quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Por João Lins Caldas (1888- 1967), poeta potiguar do Assu, Poema inédito e sem epigrafe, publicado na popular revista Fon-Fon, do Rio de Janeiro, em 1924. Esse poema, sem dúvida, mostra a grandeza do seu poetar. Vejamos:

 

Eu acendi o relâmpago do ódio.

A noite tem ladrões engurujados

E tem traidores

E tem invejosos

E tem morcegos

E tem corujas

Eu preciso com os seus relâmpagos queimar toda essa fauna da noite.

A noite tem ladrões engurujados

Eles são lemáticos e frios,

Desencantados

O encanto dos charcos mais sombrios,

A sombra de todos os malvados,

- Condenados,

As suas ânsias, os seus arrepios...

A noite tem, com a traição, a inveja, os invejosos...

São da noite

Todos esses negros partos monstruosos...

São da noite

Os ladrões, a traição, os invejosos...

Mas da noite

Luminosos

Os relâmpagos que hão de queimar também todos os invejosos...

Acendam-se todos os meus relâmpagos.

 

(Postado por Fernando Caldas)




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