sexta-feira, 15 de novembro de 2019

ARQUIVO

O limite do mar é o mesmo,
não houve redemoinho.
O hotel está ali  é divertido ver a algazarra com que os hóspedes
desfilam para o público no palco. E é também
triste como os que assistem se esforçam por notarem suas bocas
[invisíveis.
À meia-noite o Reizinho fecha suas portas
para um baile de carnaval…  incerteza precisa.
Assim o é a ausência do artista recordando alguém
[cantando!!!…
Um bolero? Uma música de Roberto?:
“Quero que você me aqueça nesse inverno…”
de Caetano?: “Caminhando contra o vento…”
Não, é só a cantiga de um fã
que se recusou a deixar o quarto 366
do 3º andar, com vista para a piscina suja,
[agonizante, o poente dos suicidas!
Os resíduos de cerveja, coca-cola, salgadinhos
são os versos esquecidos que a orquestra não quis concluir…
E o ritmo musical se esvai na penumbra da noite…
…………………………………………….
O corpete lustroso! Envolvente!…
Gemendo como sua dona, açoita a íris
[que contempla a maré.
(Paulo Caldas Neto)
De ontem, 14/11, casamento de um primo e amigo Paulo de Macedo Caldas Neto com sua Jacyane. Ele, Paulo, é de tradicional família do Assu - Caldas e Soares de Macedo pelo lado paterno. É professor graduado em Letras (UFRN). Aliás, é uma figura eclética nas artes: escritor, poeta, ensaísta, músico. Tem diversos livros publicados que engrandece as letras potiguares, entre tantos o livro intitulado ‘Do picadeiro ao céu: o riso no teatro de Ariano Suassuna' (ensaio). Afinal, renovo e registro os meus votos de felicidades pro amigo casal. (Fernando Caldas).



quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Bacalhau no forno com camarão


Ingredientes:

4 postas de bacalhau demolhadas
8 dentes de alho
12 camarões
Azeite q.b.
Pimenta e água q.b.
1 molhinho de coentros picados
Batatinhas pequenas cozidas com casca q.b.

Preparação

Num tabuleiro próprio para o forno coloque o bacalhau e os alhos laminados. Regue com bastante azeite  e leve ao forno, pré-aquecido a 200°.
A meio da cozedura do bacalhau junte as batatas cozidas com casca (dê-lhe um pequeno murro para abrirem). Volte a colocar no forno.
5 minutos antes de finalizar, junte os camarões tempere com pimenta.
Retire do forno, polvilhe com coentros picados e sirva de imediato.


Foto: Receitas Já

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

PELO RÁDIO AINDA LEMBRO O REPENTE
Lembro na minha antiga mocidade
Que escutei cantadores de viola
Cantavam na cidade e fazendola
Na rima com muita velocidade
Os violeiros no pé de igualdade
Hoje o sítio ficou abandonado
O show era matuto e arretado
Uma bela cantoria de outrora
Hoje a zona rural ainda chora
Adeus viola do lindo passado.
Eu sempre lembrarei a cantoria
Nas varandas dos velhos casarões
Decassílabos, sextilhas, mourões
A viola com linda poesia
No bonito sertão eu sempre ouvia
Escutei com a minha pouca idade
Raízes sertanejas de verdade
E que repente não pode acabar
Pois viola é cultura popular
Nordeste independente, liberdade.

(Marcos Calaça)

O professor e cordelista Marcos Calaça com o poeta e repentista Valdir Teles. Um dos nomes consagrados do repente nordestino.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

SENTENÇA

" - Qual o remédio jocundo
" - Que aos mal nos serve de escudo?"
" Fechai os olhos a tudo e rir de tudo no mundo."

Foi essa a resposta clara
Que me deu, interrogado.
Um homem que tinha achado
- Coisa rara!
A ventura neste mundo.

João Lins Caldas

________________Em "O Brasil, jornal do Rio de Janeiros, edição de 8 de fevereiro de 1923.
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A SOLIDÃO DOS PÁSSAROS APRISIONADOS PELA IGNORÂNCIA HUMANA





Em sã consciência você não aprisionaria alguém inocente, correto? Não o imputaria culpa e nem ordenaria alguém a cumprir pena sem ter cometido crime algum, mesmo porque você não é um juiz,  correto? 

 Entretanto, é o que vemos diariamente pendurados em janelas, pessoas transportando  suas gaiolas, levando seus animais para "pegar sol" de manhã, estranho, não?  Sim, se pararmos para refletir sobre essas pequenas atitudes danosas a outros, e nos colocássemos no lugar desses, talvez agiríamos com mais senso de justiça, reconhecimento e o principal, compaixão.  Há falta de total empatia, onde não percebemos o mal que produzimos com essa atitude gerada pela ignorância, ganância e na prática, falta de inteligência. Se colocar no lugar dos outros nos faz um pouco melhor e quando nos sentimos bem com isso, pode ter certeza que estamos agindo no caminho certo, aquilo que por intuição nos diz "é isso, isso é o certo!" São seres vivos, pássaros, pequenos animais dotados da capacidade de voar. Esses, tem sua individualidade, sua existência e seu serviço à mãe Terra e infelizmente são enclausurados por "humanos" com capacidade baixíssima de entender e muito menos compreender o quanto todos os seres vivos são necessários e estão aqui por algum motivo de força maior. E vem alguém e quebra esse ciclo, trancafiando um pequeno  ser inocente e indefeso, dotado e capacitado para nos dar vida sem pedir nada em troca.  Você já refletiu Sobre isso? Nunca é tarde, já que à vida passa e a sua também. 

 Muitos de nós ou grande maioria, age mecanicamente, por costumes, culturas primitivistas, condicionamentos, repetições e digamos, adestramento social. Onde a pessoa age por instrução de alguém ou alguma coisa,  sem ao menos se questionar dessas atitudes que promove todos os dias, se formando um balé cruel e desproporcional a "racionalidade" que carregamos, porém, relativizada pelo antropocentrismo, copiada sistematicamente sem critério e colocada em prática sem ética nenhuma. 

 "Racionalidade" não quer dizer que tenha sobriedade, que não quer dizer que tenha lucidez, como também não quer dizer que seja justa. Consciência vai muito além disso, e é o fator primordial para a verdadeira e universal justiça, sobrepondo a racionalidade que gira em torno da espécie humana e a coloca acima de todos os outros seres. Tirar um passarinho possuidor de asas da natureza e o enclausurar dentro de uma gaiola de meros  30x40 de espaço, onde resume-se sua vida em zero, só tem um significado: crueldade produzida por cegueira não física, e sim, mental. Esses animais podem voar por quilômetros, atravessar Municípios, Estados, comer de todos os frutos que desejar e beber de todas as fontes. Mas não! Vai lá um ser que se diz "racional", o captura, trancafia e oferece uma alimentação repetida e água quente eternamente, onde  muitas vezes esses infelizes "humanos" os esquecem no banho de sol e muitos  morrem. Grande maioria compra e  vende como coisas, um objeto, apenas um negócio e não uma vida. Outro fator, o comércio lucrativo que retira da natureza milhares e milhares de animais todos os dias, onde um pouco mais de 1/3 chega com vida ao destino pelas  mãos de traficantes. Isso por causa de um dos maiores defeitos da espécie humana, à ganância.


 Engaiolar pássaros, você está privando seres de usufruir de sua principal característica que a existência lhe ofereceu, voar. Isso já fere todo contexto existencial desse ser, que tem sua vida amputada em sua maior dádiva que a natureza sabiamente lhe destinou e lhe deu sentido, que  por sinal,  deve ser maravilhoso.  Esses animais têm um papel fundamental no planeta,  dispersar sementes, distribuir sabiamente,  fazendo a polinização, assim, espalhando pólen colhidos das flores por onde voam, em um natural e equilibrado processo de semear vida por onde passam, inclusive promovendo bem estar  aos mesmos ignorantes que os trancafiam e os condenam.

 Cada espécie de pássaros  pertence a uma região e são responsáveis naturalmente a reflorestar  áreas, comendo específicas sementes, que retornarão ao solo através das fezes. Ou seja,  o ciclo biológico que nos faz vivos e toda forma de vida, são promovidas na maioria das vezes  por esses pequenos seres, nos fornecendo ar puro, sombra, bem estar ambiental, e todo tipo de suprimento para manter à vida na Terra. Lembrando também, seu papel fundamental no controle natural de vetores, exemplo: mosquitos, moscas, pernilongos e qualquer outro inseto, evitando que se tornem pragas, como por exemplo o transmissor da Dengue e suas vertentes. E por que os trancafia???    

 Você que está lendo esse texto, lembre-se que,  ao ver um pássaro em gaiola, saiba que aquilo não é uma vida no sentido real da palavra, e sim, um pobre animal condenado e explorado pelo seu tutor, esse meramente um carcereiro e ao mesmo tempo um juiz, que o condena  à prisão perpétua e mata aos poucos, fisicamente e psicologicamente. Reflita, dá tempo de você entrar nessa luta por justiça por aqueles que não podem ao menos se defender da maldade humana. Espalhe esse texto, compartilhe com amigos e familiares, debata, discuta pois as verdadeiras vítimas não podem falar e muito menos se defender, pois estão nesse momento cercadas de grades penduradas em uma canto frio e sem vida.

 Se você concorda com esse texto e acha interessante a colocação, compartilhe para que mais pessoas acordem para essa crueldade, e ajudem a libertar esses seres angelicais que além de nos proporcionar vida em qualquer bioma, nos embeleza a natureza e os sons dela. 

Jota Caballero

domingo, 10 de novembro de 2019

Certa coisa que eu já fiz
Com uma jovem em segredo
Revelar até faz medo
Eu não digo, ela não diz.
É que eu quis e ela quis
Só podia acontecer.
Mas, o bom é não dizer
Com quem isso aconteceu
Ela não diz e nem eu
Quem é que pode saber?

(Luiz Lucas Lins Caldas Neto)

Natal, Avenida Duque de Caxias, Ribeira, década de 1930. Fonte: Tok de História.

Um soneto de João Lins Caldas em "O Brasil", Rio de Janeiro, 22 de setembro de 1923.





Na voragem

Abre os olhos e fita-me desperto
Crença da vida ou saudade da maldade,
Não me curvaste a fé na mocidade,
Velhice não me dês neste deserto...

Porque eu segui de teus passos perto,
O vinho sobre o cálix da saudade,
No peito a te rugir a tempestade,
No peito a te rugir a tempestade,

Amor que se fez doce me amargando,
Pela vida de mal meu mal provando,
Vaza-me em ondas de ura ingrata...

E, dissabor, meu coração ferindo.
Anda-me as chagas da desdita abrindo
E as chagas da tortura me retrata.

_____________Em, "O Brasil", do Rio de Janeiro, 22 de setembro de 1922.



sábado, 9 de novembro de 2019

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Livraria Manimbu será inaugurada nesta segunda no Tirol

Aluísio Azevedo e Crispiniano Neto


Redação8 de novembro de 2019AgendaLiteraturafundação josé augustográficalivraria manimbu Image
A Fundação José Augusto e o livreiro Aluísio Azevedo inauguram, a partir das 17h30, na próxima segunda-feira (11/11) a Livraria Manimbu, que será a única de rua da capital potiguar, constituindo um feito no contrafluxo daqueles que imaginam que as livrarias tendem a se extinguir.
A livraria funcionará de segunda a sábado no horário das 9h às 19h na Rua Açu, 666, Tirol (por trás do prédio da Fundação José Augusto). Informações pelo telefone 2030-3036.
O projeto é uma iniciativa administrativa da FJA para fomentar a aquisição de obras de autores potiguares a preços populares, principalmente para estudantes da rede pública de ensino.
O novo espaço literário abre com mais de cinco mil títulos disponibilizados para o público, abrindo espaço aos autores potiguares que terão 20% de total de obras colocadas à venda. Também serão comercializados livros de autores nacionais e estrangeiros de ficção e não-ficção.
A inauguração da Manimbu nesta segunda-feira terá a participação musical dos instrumentistas Alexandre Moreira e José Anchieta que apresentarão clássicos do cancioneiro da Música Popular Brasileira.
Outra atração é a abertura da Galeria Newton Navarro que abre espaço para exposições individuais e coletivas de artes visuais. A estreia ocorre com a exposição “Ser-Tons – Cinzas, Marrons, Ocres”, das artistas Socorro Soares e Lenira Costa, que exibe 20 peças e, papel craft, assemblage e tinta sobre couro natural de boi, com temas voltados à cultura sertaneja.
A livraria abrigará também um café com espaço para conversas, além de uma programação de saraus poéticos, shows musicais e lançamentos de obras de escritores norte-rio-grandenses.
“Se há quem acredite que os livros ou livrarias irão se acabar, nós que defendemos a literatura e seu poder transformador, temos de ir exatamente no caminho oposto. Por essa razão, temos essa iniciativa que proporcionará aos natalenses e visitantes, um espaço compartilhado com a já existente Gráfica Manimbu”, afirma o diretor-geral da FJA, Crispiniano Neto.
SERVIÇO
Inauguração da Livraria Manimbu
Data: Segunda-feira (11/11)
Horário 17h30
Endereço: Rua Açu,666, Tirol
Informações:2030-3036.


 *" O  TEMPO... "*

O tempo não pode ser segurado; a vida é uma tarefa a ser feita e que levamos para casa.
Quando vemos já são 18 horas.
Quando vemos já é sexta feira.
Quando vemos já terminou o mês.
Quando vemos já terminou o ano.
Quando vemos já se passaram 50 ou 60 anos.
Quando vemos, nos damos conta de ter perdido um amigo.
Quando vemos, o amor de nossa vida parte e nos damos conta de que é tarde para voltar atrás...

Não pare de fazer alguma coisa que te dá prazer por falta de tempo, não pare de ter alguém ao seu lado ou de ter prazer na solidão.
Porque os teus filhos subitamente não serão mais teus e deverás fazer alguma coisa com o tempo que sobrar.

Tenta eliminar o “depois”...
Depois te ligo...
Depois eu faço...
Depois eu falo...
Depois eu mudo...
Penso nisso depois...

Deixamos tudo para depois, como se o depois fosse melhor, porque não entendemos que:
Depois, o café esfria...
Depois, a prioridade muda...
Depois, o encanto se perde...
Depois, o cedo se transforma em tarde...
Depois, a melancolia passa...
Depois, as coisas mudam...
Depois, os filhos crescem...
Depois, a gente envelhece...
Depois, as promessas são esquecidas...
Depois, o dia vira noite...
Depois, a vida acaba...

Não deixe nada para depois porque na espera do depois se pode perder os melhores momentos, as melhores experiências, os melhores amigos , os melhores amores ...

Lembre-se que o depois pode ser tarde.
O dia é hoje, não estamos mais na idade em que é permitido postergar.
Talvez tenha tempo para ler e depois compartilhar esta mensagem ou talvez deixar para...”depois”

Sempre unidos:
Sempre juntos...
Sempre fraternos...
Sempre amigos...

(Clênio Caldas)

(Passe aos seus melhores amigos; não depois... Agora!)


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sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Assu Antigo

Foto:
Sobrado da família Soares de Macedo. Hoje está assentado uma casa comercial. Vizinho a Prefeitura Municipal, Rua Frei Miguelinho.Ao lado esquerdo daquele casarão funcionou o Armazém de Astério Tinôco, o Armazém de Tonico. além de Café e Restaurante de Chico Germano e a tipografia de Antônio Silvério Cabral (Cabralzinho) e, por último um salão de cabeleireira. Veja mais sobre o passado do Assu, clicando: https://www.facebook.com/Assu-Antigo-341841339254607/ ) Curta a página).

LUIZ CARLOS LINS WANDERLEY – 1831/1990, foi um dos primeiros poetas do Assu, primeiro médico e romancista do Rio Grande do Norte. Foi também...