sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Biblioteca mais antiga de São Paulo, no Mosteiro de São Bento

 Por  Revista Prosa Verso e Arte

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A biblioteca no Mosteiro de São Bento que é a mais antiga de São Paulo - foto: Junior Lago/Uol

O coração de São Paulo abriga a biblioteca mais antiga da cidade, com 422 anos de história, também é uma das mais antigas do país. A Biblioteca do Mosteiro de São Bento de São Paulo guarda um tesouro que contém parte dos maiores ensinamentos da humanidade. O acervo é conservada em amplas salas no segundo andar do histórico prédio localizado a poucos metros do local onde a metrópole nasceu.

Em uma matéria do Uol, o portal descobriu que existem mais de 115 mil livros que são reunidos desde 1598, quando os primeiros monges começaram a trabalhar nessa biblioteca.

Os títulos da biblioteca do Mosteiro de São Bento estão disponíveis para consulta dos próprios monges, que têm a leitura como um de seus hábitos diários, e para os alunos da Faculdade de São Bento. O acesso ao ambiente da biblioteca, no entanto, é de claustro e restrito aos 40 monges beneditinos que lá vivem.

O acervo conta com 581 títulos publicados entre os séculos 15 e 18, joias raras da coleção. Uma bíblia de Gutenberg, o pai da imprensa, é o livro mais raro do acervo da biblioteca de São Bento. Datada de 1496, cerca de cem anos antes de os monges chegarem ao Brasil, e quatro anos mais velha que o nosso país, a bíblia fica isolada em uma sala com umidade e temperatura controladas e acesso restrito às pessoas que conservam estas obras e a estudiosos.

Outros livros raros da coleção: um comentário da bíblia de 1500, uma bíblia em alemão de Lutero, de 1656, a enciclopédia “História Natural do Brasil”, de 1658, os tratados de Aristóteles, de 1607, Steganographia, do monge Johannis Trithemius, de 1676 e um antifonal – base para o canto gregoriano – de 1715. Os exemplares, impressos em latim, grego e alemão, estão bastante conservados também pela alta qualidade do papel usado na época.

Uma das curiosidades sobre os exemplares mais antigos é que alguns  – como o comentário da bíblia de 1500 – usavam os antigos papiros como material de encadernação. O monge conta que existem lombadas mais valiosas do que as próprias obras que carregam. Como grande parte dos livros raros possuem edições mais recentes, as obras raras ficam restritas à conservação museológica.

Os primeiros registros da história dessa biblioteca são de 1750, quando as aquisições começam a aparecer em atas dos capitulos – nome dado às reuniões internas dos monges. Eram obras vindas da Europa, principalmente do antigo (hoje desativado) Mosteiro de São Martinho de Tibães, em Braga, Portugal.

Na época entre os beneditino estava Frei Gaspar da Madre de Deus, considerado um dos primeiros historiadores de São Paulo.

Algumas imagens da biblioteca e de obras raras do acervo

Mezanino da biblioteca do Mosteiro de São Bento, em São Paulo. Restrito aos monges, o local guarda cerca de 115 mil volumes e precisou ser ampliado para comportar a coleção que se iniciou em 1598 – foto: Junior Lago/Uol
Vista geral da biblioteca do Mosteiro de São Bento, a mais antiga de São Paulo – foto: Junior Lago/Uol
A biblioteca do Mosteiro de São Bento tem alguns livros raros em sua coleção. O mais antigo é uma bíblia de Gutenberg, de 1496, cerca de cem anos antes da chegada dos monges no Brasil. foto: Junior Lago/Uol
Datado de 1500, um comentário da bíblia em latim tem a capa em couro e letras desenhadas à mão no início dos parágrafos – foto: Junior Lago/Uol
Apesar de não ser o exemplar mais antigo, a bíblia de Lutero é um dos livros mais importantes guardado pelos monges do Mosteiro de São Bento, em São Paulo. O exemplar é datado de 1656. Martinho Lutero desafiou a Igreja na época ao traduzir a bíblia para o alemão, com o intuito de tornar a obras mais acessível. A tradução da bíblia do latim para o alemão foi um dos motivos para o início da Reforma Protestante, que propôs mudanças no catolicismo – foto: Junior Lago/Uol
Trechos da bíblia de Lutero em alemão gótico. O exemplar de 1656 tem capa em couro com detalhes em ferro – foto: Junior Lago/Uol
Apesar de ter as primeiras páginas deterioradas, o exemplar está bem conservado. Os livros mais raros ficam isolados dos outros volumes da biblioteca, em uma sala com controle de umidade e temperatura. Os próprios monges fazem a conservação do acervo – foto: Junior Lago/Uol

A biblioteca do Mosteiro de São Bento, em São Paulo, também tem um exemplar datado de 1607 que reúne os tratados escritos pelo filósofo grego Aristóteles nos idiomas grego e latim – foto: Junior Lago/Uol

A obra publicada em 1607 traz os pensamentos de Aristóteles em grego e latim, lado a lado – foto: Junior Lago/Uol
Um antifonal de 1715 – que traz resumos de salmos da bíblia e é base para o canto gregoriano – também faz parte do acervo da biblioteca do Mosteiro de São Bento. Entre os exemplares raros, este é um dos mais bem conservados. A capa do antifonal é em couro de porco com detalhes em ferro. Segundo o monge responsável, o papel em que a obra foi impressa é de alta qualidade, por isso ele se mantém bastante conservado há 300 anos – foto: Junior Lago/Uol
Um antifonal de 1715 – que traz resumos de salmos da bíblia e é base para o canto gregoriano – também faz parte do acervo da biblioteca do Mosteiro de São Bento. Entre os exemplares raros, este é um dos mais bem conservados. A capa do antifonal é em couro de porco com detalhes em ferro. Segundo o monge responsável, o papel em que a obra foi impressa é de alta qualidade, por isso ele se mantém bastante conservado há 300 anos – foto: Junior Lago/Uol
Detalhe do antifonal de 1715 conservado pelos monges na biblioteca do Mosteiro de São Bento, em São Paulo. O livro é usado como base para o canto gregoriano – foto: Junior Lago/Uol

A enciclopédia “História Natural do Brasil”, do médico e naturalista holandês Guilherme Piso. Datado de 1658, o exemplar traz os primeiros registros de fauna e flora brasileira, tudo em latim. foto: Junior Lago/Uol

A enciclopédia de 1658, publicada apenas 158 anos após o descobrimento, também traz exemplares da flora brasileira. As ilustrações são do holandês Albert Eckhout. foto: Junior Lago/Uol

Um exemplar do Alcorão também faz parte do acervo da biblioteca do Mosteiro de São Bento – foto: Junior Lago/Uol

“[…] pensara que todo livro falasse das coisas, humanas ou divinas, que estão fora dos livros. Percebia agora que não raro os livros falam de livros, ou seja, é como se falassem entre si. À luz dessa reflexão, a biblioteca pareceu-me ainda mais inquietante. Era então o lugar de um longo e secular sussurro, de um diálogo imperceptível entre pergaminho e pergaminho, uma coisa viva, um receptáculo de forças não domáveis por uma mente humana, tesouro de segredos emanados de muitas mentes, e sobrevividos à morte daqueles que os produziram, ou os tinham utilizado.”
– Umberto Eco, em “O nome da Rosa”. [tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade]. 2ª ed., Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.

A biblioteca no Mosteiro de São Bento, São Paulo – foto: Junior Lago/Uol

Os livros censurados do Mosteiro de São Bento
Biblioteca quatrocentona conta com títulos que já foram proibidos pela Igreja Católica

Entre os cerca de 100 mil livros da preciosa biblioteca do Mosteiro de São Bento, no centro de São Paulo, há vários que já foram proibidos pela própria Igreja Católica. São obras que constaram do famigerado index, a lista de obras censuradas pelo Vaticano, que vigorou até 1966. “No jornal L’Osservatore Romano, edição de 15 de junho de 1966, foi publicado o decreto do papa Paulo VI, eliminando o index”, pontua o monge beneditino João Baptista, atual responsável pela biblioteca.

O monge beneditino Dom João Baptista, produtor cultural e responsável pela biblioteca – foto: Junior Lago/Uol

A pedido do blog, Baptista destaca algumas dessas obras que existem no acervo do mosteiro (os comentários são dele):
• Steganographia, 1676 de Johannes Trithemius.
Trata-se de uma curiosa obra que trata da ocultação de mensagens e dialoga com escritos esotéricos e códigos, algo como telepatia e hipnotismo na nomenclatura da atualidade. Esta é a obra mais importante do autor e também a mais controversa. Trithemius foi monge beneditino, abade de Sponheim. A obra foi escrita por volta de 1500, mas apenas impressa um século depois. Ao ser impressa já foi incluída no index pelo decreto de 7 de setembro de 1609.
• Primeira tradução da Bíblia para o alemão, feita por Martinho Lutero.
Trata-se de uma edição luxuosa em couro e metal de 1656. A Igreja não permitia a tradução da bíblia, que só podia ser utilizada na versão latina chamada de Vulgata, feita por São Jerônimo.
• Edições de O Príncipe de Maquiavel – todas do século 19.
• Alguns volumes da Encyclopédie de Diderot, século 19. Algumas dessas escritas também por Voltaire e Montesquieu.
• Edição do século 19 Du Contrat Social, de Rousseau.
• Primeiras edições das obras de Sartre em francês.
• Sermões do Mestre Eckhart, dominicano alemão do século 14.
Algumas de suas ideias foram condenadas pelo tribunal da inquisição. As obras no mosteiro estão em alemão e francês e são todas do século 20.

Saiba mais sobre a biblioteca
Biblioteca do Mosteiro de São Bento de São Paulo

Fonte: Uol Entretenimento | Estadão São Paulo | São Paulo-Infoco

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LUZES QUE SE APAGA

 

1 d 
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A imagem pode conter: céu e atividades ao ar livre
Valério Mesquita*
Mesquita.valerio@gmail.com

Apagaram-se as luzes dos natais de antigamente? A avenida Rio Branco era um corredor resplandecente do Baldo à Ribeira. Abraços, cantos e risos povoavam as calçadas: Boas Festas! Feliz Ano Novo! Era um planeta diferente. Foi pensando e revivendo os velhos natais que ressurgiu na memória o antigo comércio da avenida Rio Branco com suas lojas, magazines, armazéns que constituíam a força do capital da classe produtora potiguar.
Era o chamado comerciante da cidade, inscrito na Associação Comercial do Rio Grande do Norte, movido a Banco do Brasil de Otávio Ribeiro Dantas, lá da avenida Duque de Caxias, na Ribeira. Da calçada do Cinema Rex, onde Luís de Barros tocava a cigarra mandando começar o filme, contemplei, olhar acima, olhar abaixo, o mundo desaparecido de estabelecimentos comerciais fundados por natalenses e hoje substituídos por lojas de Pernambuco, Paraíba e Ceará.
De frente, onde me achava, me lembrei da Casa Costa que servia o mais saboroso sorvete; Omar Medeiros e Cia., Lojas Setas; os “estrangeiros”: o Novo Continente, CêBarros, Quatro e Quatrocentos e Lojas Paulistas; J. Resende e a Casa Régio dominavam o mercado de eletrodomésticos; Casa Hollywood e Casa Garcia além do Cine-Foto Jaecy que depois foi para a João Pessoa; a resistente e desfraldada Livraria Universitária, vizinhas a Casa Duas Américas e a Formosa Syria; a Casa Tic-Tac e a Casa Rubi sem esquecer a Nova Paris; quase de frente a Casa Rio que ainda sobrevive (Rio Center), em outros locais da cidade, pluralizada e redimensionada; Ótica Brasil, a Farmácia Barbosa e juntinho o bar Granada; a casa Letière, o Armazém Natal e antes do Banco do Brasil, a lembrança mais dolorosa do velho e trágico mercado público da cidade do Natal. Tudo sumiu. As vitrines desse tempo se apagaram e com elas um grupo de comerciantes que desapareceram, permanecendo, apenas, uma foto intacta suspensa no ar e as imagens dos natais de quarenta e cinquenta anos passados.
Ao contemplar a Rio Branco sem luz e sem alma da festa natalina, resolvi homenageá-los. Natal não pode esquecer jamais os pastores da noite que fizeram feliz o Natal de tanta gente. Chegam-me alguns que a memória reteve: Fuad Salha, Zé Garcia, Chafic Abou Chacra, Reginaldo Teófilo, Habib Challita, Zé Resende, Walter Pereira, Quim-quim da Farmácia Barbosa, Nagib Assad Salha, seu José e Abess da Formosa Syria, Raimundo Chaves, Heider Mesquita, Jaecy Emerenciano Galvão e Nemésio Moquecho, Quincola (Scope) Luís de Barros, Nivaldo Feitoza Bonifácio, Alcides Araújo e uma lembrança terna da Rádio Trairi do major Theodorico Bezerra que funcionava no alto do Novo Continente. Relembro os locutores: Gutemberg Marinho, Edmilson Andrade e Vanildo Nunes, em nome dos quais homenageio a todos.

A cidade de Natal deve um preito de reconhecimento a todos aqueles que diretamente, através do seu ofício, se conscientizaram do seu papel, se fortaleceram e daí surgiram a Federação do Comércio, o Sindicato do Comércio Varejista e o próprio CDL. Ninguém pode contestar o pioneirismo dessas conquistas aos comerciantes da avenida Rio Branco. É preciso reacender as luzes dessa avenida para a história passar.
No Grande Ponto, o olhar triste e reminiscente. A procissão de relembranças das melhores figuras de Natal, espiritualizadas no eterno bate-papo, dia e noite, como se, para mim, ali, naquele instante, tudo tivesse se reencarnado. Olhei para o chão sagrado daqueles vultos e deu-me náuseas as calçadas sujas, encardidas pela desfiguração e os pés da modernidade. Mataram o Grande Ponto pletórico e no âmbito do seu quadrilátero, rasgaram a sua história em pedaços e foram transformados os seus habitantes. Daquelas calçadas, com sol matinal batido e quente desse verão sobe as narinas um odor de sebo bovino e inhaca pestilencial. Será que o IPTU não poderia lavar aquelas calçadas onde tanta gente boa pisou antigamente? Djalma Maranhão, Alvamar Furtado, Luís Tavares, José Augusto Varela, Antonio Soares Filho, Luiz Carlos Guimarães, Newton Navarro, Veríssimo de Melo, Ticiano Duarte, Américo de Oliveira Costa, Zé Areia, Gilberto Avelino e tantos outros mortos dignos de lavarmos os pés, sem precisar nem falar nos vivos?

(*) Escritor

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

 O AMOR É SUBLIME.

O Amor
É sublime
Ele é fugaz
É capaz
Das mais incríveis atitudes
O amor cria virtudes
Que a vida não mostrou
Sublime é o amor
Ao coração de quem ama
Há um impulso que envolve
Há um sentimento que comove
Por razão de um querer
Como é lindo poder
Amar e ser amada
E sentir que o amor
Existe em mim
Gostoso é sentir
O que eu sinto agora
Como é lindo sonhar
Num jardim florindo
E ser uma flor se abrindo
Seja lá como for
Só pra demonstrar como
Sublime é o Amor !

Crônicas e poesias

(Margarete Cavalcanti).

 

Por Wandyr Villar

 

UMA PIONEIRA – Clara Soares (minha tia bisavó): primeira pessoa a colecionar livros, periódicos, fotos e documentos do RN, ainda no século XIX. Primeira mulher a possuir uma câmera fotográfica e gravador, em Natal. Primeira mulher a ouvir um gramophone em Natal. Primeira musicóloga do RN, colecionadora de discos, modinhas e partituras. Genealogista, pesquisadora da memória do estado, com várias colaborações em nossa imprensa periódica.

Durante mais de 70 anos devotou à vida ao Instituto Histórico e Geográfico do RN – que foi presidido e fundado por seu pai Cel. Pedro Soares de Araújo (meu trisavô) e igualmente por Vicente de Lemos (meu trisavô) – sogro de seu irmão Antônio Soares (meu bisavô) – doando coleções de jornais que ela mesma pagava a encadernação, doou vários artefatos para o museu da instituição, fez várias doações em dinheiro, além de inúmeros livros e um grande montante do acervo fotográfico. O Instituto Histórico e Geográfico do RN, NUNCA prestou uma homenagem à Clara Soares – nem mesmo uma foto em uma de suas paredes – uma VERGONHA, se é que a instituição (e sócios) sabe o que esta palavra significa.

Graças ao trabalho BENEMÉRITO de Clara Soares em Natal existe a Praça Padre João Maria (seu grande amigo). Foi uma árdua defensora da educação feminina do estado, se dedicou vários anos à Escola Doméstica e à Liga de Ensino, também fundada por seu pai. Graças a ela, a memória da escola existe, já que quase todo o acervo documental da instituição, foi doado por ela – fato que a professora Noilde Ramalho, amava me lembrar.

Também se dedicou à educação das mulheres, juntamente com seu outro irmão Luiz Soares, na prática do escotismo. Foi uma das grandes entusiastas do desporto no RN, ajudando a criar várias agremiações. Um grande nome da caridade em Natal. Nasceu em Assu em 1881, se encantou em Natal em 1975 [Wandyr Villar].


segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

 

O Crepúsculo Romântico

Quão belo é o sol quando no céu se ergue risonho,
E qual uma explosão nos lança e seu bom dia!
– Feliz quem pode com amor e ébria alegria
Saudar-lhe o ocaso mais glorioso do que um sonho!

Recordo-me! Eu vi tudo, a flor, o sulco, a fonte,
Murchar sob o esplendor dessa pupila que arde…
– Corramos todos sem demora ao poente, é tarde,
Para abraçar um raio oblíquo no horizonte!

Mas eu persigo em vão o Deus que ora se ausenta;
A irresistível Noite o seu império assenta,
Úmida, negra, erma de estrelas ou faróis;

Um odor de sepulcro em meio às trevas vaga,
E junto aos pantanais meu pé medroso esmaga
Inesperadas rãs e frios caracóis.

– Charles Baudelaire, 1862

Artista venezuelano cria mural com 200 mil tampinhas de plástico

Este é um ótimo exemplo de como a arte pode transformar as cidades e como o lixo pode ser reutilizado!

Ana Carolina Conti Cenciani
 

Oscar Olivares é um artista venezuelano de 23 anos que usa a arte como uma forma de reciclar produtos plásticos. “Mais do que estudar e usar técnicas diferentes, uso a arte para ser feliz e expressar meus sentimentos e ideias”, complementa o jovem artista.

Em associação com a organização ambiental local “OkoSpiri” e com o movimento Architecture for the Future, Oscar criou um mural gigantesco usando tampas de garrafas plásticas e outros recipientes. Foram necessários 3 meses de trabalho e 200.000 tampas.

O resultado é impressionante: um mural de 45 metros de largura e uma altura que varia entre 3,5 e 7,25 metros em pontos diferentes. A obra de arte fica na cidade de El Hatillo, na Venezuela.

O processo foi trabalhoso e envolveu a colaboração de diferentes pessoas e empresas locais que doaram materiais e ajudaram com o trabalho. “Estou muito feliz projetando e criando. O que mais quero é que as pessoas sintam essa mesma felicidade ao ver meus trabalhos”, diz Oscar.

Alegria e felicidade são, sem dúvida, impressas na composição que mudou o ambiente nesta região da cidade – o mural é composto por araras em seu habitat natural, com todas as suas cores e belezas.



Além das araras, o mural possui flores como girassóis, montanhas do Parque Nacional El Ávila, edifícios em uma paisagem verde e céu estrelado, além de outros elementos criados pelo artista.

Este é um ótimo exemplo de como a arte pode transformar as cidades e como o lixo pode ser reutilizado: em vez de poluir o meio ambiente, essas 200.000 tampinhas ajudaram a tornar a cidade mais bonita para todos.

Com informações de EcoInventos

De: https://www.contioutra.com/

domingo, 27 de dezembro de 2020

 

MORRE O HOMEM E A HISTÓRIA SEGUE CONTANDO SEUS EXEMPLOS

 

Desejo de forma resumida prestar um breve depoimento a respeito do professor, escritor varzeano Gilberto Freire de Melo, um pendenciense, que deixou com sua morte exemplar acervo de contos e relatos escritos pela lavra pujante de sua fértil inteligência.

Conheci Gilberto em 1960 quando fui residir e estudar em Pendências, sendo este vizinho do meu tio Mizael na rua José Ramos. 

Era na época funcionário dos Correios, vindo a ocupar cargo de confiança no governo de Absalão Pinheiro Maia.

Gilberto Freire sempre demonstrou um lado ideológico, sendo taxado por alguns conservadores de comunista.

Foi meu professor de português nos anos 70 no ginásio Monsenhor Honório, onde aprendi um pouco das regras gramaticais que me serve de balizamento até hoje para o que escrevo e publico.

Gilberto era bastante irreverente, hábil nas palavras e bastante extrovertido.

Casado em 1ª núpcias com Dona Terezinha Bezerra com quem contraiu uma prole de 3 filhos: Maristela, Leonor e Gilberto Júnior ( Jubinha), -  depois que enviuvou, terminou sua vida maritalmente com uma conterrânea nossa, filha de seu Luiz Preto, residente na comunidade de Jenipapeiro - zona rural de Carnaubais.

Gilberto Freire ´pertence a uma familia tradicional da pátria varzeana - Os Freires de Melo e Lemos: é sua base genealógica.

Gilberto com sua idade avançada vinha passando por complicações de saúde, sendo portador de Alzheimer, ultimamente foi acometido de covid- 19, responsável pela sua causa mortis.

Gilberto Freire se despediu do mundo aos 86 anos de idade, deixando um legado cultural de suma importância no contexto literário do universo das letras.

Suas principais obras foram: Absurdos Gramaticais, Santa Luzia do Meu Tempo, Alto do Rodrigues: "Uma História de Amor e Progresso, Cândio Cambão, Pendências de Cima e Manoel Torquato - Um Herói e  Vitima da Guerrilha.

Para finalizar lembro-me de um caso que aconteceu durante a enchente de 1960, sendo Gilberto Freire secretário Municipal, vendo a sede da prefeitura sendo tomada pelas águas, convocou alguns funcionários do municipio e começou a empilhar pastas documentais no madeirame superior da prefeitura, para evitar que fossem danificadas.

Eis que o prefeito Absalão que se encontrava em Natal, sendo chamado as pressas pra ver a realidade da sua cidade, ao chegar na prefeitura, vendo as imediatas providências do seu auxiliar - não se conteve largou um sono grito: Gilberto, você quer me enganchar com o Tribunal de Contas - Jogue essas merdas n'água! 

Obedecida a ordem, mandou em seguida um telegrama para o seu amigo Governador Dinarte Mariz, pedindo uma verificação in loco do TCE. 

Na mesma semana Romildo Gurgel que era o presidente do órgão fiscalizador estadual, veio á Pendências e após a constatação do desaparecimento das pastas, despachou uma declaração de isenção da responsabilidade do governante.

Este relato faz parte dos roteiros escritos pelo saudoso jornalista padre José Luiz Silva de quem fui seu colaborador em sua empresa de comunicação (FOLK), que ficava no 1º andar da Rodoviária da Ribeira em Natal.

 Aluizio Dias Lacerda

A CULTURA LITERÁRIA VARZEANA FICA MAIS POBRE COM A MORTE DO ESCRITOR BERADEIRO GILBERTO FREIRE DE MELO
Recebemos com bastante tristeza a noticia do falecimento do professor, escritor, servidor público federal aposentado Gilberto Freire de Melo, que nascido na ribeirinha do rio Piranhas/Açu, fez história no mundo da cultura literária, deixando um legado de 7 livros publicados, muitas crônicas e boa prosa a respeito da civilização varzeana.
Tive em Gilberto Freire - um pendenciense que admirava pelo seu conteúdo gramatical, figura que devo muito na aprendizagem da perfeita concordância verbal e outras figuras da linguagem, cujas metáforas nos deram expressivo nível de conhecimento.
Gilberto fez do espaço geográfico das Pendências de Cima, do Meio e de Baixo, o seu cartão de visita.
Tendo vencido o impacto do impaludismo, uma epidemia que ceifou muitas vidas no período do seu nascimento (1934), veio a óbito neste sábado 26 de dezembro com 86 anos de idade.
Como bem dizia meu tio Mizael - quem nasceu pra morrer de bala, não escapa do fuzil!
Gilberto Freire de Melo se rendeu ao famigerado virus do covid- 19, sendo sepultado nesta noite no cemitério Morada da paz em Natal, sem direito a velório, passando pelo castigo que é imposto a todos que morrem desta maneira.
Gilberto escreveu em sua coletânea o " Livro Santa Luzia do Meu Tempo - um referencial em louvor a padroeira de nossa cidade Carnaubais.
Nossa redação apresenta aos filhos deste ícone da literatura varzeana e demais familiares, nossos profundos sentimentos de pesar, nesta hora de aflições e saudades deste grande vulto contemporâneo.




EU...TU Eu sou doçura, Mas o mel és tu A imagem é minha, Mas a cor é dada por ti A flor sou eu, Mas tu és a fragrância Eu sou felicidade, Ma...