terça-feira, 12 de janeiro de 2021

POUCAS E BOAS

Valério Mesquita

mesquita.valerio@gmail.com

01) Corria o ano da graça de 1992. O então deputado federal Fernando Freire convoca ao Rio os deputados estaduais Nelson Freire, José Adécio e Carlos Marinho para uma importante operação de reengenharia política: transferi-los do PFL para o PDS. O trabalho de persuasão ficara a cargo do envolvente mister Paulo Maluf que saíra de São Paulo, sozinho, incógnito, a bordo de um Eletra da Varig para o Aeroporto Santos Dumount, aonde já o esperava Fernando. De lá para a casa de Freire, uma escala de Maluf no Copacabana Palace a fim de registrar-se e deixar a pasta de viagem. Ao caminhar até o apartamento o líder paulistano é surpreendido pela voz rouca e amistosa de um velho servidor do hotel: “Doutor Maluf, que prazer o senhor aqui”. Enfim, aquelas palavras amigáveis dos profissionais de hotel com os velhos conhecidos. Confiando e permitindo-se a mais intimindades, o decano recepcionista aventurou-se: “Doutor Paulo, se o senhor quiser companhia à noite é só falar comigo. Sou muito discreto e guardo segredo de tudo”. Maluf fez que não ouvia. Mas, o velho carioca estava com a corda toda: “Ademar de Barros, Juscelino, Carvalho Pinto sabem que sempre preservei o sigilo”. Maluf apenas riu e apressou-se a entrar no carro dirigido pelo deputado potiguar. Confessou que aprendera ali, que, tanto na política como nos hotéis, nada mais constitui segredo. E foi jantar, conversar e tocar piano até tarde para convencer e embalar Nelson, Adécio e Cacau. Só que os deputados potiguares não se renderam nem a Chopin revivido entre vinhos franceses através das mágicas e malufadas mãos do dr. Paulo.
02) Avelino Matias, vulgo “Meu Pai”, é uma das melhores figuras folclóricas da política potiguar. Dentre muitos causos de que foi protagonista, colhi um, ocorrido aqui em Natal. Estava em uma reunião fechada com mais umas dez pessoas ligadas à ex-Funabem quando, de repente, a sala foi invadida por um poluente, ou seja, um silencioso gás intestinal. Todos se entreolharam e procuraram disfarçar tapando discretamente o nariz. Mais alguns minutos, novamente, nova bufa sorrateira incomodou os presentes. E veio aquele constrangimento muito próprio nessa situação. Mas, aquela reunião em sala fechada parecia fadada à sabotagem. Com pouco tempo surgiu o terceiro e terrível flato ainda mais podre. De repente, ante os perplexos e circunstantes funcionários, levanta-se Avelino e sentencia em voz alta e pesarosa: “Meu pai”, “minha mãe”, eu sou um homem doente. Para não trazer mais problemas eu vou me retirar”. O alívio foi geral.
03) Antenor Rocha, ex-vereador macaibense, é mais conhecido como Agenor da Tripa. Certa noite, num comício em Cajazeiras, distrito de Macaíba, Agenor havia concluído o seu discurso quando foi procurar um local para urinar. Em muitas casas do interior a latrina é no quintal. Ao penetrar no escuro pela lateral do terreno, teve logo a má sorte de receber um banho d’água servida proveniente da cozinha, lá nos fundos da casa. Molhado mas consciente de que não foi casual, encontrou a “casinha” fechada. Como a vontade apertava entrou sítio adentro. Num local escuro começou “a verter a água do joelho”. De repente, quase morreu de susto: uma mulher estava agachada no mesmo serviço. ”Cabra sem vergonha, vá mijar a p.q.p!!”, gritou a mulher desesperada. Agenor saiu às carreiras para o local do comício. Assustado e todo mijado, me confessou gesticulando nervosamente: “Doutor, eu pensava que era um jumento, mas era uma “véia” braba como os seiscentos diabos”.
04) Jacaúna Assunção me contou esta, passada em sua Santana do Matos. A Câmara Municipal de Santana, em certo período, era presidida pelo vereador João Braz, brabo que nem siri em lata. O regimento interno era o grito no pé do ouvido de quem ousasse desafiar a ordem estabelecida. Mas, o vereador Manoel Bezerra “cantou de galo” em plena sessão e começou a fazer barulho. Não se contendo, o presidente João Braz, do alto de sua indignação, esbravejou em alto e bom som: “Silêncio, respeite esta merda!!!”
05) Comício de Ronaldo Soares em Açu. Povo doidão na praça. O locutor vibrante anuncia a palavra de Chico Galego, candidato a vereador, líder da Lagoa do Piató. Ao receber o microfone sem fio, assustou-se com o equipamento e tratou de reclamar: “Cadê a correia dele Lourinaldo, cadê a correia, esse bicho não vai falar de jeito nenhum!!!”. Aí a galera vibrou.
Acho graça a mocidade
Não querer envelhecer
Velho ninguém quer ficar
Moço ninguém quer morrer
Sem ser velho ninguém vive
Bom é ser velho e viver”.
(Odilon Nunes de Sá)



AMIGO

Quer ser meu amigo? Eu estou aqui!
Pois, não quero mais vê-lo tão ausente.
Se alguma coisa o fez diferente,
Com a sua ausência, muito eu aprendi.
Fiquei flexível e por ser consciente
Procuro saber em que lhe agredi.
Me desculpe amigo, se eu lhe feri
Me perdoe se um dia eu fui prepotente.
Não deixe que a ira domine o seu ego
Gerando inimigo e o tornando cego
Por que quem vê cara não vê coração.
Faça um retrospecto do que fiz contigo
Tendo culpa ou não pra ser seu amigo
Eu mais uma vez lhe peço perdão.
(Jonas Bezerra, poeta repentista paraibano de Patos, Paraíba).

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Uma coisa linda
A infância
Outra coisa linda
A infância
A infância é uma coisa linda.

Fernando Caldas


 

52 min 
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A imagem pode conter: árvore, céu, nuvem, planta, atividades ao ar livre e natureza
"Quando você começa a perceber as belezas pela estrada que está seguindo, todo o percurso, por mais atribulado que seja, torna-se mais fácil."
Av. Dr. Otávio Lamartine - Jardim do Seridó RN
Foto: Raimundo Filho

Sobre o amar e o ouvir – Rubem Alves

 Por Revista Prosa Verso e Arte

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Amamos não a pessoa que fala bonito, mas a pessoa que escuta bonito… A arte de amar e a arte de ouvir estão intimamente ligadas. Não é possível amar uma pessoa que não sabe ouvir. Os falantes que julgam que por sua fala bonita serão amados são uns tolos. Estão condenados à solidão. Quem só fala e não sabe ouvir é um chato… O ato de falar é um ato masculino. Fala é falus: algo que sai, se alonga e procura um orifício onde entrar, o ouvido… Já o ato de ouvir é feminino: o ouvido é um vazio que se permite ser penetrado. Não me entenda mal. Não disse que fala é coisa de homem e ouvir é coisa de mulher.

Todos nós somos masculinos e femininos ao mesmo tempo. Xerazade, quando contava as estórias das 1001 noites para o sultão, estava carinhosamente penetrando os vazios femininos do machão. E foi dessa escuta feminina do sultão que surgiu o amor. Não há amor que resista ao falatório.

— Rubem Alves, no livro “Ostra feliz não faz pérola”. São Paulo : Editora Planeta do Brasil, 2008.

https://www.revistaprosaversoearte.com/

‘Frankenstein’, a estranha árvore que produz mais de 40 tipos de frutas

 CURIOSIDADES

  Vinicius Delmondes

É uma escultura? É uma maravilha da jardinagem? É tudo isso e é uma única árvore frutífera com múltiplos enxertos.



É uma árvore linda, e rara, já que é capaz de dar mais de 39 tipos de frutas, foi feita por um professor chamado Sam Van Aken, ele criou esta obra com a ajuda de agricultores, biólogos e outros especialistas no que diz respeito.

É feito com muitas variedades de plantas que quando vistas em um único tronco podem dar frutos diversos e únicos, entre os frutos estão, pêssegos, damascos, nectarinas e cerejas diversas entre outros.


Esse professor queria fazer algo incrível e ele conseguiu, uma árvore que dá muitos frutos e vários tipos de folhas, algo surpreendente. Esta árvore ganha uma beleza espetacular na primavera quando centenas de pessoas passam a visitá-la para fotografá-la.


Foi criada nos Estados Unidos com o objetivo de produzir muitos frutos em uma única árvore.

É um processo que serve para poupar muito dinheiro e com uma única árvore ter mais espaço disponível e obtê-las frescas na sua própria casa sem ir ao mercado.


Pode demorar mais de 4 anos e meio para atingir um bom tamanho e começar a produzir frutos ricos que não se encontram em lugar nenhum, tudo graças a uma técnica conhecida como escultura por enxertia.


Este processo é muito importante pois, plantando mais dessas árvores estaríamos colocando um grão de areia para salvar o planeta.

O professor afirma só querer contribuir com o meio ambiente e salvar muitas plantas que estão em perigo de extinção e com esta árvore muitas delas seriam salvas.

Tem infinitas cores na primavera desde roxo, rosa e branco, tudo que melhora o planeta, muitas pessoas querem tê-la em sua horta. O objetivo final de Van Aken é colocar pequenos pomares urbanos repletos dessas árvores em todo o planeta, algo que possa aumentar a diversidade de frutas em geral, bem como cumprir seu outro desejo de divulgar sua arte globalmente e que todos que encontrarem com uma dessas árvores faça perguntas sobre sua origem.D

Dê uma olhada nesta matéria da National Geographic (no youtube), onde o artista fala detalhadamente sobre esta árvore.

Fonte: muyinteresante

De: https://www.blogger.com/




domingo, 10 de janeiro de 2021

JOÃO SOARES – UM PIONEIRO (meu bisavô) – Assim como sua irmã Clara Soares; João tem seus pioneirismos no RN. Nasceu em Assu (RN). Primeiro Homeopata, Primeiro Historiador de nossas Letras Jurídicas, primeira pessoa a fazer um CENSO DEMOGRÁFICO em Natal. Também foi: professor primário, poeta (com vários poemas musicados), advogado, juiz, arquivista (funcionário do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro), jornalista (colaborou em periódicos do Rio de Janeiro, Ceará e em vários municípios do RN) repórter, cronista, Fiscal do Governo na Empresa Força e Luz. Em meu acervo tenho: seu livro de poemas “O Nada” (ainda inédito), “Magistratura e Ministério Público Estaduais do Rio Grande do Norte [1892 / 1922].” (ainda inédito) e “O Recenseamento de Natal, de 1919” (ainda inédito).
Casou-se em Natal, em 06 de novembro de 1915, com Emilia Anália Soares de Araújo (nome de casada).
Juntamente com seu amigo Padre João Maria, editou o famoso jornal “8 de Setembro”. Foi diretor do Atheneu Norte-Riograndense e Fiscal de Educação. Formou-se em direito pela “Faculdade de Sciencias Juridicas e Sociaes do Rio de Janeiro” em novembro de 1912, colou grau em 29 de agosto de 1913, dia do aniversário de seu pai. Foi um grande amigo do Conde de Affonso Celso (diretor da faculdade) e de Ronald de Carvalho (seu colega de turma). Manteve (em Natal) o “Grupo Elementar 29 de Agosto” no qual educou vários vultos da cultura do RN – inclusive seu filho Boanerges Soares (meu avô materno).
Ao todo João Soares de Araújo teve 11 filhos, nasceu em 1883, faleceu em Natal em 1965 [Wandyr Villar].

                          V   

Nasci numa noite
Mas não gosto da noite
A noite é para mim
Sempre triste.

Nenhuma descrição de foto disponível.

                         





 


 Frevo. Arte de Lúcia Caldas (Lúcia é pintora, de família do Assu.


sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Doria sofre nova derrota na Justiça e gratuidade no transporte para idosos volta a funcionar em SP

POLÍTICA

08/01/2021 

O Sindicato Nacional dos Aposentados, a Confederação Nacional dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material Elétrico de SP e Mogi das Cruzes entraram com ação na última quarta-feira, 06, na Justiça paulista contra o governador João Doria (PSDB) para restabelecer a gratuidade do transporte público para pessoas entre 60 e 64 anos. 

As novas medidas definidas pelo governo de São Paulo e pela prefeitura da capital paulista definem que a gratuidade que valia a partir dos 60 anos passaria a contemplar apenas passageiros acima dos 65 anos que utilizam ônibus municipais e intermunicipais EMTU, Metrô e CPTM.

A medida foi aprovada pela Câmara Municipal de São Paulo em 22 de dezembro e sancionada pelo prefeito Bruno Covas no dia seguinte.

O governador João Doria aproveitou e editou decreto suspendendo a regulamentação da legislação que permitia a gratuidade para essa faixa de idade, alterando a Lei nº 15.187, de 2013.


Entretanto, para a tristeza do "ditador da calça apertada", o juiz Luis Manuel Fonseca Pires, da 3ª Vara da Fazenda Pública Central de São Paulo, expediu nesta quinta-feira, 7, uma liminar para restabelecer a gratuidade a idosos com idades entre 60 e 65 anos no metrô da capital paulista, em trens da região metropolitana e nos ônibus intermunicipais da Grande São Paulo.

A decisão suspende os efeitos do decreto publicado por Doria.

Na avaliação do magistrado, o tucano extrapolou suas atribuições ao revogar o benefício. Isso porque o decreto de Doria substituiu um outro que regulamentava a lei concessiva da gratuidade – o que, para o juiz, retira o comando expresso na legislação.

Segundo Fonseca, apenas uma lei aprovada pelos deputados estaduais poderia revogar a isenção do pagamento.

“Não pode o Poder Executivo utilizar-se de atribuição afeita ao Poder Legislativo sob pena de afrontar o princípio da tripartição dos poderes”, observou o juiz.
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Fonte: Agência Brasil

da Redação




Primeira deputada negra do Brasil criou o Dia do Professor em 1948

 


A partir de 1963 o Dia do Professor passou a ser comemorado oficialmente em 15 de outubro em todo o Brasil. Mas a data já era celebrada em Santa Catarina desde 1948 por iniciativa de Antonieta de Barros, a primeira mulher negra a ser eleita deputada no país. Professora por formação e filha de uma ex-escrava, ela teve papel fundamental na luta pela igualdade racial e pelos direitos das mulheres.

O dia 15 de outubro foi escolhido como Dia do Professor em referência à data em que o imperador D. Pedro I instituiu o Ensino Elementar no Brasil, em 1827. No ano de 1947, o professor paulista Salomão Becker já havia proposto a criação de um dia de confraternização e homenagem aos professores. No ano seguinte, Antonieta de Barros apresentou à Assembleia Legislativa catarinense o projeto de lei que criava o Dia do Professor. Somente 15 anos depois é que a data passou a ser oficializada em todo o Brasil, após a assinatura de um decreto do presidente João Goulart.

A trajetória de vida de Antonieta de Barros é admirável. Nascida em Florianópolis, em 1901, ela teve uma infância difícil. Após ser libertada da escravidão, sua mãe trabalhou como lavadeira e, para completar o orçamento, transformou sua casa em pensão para estudantes. O pai de Antonieta, um jardineiro, morreu quando ela ainda era menina. 

Foi convivendo com os estudantes na pensão de sua mãe que Antonieta se alfabetizou. Aos 17 anos, entrou na Escola Normal Catarinense, concluindo o curso em 1921. No ano seguinte, fundou o Curso Particular Antonieta de Barros, voltado para a educação da população carente.

Antonieta também trabalhou como jornalista, sendo fundadora do periódico A Semana, que circulou entre 1922 e 1927. Por meio de suas crônicas, divulgava ideias ligadas às questões da educação, dos desmandos políticos, da condição feminina e do preconceito.  

Em 1934, na primeira vez em que as mulheres brasileiras puderam votar e se candidatar, filiou-se ao Partido Liberal Catarinense, elegendo-se deputada estadual. Uma das principais bandeiras de seu mandato foi a concessão de bolsas de estudo para alunos carentes. Ela exerceu o mandato até 1937, quando começou o período ditatorial de Getúlio Vargas. No mesmo ano, sob o pseudônimo Maria da Ilha, escreveu o livro Farrapos de Idéias.

Em 1947, após o fim da ditadura Vargas, ela se elegeu deputada novamente, desta vez pelo Partido Social Democrático, cumprindo o mandato até 1951. Antonieta nunca deixou de exercer o magistério. Ela dirigiu a escola que levava seu nome até morrer, em 1952.  


Fontes: El PaísNSC TotalHypenessHuffPost BrasilFundação Cultural Palmares e A Cor da Cultura

Imagens: Instituto Histórico e Geográfico De Santa Catarina e Assembleia Legislativa de Santa Catarina

De: https://history.uol.com.br/

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...