segunda-feira, 18 de março de 2013


ESPERA

Não me digas adeus, ó sombra amiga,
Abranda mais o ritmo dos teus passos;
Sente o perfume da paixão antiga,
Dos nossos bons e cândidos abraços!

Sou a dona dos místicos cansaços,
A fantástica e estranha rapariga
Que um dia ficou presa nos teus braços...
Não vás ainda embora, ó sombra amiga!

Teu amor fez de mim um lago triste:
Quantas ondas a rir que não lhe ouviste,
Quanta canção de ondinas lá no fundo!

Espera... espera... ó minha sombra amada...
Vê que pra além de mim já não há nada
E nunca mais me encontras neste mundo!...

Florbela Espanca
Imagem: Google
Espera...

Não me digas adeus, ó sombra amiga, 
Abranda mais o ritmo dos teus passos; 
Sente o perfume da paixão antiga, 
Dos nossos bons e cândidos abraços! 

Sou a dona dos místicos cansaços, 
A fantástica e estranha rapariga 
Que um dia ficou presa nos teus braços... 
Não vás ainda embora, ó sombra amiga! 

Teu amor fez de mim um lago triste: 
Quantas ondas a rir que não lhe ouviste, 
Quanta canção de ondinas lá no fundo! 

Espera... espera... ó minha sombra amada... 
Vê que pra além de mim já não há nada 
E nunca mais me encontras neste mundo!... 

Florbela Espanca
Imagem: Google

Nenhum comentário:

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...