sexta-feira, 20 de setembro de 2024
quinta-feira, 19 de setembro de 2024
Por João Lins Caldas (1888- 1967), poeta potiguar do Assu, Poema inédito e sem epigrafe, publicado na popular revista Fon-Fon, do Rio de Janeiro, em 1924. Esse poema, sem dúvida, mostra a grandeza do seu poetar. Vejamos:
Eu acendi o
relâmpago do ódio.
A noite tem ladrões
engurujados
E tem traidores
E tem invejosos
E tem morcegos
E tem corujas
Eu preciso com os
seus relâmpagos queimar toda essa fauna da noite.
A noite tem ladrões
engurujados
Eles são lemáticos
e frios,
Desencantados
O encanto dos
charcos mais sombrios,
A sombra de todos
os malvados,
- Condenados,
As suas ânsias, os
seus arrepios...
A noite tem, com a
traição, a inveja, os invejosos...
São da noite
Todos esses negros
partos monstruosos...
São da noite
Os ladrões, a
traição, os invejosos...
Mas da noite
Luminosos
Os relâmpagos que
hão de queimar também todos os invejosos...
Acendam-se todos os
meus relâmpagos.
quarta-feira, 18 de setembro de 2024
terça-feira, 17 de setembro de 2024
DEPUTADOS CONSTITUINTES SÃO HOMENAGEADOS COM A COMENDA ARNÓBIO ABRE
RECORDAÇÃO
No meu tempo, era só brincadeira
Ninguém falava em guerra
Ninguém sabia,
Se existia
Diabo de alemão
Tudo era esperança!
- Como a vida nos cansa! -
E, como a saudade nos faz bem
Ao velho coração.
O prazer que contém
Recordar, vale tudo na vida!
Minha vida vivida: -
Meu jôgo de Castelo, a vaquejada,
O brinquedo de arraia...
Ah! velho tempo mau!...
Que saudade danada,
Do cavalo de pau.
Tudo era esperança...
Minha mestra França,
A palmatória...
Quem me dera de novo
Meu povo,
Uns bolos apanhar
Para poder de tudo recordar.
Vou contar uma história:
O Circo de Sansone,
- Alvo como madapolão -
Estava armado,
Como um funil de pano emborcado,
Bem no meio da Praça da Proclamação.
No dia do espetáculo,
- Um obstáculo,
Veio de encontro a mim -
Minha avó não podia - coitada,
Por falta de dinheiro
Pagar a minha entrada.
Terrível desengano!
Que fazer?
Fui forçado a meter,
A cabeça, por debaixo do pano.
E lá dentro, que alegria taful!
Um bocado de gente,
Assim na frente,
Dava alguns vivas ao cordão azul.
Do outro lado,
Todo mundo gritava: o encarnado.
Depois, a artista do azul apareceu.
A platéia, toda estremeceu.
Então,
Um cidadão,
Fez um discurso danado de comprido
E, entregou à mocinha,
Um bonito vestido;
Ela, agachou-se toda e saiu.
De repente,
Como se fosse uma alvorada,
Bem na frente,
Uma outra surgiu.
No meio do picadeiro,
A morena estacou.
Todo mundo vivou...
Um velho jornalista,
- Nesse tempo era moço -
Fez, para a artista morena,
Um discurso colosso.
Ao terminar sua linda oração,
"Curvou-se reverente"
E foi beijar-lhe a mão.
... Eu fiquei despeitado.
Não dei nem mais um viva
Ao cordão encarnado.
Fiquei desiludido...
A morena bonita não ganhou
Nem sequer um vestido.
O encarnado apanhou!...
Mas, o tempo passou...
Toda gente esqueceu!
Menos eu.
Naquele tempo, o encarnado venceu.
Quinita,
A morena bonita,
Morena sensação,
Ganhou da inteligência,
Um beijo, em sua mão.
Renato Caldas
segunda-feira, 16 de setembro de 2024
sexta-feira, 13 de setembro de 2024
quarta-feira, 11 de setembro de 2024
JOÃO LINS CALDAS E SUA 'MARCHA FÚNEBRE'
'Marcha funebre' é titulo de um poema fúnebre do grande vate potiguar do Assu, chamado João Lins Caldas (1888/1967). Vamos conferir abaixo os versos fúnebres deste poeta Norte-riograndense que engrandesse as letras potiguares e brasileiras:
Os cem mil padres do meu negro enterroVão agora passar, círios às mãos.
Os cem mil padres, os cem mil irmãos...
Nasci... dou-me por pago do meu erro
Já que dá morte é que me vem o enterro...
Nasci... dou-me por pago do meu erro.
Noite... e dentro da minha solidão...
A solidão é um pássaro da noite...
Quem não te busca, pálido tresnoite,
Alma fria da noite, pelo chão...?
Amo a noite do amor, amo esse açoite,
Os círio rezam morte no clarão...
Vejo o olhar dos mortos pela treva,
Lá passa, vai adiante, o meu caixão...
Quem passa assim, quem com tal força leva
Meu esquife pesado, cor de treva,
Meu caixão,
Quem leva, quem leva?...
Vai meu corpo levado cor de treva...
Vejo os claros da morte pelo chão...
Tudo planeja o negro, a solidão.
Meu corpo, vai-se ver, não se vê fundo...
Entrarei pela terra, cor de terra...
Terra aqui, terra ali, terra... desterra,
A minha boca aterra...
Olhando a morte, quero ver o mundo...
Achar a solidão, quero ver fundo...
Solidão, solidão...
O som de um sino e a voz de um cão...
Meia noite... Solidão...
Agora os quero, do meu enterro,
Todos os padres, de volta irmãos...
Frontes curvadas, círios às mãos,
Hoje de volta do meu enterro...
Todos os padres, para o meu erro,
Hoje de volta são meus irmãos,
Os cem mil padres do meu negro enterro.
(Postado por Fernando Caldas)
terça-feira, 10 de setembro de 2024
sábado, 7 de setembro de 2024
RELEMBRANDO - Santinho, eleições municipais de 2016 para prefeito e vereadores de Natal, por onde fui candidato por tres vezeses. Na política,, prestei a minha contribuição ao processo democrático como eleitor e como candidato a vereador e deputado estadual. Foram nove eleições que partipei do processo democrático, obtendo pouco sucesso. Agora, lembro de uma frase de certo político psaraibano, que diz assim: "O povo gosta de mim, mas não gosta de votar em mim." Valeu a pena ter lutado por uma causa: o bem comum. Bom Fim de semana!
sexta-feira, 6 de setembro de 2024
quinta-feira, 5 de setembro de 2024
Cédula de identidade de maçon, de Edmilson Lins Caldas (meu pai), um dos fundadores da Loja Maçônica Fraternidade Açuense, se não me engano, em 1967. Por sinal foi ele, Edmilson, o doador de uma quadra de terra para que fosse constriuído aquela loja maçônica, onde hoje está asentado aquele templo. Um registro, apenas.
Fernando Caldas
quarta-feira, 4 de setembro de 2024
PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...
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Um dos princípios que orientam as decisões que tratam de direito do consumidor é a força obrigatória dos contratos (derivada do conceito de ...
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