segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Governo do RN anuncia pagamento de servidores que ganham entre R$ 3 mil e R$ 4 mil

Segundo governo, dinheiro entrará nas contas nesta terça-feira (19). Ainda não há data para pagamento de quem recebe acima dos R$ 4 mil.
  


Por G1 RN
18/09/2017 

Governo anunciou pagamento de quem ganha entre R$ 3 mil e R$ 4 mil (Foto: Thyago Macedo)


Governo anunciou pagamento de quem ganha entre R$ 3 mil e R$ 4 mil (Foto: Thyago Macedo)

O governo do Rio Grande do Norte anunciou que vai depositar nesta terça-feira (19) o pagamento da folha de agosto, aos servidores ativos, aposentados e pensionistas que recebem entre R$ 3 mil e R$ 4 mil.

Ainda não há data prevista para o pagamento dos salários de quem recebe acima R$ 4 mil. "Será realizado o mais breve possível, a partir da disponibilidade de recursos", informou a administração estadual, em nota.

O montante pago nesta terça soma R$ 51.370.510,23. No último dia 9, foram pagos os vencimentos de quem recebe até R$ 3 mil. Além destes, servidores da Educação e dos órgãos da administração indireta, que têm arrecadação própria, também receberam dinheiro.

De acordo com o governo, com a realização do depósito nesta semana, 80,49% do funcionalismo público terá recebido integralmente seus vencimentos, o que dá um valor total de R$ 190.925.074,92.


domingo, 17 de setembro de 2017

Eis abaixo, um dos poemas em linguagem matuta, rude do sertanejo nordestino, de autoria de Renato Caldas, página 20, do livro intitulado 'Fulô do mato' (uma raridade) segunda edição, publicado em 1953, pelo jornal "Tribuna da Imprensa, do Rio de Janeiro, com ajuda dos deputados federais Aluísio Alves e Carlos Lacerda, que depois fora governador da Guanabara, atual Rio de Janeiro. Renato Caldas "foi quem deu nome ao Rio grande do Norte, nas letras nacionais" com a publicação do referenciado livro publicado em primeira edição em 1940. Ele, Renato Caldas, era discípulo e amigo do menestrel maranhense Catulo da Paixão Cearense, autor da célebre canção intitulada 'Luar do sertão


quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Mantido veto à lei que declara patrimônio cultural o Teatro Sandoval Wanderley

O Plenário da Câmara Municipal de Natal aprovou, na sessão ordinária dessa terça-feira (12), um veto integral ao Projeto de Lei nº117/2017, de autoria do vereador Fernando Lucena (PT), subscrito pela vereadora Natália Bonavides (PT) e pelo vereador Klaus Araújo (SD), que declara Patrimônio Cultural Imaterial da cidade de Natal o Teatro Municipal Sandoval Wanderley. Foram 12 votos a favor, 6 contra e 4 abstenções.

Localizado no bairro do Alecrim, na Avenida Presidente Bandeira, o Sandoval Wanderley é um teatro de arena com capacidade para 150 espectadores. É referência de divulgação e cumpre um papel importante na cena cultural da cidade. Foi o segundo a ser construído na capital, em 1962, e leva o nome do ator assuense Sandoval Wanderley, que criou os grupos Conjunto Teatral Potiguar, em 1941, e o Teatro de Amadores de Natal, em 1951.
“Hoje é um dia de luto para a cultura popular do Rio Grande Norte. Infelizmente, a bancada governista enterrou sem choro e sem vela a história do Teatro Sandoval Wanderley. Porque ao declarar Patrimônio Cultural Imaterial a gente queria impedir que o ‘Teatrinho do Povo’ fosse destruído, haja vista que a intenção do prefeito Carlos Eduardo Alves é acabar mesmo”, criticou o vereador Fernando Lucena.
Segundo ele, com a paralisação dos teatros Sandoval Wanderley e Alberto Maranhão, os movimentos artísticos populares ficam sem espaço para apresentar os seus trabalhos. “Resta apenas o Teatro Riachuelo, mas esse é um teatro de shopping: caro, requintado e elitizado. Grupos teatrais de escolas públicas, emboladores de coco, cantores locais, entre outros, não tem acesso fácil. Outra coisa, embarcar na promessa de que vão construir um novo teatro na Ribeira em substituição ao Sandoval Wanderley é a mesma coisa que acreditar em papai noel”, acrescentou.
Por sua vez, a líder da base governista, vereadora Nina Souza (PEN), falou que o projeto que declarou o Sandoval Wanderley como Patrimônio Cultural e Imaterial foi votado sem um debate aprofundado. “Como entrou na ordem do dia 20 de junho em regime de urgência, a instrução do processo não foi observada da forma correta. Existe uma lei municipal que determina o encaminhamento à Funcarte de todas as matérias que versam sobre Patrimônio Imaterial para serem submetidos ao Conselho de Cultura. O veto aconteceu porque a tramitação do texto foi equivocada, fizemos apenas uma correção”, explicou a parlamentar.
Vereadores lançam Frente Parlamentar em Defesa da Gestão Pública
Na sequência, em botação única os parlamentares deram parecer favorável ao Projeto de Resolução nº00023/2017 apresentado pelo vereador Dinarte Torres (PMB) que dispõe sobre a criação e regulamentação da Frente Parlamentar em Defesa da Gestão Pública.
“Estamos trazendo profissionais, professores e estudantes de Gestão Pública para participar dos debates conosco no Legislativo natalense. Sabemos que a profissionalização para os servidores públicos apresenta-se de extrema importância na gestão pública atual. Diante disso, nosso objetivo é abrir um espaço de construção de conhecimentos sobre essa e outras questões”, concluiu Dinarte.
CMN
https://blogdobg.com.br

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Essa que eu hei de amar…


Essa que eu hei de amar perdidamente um dia
será tão loura, e clara, e vagarosa, e bela,
que eu pensarei que é o sol que vem, pela janela,
trazer luz e calor a essa alma escura e fria.


E quando ela passar, tudo o que eu não sentia
da vida há de acordar no coração, que vela…
E ela irá como o sol, e eu irei atrás dela
como sombra feliz… — Tudo isso eu me dizia,


quando alguém me chamou. Olhei: um vulto louro,
e claro, e vagaroso, e belo, na luz de ouro
do poente, me dizia adeus, como um sol triste…


E falou-me de longe: "Eu passei a teu lado,
mas ias tão perdido em teu sonho dourado,
meu pobre sonhador, que nem sequer me viste!"

Guilherme de Almeida

segunda-feira, 11 de setembro de 2017


Eduardo Alexandre Garcia
Placa do carro: RN 1.
Era o carro oficial do governo.
Nele, o presidente da República: João Café Filho em visita a sua terra natal, Natal.
O lugar? Canto do Mangue, Rocas.
Foto: Acervo Sylvio Pedroza - CEDOC/FJA

O ABOIADOR POR LUÍS DA CÂMARA CASCUDO

  

https://tokdehistoria.com.br
vaqueiropegaboi3
Sítio Novo – RN – Foto – Rostand Medeiros
Texto enviado pela amiga Daliana Cascudo.
“O terreiro da fazenda, todo em barro vermelho batido, chapeado por lajes brancas, rebrilhava ao sol forte de Agosto. Das latadas, vinha o burburinho das gentes apinhadas. Uma multidão de vaqueiros encourados de novo, caracolava airosamente. Mocinhas de fita à cintura, de flor ao cabelo negro, olhavam, com o pasmo quieto dos espíritos mansos, para os cavalos suados que pulavam sob a pressão dos acicates. Era dia da apartação. De muitas léguas ao redor, tinham vindo pessoas assistir a festa. A música da vila mais próxima tocava. Numa atmosfera da alegria serena, toda a terra era um tapete verde, e de longe, grandes oitizeiros, robustos juazeiros, oiticicas imensas, esgalhavam-se gloriosamente como múltiplas mãos abençoando aquela terra fecunda.
Luís da Câmara Cascudo (18)
Luís da Câmara Cascudo
No curral de pau à pique, atropeladamente, entrevia-se o gado rebanhado. Bois enormes, pesados e magníficos como velhos sultões, touros ágeis, nervosos, de musculatura potente, de olhos brilhantes e pontas aguçadas, novilhos irrequietos, saltitantes, erguendo as narinas como se aspirassem o cheiro da várzea florida, todos se apertavam no estreito espaço da porteira, olhando pasmadamente ao aspecto festivo da fazenda calma. Parou a música. Dois vaqueiros pularam com varas de ferrão para o curral. Outros, encourados, vermelhos de sol, com os gibões enfeitados de fios de retrós branco, colocaram-se do lado da porteira. Uma novilha apareceu, pulou e num salto brusco desatou numa carreira terrível pelo campo. Os cavalos iam-lhe no piso.
Vaq (3)
Serra Talhada – PE – Foto – Rostand Medeiros
esteira conservou-a em linha reta, o outro baixou-se, apanhou a cauda, firmou-se na sela, e numa nuvem de pó as patas da novilha ergueram-se para o ar. Todo o dia este fato se repetiu inúmeras vezes. A tarde caía. O gado já se tinha apartado. Só uma grande parte pertencente ao dono da fazenda, é que se premia no curral. Deviam mandá-la ao rio que se estendia, preguiçoso e límpido, a alguma distância. Fizeram um círculo de vaqueiros. Falavam surdamente. De repente puxaram de um tamborete, um negro e o levaram para a costumada façanha. Era Joaquim do Riachão, o melhor aboiador das cercanias.
O preto era baixo, magro, vestia calça de zuarte azul, cinto vermelho e uma camisa de algodãozinho que lhe mostrava o peito descarnado e as clavículas rompendo a pele. O pescoço fino, cheio de músculos, numa alto relevo de estatuária, prendia-lhe a cabeça poligonal, desbastada à largos golpes de camartelo, com o cabelo encarapinhado, o rosto chupado, com a arcada zigomática acusada através da epiderme franzina. Completava-o uns olhos claros, tristes, contemplativos como se evocassem silenciosamente a saudade da pátria distante, a África longínqua dos seus avós. Caminhou balouçantemente para o cercado. Trepou ao moirão da porteira. Tirou o seu chapéu de couro ponteado de botões de madrepérola, bateu-o na coxa, pô-lo na cabeça, ergueu-a e soltou um grito moldurantemente forte, estridente, alto como uma fanfarra gloriosa de clarins em tarde de vitória. O gado continuava impaciente, pulando, apertando-se no estreito espaço do curral.
O negro aboiava.
Potente, sinuoso, dobrado em curvas felinas, o som se espraiava em tonalidades estranhamente emotivas. Dir-se-ia um rapsodo, o último cantor das terras do sertão, cantando sem uma palavra, somente encantando pelo som. Desdobrava-se o surto sonoro, num grito estridente. Depois descia, quebrava-se, vinha em volutas para um smorzado magoado, sentido, bizarro, esdrúxulo.
O negro aboiava.
Recordação musical das dores sofridas. Cantava naquela tarantela febril, a ânsia dolorida de uma raça. Febre, lutas, vibrações, sentimentos, a coragem eterna do trabalho heroico contra os elementos. Era um canto triste, uma melopeia vagamente monótona, que subia aos céus levando envolta em notas a saudade sem fim dos dias que passaram. Estalava no ar a voz de Riachão. De repente parava e no silêncio religioso do pátio repleto, só se ouvia o rumorejo farfalhante das ingazeiras distantes.
Vaq (8)
Barro – CE – Foto – Rostand Medeiros
O negro aboiava.
Lembrança da terra querida. Impressão indelével dos trabalhos da seca. A morte do gado, os rios secos, o açude esgotado, o sol em fogo, a terra em brasa, os caminhos ladeados pelas ossadas brancas, o sussurro gemente do carnaubal esguio, o grito agônico e último do derradeiro boi morrendo ao pé das árvores ressequidas.
Som, queixume, esperança, prece e desalento se alavam para aquele céu azul, meigo, sereno, bendito, o mesmo céu da seca passada, o mesmo azul, puro, tranquilo, implacável. O gado se aquietava junto à porteira. Os focinhos se inclinavam para a terra como procurando as pegadas deixadas pelas retiradas dolorosas.
O negro aboiava.
Era um soluço. Um canto tristíssimo que impressionava. Cantos doloridos de pesar, era o aboio, o lamento lançado ao sol moribundo, como se imprecasse a sua luz que fecundava a terra e que depois a ressequia. Recordava o sofrer angustioso das retiradas, quando faiscava a luz da madrugada, e a levada dos retirantes, sem pão, sem lar, sem descanso, nua, esfarrapada, doente, cambaleando procurava o caminho de uma natureza mais clemente, das terras melhores, de um céu mais amigo. Desenrolava-se no ar a sonoridade doentia do aboio.
Vaqueiro do Nordeste_RBG 1941 v3_n2-207_menor
Vaqueiro do Nordeste, 1941, Percy Lau – Fonte – http://www.desenhandoobrasil.com.br
Riachão desceu devagar, abriu a porteira tirando pau a pau aboiando sempre, pôs a vara de ferrão no ombro ossudo de artrítico, e vagaresco, soberbo, andou para o caminho serpenteante que levava ao rio espelhento aos últimos raios do sol. O gado saiu do curral, todo ele, bois imensos, touros nervosos, novilhos tráfegos, cabisbaixo, pensativo, numa fila lenta, num mugido doloroso e foi seguindo no rasto do vaqueiro, o trilho sonoro do aboio. Nenhum correu, nenhum se apressou, nenhum daqueles animais rompeu a forma original daquela parada. Atravessaram o pátio cheio de vaqueiros descobertos, ladearam a casa de farinha e desceram para o rio, entre as juremas em flor e o cheiro forte dos pereiros verdes.
E assim, homem e gado, desapareceram na volta da estrada, e no ar sereno da tarde luminosa, ficou perdurando a dolência rítmica do aboio, o canto distante da dor eterna das gentes do mato, tão saudoso, tão forte e tão sonoro, como se fosse a própria alma do sertão que ia cantando…
Natal, Julho de 1920.”
FONTE: Revista do Brasil, N. 67, Julho, 1921, Editor: Monteiro Lobato & Comp., São Paulo. Este raríssimo artigo foi enviado pelo escritor Jorge Baleeiro de Lacerda, de Francisco Beltrão, Paraná, em 2006, e constitui um dos primeiros textos de Luís da Câmara Cascudo sobre a temática folclórica.

domingo, 10 de setembro de 2017

Nessa casa morou o Cel Cascudo, Cascudinho menino. Depois, pertenceu ao capitão José da Penha.
Praça Leão XIII, hoje José da Penha.
Foi demolida para dar lugar ao Grande Hotel
C

"Antigas imagens em Cartões Postais".


André Madureira
Cartão postal com vista tomada da rua Augusto Severo, antiga rua da Frente, no centro da cidade de Macau
Essa rua ficou famosa pelos sobrados de dona Ingrácia Cariello, sobrado do coronel José Fernandes de Oliveira, pelo Grupo Escolar Duque de Caxias e o sobrado do Serviço Social da Cirne.
No prédio da esquina, no lado direito, funciona hoje o museu José Elviro. O imóvel foi cedido pela CIRNE — Companhia Industrial do Rio Grande do Norte.
Fotógrafo: Emídio do Vale
Ano: Início dos anos 50
Recorte de jornal O Poti, de Natal, 1983.


segunda-feira, 4 de setembro de 2017

IMAGEM MOSTRA NATAL (RN) EM SEUS PRIMEIROS TEMPOS

por Henrique Araujo

Natal foi habitada por povos indígenas Tapuias até aproximadamente o ano de 1000. Depois a região foi invadida por povos Tupis vindos da Amazônia, que expulsaram os Tapuias para o interior. Foi aí que um desses povos tupis passaram a habitar o local: os Potiguaras.

Depois disso, mais precisamente a partir de 1535, houve a chegada de uma frota a serviço do Rei de Portugal com objetivo de colonizar as terras da região, tarefa que sofreu forte resistência dos índios e dos piratas, e de uma nova esquadra comandada por Manuel Mascarenhas Homem pelo Rio Potengi 60 anos depois. Foi após esta última que começou a construção da Fortaleza da Barra do Rio Grande, que logo se tornou a enorme Fortaleza dos Reis Magos dos dias atuais.
E foi justamente uma dessas indas e vindas de novos povos que esta imagem curiosa foi obtida. O cenário foi registrado em forma de desenho, pois eram tempos tão remotos que não haviam máquinas fotográficas. As fotografias eram na verdade a reprodução talentosa de um momento real avistado e memorizado pelo “fotógrafo”. Ou seja, alguém de forma genial traduzia para o papel a situação que estava presenciando.

Se olharmos a cena como um todo vemos o que parece ser um desembarque na beira da praia

Ao mesmo tempo que em primeiro plano parece ser um cenário de desembarque tranquilo de mercadorias, parece ser de confronto ao fundo.

Isto porque observamos nesta parte da imagem homens que parecem checar bagagens ou mercadorias

Homens negros aparentemente são escravos a serviço de senhores brancos, estes provavelmente eram fiscais ou autoridades encarregadas da Capitania.

E pelas vestimentas e acessórios dos participantes da cena, isto se torna ainda mais claro

Os homens, que parecem ser escravos africanos, carregam cestos e usam pouca roupa, já os seus fiscais estão armados, bem vestidos e à cavalo.

E por fim nesta parte da imagem homens trabalham em algo como uma enorme rede de pesca

Note que já não haviam roupas cobrindo os criados, demostrando tempos bem antigos e rudes, e o tipo de trabalho era pesado e variado.
A imagens foram obtidas através do pesquisador Eduardo Alexandre Garcia no Facebook em um álbum entitulado “Natal dos Primeiros Tempos”. Não há informações de onde foram originadas.
É praticamente uma relíquia de um período que desconhecemos quase que totalmente, e do qual não há registro fotográfico. Se gostou veja a incrível tese de que o Brasil foi descoberto no Rio Grande do Norte e não na Bahia

Do portal: https://curiozzzo.com




PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...