal Lamartine veio ao Assu, guarnecido por vários soldados armados de fuzis com baioneta escalada, sendo que ele vinha a cavalo e os soldados a pé.
Meu avô Vicente Germano da Costa Ferreira viajou para o Rio de Janeiro a cavalo até o porto de Natal onde embarcou em um navio.
Os transportes aqui em Assu eram poucos e particulares. O padre Júlio tinha um Ford e o motorista era Pedro Traíra. Zé Neves de Oliveira também tinha um Ford e o Coronel José Soares Filgueira outro que era seu motorista João Pirico.
Tivemos um carro de aluguel . Era a banheira de Eloi Fonseca. Depois tivemos Arnaud Abreu, Alaor Pessoa, Heronildes e mais outros.
Tínhamos os Mistos de João Lucas que partiam às 02 horas da manhã para Mossoró e chegavam as 7:00 horas. Chico Pinheiro era rival de João Lucas pois faziam a mesma linha e no mesmo horário.
Tínhamos Antonio Niquinha para Macau, João Leitão para Areia Branca e Petronilo para Angicos, que partia do Assu às 9:00 horas e chegava em Angicos às 13 horas. O passageiro dormia em Angicos e às 5:00 horas da manhã tomava o trem que chegava em Natal às 14 horas.
Zé de Ana botou um ônibus na linha Assu/Natal. Durou pouco tempo. Então Tozinho começou a fazer esta linha em um caminhão K7 e durou muito tempo pois era muito pontual.
Já neste tempo se ia e voltava à Natal em um dia. Depois tivemos a Nordeste para Natal e a Cabral para Macau.
Hoje temos várias opções pois as camionetas dão muito conforto ao passageiro que os pega em casa e deixam em casa por um preço semelhante ao dos ônibus que saem da rodoviária do Assu para a de Natal. Em transportes estamos bem servidos.

Ministro Joaquim Barbosa chama de 'conluio pernicioso' aproximação de juízes com advogados





Folhapress | 16h08 | 19.03.2013

Presidente do Supremo elevou tom das críticas

"O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, subiu o tom e fez hoje duras críticas às relações de magistrados e advogados. Barbosa afirmou que "o conluio entre juízes e advogados é o que há de mais pernicioso" e que há muitos magistrados "para colocar para fora".

A declaração aconteceu durante reunião do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), presidido por Barbosa, na qual os conselheiros decidiram aposentar um juiz do Piauí acusado de relação indevida com advogados, como receber caronas, além de ter liberado R$ 1 milhão para uma pessoa que já havia morrido.

Declarações do ministro foram fortemente condenadas pelo desembargador Tourinho Neto.
Após ouvir o relatório sobre o caso envolvendo o juiz, Barbosa atacou a relação de magistrados e advogados e disse que esse conluio é pernicioso porque "sabemos que há decisões graciosas, condescendentes e fora das regras".

As declarações do ministro foram questionadas pelo conselheiro, desembargador Tourinho Neto, que participa de sua última sessão no CNJ.
Tourinho disse que não se pode generalizar nem induzir que todas as relações entre juiz e advogado são de interesse. Ele chegou dizer que os juízes estão acovardados, com exceção de Barbosa, que foi "endeusado", em uma referência à relatoria do processo do mensalão, e "pode ser até presidente da República". "Mas Vossa Excelência é muito duro como o diabo", brincou Tourinho com Barbosa, arrancando risos.

Ao rebater as declarações de Barbosa, Tourinho lembrou indiretamente episódio envolvendo o ministro José Antonio Dias Toffoli, do STF, que participou de um casamento na Itália. "Tem juiz que viaja para o exterior com festa na Itália paga por advogado e ai não acontece nada", disse.

Barbosa não reagiu à provocação e o desembargador continuou. "Se for para colocar juiz analfabeto para fora, tem que botar muita gente, inclusive juiz de tribunais superiores", disse. O presidente do Supremo então brincou e disse que Tourinho estava "impagável".

"É difícil separar o joio do trigo"

Ao discutir outro processo sobre um juiz envolvido com advogados, Barbosa voltou ao ataque e, Tourinho, à defesa dos magistrados. "Eu acho que é preciso separar as coisas, a amizade íntima com o intuito de beneficiar alguém e a amizade. Amizade íntima ou privilégio", afirmou. Barbosa retrucou: "É difícil separar o joio do trigo".

Tourinho devolveu e lembrou sua experiência no início de carreira. "Mas tem que separar, presidente. Eu fui juiz do interior da Bahia, frequentava as casas, não tinha com quem conversar, ia beber uísque, cerveja na casa de um, tinha um churrasco na casa de outro, mas não me influenciava", disse. "Nem todos os casos, nem todos os juízes se comportam com esse grau de excepcionalidade. O que há é um mal-estar nessas práticas indesejáveis", completou.

Com origem no Ministério Público, desde que chegou ao Supremo Barbosa ficou conhecido por resistir em receber advogados. Ele defendeu que o juiz tem que tratar dos casos com todas as partes envolvidas. "Falta transparência, não há nada demais juiz receber advogado, mas o que custa trazer a parte contrária para o advogado", disse. E completou: "É a igualdade de armas. A falta dessa notificação, transparência que faz o mal estar".

Tourinho disse que o cenário de desconfiança é crescente. "A coisa está tão critica que botaram câmeras [para registrar os encontros]. A que ponto estamos chegando", disse. Ele, então, voltou a provocar Barbosa. "Vai chegar um ponto que um juiz não se pode dar com advogados nem com o Ministério Público".

O desembargador continuou afirmando que em algumas vezes o advogado que é amigo do juiz é contratado pois o cliente pensa que pode receber benesse.
O presidente do Supremo completou: "E às vezes recebe tratamento privilegiado".

"O juiz na maioria dos casos é um acovardado. Vossa Excelência foi endeusado... quem sabe não será o próximo presidente da República?", questionou Tourinho".

segunda-feira, 18 de março de 2013

Obras do Arena das Dunas com mais de 57% prontas

17 de março de 2013

 

Fotos aéreas feita na manhã deste domingo, 17 de março de 2013

A Secretaria da Copa no Rio Grande do Norte confirmou no início deste mês de março, mais precisamente no dia 6 que as obras do Arena das Dunas, estádio da Copa em Natal, já estava com 57,39% pronta para a Copa do Mundo.
De acordo com informações do órgão estatal, o avanço é cerca de 9% maior do que era previsto para o período.
Para acelerar as etapas, a construtora, OAS, utiliza formas metálicas para montar e fabricar as peças pré-moldadas, especialmente vigas jacaré e degraus de arquibancada.
Paralelamente às obras nas arquibancadas, a arena potiguar já tem camarotes, vestiários, banheiros e media center sendo construídos além de também está sendo feitas as instalações elétricas e hidráulicas.
Atrasos e avanços
Último estádio a ter as obras iniciadas, em agosto de 2011, a Arena das Dunas já chegou a tirar o sono da Fifa, que prometeu “monitoramento constante” no estádio.
Em 2012, o ritmo das obras avançava pouco: entre janeiro e setembro, o estádio viu o percentual de construção subir 13%; mas entre setembro e dezembro, um período bem menor, o avanço acabou sendo de 17% (saiu de 33% para fechar o ano com metade da obra concluída).
O estádio de Natal vai receber quatro partidas na Copa do Mundo, todas na primeira fase. O custo da obra é de R$ 417 milhões, via PPP (parceria público-privada).

Canindé Soares
De; Diginet

GINGA COM TAPIOCA, IGUARIA POTIGUAR, É ALVO DE PESQUISA NUTRICIONAL NO RN


UFRN analisou os nutrientes e o surgimento do prato regional.

Receita é calórica e foi criada para aproveitar o peixe pequeno.

Do G1 RN
1 comentário
A iguaria potiguar ginga com tapioca, um dos mais tradicionais pratos do RN, foi alvo de uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O Departamento de Nutrição analisou a receita, que tem como base a goma de mandioca e o peixe frito (veja o vídeo ao lado), para descobrir o valor nutricional do prato. De acordo com a pesquisa, a receita é fonte de proteínas e carboidratos.
O estudo também descobriu a origem do alimento, que é genuinamente potiguar. “Fomos a campo e descobrimos que a origem dessa comida está intimamente ligada à cultura potiguar. Quando as pessoas comem, lembram da infância, por exemplo”, defendeu Rebeka Fernandes, também estudante de nutrição.
“A tapioca é uma fonte de carboidratos e o peixe é a fonte proteica. Esses dois alimentos se complementam, não só no paladar, mas também do ponto de vista nutricional”, explicou Natalie Dantas, estudante de nutrição.
O prato agrada o paladar dos turistas. “Eu vim de Chapecó, em Santa Catarina, para comer esta iguaria. É muito saborosa. Está aprovada”, disse o turista Aruanã Alcoforado.
De acordo com a pesquisa, o ideal é consumir o prato feito na hora e com moderação. “É um prato que tem entre 500 e 600 calorías, portanto, uma preparação com alto valor calórico. Não se deve deixar de comer, já que é um patromônio cultural do estado, mas devemos consumir com moderação”, frisou Natalie Dantas.
O ponto turístico de Natal mais visitado para o consumo da ginga com tapioca é o mercado da Redinha, praia da zona Norte de Natal.
Segundo Ivanize Januário, que vende o produto, a ginga com tapioca foi criada pelo pai dela, há mais de 50 anos, aproveitando os peixes pequenos que vêm na rede de arrasto dos pescadores, geralmente descartados. “Meu pai viu aqueles peixinho gingando e disse: me dê aqui essa ginga que eu vou fritar pra vender com tapioca.  E assim foi feito”, lembrou Ivanize.
tópicos:

ESPERA

Não me digas adeus, ó sombra amiga,
Abranda mais o ritmo dos teus passos;
Sente o perfume da paixão antiga,
Dos nossos bons e cândidos abraços!

Sou a dona dos místicos cansaços,
A fantástica e estranha rapariga
Que um dia ficou presa nos teus braços...
Não vás ainda embora, ó sombra amiga!

Teu amor fez de mim um lago triste:
Quantas ondas a rir que não lhe ouviste,
Quanta canção de ondinas lá no fundo!

Espera... espera... ó minha sombra amada...
Vê que pra além de mim já não há nada
E nunca mais me encontras neste mundo!...

Florbela Espanca
Imagem: Google
Espera...

Não me digas adeus, ó sombra amiga, 
Abranda mais o ritmo dos teus passos; 
Sente o perfume da paixão antiga, 
Dos nossos bons e cândidos abraços! 

Sou a dona dos místicos cansaços, 
A fantástica e estranha rapariga 
Que um dia ficou presa nos teus braços... 
Não vás ainda embora, ó sombra amiga! 

Teu amor fez de mim um lago triste: 
Quantas ondas a rir que não lhe ouviste, 
Quanta canção de ondinas lá no fundo! 

Espera... espera... ó minha sombra amada... 
Vê que pra além de mim já não há nada 
E nunca mais me encontras neste mundo!... 

Florbela Espanca
Imagem: Google

UM LIVRO RARO SOBRE O ASSU



Vasculhando a minha pobre biblioteca, deparo-me com mais outra raridade de livros sobre o Assu e seus poetas do escritor Rômulo Wandereley, sob o título "Canção da Terra dos Carnaubais", 1965, poesia e história da terra assuense. Rômulo era membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, bem como da Academia Norte-Rio-grandense de Letras. Por sinal, quem assumiu a cadeira deixada por ele, Wanderley, foi a escritora assuense de Lavras, Maria Eugênia Montenegro. No referenciado livro, aquele ilustre autor que era natural de Macau, porém de famíla assuense, enaltece  o Assu, dizendo em versos, o seguinte: 

Minha terra tem poetas
De inspirações magistrais,
Nascidos ao farfalhar
Dos verdes carnaubais.
Minha terra floresceu
Às margens do rio Assú,
E deu filhos que lutaram
Nos campos de Curuzu.
Minha gente provém
De indígenas e portugueses,
E traz, no sangue, também,
O sangue dos holandeses.
Se os seus filhos, quando nasceram,
Talento não denunciam,
Morrem na infância primeira,
Porque asnos lá não se criam.
Muitos deles, quando querem
Dar asas à inspiração,
Emigram para outras plagas,
Como aves de arribação.
E, mesmo sentindo nalma
Fundas saudades dalí,
Vêm cantar seus amores
Às margens do Potengí.
E OLHAR de perto a praieira
Da canção de Otoniel,
De olhos ternos, cismadores,
Lábios doces como mel,
Que ama escutar trovadores,
Que tenham vindo de lá,
Para dizer-lhe ao ouvido
Estrofes de Itajubá.
Minha terra tem história,
Poesia e tradição!
E em tempos idos, já foi
A Atenas do meu sertão.
Antigamente, a escola
lá era risonha e franca,
E o negro, banqueteado,
Nos salões do amplo sobrado
Do Barão de Serra Branca.
Teve seu berço no Assu,
Luiz Carlos Lins Wanderley,
Que, médicin, malgré tout,
Era poeta de lei.
E os Soares e Amorins,
Macedos, Caldas e Lins,
E outros mais, que ainda há,
- Os quais, logo que nasceram,
Inspiração receberam
Nas águas do Poassá.
Na poesia popular,
Houve Moisés Sesiom,
Que, semelhante a Bocage,
Glosava no melhor tom.
E não se deve esquecer
João Celso e Palmério Filho,
Que, na tribuna e na imprensa,
Pontificaram com brilho.
DEUS te salve, terra amada,
Berço dos meus ancestrais!
Eu morreria de mágua
Se não te revesse mais.
Se não pudesse beijar-te,
Nos meus dias outonais,
Escutando o farfalhar
Dos verdes carnaubais.

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...