Um soneto de João Lins Caldas em "O Brasil", Rio de Janeiro, 22 de setembro de 1923.
Na voragem
Abre os olhos e fita-me desperto
Crença da vida ou saudade da maldade,
Não me curvaste a fé na mocidade,
Velhice não me dês neste deserto...
Porque eu segui de teus passos perto,
O vinho sobre o cálix da saudade,
No peito a te rugir a tempestade,
No peito a te rugir a tempestade,
Amor que se fez doce me amargando,
Pela vida de mal meu mal provando,
Vaza-me em ondas de ura ingrata...
E, dissabor, meu coração ferindo.
Anda-me as chagas da desdita abrindo
E as chagas da tortura me retrata.
_____________Em, "O Brasil", do Rio de Janeiro, 22 de setembro de 1922.
Na voragem
Abre os olhos e fita-me desperto
Crença da vida ou saudade da maldade,
Não me curvaste a fé na mocidade,
Velhice não me dês neste deserto...
Porque eu segui de teus passos perto,
O vinho sobre o cálix da saudade,
No peito a te rugir a tempestade,
No peito a te rugir a tempestade,
Amor que se fez doce me amargando,
Pela vida de mal meu mal provando,
Vaza-me em ondas de ura ingrata...
E, dissabor, meu coração ferindo.
Anda-me as chagas da desdita abrindo
E as chagas da tortura me retrata.
_____________Em, "O Brasil", do Rio de Janeiro, 22 de setembro de 1922.
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