quarta-feira, 28 de março de 2018

NORDESTE À SOMBRA DO PASSADO – QUESTÕES FAMILIARES: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS


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a cruz da estrada
Fonte – http://evans1309.blogspot.com.br/2012/12/a-cruz-da-estrada-castro-alves.html
Autor – ADAUTO GUERRA FILHO
Publicado originalmente no jornal Tribuna do Norte, Natal-RN, edição de domingo, 20 de agosto de 1982, página 12. 
A defesa da honra e moral da família é tão antiga quanto a própria história. O interesse pelo crescimento da família desde os primórdios dos tempos, não é apenas um fator ligado ao trabalho. Paralelo a isso, a honra e proteção de bens e pessoas. Então as questões familiares marcaram presença no Nordeste do Brasil a partir de sua organização social e política até os nossos dias. Essas questões não deixaram como consequências apenas larga margem de mortandade, em ambos os lados e quase extinção de algumas delas, mas deram origem a bandidos famosos. Folheando as páginas da história do cangaço no Nordeste ou conversando com os mais velhos, vendo o s nomes dessas famílias repetidas vezes:
ALVES E LIMÕES: PATU-RN; FERREIRAS E SATURNINOS DE BARROS – VILA BELA (SERRA TALHADA-PE); CARVALHOS E PEREIRAS – PE; ROCHAS E PEREIRAS – SÃO GONÇALO-PB; NITÕES LACERDAS E GINIPAPOS: ITAPORANGA-PB; e as mais badaladas nos dias atuais (1982), SARAIVAS E ALENCAR – EXU-PE.
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Professor Adauto Guerra – Foto: Melina Soares – Fonte – http://correiodoserido.com.br/legado-literario-do-professor-adauto-guerra-sera-lancado-nesta-quinta-em-caico/
Quando não eram causas políticas, eram sociais, porém o fim era sempre o mesmo — crime de vindita.
O binômio viuvez e orfandade se associavam para se equacionarem com extinção de dinastia. A figura venerável e heroica de Jardelina, esposa de Chico Pereira, viúva desde os 17 anos vem comprovar a veracidade dos fatos:
— Estado civil? — Viúva.
— Pai? — Assassinado.
— Esposo? — Assassinado.
— Sogro? — Assassinado.
— Cunhado? — Assassinado.
E meio a tantas cordilheiras de inimizades que floresciam, tornava-se quase impossível a vida no sertão. E o povo lamentava: aqui no sertão, quando não é ano de seca é ano de Cangaço. Numa região em que a vingança era um dever sagrado, o homem era infeliz mais pelo próprio homem que pela natureza, (livro Vingança não – P. Pereira Nóbrega).

Bem no início da segunda década do século (07/05/1921) cresce o expoente máximo de todos os conflitos: Lampião. Foi um tipo que se encarnou perfeitamente nessa era (Vingança Não – P. Pereira Nóbrega). “Assassinou mais de mil vidas, incendiou umas quinhentas propriedades, matou mais de cinco mil rezes, violentou a mais de duzentas mulheres e tomou parte em mais de duzentos combates. E assim é que só em Pernambuco, foram mortos e presos mais de mil cangaceiros, pertencentes às hordas de Virgulino”. (LAMPIÃO – OPTATO GUEIROS 4° EDIÇÃO – PÁG. 16).
Não se podia esperar paz e prosperidade nos sertões nordestinos onde o rifle e o punhal eram sempre as respostas às agressões e o luto era substituído pela indumentária do cangaço.
A reportagem vai a Patu e procura um sobrinho de 2° grau de Jesuíno Brilhante.
Sentado na calçada de um armarinho, o vereador Antonele Rodeiro cumprimenta os que passam. Depois, levanta-se e vai até o carro atendendo ao chamado. Conta toda história do conflito ALVES X LIMÕES desde o início, como o garoto sabido repete a lição. O repórter ouve com atenção e faz anotações. No final o Alves diz: Olha; vá a Janduis-RN, que lá você encontra Chico Alves sobrinho legítimo de Jesuíno Brilhante e converse com ele, pois ele sabe mais a história de que eu. O carro já ia partir quando o repórter lembra-se de uma pergunta importante:
— Ei, espere aí, e os Limões?
— Ah! Não existem mais; Jesuíno acabou com todos.
Depois, coçou a cabeça e falou surpreso: Ah! Sim; ainda tem um descendente deles por aqui. Dioclécio Barbeiro.
Mas não ficou só por aí. Após a morte de Jesuíno na fazenda Santo Antônio, município de Brejo do Cruz-PB, a viúva foi para o Amazonas com os cinco filhos e nunca mais se teve notícias. A fazenda Tuiuiu não deixou marcas da passagem da influente família Alves de Melo Calado. Até o casarão foi derrubado.
Quanto ao Camucá onde moravam os Limões a 3 km. do Tuiuiu — Os Limões do Camucá — assim conhecidos, não se tem notícias. A reportagem interrogou várias pessoas e ninguém dá notícias. Uma habitante assim falou: Quem sabe, talvez seja o Pelego. Se assim o é, significa que até o nome da fazenda mudou.
As causas mais simples trouxeram graves consequências. Uma simples reclamação do velho João Alves pai de Jesuíno ao garoto empregado dos Limões por está com o pé em cima de uma cadeira, provocou uma resposta do “moleque atrevido”. Depois, a surra dada por Jesuíno no “moleque” para aprender a respeitar os mais velhos. Depois o desaparecimento de uma cabra do alpendre da fazenda dos Alves, atribuído aos Limões. Depois a represália dos Limões a ofensa. Vem a surra do Honorato Limão em Lucas Alves, irmão de Jesuíno numa festa em Patu. Enfim, a vingança de Jesuíno matando Honorato Limão. Agora, Jesuíno Cangaceiro.
Para o sertanejo, o herói dos cinco irmãos, pois o herói não é aquele que perdoa, mas sim aquele que se vinga. Agora não é mais Jesuíno Alves de Melo Cardoso, o poeta romântico, agricultor, boiadeiro, hábil equestre e sim Jesuíno Brilhante (homenagem a seu tio, o Cangaceiro José Brilhante de Alencar, avô do falecido Padre cearense Antônio Alves de Alencar, conhecido por Pe. Brilhante).
Os Alves de Melo tinham uma coisa contra si; pertenciam ao desprestigiado Partido Liberal e, enquanto os Limões pertenciam ao Partido Conservador, que lhe dava ampla cobertura. A perseguição ao Alves era intensa.
A história não muda se repete. O que muda são as datas e os personagens. Na segunda década do século, o desaparecimento de uns bodes da família Ferreira, na fazenda Passagem das Pedras no Distrito de Vila Bela (Serra Talhada-PE), atribuído a um morador de José Saturnino de Barros, trouxe de início apenas pequenas represálias; — troca de palavras e vingança em animais. Depois tiroteios, incêndio e grandes emboscadas.
Depois, o assassinato do velho José Ferreira por Zé Lucena tenente da polícia alagoana, em Piraconhas – AL (22/04/1920). O resto foi citado. E as mortes serviram de inspiração para o poeta Zabelê que fazia parte do bando. 
No lugar por onde passa,
o bando de Virgulino;
o sacristão da igreja,
vai logo bater no sino.

O rifle de Lampião,
dá cem tiros num minuto;
já fez aqui no sertão,
muita gente botar luto.

A Bahia está de luto,
Pernambuco de sentimento;
Sergipe de porta aberta,
e Lampião sambando dentro.

Querendo fazer sapato,
inté sou bom sapateiro;
querendo entrar no cangaço,
inté sou bom cangaceiro;
qui esse negócio de matar gente,
é serviço mais maneiro.

Lá na Tapera alguém às vezes sente dificuldades em dormir.
O ódio e o desejo de vingança parece que aproveita o silêncio das caladas da noite para perturbá-lo. É Cassimiro de Gilo, único sobrevivente de uma família assassinada por Lampião e seus cabras. O fato passou-se assim: O cangaceiro Horácio Novais tinha uma inimizade com Manoel de Gilo por conta de uns burros. Escreveu uma carta com assinatura de Manoel de Gilo a Lampião, cobrindo-o de desaforos e concluindo que estava disposto a recebê-lo à bala. O chefe do banditismo descansava com os cabras em Floresta do Navio e ao ler a carta, seguiu com o bando para Tapera.
Cercou a casa e abriu fogo. Manoel de Gilo resistia ao cerco e pedia explicação. Lampião mostrava a carta. Gilo negava. Quando parecia convencer Lampião foi tarde. Estava ferido mortalmente por uma bala de Horácio Novais. No final, 14 inocentes corpos estendidos ao solo Lampião ao saber não gostou e expulsou imediatamente Horácio Novais do bando. Hoje ele é fazendeiro em Goiás.
Começou a terceira década do século. E naquela fatídica tarde-noite de 11 de setembro de 1922, Zé Mutuca, Zé Dias, Chico Dias e um Campineiro armaram uma cilada e assassinaram o Coronel João Pereira na sua venda em Nazarezinho-PB. Apenas um filho estava presente: Aproniano viera em defesa de seu pai com Nobilino e seu irmão João Fernandes.
Só Nobilino morreu. Quando aos inimigos, Zé Dias escapou ileso, Chico Dias desapareceu com o ventre de fora, o Campineiro e Zé Mutuca faleceram depois. O verdadeiro assassino entre os quatro foi Zé Mutuca. No final da luta, ferido, fingiu-se morto. O coronel confiante passou por ele julgando-o cadáver. Ele aproveitou-se e disparou uma arma ferindo-o mortalmente. O coronel caiu por cima dele. Veio a falecer na fazenda Jacu ao lado da esposa e de seus filhos pedindo para não se vingarem.
Mas os comentários do povo incomodavam o filho mais velho Chico Pereira, que trabalhava na construção do açude São Gonçalo-PB. Siziam “Ô vingança demorada!”. “Fosse meu pai não ficava por isso mesmo”. “Chico? Abdon? Abdias? Aproniano? “De que vale a pena quatro homens dentro de casa”. “Era melhor vestir saia”. Como a polícia se omitisse, Chico Pereira foi atrás de Zé Dias, uma vez que Chico Dias era figura apagada e pouco interessava. Chegaram a Delegacia, Zé na frente, Chico Pereira atrás e o revólver no meio (Livro Vingança Não). Não foi preciso muito tempo para Zé Dias estava perambulando pela rua, livre desimpedido.
E agora? Chico Pereira preferia as palavras do pai “Não se vinguem”. Mas não queria ficar desmoralizado, era uma questão de oportunidade. Armou a emboscada. Zé Dias, parecia adivinhar tudo e deixou o esconderijo apontando do outro lado da serra. Chico Pereira, porém, era bom na canhota de modo que a distância não era problema. Não acabou-se apenas o pobre Zé Dias que nada tinha a ver com a encrenca. Acabou-se também o almocreve, o conquistador, o dançarino, o romântico, o hábil cavaleiro, o herdeiro da fazenda Jacu, o comerciante (Chico comprava cal no Rio Grande do Norte e vendia na Paraíba). Agora, Chico Pereira, Cangaceiro, despatriado, considerado fora de ordem pelas autoridades, que só tinham a lhe oferecer uma dura perseguição e até a morte.
Zé Dias, guarda do IFOCS, (hoje DNOCS), morreu sem descobrir o autor intelectual da sua morte. Mas fica sem duvidar que um dos autores indiretos fosse João Rocha, ligado ao Dr. Otávio Mariz. Uma vez João Rocha fora a venda do Cel. João Pereira e não o encontrando, destratou Aproniano. A simpatia do Cel. João Pereira, ameaçara o prestígio político de João Rocha. Já o Dr. Otávio Mariz, por sua vez, era um homem temperamental, tinha uma grande dívida para com os Pereiras. A inimizade com a família o fez surrar impiedosamente o pobre Chico Lopes, comerciante de Nazarezinho, no meio da rua de Souza – PB. No final falou: Agora vá chamar os Pereiras para apanhar também.
Chico Lopes era protegido do falecido Cel. João Pereira. Chico Lopes foi mesmo chamar Chico, mas também alguém mais forte, que estava escondido numa serra em Pernambuco, se curava de um ferimento provocado por uma bala: Lampião: Este não podendo vir mandou 40 cangaceiros liderados pelos seus irmãos. Faltava unir-se ao bando de Chico Pereira, Ele chamou sua mãe aflita e falou; Mamãe, os irmãos de Lampião estão aí. Este é Antônio Ferreira, este é Levino.
— Meu filho! O bando de Lampião em minha casa?
— Não fui eu quem chamei, mas também não vou botar pra fora. (Livro Vingança Não).
Aproniano incentivava: Vá Chico; pegar Otávio Mariz. Esta surra estava preparada para você.
Logo o bando que desaparecia nos cordões da Serra cantando: Olé muié Rendeira, olé muié Rendá (composição feita por Lampião em homenagem a sua avó paterna, a velha Jacosa Lopes que fazia renda). Dona Maria Egilda, por sua vez, ficava amargurada: — Meu Deus! Que horror! Meu filho no bando de Lampião! Que vergonha! Ontem eu era esposa de um coronel pacato, hoje, mãe e tia de cangaceiros. Eu bem que dizia que depois que João morreu a desgraça entrou nesta casa (Livro Vingança Não).
Se Chico pereira queria vingança, os cangaceiros de lampião queriam matar, assaltar e roubar moça. O cangaceiro “Meia Noite” estava mais interessado em joias. Paizinho tinha uma rixa com o Juiz e se regozijava com a oportunidade de matá-lo. E dizia: o juiz de direito não mais vai condenar ninguém.
O resultado foi um ataque que marcou a História de uma das principais cidades da Paraíba e toda a culpa do episódio recaiu sobre Chico Pereira, que nunca mais encontrou paz e anos depois foi assassinado no Seridó Potiguar, em um fato vergonhoso para a História da Polícia Militar do Rio Grande do Norte e do então governador Juvenal Lamartine.

Professor Luiz Correia Soares de Araújo



Professor Luiz Correia Soares de Araújo, um assuense que se tornou a maior referência do escotismo na terra potiguar.
Homem simples e austero, perseverante e dinâmico, com uma singular vocação para educador.
Nasceu, em 18 de janeiro de 1888, na cidade de Assu. Concluiu o curso primário no Atheneu Norte-riograndense. Era filho do Cel. Pedro Soares de Araújo e Ana Senhorinha Soares de Araújo. Posteriormente, concluiu a Escola Normal e foi diplomado na primeira turma (1910). Em 1911, foi nomeado diretor do Grupo Escolar Almino Afonso, em Martins. No mesmo ano foi transferido para Assu, com a missão de estruturar e operacionalizar o Grupo Escolar Tenente Coronel José Correia, inaugurado naquele ano, sendo o seu primeiro diretor até 1913.
Fundou a Policlínica do Alecrim, atualmente Hospital Professor Luiz Soares; bem como a Liga de Esportes de Natal, hoje Federação Norte-riograndense de Esportes; as faculdades de Direito, Farmácia e Odontologia. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, da Academia Potiguar de Letras e do Conselho Estadual de Educação e Cultura do RN. Faleceu no dia 13 de agosto de 1967, em Natal, vítima de ataque cardíaco. O seu cortejo fúnebre foi sob os acordes da Banda de Música dos Escoteiros do Alecrim. Pelo seu trabalho de excelência, várias honrarias lhe foram outogardas por inúmeras instituições. Mais uma personalidade assuense de destaque no âmbito da educação norte-riograndense.
Por Pedro Otávio Oliveira.


domingo, 25 de março de 2018

Em Sessão Solene e aberta ao grande público, a Academia Assuense de Letras (AAL) proporcionou na última quarta-feira, 21, um momento de suave felicidade a cultura assuense, dando posse a Maria do Perpétuo Socorro Wanderley de Castro, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN e desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho – 21ª Região. A nova imortal foi empossada na cadeira 15, que tem como patrona Maria Eugênia Maceira Montenegro.

Da direita: Alderi Dantas, Francis de Assis, Fernando Caldas, Perpetua Wanderley de Castro, Francisco Costa, Auricéia Lima, Ivan Pinheiro, Paulo Sérgio e Jobielson.

quinta-feira, 22 de março de 2018

Pré-candidata a deputada federal, vereadora Natália Bonavides chama o Xerife Maurílio Pinto de bandido e sente reação nas redes sociais

http://www.thaisagalvao.com.br

A vereadora Natália Bonavides (PT) ia bem demais no seu discurso, na sessão de ontem da Câmara de Natal, quando resolveu contrariar a população e a realidade.
Foi quando se referiu ao delegado aposentado Maurílio Pinto, o Xerife, como “um dos grandes criminosos do nosso Estado”.
Oi?
Natália, que será candidata a deputada federal, na linha do PT apoiada pela senadora Fátima Bezerra, deverá enfrentar um processo judicial impetrado pelo advogado Cleto Barreto, contratado para fazer a defesa de Maurílio Pinto.
A execração pública ela já começa a experimentar nas redes sociais.
No Rio Grande do Norte o Xerife Maurílio Pinto, que não responde sequer a processo como bandido, teve o respeito do Rio Grande do Norte por impor respeito às polícias, atuando num tempo em que bandido tinha medo de polícia.

domingo, 18 de março de 2018

Hoje, 14 de março, Dia Nacional da Poesia, relembro um poeta não muito conhecido, João Baptista de Oliveira, mais conhecido como: "João Carteiro ou João de Joaquina". Ele era meu bisavô. Um dos primeiros carteiros do Açu, acendedor de lampião, também foi integrante da banda de música de Pedro Custódio e poeta, até então desconhecido.
Do blog: Era o pai de Pedro Oliveira (Pedro da Farmácia).


Fotografia de Eduardo Alexandre Garcia
Igreja do Rosário dos Pretos
Cidade Alta
18 MAR 2018


Amigo Heliodoro Morais, você fez uma poesia falando no homem de 90 anos, achei por bem dizer o que penso da velhice do homem.
A velhice é bem cruel
Para quem não se conforma
Por não chegar lá em forma
Nem controlar o “anel”
Não puder ir pra motel
É outra judiação
Não resta outra opção
A não ser calçar pantufas
Cochilar e soltar bufas
Enquanto joga gamão.
Dedé de Dedeca.(Lindomar Paiva)

14 DE MARÇO: NA CASA DO CORDEL NO DIA DA POESIA MARCOS CALAÇA LANÇOU SEU NOVO CORDEL.

Em homenagem ao querido padre Antas, o poeta e cordelista Marcos Calaça transformou sua palestra (10/03 no Salão Paroquial) e muito mais em cordel.
O SÁBIO PADRE ANTAS
Louvar nosso padre Antas
Do fundo do coração,
Transformar em um cordel
Uma grande pretensão,
Minha ótima palestra
Honrar o nosso irmão.
Nosso padre se formou
Na cristã teologia,
Ele era poliglota
Estudou filosofia,
Depois partiu para a
Magistral pedagogia.
O padre compositor
Deixou muita poesia,
Falou da sua vivenda
Saudade com alegria,
Quando criança viveu
Lembrança do que fazia.
Já Caboclo Nordestino
Homenageia irmão,
O senhor Onofre Antas
É vaqueiro do sertão,
Montado no seu castanho
Vai ao campo de gibão.
Patrimônio do saber
Fonte de ensinamento,
Grande pastor e devoto
Tocava muito instrumento,
De raciocínio rápido
Gigante conhecimento.
O querido padre Antas
Teve uma grande visão,
Sabendo que o esporte
Combina com educação,
Construiu a linda quadra
No nosso belo sertão.
Durante várias décadas
Na Escola paroquial,
Ensinava os dois turnos
De regime integral,
Hoje escola aberta
Novidade nacional.
A simbólica lembrança
Na quadra do meu torrão,
Um bocado de criança
Em noite de São João,
Na calçada da igreja
Padre soltando balão.
Tica Flor e Raimundo
Tiveram grande missão,
Resgatar vários escritos
Do sábio do nosso chão,
Música e poesia
Também na religião.
O padre e José Antas
Trabalharam a cultura,
As danças maravilhosas
Serrote com postura,
Quadrilha e Araruna
Beleza de formosura.
Forte na eucaristia
E nas suas orações,
Na educação e igreja
Ele fez muitas ações,
Com lema 'Pátria e Deus'
Edificou gerações.
Observação. Tudo isso e muito mais no cordel composto de trinta e duas estrofes com sextilhas metrificadas de 192 versos,,,.
Marcos Calaça é poeta matuto e cordelista.

sexta-feira, 16 de março de 2018

Quando moço fui vadio
fiz tudo o que quis fazer,
eu fiz até acender
lamparina sem pavio;
aceitava desafio
viesse do satanás,
se hoje não faço mais
porque o fogo apagou-se,
se a lamparina furou-se
é besteira botar gás. 

Augusto Macedo



quinta-feira, 15 de março de 2018

MOTE

Se fosse eu cantador
Deixava o copo vazio.

GLOSA

Não consegui ser doutor,
Pouco estudei afinal,
Mas, sanaria esse mal,
Se fosse eu cantador.
E, eu já disse ao senhor:
- Falando assim p'ra meu tio!...
- Nas noites belas de frio,
Onde existisse uma adega,
Bebida ali ninguém nega,
Deixava o copo vazio.
Açu, 25/7/76.
Foto do amigo Fernando Caldas, seu neto.
Pedro Otávio Oliveira.








A UM ESPELHO
Espelho austero e bom, tens a virtude
De tudo revelar, torto ou direito;
Feres alguém com essa franqueza rude
Ser verdadeiro é o teu maior defeito.
És o mesmo na forma e na atitude
Árdua tarefa essa que estás sujeito,
Sem que a vontade de quem te olha mude
Tudo que exprime, nítido e perfeito.
Mostras, fielmente, em face deste mundo
A mocidade e a fronte envelhecida
És manso lago e pelago profundo!
(A vaidade ressalta em toda parte)
Muita gente a te olhar desiludida
Tem vontade, talvez, de espedaçar-te.
João Nathanael de Macêdo.
Foto de Tom Hussey.
Da Linha do Tempo/Facebook de Pedro Otávio Oliveira.
A imagem pode conter: 1 pessoa, sentado e área interna

                          Da Linha do Tempo/Facebook de Pedro Otávio Oliveira.
O amor a humanidade
Inspira paz e harmonia,
O perdão, a piedade, 
A proteção de Maria.
Expedito Silveira
1/6/68

O INTELIGENTE E O SABIDO

Há duas categorias de pessoas que, sobretudo no Rio Grande do Norte, merecem um debruçamento maior, uma atenção mais atenta, um enfoque mais...