Miro o tejo
Miro o tejo contemplativo
Olhares curiosos
Penetram os seus mistérios
Indagam sobre suas águas
Cujas histórias nele guarda
Tejo que banhas Lisboa
Devassada pelo desmazelo das gentes
Nem assim abandonas os homens
Alimenta-los de vida
Indiferente à sua incúria
Barcos rasgam teu ser
Lambendo-te os cascos frios
Que te ferem a alma
em chicotadas agrestes
Maus Tratos diários,
insensíveis a teus desígnios
destroem a tua beleza.
És acalentado pelo amor
Pelo romantismo de jovens casais
Que se acariciam e se amam junto a ti!
Alimentas-te desse amor que extravasa
Ó Tejo!
Tanto de ti que revejo em mim!
A profundeza de teus mistérios
Que guardas nas tuas águas
E eu nos recantos da minha alma!
João Salvador –
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