quinta-feira, 5 de julho de 2012

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ


Benefício concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem considerados pela perícia médica da Previdência Social incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento. Não tem direito à aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resultar no agravamento da enfermidade.
Quem recebe aposentadoria por invalidez tem que passar por perícia médica de dois em dois anos, se não, o benefício é suspenso. A aposentadoria deixa de ser paga quando o segurado recupera a capacidade e volta ao trabalho. O art. 42 da Lei nº 8.213/1991 expõe o conceito legal de invalidez como aquele que for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação profissional para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência. Esse benefício só será devido enquanto o beneficiário permanecer na condição de inválido. A lei considera incapaz aquele que, por causa da doença, do defeito físico ou mental, se encontra na absoluta e permanente impossibilidade de desenvolver qualquer trabalho. Porém, a incapacidade deve ser permanente e substancial, vez que insusceptível de reabilitação para qualquer trabalho que garanta a sobrevivência.

Carência
Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem que contribuir para a Previdência Social por no mínimo 12 meses, no caso de doença. Se for acidente, esse prazo de carência não é exigido, mas é preciso estar inscrito na Previdência Social. Em caso de aposentadoria por invalidez decorrente de acidente de trabalho ou de qualquer natureza (acidentes causados por trauma ou por exposição a agentes nocivos, que resultem em lesão corporal ou perturbação funcional), não é exigido carência. Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa data só serão computadas depois que, a partir da nova filiação à Previdência Social, o segurado contribuir com 1/ 3 da carência, ou seja 04 contribuições, onde somadas às anteriores totalizem 12 ou mais contribuições.

Isenção de Carência

Se o segurado for acometido de tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado de doença de Paget (osteíte deformante), síndrome da deficiência imunológica adquirida (AIDS), ou ainda contaminação por radiação, com base na conclusão da medicina especializada, terá direito ao benefício desde que mantenha a qualidade de segurado, não exigindo o pagamento das 12 contribuições (não é exigido carência).

Pagamento

Se o trabalhador estiver recebendo auxílio-doença, a aposentadoria por invalidez será paga a partir do dia imediatamente posterior ao da cessão do auxílio-doença. Se o trabalhador não estiver recebendo auxílio-doença: Empregados - a partir do 16º dia de afastamento da atividade ou a partir da data de entrada do requerimento, se entre o afastamento e o pedido decorrerem mais de 30 dias; Demais segurados - a partir da data da incapacidade ou a partir da data de entrada do requerimento, quando solicitado após o 30º dia de afastamento do trabalho; Se a Previdência Social for informada oficialmente da internação hospitalar ou do tratamento ambulatorial, após avaliação pela perícia médica, a aposentadoria começa a ser paga no 16º dia do afastamento ou na data de início da incapacidade, independentemente da data do pedido. Este pagamento é suspenso quando o segurado recupera a capacidade para o trabalho, quando o segurado volta voluntariamente ao trabalho e quando o segurado solicita e tem a concordância da perícia médica do INSS.

Valor do Benefício

A aposentadoria por invalidez corresponde a 100% do salário de benefício, caso o trabalhador não esteja em auxílio-doença. O salário de benefício dos trabalhadores inscritos até 28 de novembro de 1999 corresponderá à média dos 80% maiores salários de contribuição, corrigidos monetariamente, desde julho de 1994. Para os inscritos a partir de 29 de novembro de 1999, o salário de benefício será a média dos 80% maiores salários de contribuição de todo o período contributivo. O segurado especial (trabalhador rural) terá direito a um salário mínimo, se não contribuiu facultativamente.

Reavaliação

O segurado aposentado por invalidez está obrigado, a qualquer tempo, independente de submeter-se a exames médicos-periciais, a realizarem-se a cada dois anos, e independentemente de sua idade e sob pena de suspensão do pagamento do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da previdência social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos.

Suspensão do Contrato de Trabalho

De acordo com o art. 475 da Consolidação das Leis do Trabalho a aposentaria por invalidez suspende o contrato de trabalho, e não o extingue. Essa conclusão resta confirmada pela Súmula nº 160 do Colendo Tribunal Superior do Trabalho. A legislação previdenciária prevê a submissão do aposentado por invalidez a perícias médicas periódicas a fim de se verificar se o trabalhador mantém-se inabilitado para o labor. Há, pois, a possibilidade de volta ao trabalho. Nesse sentido reza os artigos 43 e 47 da Lei nº 8.213/1991. Assim, uma vez que durante o recebimento desse benefício o contrato de trabalho encontra-se suspenso, não se há de falar em pagamento de "verbas rescisórias" apenas porque houve a aposentadoria por invalidez, sem dispensa ou demissão.

1. A aposentadoria por invalidez depende, para a sua obtenção, da convergência de dois requisitos: o primeiro, relativo ao cumprimento do período de carência, e o segundo, expresso na incapacidade total e permanente para o trabalho.

2. O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente ao trabalho, terá sua aposentadoria automaticamente cessada a partir da data do retorno às atividades e ainda, os valores que foram recebidos indevidamente deverão ser devolvidos.

3. Se o segurado necessitar de assistência permanente de outra pessoa, a critério da perícia médica, o valor da aposentadoria por invalidez será aumentado em 25% a partir da data de sua solicitação, ainda que a soma ultrapasse o limite máximo de contribuição.

Autor: Coluna Direito Doméstico -Jornal da Paraíba de 08.04.2010 - Assinada pelo Procurador Federal Paulo Souto

quarta-feira, 4 de julho de 2012

ASSU ANTIGO


ASSU ANTIGO

 
Parque Infantil Palmerio Filho, construido na administracao do prefeito Arcelino Costa Leitao, onde hoje esta assentado o Banco do Nordeste - BNB.


 
Imagem do Facebook Radio Princesa do Vale.

Bela fotografia do Grupo Escolar Ten. Cel. José Correia. A foto, salvo engano, fora tirada nos anos sessenta. Aquela importante instituicão educacional fora palco de muitas comemoracões civicas da terra assuense, alem de bailes elitizados no salão realizado pela sociedade assuense, nos anos cinquenta e começo de sessenta. Deu lugar também ao Campos Avancado do Açu - Prefeito Walter de Sá Leitão, no início dos anos setenta. + historia a conta sobre a Escola ZéCorreia, como ainda chamam os mais antigos do Assu.



ASSU ANTIGO

 
Imagem do Facebook Radio Princesa do Vale.

Bela fotografia do Grupo Escolar Ten. Cel. Jose Correia. A foto, salvo engano, fora tirada nos anos sessenta. Aquela importante instituicao escolar fora palco de muitas comemoracoes civicas, alem de bailes - no salao daquela escola - realizado pela sociedade assuense, nos anos cinquenta e comeco de sessenta, deu lugar tambem ao Campos Avancado do Acu - Prefeito Walter de Sa Leitao, no inicio dos anos setenta. + historia a conta sobre a Escola Ze Correia, como ainda chamam os mais antigos do Assu.

Obs. Os leitores deste blog que me desculpe os erros de ortografia pois estou com o teclado do meu computador desconfigurado.

Fernando Caldas 
Ministério da Saúde destina recursos para construção de Unidade de Pronto Atendimento 24 horas em Assú

O Ministério da Saúde divulgou a lista de municípios que conseguiram no prazo de 6 de junho a 19 de junho, cadastrar e postar todos os documentos finalizando o processo de seleção pelo Programa de Aceleração do Crescimento – PAC 2 para a construção de  Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24 horas). Para o ano de 2012, Assú foi o único município selecionado no Rio Grande do Norte, a ser contemplado com o repasse de recursos destinados para a construção de uma UPA.

Responsáveis por prestar atendimento de média complexidade, como vítimas de acidentes e problemas cardíacos, as UPAs contribuem para desafogar as urgências dos hospitais do SUS e reduzir o tempo de espera por atendimento. Nas localidades em que estão em pleno atendimento, as unidades dão conta de atender, sem necessidade de encaminhamento ao pronto-socorro hospitalar, 97% dos pacientes que as procuram.

As UPAS 24h estão inseridas na rede Saúde Toda Hora, implantada pelo Governo Federal com o objetivo de reorganizar o atendimento de urgência e emergência dos hospitais do SUS. A rede integra, além dos hospitais, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU/192).

De acordo com informação da secretaria municipal de Saúde da prefeitura do Assú, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 horas) que será construída em Assú ficará localizada na parte Oeste do cidade, na região dos bairros Alto São Francisco/João Paulo II.

Enviado por AD Comunicações


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Sem parar: Mariano Tavares volta à cena musical
 
Por Redação em 01/07/2012 às 16:30 - Gaseta do Oeste
Novo trabalho que será lançado no dia 5, às 22h, no Séletc Nouveau
FOTO: DIVULGAÇÃO
 
Mariano Tavares: de Rimbaud a Shakespeare

Mariano Tavares faz parte da nova geração de músicos do Estado. Lançou seu primeiro trabalho com músicas autorais e um estilo diferenciado. "O SoBrado" (2005) foi apenas o início da carreira de Mariano Tavares. Agora, ele retorna com um novo CD, intitulado "Sem Parar", que faz justiça à disposição do artista em continuar produzindo um repertório ligado à poesia e à música folk.

Mariano destaca que o título do novo trabalho foi inspirado da canção que abre o disco, mas também se refere à relação que mantém com o palco e com a canção, que, apesar dos aparentes hiatos, nunca se interrompe. Na perspectiva do artista, involuntariamente o álbum Sem Parar acabou resultando num grupo coeso de canções que, cada uma a seu modo, acabam dialogando com a ideia de tempo, e se reportando "à continuidade de tudo aquilo que não controlamos no mundo: a natureza, o sonho, o amor, o acaso, a beleza, o futuro, a inocência, a morte; tudo aquilo que desliza nos espaços da vida, continuamente, ininterruptamente, sem parar".

Para ele, neste novo trabalho o objetivo é sempre o de conseguir alcançar uma voz própria, que não remeta a influências, mas a um discurso musical e poético próprio, autoral. "Por outro lado, nunca nos livramos daquilo que nos formou ou forma-nos enquanto artistas, daquilo que lemos, vemos ou ouvimos durante toda a vida. Influência é uma questão de observação e assimilação não apenas de outros discursos artísticos, mas da própria vida, da experiência. Para mim, em Sem Parar há uma presença clara do folk e do country norte-americanos, que eu tenho ouvido muito nos últimos tempos. Mas, até já me disseram que isso só fica claro para mim mesmo. No mais, são as influências de sempre: a canção tradicional brasileira, a música regional e o rock, diluídos nessa tentativa de encontrar o próprio som, a própria voz", declara o artista.

Segundo Mariano, de modo geral, o novo disco vem sendo muito bem avaliado e recebendo excelentes críticas. "Para mim, um álbum nunca é uma simples coletânea de peças avulsas, mas uma obra inteira, um grupo de canções que representa as visões de um momento que o artista está vivendo. Durante o processo de gravação, lembro que gostava de observar como ele ia, aos poucos e quase involuntariamente, se convertendo numa obra inteira e coesa. Comparando-o com O SoBrado, meu primeiro álbum, penso também que Sem Parar é uma obra mais orgânica, com uma presença corpórea mais clara, mais aparente e mais sensível. Vejo-o como uma evolução, nesse sentido. Acho que ainda há muito o que esperar desse álbum, estamos apenas começando, fazendo agora os primeiros shows e tentando trilhar esse caminho movediço e cheio de incertezas que é o de apresentar uma obra autoral inédita", salienta.

Avaliando o cenário musical do Estado, o músico acredita que podemos estar vivendo "o melhor momento da música popular no Estado, em termos de produção e volume, sobretudo porque só vejo crescer nos artistas uma consciência em relação à ideia de autoria. Creio que a construção da tal "identidade local", ainda que eu não seja chegado a regionalismos extremados, passa necessariamente por aí, pela composição, pela construção de um discurso que nasça e dê frutos aqui, para depois trilhar outros caminhos. Produz-se muito mais música no Rio Grande do Norte, tanto em termos de quantidade quanto de qualidade, do que nas décadas anteriores. Estuda-se mais e melhor também", explica, reforçando que em Mossoró essa consciência ainda está engatinhando. "Vejo os músicos daqui ainda muito presos à reprodução da obra de artistas consagrados. Isso os distancia de um trabalho artístico mais profundo, e da construção de um discurso próprio, autoral. Porém, a chegada do selo DoSol à cidade me parece ser uma luz para isso tudo. Se eles conseguirem desenvolver aqui o mesmo trabalho que vêm desenvolvendo em Natal há anos, vai ser uma evolução e tanto", diz.


‘Pouquíssimas vezes me arrisquei a publicar versos’

A poesia sempre esteve presente nos trabalhos de Mariano Tavares. "A literatura me acompanha em tudo, tanto no meu trabalho artístico e acadêmico quanto na vida mesmo", explica. "Talvez ela me inspire muito mais na forma de viver e de estar no mundo, moldando minha sensibilidade, as vontades, o espírito. Claro que existem escritores especiais, aqueles que vivi mais ou dos quais me aproximei mais, sobretudo os poetas, que mais me interessam. Shakespeare, especialmente, construiu a obra mais impressionante que conheço. Embora seja um lugar comum dizer isso, não há como fugir desse feito. Além dele, releio sobretudo Walt Whitman e Fernando Pessoa, que considero, cada um a seu modo, os dois maiores poetas da literatura. Mas há tanta gente, e em tantas línguas. Wilde, Rimbaud, Dylan Thomas, Sylvia Plath, Emily Dickinson, Drummond, Lorca, é difícil citar", fala, sorrindo.

Porém, apesar de toda a carga de leitura que pode "respingar" no trabalho, Mariano procura uma voz própria. E, diferente de muitos de seu tempo, dedica-se a compor poemas que estejam, já em sua gênese, ligados à música. "Pouquíssimas vezes me arrisquei a publicar versos como poemas, sem o suporte da canção. Digo isso no sentido tradicional: aquele que concebe com sendo um poeta o sujeito que arquiteta versos sobre a página em branco do livro. Acho mesmo que não sou um poeta. Mas a história da literatura antiga está aí para provar que a canção e o poema são faces de um mesmo truque, de uma mesma magia, de um mesmo poder", explica.

Para ele, a forma como um texto ou uma canção nasce nunca é a mesma, a inspiração e a vontade podem vir de qualquer lugar e a qualquer hora. "Há canções que simplesmente 'chegam', como se estivessem prontas e caíssem sobre você, vindas de algum lugar além do seu, enquanto outras podem demorar meses para ficarem prontas, precisam de lapidação, trabalho, transpiração. Muitas vezes nascem de um pensamento, de uma vontade, de uma frase guardada, de uma exigência sua, ou do mundo", complementa.

O DISCO
Baseando-se principalmente nas canções do álbum, o show de lançamento do álbum reconstitui sua sonoridade ao mesmo tempo universal e regional, contemporânea e tradicional, para compor pequenas reflexões sobre o tempo do amor, do sonho, da natureza e da morte.

A banda que acompanhará o cantor é formada por músicos da cena potiguar que participaram diretamente da elaboração do cd: o pianista e co-produtor do álbum, Humberto Luiz (teclado, contrabaixo), e o guitarrista Alison Brazuka (violões, guitarra), além do baterista Gustavo Almeida. Juntos, o trio forma a banda Brazuka Jazz, que atua no cenário da música instrumental em todo o Brasil. Para o show em Mossoró, Mariano contará também com a participação especialíssima da cantora Renata Falcão.

Tendo como base principal as canções do novo CD, no repertório do show Mariano Tavares incluiu ainda a canção Idade de Ouro (poema do Francês Arthur Rimbaud musicado pelo artista, inédita em disco), novas versões para algumas canções de seu primeiro álbum (Dias de Espera, Disfarce e Carnaval), além de releituras para clássicos de Raimundo Fagner, Los Hermanos e Gilberto Gil.
Depois da apresentação em Mossoró, o show segue com apresentações já marcadas em Assu (07/07) e Natal (14/07).

Uma marcante lição de cidadania



Roberto Guedes (*)

Quando terminarem de ler "Política - Atos e Fatos", vocês compreenderão porque este livro me surpreendeu tanto, e tão agradavelmente, quando devorei todas as suas letras, linhas e páginas antes de o texto final chegar ao prelo, forçando-me a reconhecer que até então conhecia seu autor, o jornalista e historiador João Batista Machado, o nosso "Machadinho", bem menos do que ele se me apresenta agora, quase cinquenta anos depois de entrarmos muito impregnadamente um na vida do outro.

Antes de tudo, carimbo meu reconhecimento. Por dever de justiça.Machadinho foi bom de bola nos tempos de adolescente em seu Açu com cedilha e em Mossoró. Sabe-se que foi estudante mais do que mediano no Colégio Diocesano do padre Sátyro dos anos cinquenta e início dos efervescentes sessenta. Passou depois a líder de entidade estudantil em Natal, onde iniciou e praticou todo o seu jornalismo, que, pela competência e perenidade profissional, com certeza o levaria, se quisesse, ao sucesso também nos maiores centros do país.

Preso à força telúrica que aqui manteve muita gente boa, como o legendário Luiz da Câmara Cascudo, ficou a vida inteira no chão potiguar, onde também se descobriu capaz de contar a história em muitos e bons volumes, desses que, como exigem os leitores mais exigentes, fazem muito mais do que ficar em pé nas estantes.Machadinho chega hoje a seu décimo livro consagrado como um dos melhores periodistas contemporâneos do Rio Grande do Norte, onde também se afirmou nesta década como o mais profícuo historiador político.

Conhecendo-o muito de perto, não deveria ser surpreendente para mim, portanto, o conteúdo de "Política - Atos e Fatos", cujos originais, depois de reunidos e consolidados, Machadinho me emprestou para que melhor pudesse me integrar, através deste texto metido a prefácio, à obra prestes a ser impressa.

Sou leitor cativo de todos os livros anteriores de Machadinho, e não perco o que ele publica em jornal desde que o conheci e à sua séria e ética dedicação ao jornalismo.Lembro-me de tê-lo adicionado ao rol de grandes amigos no finzinho de 1.967, começo de 1.968, quando me acostei à redação do "Diário de Natal" da ladeira da avenida Rio Branco em demanda da Ribeira, onde, todo dia, de segunda a sábado, antes do meio-dia, entregava no mínimo três matérias dignas de chamada de primeira página para o vespertino e pelo menos uma maior, mais ampla e de muito maior profundidade, para o hebdomadário "O Poti".

A nossa era uma redação altamente permeável, quente e barulhenta, em tudo diferente das gélidas salas de digitação dos jornais de hoje. O silêncio quase sepulcral destas nem de longe lembra o quanto naquela sala era preciso concentração e conscientização profissional para se produzir de dentro para fora numa interação devassadora com o mundo exterior.

Para começar, a redação não era redação. Era tosca, grotesca linha de montagem. Ocupava um imóvel projetado para ser loja e tinha uma grande porta de subir, metal, como fronteira em face da Rio Branco. O calor e a necessidade de luz natural exigiam que durante todo o tempo a loja, situada do lado do sol, ficasse aberta, permitindo que todo tipo de gente a penetrasse, aqui também no sentido de invadir. Uma de suas extremidades guardava grandes rolos de papel para impressão, e uma passagem escura fazia a ligação com a oficina de seu Januário, uma grande figura humana de mansidão a toda prova, um dos melhores chefes de oficinas que o jornalismo já conheceu. Era a fronteira entre o matraquear de nossas máquinas de datilografia e os linotipos, máquinas de derreter chumbo e impressoras de Paulo Leão, Zé Neguinho, Tota e tanta gente boa que interagiam com os jornalistas, principalmente nos balcões etílicos da vizinhança, numa maravilhosa igualdade fraternal.

Num ambiente de estúpido desconforto físico, ali Machadinho trabalhou com muitos colegas que nos ensinariam de cima para baixo, na igualdade do aprendizado, e de baixo para cima, com humildade enriquecedora. Há quem diga que, ressalvando a época do surgimento do "Diário de Natal", quando uma verdadeira plêiade de jornalistas se uniu para criar o periódico, o tempo de iniciação de Machadinho na casa foi o melhor na história da grande integração entre o jornal e a população natalense.

Peruei parte desta epopeia, e posso dizer: foi o tempo de brilhantes escritores da crônica perseverante e cotidiana de Natal. Ali Machadinho conviveu com o maior exemplo para todos nós, o grande Berilo Wanderley, a quem terminaria levando a se tornar assíduo do "Bom Miguel", lá no Beco da Lama, onde se tomava a melhor meladinha para abrir o apetite antes do almoço, a preparada por Nazir do apelido machadiano.

Suou e se divertiu com o saudoso Domício Ramalho, aprendeu com Sanderson Negreiros, até hoje seu irmão de fé, Francisco de Assis Barbosa, João Gualberto Aguiar, a maior esperança de jornalismo de nossa geração, Lauracy Costa e Antonio Melo, que chegaria muito longe onde todo repórter provinciano daqui gostaria de vencer, nas melhores redações do país. Conviveu bem com todos os repórteres policiais da casa, de Nilo Lourival Ferreira a Pepe dos Santos, passando também por Danilo Santos, que viajou muito cedo, e se divertiu com tiradas bissextas do diagramador Josué Maranhão, que depois seria sucedido por Carlos Jorge, Gení Alves, Marluce e Zé Meira, adiante o responsável pela condução do processo de implantação do sistema "off set" de impressão do jornal.

Curtiu carraspanas do legendário fotógrafo Paulo Saulo e ajudou a abrir caminho para que um adolescente precocemente amadurecido chamado Edilson Braga se iniciasse na profissão como fotógrafo para tempos depois tornar-se respeitado chefe de redações.
Absorveu as ótimas piadas do maior repórter esportivo que o Rio Grande do Norte já conheceu, o grande Everaldo Lopes, e tomou muitas lições de exercício profissional e carraspanas com outro monumento de nossa geração, Rubens Lemos, para ele o eterno "Migüim" da esquerda atuante e das raízes da música popular brasileira original e tradicional.

Na outra extremidade da corda cultural, conviveu maravilhosamente com o grande divulgador da modernidade universalizante do Tropicalismo e da poesia-processo, movimentos que não o atraíam, o saudoso repórter Alexis Gurgel, somente "Machó", corruptela de "Majó", um dos apelidos que lhe aplicou fraternalmente. Quando o colunista social Paulo Macedo adentrava a loja de escrever, Machadinho ainda encontrava tempo para ouvir suas prosas cosmopolitíssimas.

Nosso expediente na redação do então vespertino era pela manhã, mas à tarde ele ainda encontrava tempo de baixar no mesmo terreiro para conversar com os colunistas que só então visitavam a casa, o analista político Leonardo Bezerra, o "Nêgo" de nossas afinidades, e o grande cronista lírico Aderbal de França, que se assinava "Danilo" de merecidas reverências.


Liso de fazer dó, fora da redação Machadinho convivia com ricos e poderosos e mesmo assim não melhorava de vida, porque também para ele o produto tinha que vir, ética e honestamente, do suor de seu trabalho. Pontual em tudo, inclusive pagamentos, sofria muito porque o dinheiro não rendia os trinta dias. Vivia pendurado em birôs de gentes de bancos amigos, levantando e reformando papagaios que lhe eram viabilizados pela adimplência invariável.

Também o vi muito diante do diretor comercial da editora, o grande Silvino Sinedino, negociando vales de adiantamento salarial que sua persuasão sempre arrancava entre sorrisos.

Não tinha rodante no tempo em que os mais bem situados já possuíam seus carros velhos, do Ford Prefect que Zé Meira compraria a João Neto quando este passou para um Dauphine, ao fusca azul de Sanderson e a um automóvel bem conservado em que muitas vezes Dodó Ramalho o carregava, ao contínuo

"Biroquinho" e a um ou outro agregado, para excursões etílicas pelas muitas bocas da Natal ainda boêmia.
A serviço, só se deslocava na Kombi do jornal, confabulando com Pedro, o motorista que em tempos melhores passaria a chefe dos setores de circulação e de transporte. Só chegou à casa própria quando o programa habitacional do governo federal lhe permitiu comprar uma em Mirassol para pagar a perder de vista.

Enfrentando todo tipo de dificuldade, era um repórter altamente permeável para absorver tudo dos entrevistados, e seletivo para não se confundir com eles. Num texto enxutíssimo, mostrava-os como eram ou como seu olhar de objetividade profissional os via, sem se acumpliciar com os personagens.

Da grande dignidade do saudoso Monsenhor Walfredo Gurgel, o Governador com quem ele conversava todo dia, com direito a entrar a qualquer hora no seu gabinete, no Palácio Potengí, e na residência oficial, ao deputado Fidélis do Amaral Neto, que outros jornalistas e muitos políticos rebatizariam como "Amoral Nato", quando este vinha trazer à base de lançamento de foguetes de Barreira do Inferno seu programa de reportagens para a rede Tupi de televisão, "JB Machado", como Machadinho se assinava no início da carreira, sabia tornar-se interlocutor confiável pela seriedade.

No dia em que um político o atraiu para perto de si, largou a redação para assumir a assessoria de comunicação do governo do Estado no mandato do hoje falecido Tarcísio Maia. Sabia que em jornalismo o assessoramento não se compatibiliza com o batente em veículo de informação. Também por isto, entrou para a história como um dos melhores coordenadores de comunicação social no executivo potiguar, desenvolvendo uma carreira especializada que o mostrou muito bem na prefeitura de Natal e nos últimos anos no Tribunal de Contas do Estado.

Eclético, sem prejuízo de sua dedicação preferencial pelo noticiário político, o Machadinho de batente de jornal incursionava em todas as áreas onde pudesse haver boas reportagens e entrevistas à espera de um repórter de primeira linha. Isto o levou a viagens pelo esporte, pela música e outras manifestações da inteligência humana, sem prejuízo da primeira obrigação, o cumprimento dos três pontos da pauta diária que o jornal impunha a todos os seus repórteres, e de sua acuidade quanto a apresentar o lado humano das ocorrências que descrevia.

Encontrava tempo para esta beleza de desempenho profissional sem prejuízo de outro vínculo empregatício que estabelecera antes de entrar numa redação, um posto no governo do Estado, conquistado ainda nos tempos de colegial em Assu e Mossoró; sem gazear aulas da Faculdade de Jornalismo Eloy de Souza, hoje integrada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). E cuidava para sempre que possível não faltar ao expediente sentimental até no máximo às 22 horas junto à namorada, após o que ainda aceitava reuniões com amigos e colegas na "Palhoça" de seu Damasceno até com direito a descidas rumo à "Galinha de Mãe" e aulas de dança no "Francesinha" de saudosa memória.

Seriíssimo na conduta e na produtividade profissional, surpreendia-me que de repente, em nossa redação, sem interromper a datilografia de um texto, "Machadinho" contasse uma piada ou soltasse oralmente uma brincadeira capaz de fazer o mais sisudo colega soltar um largo sorriso redação adentro e afora. Sua tirada ensejava as mais diversas manifestações e levaria à criação, pelos colegas, de verdadeiras marcas registradas de humor. O "Bom, basta!" de BW, como ele citava e convocava Berilo, fez história como chamamento ao riso.

Intrigava-me agradavelmente saber como Machadinho ainda encontrava tempo para tantas destas ações profissionais e de relacionamento enquanto urdia, feito formiguinha ou abelha, uma de suas mais profícuas criações, a fabricação de apelidos que ainda hoje o caracteriza.

Houve deles que se imortalizaram para todos nós, mas chamava nossa atenção o transformismo que o autor impunha a algumas de suas criações.

Fui e tenho sido alvo de uma dessas metamorfoses. Fui "Gênio", depois "Óxigênio", com acento no ó, adiante "Xênio", depois voltei a "Óxigênio", e quando menos esperava estava reduzido ao "Óxi" com que me trata até hoje.

A melhor dessas trajetórias de apelidos foi uma que marcou um rapaz que montou um misto de barzinho e lanchonete alguns metros acima da redação, quase na esquina da Rio Branco com a ladeira com que a rua Juvino Barreto trazia o trânsito de Petrópolis para a Ribeira e vice-versa, onde servia um bife acebolado de botar água na boca.

Ao saber que ele se chamava Vicente de algum sobrenome, Machadinho logo passou a tratá-lo como "Vicente Celestino", referência ao grande menestrel de antanho. Adiante, "Vicente Celestino" se limitou a "Celestno" para meses depois passar a ser apenas "Tino". Outros meses adiante, Machadinho lhe devolveu à completude da palavra.

Porém, decerto achando pouco o "Celestino" desprovido do nome original, apensou ao apelido o sobrenome de famoso diretor do Atheneu, o professor Celestino Pimentel. De repente, orgulhosos ex-alunos do Atheneu abrigados numa mesma redação se alegravam ao serem servidos pelo nome do velho mestre. Isto, porém, durou apenas semanas, porque Machadinho amputou o "Celestino" que na sua tessitura mental havia atraído o "Pimentel".

Passou a chamar Vicente apenas de "Pimentel". Quando nós começávamos a nos acostumar com a nova qualificação, porém, ele cortou "Pimen", tratando como "Tel" o coitado do Vicente, que ria a valer com essas novas certidões de seu nascimento. Ficou assim durante outras semanas, até um dia Machadinho apensar ao apelido de ocasião um pré-nome da literatura.

Assim, Vicente foi "Guilherme Tell" até o autor impor um apelido à sua nova denominação. Desta forma, o mesmo Vicente de origem passou a ser "Gui Gui". Ao que me consta, este apelido reinou enquanto trabalhei na redação de Machadinho, na época já transferida para o prédio do antigo cinema Poti, na avenida Deodoro, no alto de Petrópolis. Não me surpreenderia, porém, se Machado tivesse carimbado o preparador de tira-gostos com muitas outras denominações a partir daí, pois, muito fiel às suas ligações, não deixou de frequentar o bôínho de Vicente depois de migrar para a nova sede do "Diário de Natal".

Senhor de uma lhaneza sem afetação a toda prova, Machadinho tem sido homem de coragem cívica e física. Atestam-no algumas ocorrências que surpreenderam muitos de nós. Certo dia, um motorista de ônibus o trancou na subida da "Rio-Bahia", que leva da Cidade Alta ao Alecrim, e ele se irritou ao ponto de resolver tirar satisfação. Ultrapassou o grande veículo e numa manobra perigosa fê-lo parar abruptamente, quase batendo em seu automóvel. Desceu do carrinho, onde ficaram seus filhos, dirigiu-se à porta dianteira do ônibus, disse o que quis com o condutor e chamou-o para as vias de fato.

Covardemente, o "chofé" desceu do veículo trazendo consigo uma grande alavanca de ferro, e mesmo assim Machadinho não recuou. Atracou-se com ele, tomou-lhe a ferramenta, dominou-o e emprestou-lhe muitas cacetadas de punho cerrado. Até hoje me pergunto se então ele pensou que enquanto brigava com o motorista o cobrador do ônibus poderia, em solidariedade ao companheiro de trabalho, desequilibrar a contenda.

As azáfamas da vida nunca o modificaram. Pelo contrário, sublimaram nele o jornalista e o escritor que almejava ser ainda quando, nas ruas e praças de Assu, era o menino de dona Letícia, o "João de Edinor", varão entre uma palma de irmãs num núcleo familiar altamente unido, querido e respeitado em sua terra natal, como pude testemunhar desde o final dos anos sessenta, quando visitei a cidade pela primeira vez.

Visto o perfil de João Batista Machado que a memória me proporciona, desembarco na apreciação do texto de "Política - Atos e Fatos" para confessar a surpresa que me impôs. Toda vida li e com muito gosto todos os escritos de Machadinho que chegaram às minhas pupilas. Sempre vi o bom texto jornalístico em jornal e criações ainda mais elaboradas em seus livros.

Quando me falou sobre o décimo título, deixou claro que reuniria artigos que publicou nos últimos dois anos e meses no matutino impresso "Novo Jornal". Cada um num dia da semana, ele, eu, Albimar Furtado, Franklin Jorge, Jomar Morais, Paulo Tarcísio Cavalcanti e outros jornalistas conterrâneos, alguns dos quais brilham também na reportagem do periódico, atuamos no "Novo Jornal" como colunistas ao lado de alguns autores oriundos de outros campos profissionais que dão verdadeiros "shows" de escrita e cidadania. É o caso da professora Eleika Bezerra e do empresário Bira Rocha, para não me estender muito e adotando-os como modelo desta contribuição ao periódico.

Na entrega, Machadinho preveniu-me para um caso de "dejavu", como diria Franklin, pois reveria textos que já havia absorvido no dia a dia do jornal. É aí que reside minha descoberta. Lidos separadamente, um a cada semana, os textos completam isoladamente seu desiderato de esmiuçar determinados assuntos, algumas ocorrências e uma ou outra evocação. Belo trabalho de repórter, e ponto final.

Quando os sorvi de uma levada só, missão que aguarda cada um de vocês, deparei-me não mais com as várias árvores de um jornalismo cotidiano, e sim com verdadeira floresta de cidadania.

Um texto sobre Tancredo Neves pode preencher seu papel ao tentar esgotar a focalização do personagem, o mesmo que ocorreu com relação a João Goulart e outros nomes nacionais e locais, da mesma forma como uma nuvem de ternura paira sobre seu depoimento a respeito de a doce e meiga figura humana de dona Tereza Maia, a primeira dama do governo potiguar que, distante de olhares de curiosos, cultivava amizades com pessoas simples da fauna natalense, como Dalila de Redinha, a famosa preparadora de "ginga", iguaria de peixe frito com tapioca cuja qualidade depende da mão de quem a traz ao mundo.

No dia a dia de Machadinho repórter, uma reverberação contra a corrupção pode exaurir o tema, a exemplo de outro texto que enfrenta a desonestidade que firmou jurisprudência no Brasil. A mesma plenitude ocasional se vê num outro artigo sobre as organizações não governamentais que vivem de explorar dinheiros governamentais ou nouto, sobre a oposição aos variados dutos infamantes que a corrupção construiu em todo o país.

Antes de receber os originais do livro, eu conhecia todas as árvores descritas por Machadinho no alto da sexta página do "Jornal de Hoje". Tinha convicção de que compartilharia um reencontro textual. Quando mergulhei na nova leitura, deparei-me não mais com as árvores, mas com uma grande, imensa floresta que vem a ser o conjunto da obra contida neste livro. Nada de reencontro com enfoques isolados. Eis-me diante de um grande tema, que perpassa todos os textos.

É como se desde a redação do primeiroo artigo, Machado se impusesse desenhar um mapa sem que cada pedaço perdesse outros objetivos específicos. Assim como Ernest Remingway descreveu a inflação que corroia a Alemanha do fundo do poço após o "crash" de 1.929 sem sugerir ao leitor que lhe tivesse incutindo uma preocupação inescapável em relação ao problema e seus possíveis desdobramentos, um dos quais, o pior deles, se imporia através da ascensão do nazismo.

Impressionou-me no livro o quanto Machadinho extrapolou o espaço do jornalista e do historiador para nas linhas e entrelinhas dos mais variados textos compor obra una, na qual a gente vê projetar-se um ente rarefeito nas sociedades brasileira e potiguar destes anos. Refiro-me ao cidadão, para dizer que "Política - Atos e Fatos" é uma verdadeira ode à cidadania, à necessária capacidade de reagir, à irresignação contra os malfeitos que agridem a alma do brasileiro e que, infelizmente, ainda não fez a população acordar para um levante em defesa pelo menos das futuras gerações de patrícios.

Quem começar a ler este livro pensando em atos e fatos de política estará, como eu, predisposto a enfrentar algo que o título sugere e terminará reconhecendo que conheceu um conteúdo muito maior e melhor do que a proposta aparentemente contida no título. Para mim, o verdadeiro título deste livro é a Cidadania que o autor nos recomenda em todos os teclares de seu texto.

Com este livro, João Batista Machado demonstra estar se credenciando a no futuro receber dos conterrâneos leitores o absoluto reconhecimento como autor de uma grande contribuição à formação moral dos futuros cidadãos norte-rio-grandenses. Natal, 03 de maio de 2.012.

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(*) Prefácio do livro "Política em Atos e Fatos", que o jornalista e historiador João Batista Machado lançará na próxima quarta-feira, 4, às 18 horas, na sede da Academia Norte-rio-grandense de Letras

domingo, 1 de julho de 2012

Memórias de um velho imigrante

Publicação: 30 de Junho de 2012 às 00:00

Yuno Silva - repórter

A memória de Natal enquanto centro urbano ainda é um grande e incompleto quebra-cabeças, onde lacunas históricas são preenchidas aos poucos e a revelação de novos detalhes atiçam a curiosidade quanto à formação da própria identidade da capital potiguar. Dentro desse contexto, um novo capítulo sobre a cidade será conhecido a partir das lembranças do italiano Rocco Rosso (1899-1997). Como uma verdadeira colcha de retalhos, as lembranças de Rosso, que chegou no RN em 1926, foram costuradas pelo genro Carlos Roberto de Miranda Gomes e organizadas no livro "O velho imigrante", a ser lançado na próxima quinta-feira (5), às 19h, na Academia Norte-Riograndense de Letras.
 Rodrigo SenaEscritor Carlos Roberto de Miranda Gomes transforma em livro as memórias e as paixões do italiano Rocco Rosso.Escritor Carlos Roberto de Miranda Gomes transforma em livro as memórias e as paixões do italiano Rocco Rosso.

O título sai com a chancela da Sebo Vermelho Edições e da União Brasileira de Editores (UBE-RN), e pode ser encarado como uma biografia ampliada devido a presença de informações preciosas sobre a época em que Natal era uma importante base para a aviação mundial como documentos, relatos, fotografias e anotações colecionadas ao longo de quase sete décadas por Rocco. Entre as várias pérolas garimpadas por Carlos Roberto, 72, no acervo do sogro, uma deverá reacender a contestada passagem do aviador e escritor francês Saint-Exupéry pelo Estado.

"Apresento uma versão pessoal para o episódio, a partir de documentos, reportagens e fotografias reunidas por Rocco", disse Miranda Gomes por telefone à reportagem do VIVER. O autor explica que teve o cuidado de incluir opiniões divergentes sobre o fato polêmico: "As fotos que estão no livro foram feitas por Rocco, que trabalhava na base aérea e tinha o hábito de fotografar as pessoas que passavam por lá. Ele identificou a pessoa nas duas imagens publicadas no livro como sendo Exupéry, e não vejo motivo para inventar uma história dessas", acredita. Rosso mantinha cadernos com recortes de jornais, chegou a ter três mil, "mas quase todo esse acervo foi comido por cupins. Sobrou muito pouco", lamentou o escritor.   

Também advogado e pesquisador, Gomes lembra que as possíveis imagens do francês durante sua passagem por Natal começaram a ser contestadas algum tempo depois, quando disseram que era "apenas" uma pessoa parecida.

Segundo Carlos Roberto, que dedicou boa parte de um capítulo para esmiuçar o assunto, há depoimentos, reportagens, registros históricos e estudos sobre os relatos do aviador afirmando ser muito difícil para Exupéry descrever a geografia da região se não tivesse passado por aqui. "Há argumentos dos dois lados, mas os mais fortes dão conta dessa passagem", informou, lembrando que o fotógrafo João Alves de Melo (1896-1980) fez fotos do período e que um livro está para ser editado pela família com a comprovação (ou não) da presença ilustre em solo potiguar. "Eu vi a foto, mas a família não permitiu fazer uma cópia", garantiu.

Contemporâneo dos fotógrafos Jaecy Emerenciano e Valdemir Germano, ambos vivos, Rocco Rosso nunca solicitou naturalização e considerava-se cidadão brasileiro.

RÁDIO E TELEVISÃO

Ferido durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18), Rocco Rosso voltou ao front como operador de rádios e técnico em eletrotécnica. Com o fim do conflito e o mundo em plena recessão, o italiano, que já tinha parentes no Rio de Janeiro, resolveu atravessar o Atlântico em busca de novas oportunidades. "O Brasil era tido como o 'Eldorado' na época, e como ele tinha brevê de piloto e entendia de mecânica de aviões logo conseguiu um emprego na empresa que viria a ser a Air France", contou Carlos Roberto.

De acordo com o autor, Rosso ajudou a instalar várias bases de rádio pelo país e quando estava trabalhando no Recife, em 1936, resolveu trazer a família para morar em Natal. Foi responsável pela instalação da central de rádio na base aérea de Parnamirim "e durante esse período viu muitos pilotos aterrissarem e decolarem".

O imigrante italiano atuou na aviação até o momento do Brasil tomar partido. "Quando o país passa a integrar o time dos Aliados, preferiu sair da base com medo de ser acusado de alguma possível sabotagem que viesse a acontecer", informou. Ainda há outra versão para a saída de Rosso da base: a representação da empresa onde trabalhava foi desativada aqui em Natal. "Depois disso, abriu uma oficina na Ribeira e passou a consertar aparelhos eletrônicos".

Rocco Rosso manteve o ponto no número 45 da Travessa Argentina até 1962, entre 1963 e 64 foi morar em Belém (PA), mas acabou retornando à Natal quando a filha casou-se com Carlos Roberto de Miranda Gomes.

Irmão do arquiteto Moacir Gomes, projetista do estádio Machadão, o autor de "O velho imigrante" lembra que Moacir trouxe uma televisão do Rio de Janeiro quando Natal ainda nem tinha emissoras. "Rocco acabou inventando uma antena e conseguíamos assistir, muito precariamente, alguns programas exibidos em canais de Pernambuco". O fato despertou interesse de amigos, que resolveram investir no novo negócio: fincaram uma antena em um ponto alto da cidade "e foi a partir disso que as lojas da cidade começaram a vender aparelhos de televisão por aqui"; e assim Rosso passa a consertar rádios e televisores, indo trabalhar nas Casas Régio até se aposentar nos anos setenta.

Fonte - Tribuna do Norte

CONVENÇÃO DO PR DE ASSU

O Partido da República realizou na manhã de sábado, 30, a sua convenção que homologou as candidatiras de George Soares e Danúbio Medeiros, com a presença do deputado federal João Maia, vereadores, lideranças e o povo em geral, sem esquecer os políticos veteranos Ronaldo Soares e Edgard Montenegro.  

 
Fotografia do blog Juscelino França.


Assu inscreve mais de 2 mil estudantes

Um total de 2.003 estudantes foi inscrito para participar da etapa regional dos Jogos Estudantis do Rio Grande do Norte na jurisdição administrativa da 11ª Diretoria Regional de Educação. Além disso, foram registrados 120 professores que atuarão como treinadores e instrutores. O evento contará com 14 modalidades esportivas, segundo informação transmitida pelo coordenador geral da etapa, o professor de educação física Túlio César de Medeiros Almeida(Foto). Ele adiantou que já está definido para quarta-feira próxima, no auditório da 11ª Dired, durante o período matutino, o Congresso Técnico para os professores/instrutores e representantes de estabelecimentos escolares inscritos para a competição. "O congresso será para tirarmos todas as dúvidas, respondermos todas as eventuais indagações e já promovermos o sorteio dos confrontos escolares tanto nos esportes individuais quanto coletivos", explicou Túlio César. Ele informou que a partir do dia 12 deste mês será disponibilizada a tabela dos jogos no portal eletrônico da Codesp - Coordenadoria de Desportos - da Secretaria Estadual de Educação e Cultura, na internet. O coordenador da etapa regional dos jogos na região declarou que será obedecido fielmente o cronograma que, em março passado, foi entregue a todas as escolas da jurisdição. No dia 8 de agosto, uma quarta-feira, às 20h, ocorrerá a cerimônia de abertura da fase regional, no Ginásio Poliesportivo Deputado Arnóbio Abreu, em Assu.
 
Fonte: O Mossoroense

TERRA NATAL
 Por Willy van Gurgel, poeta assuense

- Assú
- Terra querida aonde eu nasci
- De um céu sempre azul
- É a cidade que nunca esqueci
Berço das minhas infantilidades
E das minhas brincadeiras mil
Só me faz relembrar com saudades
Da escolinha e do parque infantil
- Da namorada que luzia
- E me prendia o coração
- Das serenatas que fazia
- Acompanhado ao violão
E as saudades ainda do amigo
Dos meus bailes no Municipal
Como é triste arrastar o castigo
De viver longe da TERRA NATAL

sábado, 30 de junho de 2012

FLAHES DO BLOG NA CONVENÇÃO DO PP/ASSU

                    
As imagens tem um alcance bem maior do que o enunciado de mil palavras pra descrever a grandiosidade da convenção.

Boemia se despede da "Universidade da Deodoro"

Publicação: 30 de Junho de 2012 às 00:00
"Tô sabendo, faz um tempinho que não vou por lá, parei de beber, mas vez por outra passo para rever alguns amigos mais resistentes", disse o fotojornalista João Maria Alves, quando questionado sobre o fechamento definitivo do Bar do Lourival.
Rodrigo SenaFechamento do bar põe fim a uma era de boêmia com o Bar do Lourival, que vai virar condomínioFechamento do bar põe fim a uma era de boêmia com o Bar do Lourival, que vai virar condomínio

Ponto de encontro de jornalistas e publicitários, políticos e empresários, intelectuais e artistas, principalmente nos anos 1970, 80 e 90, o lugar encerra as atividades neste sábado (30) após quase meio século de serviços prestados à boêmia natalense.

Administrado há alguns anos pelo filho Lourival Júnior, o imóvel onde funcionava o bar foi vendido e logo deverá servir como endereço para um novo condomínio vertical na avenida Deodoro, em Petrópolis. Chamado carinhosamente de 'reitor' pelos frequentadores, por ter escrito na fachada do estabelecimento 'Universidade da Deodoro', Lourival Lúcio da Silva (1924-2010) criou, sem querer, um 'bunker' etílico que serviu como válvula de escape durante a ditadura Militar.

"Não tinha nada de especial, quer dizer, tinha a gente e o dono, seu Lourival. Fizemos muitas festas por lá quando as eleições do Sindicato dos Jornalistas eram acirradas", lembrou Alves. "O atendimento não era nenhum primor, nem sempre a cerveja vinha na hora, mas tínhamos carinho especial pelos garçons Birino e Nico(demos). Era um lugar para encontrar os colegas, beber cerveja gelada e falar de jornalismo, política, esporte... foi um bar histórico de Natal", recorda João Maria.

Outro que também passou pelo número 270 da Deodoro foi jornalista Ailton Medeiros. Ele acredita que "todo mundo do jornalismo dos anos 1980 e 90 passou por ali. O bar funcionava como uma espécie de sucursal das redações. Como na época não havia celular, os jornais ligavam para o Bar do Lourival quando queria falar com alguém - estava todo mundo lá de plantão". Então, se você foi um habitué ou apenas ouviu falar na fama do lugar, hoje é a última oportunidade de 'tomar uma' no Bar do Lourival.

Fonte  - Tribuna  do Norte
Versos

Versos! Versos! Sei lá o que são versos...
Pedaços de sorriso, branca espuma,
Gargalhadas de luz, cantos dispersos,
Ou pétalas que caem uma a uma...

Versos!... Sei lá! Um verso é o teu olhar,
Um verso é o teu sorriso e os de Dante
Eram o teu amor a soluçar
Aos pés da sua estremecida amante!

Meus versos!... Sei eu lá também que são...
Sei lá! Sei lá!... Meu pobre coração
Partido em mil pedaços são talvez...

Versos! Versos! Sei lá o que são versos...
Meus soluços de dor que andam dispersos
Por este grande amor em que não crês...

Florbela Espanca
A Mensageira das Violetas

Carlos Eduardo prestigia convenções de partidos aliados

Publicação: 30 de Junho de 2012 às 14:59

Candidato do PDT à Prefeitura de Natal, Carlos Eduardo está dedicando o seu sábado (30) a participar das convenções promovidas por partidos que integram a sua coligação. Nesta manhã, ele compareceu às convenções do PTN, do PRB e do PPL. Agora à tarde, ele tem presença confirmada na convenção do PCdoB.

Carlos Eduardo viveu um momento curioso na convenção do PTN, ao receber uma vassoura de um dos membros daquele partido. Símbolo do PTN, a vassoura também ajudará o pedetista, segundo justificou o aliado, a "limpar a Prefeitura".

Em todas as convenções por que passou neste sábado, Carlos Eduardo atribuiu a decisão de ser candidato ao respaldo popular que recebe e que vem se manifestando em pesquisas com o índice médio de 60% das intenções de voto dos natalenses. "Sou candidato porque tenho o apoio do povo de Natal. Só sou candidato porque o povo quer. E é para o povo de Natal que eu vou governar, aliás, como já governei quando estive na Prefeitura", destacou ele.

Carlos Eduardo também se compromete a, se eleito, retomar obras que estão paralisadas. Entre elas, destacou em seus pronunciamentos a construção do Mercado Modelo das Rocas e a drenagem e o saneamento nos bairros de Nossa Senhora da Apresentação e Capim Macio.

O líder do PDT antecipou ainda os planos de reabrir o Parque da Cidade e de executar as obras de mobilidade urbana necessárias para melhorar o trânsito de Natal e incluídas no projeto da Copa de 2014, a ser realizada na cidade. "Com determinação, queremos administrar e reerguer esta cidade", pontuou Carlos Eduardo.

Fonte - Tribuna do Norte



30 de junho de 2012 às 12:51

Durante convenção do PSDB, senador José Agripino faz defesa do Governo Rosalba

Durante a convenção do PSDB, o senador José Agripino Maia, presidente nacional do DEM, também entrou na defesa do Governo de Rosalba Ciarlini.
“Se ela foi uma grande prefeita, se foi uma grande senadora, não deixará de ser uma grande governadora pelo Rio Grande do Norte”, disse. O parlamentar lembrou da qualidade técnica do deputado federal Rogério Marinho. “Ele é o único candidato que chega a convenção com um plano de governo para cidade de Natal”, destacou.

Fonte - Tribuna do Norte

Corra que a Política Vem Aí!


 

Show do maios humorista potiguar da atualidade.No mundo do humorista potiguar Mafaldo Pinto tudo é possível! Dia 05 de Julho no Teatro Riachuelo o show: Corra que a Política Vem Aí! Vai abordar o momento atual da política no Brasil, no Rio Grande do Norte e na cidade do Natal. MAFALDO PINTO aproveita o momento político para lançar a candidatura de seus personagens, e trará ao palco muita sátira política, paródias, piadas, imitações de personalidades nacionais e locais, entre elas Rosalva se Abrindo e Ilma de Farinha interpretada pelo ator potiguar Gleydson Almeida. Apesar do tema ser a política, o humorista abordará outros temas.

Postado por Fernando Caldas

(Texto e imagem do Facebook de uma amiga).
 

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Polícia Federal acaba de enviar a nota oficial sobre a liberação de Mução


NOTA À IMPRENSA

“Polícia Federal esclarece desdobramentos da prisão do conhecido radialista ocorrida dentro da operação “DIRTY-NET”.

A Polícia Federal em Pernambuco, através da presente nota, vem esclarecer os desdobramentos da operação “DIRTY-NET”, deflagrada no dia 28/06/2012, com o cumprimento de 04 (quatro) Mandados de Busca e Apreensão (02 em Recife, 01 em Natal e 01 em Fortaleza) e 01 (um) Mandado de Prisão Temporária, os quais foram expedidos pela 13ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária de Pernambuco.
Na referida ação foi preso temporariamente, no bairro de Meireles em Fortaleza/CE, o investigado pela prática delituosa.
Ressalte-se que a prisão temporária tem natureza provisória e é decretada pelo Poder Judiciário, quando imprescindível para as investigações do inquérito policial e tem por objetivo propiciar a coleta de provas (buscas, interrogatórios, acareações e etc) enquanto perdurar a medida.
Após a prisão, durante as buscas e interrogatórios, foi levantada – pelo próprio investigado – a possibilidade de os acessos terem sido feitos por uma terceira pessoa, com acesso amplo e irrestrito ao suspeito, aos seus locais de residência e trabalho, bem como aos seus dados pessoais.
Assim, a partir dos dados fornecidos no interrogatório, novas diligências foram feitas culminando com a identificação, intimação e a consequente confissão do irmão do investigado, o qual ocupava um cargo de direção na empresa deste.
Durante seu interrogatório, além do conhecimento das senhas pessoais, o irmão do investigado admitiu que criou e-mails e perfis de usuários em nome daquele, através dos quais, acessou, por diversas vezes, em diferentes ocasiões e localidades programas de compartilhamento de dados utilizados para divulgação e trocas de imagens contendo cenas de sexo explícito e pornográficas, como se o investigado fosse.
Descortinados os fatos, prosseguem as investigações com fito de esclarecer toda a prática delituosa.
Por essas razões e por ter sido plenamente atendida, no caso, a função da prisão temporária, foi representada judicialmente pela revogação da medida.


Recife/PE, 29 de junho de 2012.
Comunicação Social SR-PE
Vive-presidente Michel Temer antecipa encontro com a imprensa durante convenção do PMDB, neste sábado, 30

O vice-presidente da República, Michel Temer, antecipou seu encontro com a imprensa do Rio Grande do Norte para as 11h deste sábado em local especialmente reservado no Palácio dos Esportes Djalma Maranhão, que inclusive contará com Internet sem fio. A convenção começa às 09h e tem previsão para terminar às 13h.

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Leonardo Sodré                                 João Maria Medeiros
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O INTELIGENTE E O SABIDO

Há duas categorias de pessoas que, sobretudo no Rio Grande do Norte, merecem um debruçamento maior, uma atenção mais atenta, um enfoque mais...