sábado, 27 de outubro de 2012
Miro o tejo
Miro o tejo contemplativo
Olhares curiosos
Penetram os seus mistérios
Indagam sobre suas águas
Cujas histórias nele guarda
Tejo que banhas Lisboa
Devassada pelo desmazelo das gentes
Nem assim abandonas os homens
Alimenta-los de vida
Indiferente à sua incúria
Barcos rasgam teu ser
Lambendo-te os cascos frios
Que te ferem a alma
em chicotadas agrestes
Maus Tratos diários,
insensíveis a teus desígnios
destroem a tua beleza.
És acalentado pelo amor
Pelo romantismo de jovens casais
Que se acariciam e se amam junto a ti!
Alimentas-te desse amor que extravasa
Ó Tejo!
Tanto de ti que revejo em mim!
A profundeza de teus mistérios
Que guardas nas tuas águas
E eu nos recantos da minha alma!
João Salvador –
OUSADIA
Não ousas falar-lhe
O Receio das mágoas sentidas
O medo das palavras ditas
A dúvida no pensamento
Ficas feliz de a ver
Sentir a sua presença
Ainda que te não sinta
Ainda que te não veja
Uma enormidade presente
Um coração de saudade
Um amor de verdade
Um sentimento puro
Uma paixão que não mente!
João Salvador - 20/05/2012
EU NÃO DIGO, ELA NÃO DIZ
QUEM É QUE PODE SABER?
Certa coisa que já fiz
com uma jovem em segredo,
revelar até faz medo.
Eu não digo, ela não diz.
É que eu quis e ela quis,
só podia acontecer.
Mas o bom é não dizer
com quem isto aconteceu.
Ela não diz e nem eu,
Quem é que pode saber?
Décima de Luiz Lucas Lins Caldas - Luizinho Caldas. Ele era meu avô paterno e, como bom asuense dava-se o prazer de escrever versos.
QUEM É QUE PODE SABER?
Certa coisa que já fiz
com uma jovem em segredo,
revelar até faz medo.
Eu não digo, ela não diz.
É que eu quis e ela quis,
só podia acontecer.
Mas o bom é não dizer
com quem isto aconteceu.
Ela não diz e nem eu,
Quem é que pode saber?
Décima de Luiz Lucas Lins Caldas - Luizinho Caldas. Ele era meu avô paterno e, como bom asuense dava-se o prazer de escrever versos.
" ALMA DO POETA " Vinicius.C: Antes dos olhos
" ALMA DO POETA " Vinicius.C: Antes dos olhos: O que trazes nas mãos além de um peito avesso? Sinto como se inacabado, como vela acesa que não arde, ou mar que insiste em ser ...
SABOR SAUDADE: ALFENIM - UM DOCE BRINQUEDO!
Alfenim. Que saudade que eu tenho desse doce! Pra mim era muito mais que um doce, era um doce brinquedo! Lembro quando ia para a feira das Rocas com o meu pai, e ficava encantada com a banca que vendia alfenins: doces branquinhos em forma de bonecos, flores, cachimbos, chupetas...todos contornados de vermelho. Eu tinha uma coleção deles, mas a coleção durava pouco pois criança alguma resiste muito tempo diante de um alfenim - o doce crocante que desmancha na boca! Infelizmente as gerações mais novas não conhecem o alfenim, que praticamente deixou de fazer parte da nossa gastronomia e da infância de muitos jovens de hoje em dia.
Herança do tradicional doce de tabuleiro do Brasil colônia, o alfenim é um doce delicado e frágil, de cor branca, que se apresenta em formas esculpidas de bonecos, animais, flores e tudo mais que a imaginação criar. A história do Alfenim começa com os árabes, passa pelos portugueses e chega ao Brasil onde adquire forte significado cultural no nordeste brasileiro.
Em 1939 Gilberto Freyre, escrevia no seu livro Açúcar "... Os doces com feitio de homem e de animal, sempre muito encontrados nas feiras portuguesas, e dos quais Leite de Vasconcelos já escreveu que parecem "relacionar-se com antigas formas cultuais" comunicaram-se ao Brasil, sobrevivendo nos mata-fomes de tabuleiro e nos alfenins. Os mata-fomes em forma de cavalo, camelo, camaleão, homem ou mané-gostoso; os alfenins, em formas também de homem, menina, galinha, galinha chocando, pombinhos, cavalo. Doces hoje raros mas que ainda se encontram no Nordeste..."
Para Câmara Cascudo "Alfenim: alfenie, do árabe, valendo o alvo, o branco. Massa de açúcar branco, uma das gulodices orientais. Em Portugal, já era popularíssima em fins do século XV e princípios de XVI. Citado em Gil Vicente, Jorge Ferreira e Antônio Prestes. Era um doce fino, sem as complicações portuguesas e brasileiras, onde tomou formas humanas, de animais, flores, objetos de uso, vasos, cachimbos, estrelas. Sempre com pequenos desenhos vermelhos. É açúcar e água, apenas. Passa-se goma nas mãos na hora de puxar o fio no ponto do alfenim. De sua fragilidade e mimo restou a comparação melindroso como alfenim. Pertenceu a doçaria dos conventos, ofertado nos outeiros e nas festas de recebimento nas grades nos abadessados portugueses no século XVIII".
RECEITA DE ALFENIM
"Desde a madrugada estava acordada, mexendo a calda de açúcar, acrescentando-lhe dedal de vinagre da receita. Agora os alfenins, já prontos, secavam em seu tabuleiro, no parapeito da janela da cozinha. Fui ver aquelas cândidas figurinhas: lírios de pétalas frágeis, pombinhos unidos pelo bico, corações entrelaçados.... Loucos por doces, João sentava num tamborete ao lado do fogão e ajudava a fazer o puxa-puxa. Os fios brancos se esticavam entre suas mãos, de uma palma a outra - clara sanfona. Ele mesmo ficava com cheiro de calda queimada"!
( Heloneida Studart no livro "O pardal é um pássaro azul!")
INGREDIENTES
Na fase de pesquisa do projeto, Graça localizou na cidade de Assu, a única doceira da cidade ainda em plena atividade no ramo. Dona Terezinha ou Tetê dos alfenins ainda trabalha preservando a receita original, utilizando polvilho nas mãos, na hora da modelagem. Faz isso desde criança. Sua produção é toda caseira, que ela comanda junto às mulheres da família. Ultimamente Terezinha produz apenas sob encomenda, por ocasiões de quermesses, festas juninas e eventos religiosos no interior do estado. Seus alfenins podem ser encontrados em Natal durante a Festa do Boi.
Enviado ao You tube por diegocinaco7 em 16/12/2010
Herança do tradicional doce de tabuleiro do Brasil colônia, o alfenim é um doce delicado e frágil, de cor branca, que se apresenta em formas esculpidas de bonecos, animais, flores e tudo mais que a imaginação criar. A história do Alfenim começa com os árabes, passa pelos portugueses e chega ao Brasil onde adquire forte significado cultural no nordeste brasileiro.
Em 1939 Gilberto Freyre, escrevia no seu livro Açúcar "... Os doces com feitio de homem e de animal, sempre muito encontrados nas feiras portuguesas, e dos quais Leite de Vasconcelos já escreveu que parecem "relacionar-se com antigas formas cultuais" comunicaram-se ao Brasil, sobrevivendo nos mata-fomes de tabuleiro e nos alfenins. Os mata-fomes em forma de cavalo, camelo, camaleão, homem ou mané-gostoso; os alfenins, em formas também de homem, menina, galinha, galinha chocando, pombinhos, cavalo. Doces hoje raros mas que ainda se encontram no Nordeste..."
Para Câmara Cascudo "Alfenim: alfenie, do árabe, valendo o alvo, o branco. Massa de açúcar branco, uma das gulodices orientais. Em Portugal, já era popularíssima em fins do século XV e princípios de XVI. Citado em Gil Vicente, Jorge Ferreira e Antônio Prestes. Era um doce fino, sem as complicações portuguesas e brasileiras, onde tomou formas humanas, de animais, flores, objetos de uso, vasos, cachimbos, estrelas. Sempre com pequenos desenhos vermelhos. É açúcar e água, apenas. Passa-se goma nas mãos na hora de puxar o fio no ponto do alfenim. De sua fragilidade e mimo restou a comparação melindroso como alfenim. Pertenceu a doçaria dos conventos, ofertado nos outeiros e nas festas de recebimento nas grades nos abadessados portugueses no século XVIII".
RECEITA DE ALFENIM
INGREDIENTES
5 kilos de açúcar
1 litro de água
1 colher de café de clara em neve
1 colher de chá de limão
MODO DE FAZER
Primeira Etapa: Calda Base
Misturar bem o açúcar, a água e a clara. Levar ao fogo sem mexer e quando começar a ferver retirar a espuma para limpar a calda. Acrescentar o limão, ferver mais um minuto, borrifar um pouco de água pela superfície da calda, desligar o fogo e reservar.
Terceira Etapa: Puxa-Puxa
Quando a calda chegar ao ponto de temperatura possível para ser manuseada, ela é puxada e repuxada, até o ponto ideal para moldagem.
A última etapa é a moldagem das figuras, usando goma para refrescar a mão e evitar queimaduras. Nesta fase a imaginação e a habilidade para moldar é que fazem toda a diferença.
Os chefes Graça França e Ângelo Medeiros quando estudantes de gastronomia na UNP, caíram em campo para fazer um trabalho de faculdade a fim de resgatar o delicioso doce feito de açúcar. O trabalho acabou se tornando um projeto sobre "a extinção e o resgate do alfenim”. Segundo Graça, que também é jornalista, foi preciso um árduo trabalho de garimpagem e pesquisa in loco para saber por onde anda o alfenim no estado. A dupla tentou trazer o doce novamente às vitrines natalenses, mas os problemas práticos de fornecimento não deixaram a coisa ir pra frente. Mesmo assim o projeto repercutiu fora do estado, com a participação dos dois no "Mesa Tendências" um Congresso Internacional de Gastronomia organizado pelo SENAC/SP e a revista Prazeres da mesa.
Segunda Etapa: Testar o Ponto de Moldagem
Quando esfriar, retirar a crosta de açúcar que se formou na superfície da calda. Em seguida, vai tirando porções de calda aos poucos e levando ao fogo para dar o ponto de moldagem, que se testa na água fria. Estende-se a calda no mármore molhado, espera esfriar uns poucos segundos, solta as bordas com uma espátula.
Terceira Etapa: Puxa-Puxa
Última Etapa: Moldar as Figuras
Projeto Resgate do Alfenim
no Rio Grande do Norte
Os chefes Graça França e Ângelo Medeiros quando estudantes de gastronomia na UNP, caíram em campo para fazer um trabalho de faculdade a fim de resgatar o delicioso doce feito de açúcar. O trabalho acabou se tornando um projeto sobre "a extinção e o resgate do alfenim”. Segundo Graça, que também é jornalista, foi preciso um árduo trabalho de garimpagem e pesquisa in loco para saber por onde anda o alfenim no estado. A dupla tentou trazer o doce novamente às vitrines natalenses, mas os problemas práticos de fornecimento não deixaram a coisa ir pra frente. Mesmo assim o projeto repercutiu fora do estado, com a participação dos dois no "Mesa Tendências" um Congresso Internacional de Gastronomia organizado pelo SENAC/SP e a revista Prazeres da mesa.
Alfenins de Dona Terezinha - Assu - RN
Vídeo sobre a produção do Alfenim na cidade do Assu-RN, durante a realização do projeto para o resgate do doce no estado.
FONTES:
- Gilberto Freyre - "Açúcar, uma sociologia do doce com receitas de bolos e doces do Brasil"
- Luis da Câmara Cascudo -"Superstição no Brasil- Cap. Doces de Tabuleiro".
- Maria Marluce Gomes -"História da gastronomia do Rio Grande do Norte"
- Jornal Tribuna do Norte-Natal/RN -Caderno Fim de Semana -Matéria super especial sobre sabores em extinção "Ausentes na Mesa"
- Diário de Natal -Muito-Edição de Domingo:Gastronomia: Sabor doce e delicado, por Jussara Freire.
- Graça França e Ângelo Medeiros -Projeto resgate do Alfenim no RN
FOTOS: Imagens Google
Jornal Tribuna do Norte
Jornal Diário de Natal
Arquivos do Projeto de Resgate do Alfenim de
Graça França e Ângelo Medeiros.
Postado por Arilza Soares - Do blog Vento Nordeste
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