sábado, 9 de março de 2019

"Ai dos que zombarem daqueles que podem ouvir as próprias estrelas."

Cândido Jonas Batista - "Cândido de Vemvem como era mais conhecido (foto abaixo que eu tirei em 1970) era m velho e querido vaqueiro de meu avô materno Fernando Tavares - Vemvem que era pecuarista nos sertões do Assu/RN. Com a morte de meu avô, Cândido ficou sendo vaqueiro de meu pai chamado Edmilson Lins Caldas. Tanto é bonito o seu nome como bonito era o seu coração recheado de ternura e bondade. Amigo leal, a minha tinha ele, Cândido, como uma pessoa da família. É tanto que eu ainda jovem, quando ele veio a morrer ao tentar salvar um jumento que ele muito estimava, que se encontrava ilhado em nossa propriedade agrícola denominada Baldum, situada no município de Ipanguaçu, em razão de uma grande cheia do rio Piranha/Açu, morrera afogado. Pois bem. Disposto ainda, muito jovem, aos 27 anos de idade, hoje com meus 64 anos, eu tive o privilégio de resgatá-lo mesmo sem vida. Gesto este que faz bem ao meu coração. Afinal, Cândido, além de vaqueiro era negociante de carne e sabia como ninguém, comprar e vender gado, alem de ter sido um exemplo de honestidade e, sobretudo de lealdade e amor ao próximo.Ele era, afinal, tipo daquele que não sabe dizer 'não' a renguém. Fica o registro.

Fernando Caldas.
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No teu corpo é que eu me encontro.
Depois do amor o descanso 
e essa paz infinita.
No teu corpo minhas mãos deslizam 
e se firmam numa curva mais bonita.

No teu corpo o meu momento é mais perfeito
e eu sinto no teu peito o meu coração bater.
É no meio desse abraço
que eu me enlaço e que me entrego.

E continuo a viagem perdida nessa paisagem
onde tudo me fascina.
Deixo-me ser levada por um caminho encantado
que a natureza me ensina.

E embora eu conheça bem os teus caminhos
deixo-me envolver pelos teus carinhos.
E é ai que me encontro
quando me perco no teu corpo.


Cristina Costa

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Natal Nostálgica.
Inaugurado em 1972
O Supermercado Nordestão é uma empresa potiguar e de grande relevância a sua história para os Natalenses.
SERIDÓ, UMA NAÇÃO SERTANEJA 

Casarão com Mais de 200 anos na entrada da cidade de Belém de brejo do Cruz no estado da Paraíba.

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sexta-feira, 8 de março de 2019

DESTAQUE FEMININO

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Por Pedro Otávio Oliveira.

Especialmente hoje, 8 de março, a figura feminina é honrosamente exaltada com uma expressiva quantidade de carinho e amor a ela, de quem provem o sim à vida oportunizado, primeiramente, por Deus. Dentre os relatos de bravura e perseverança da mulher norte-rio-grandense, especialmente das assuenses, vem à tona a lembrança de uma mulher vanguardista que, com sua audácia, proporcionou a prática dessa atividade por outras mulheres também.

Gelza Tavares (Caldas, após seu matrimônio com Edmilson Lins Caldas) foi a primeira mulher a emitir Carteira Nacional de Habilitação no Estado do Rio Grande do Norte, segundo o DETRAN. Para dignificar ainda mais a sua cidade natal e os seus conterrâneos, é assuense, filha de Fernando Tavares e Maria Celeste Tavares. Resiliente e fervorosa, enfrentou a fatalidade do acidente que vitimou os seus pais, aos 24 anos, ficando órfã juntamente com os seus 11 irmãos.

Como toda moça conceituada e proposta a inserir-se no contexto de então, ingressou como interna na Escola Doméstica de Natal, diplomando-se pela mesma. O seu pai havia adquirido um carro Plymouth, da Chrysler, placa 24-70, de Natal/ RN, para fazer a viagem que posteriormente fizera de avião, acompanhado pela sua esposa e convidados pelo governador Dix-Sept Rosado. Desta feita, para o automóvel não ficar em desuso, Gelza herda o carro recém adquirido e para poder conduzi-lo necessitava da habilitação – abrindo, assim, um horizonte para as mulheres ao efetivar a sua carteira, em 03 de dezembro de 1952.

Estando entre nós e portando a sua inconfundível vaidade e alegria, ela relembra dizendo que emitiu a carteira pela Inspetoria Estadual de Trânsito (atual DETRAN) e era admirada por todos dirigindo aquele automóvel de luxo na cidade. “Ás vezes, aos domingos, eu levava meus irmãos mais novos para passear em Ipanguaçu, e ia visitar os amigos Orlando e Dona Maria.”, relembra a maior figurante. Uma mulher deste seleto naipe merece as nossas congratulações por tão admirável decisão. Parabéns, mulheres!

(Do blog: Gelza Tavares Caldas é mãe de Fernando Caldas, editor deste blog).


A beleza da mulher
Por Marciano Medeiros.
A beleza feminina
Domou até Lampião
O grande rei do cangaço
Sentiu ardente paixão
Pois de maneira inaudita
A flor Maria Bonita
Brotou no seu coração.
Mulher traz inspiração
Para os filmes mundiais
Sofia Loren Mostrou
Lábios bonitos demais
E as mulheres brasileiras
Deram rimas sobranceiras
A Vinícius de Moraes.
As mulheres sensuais
Promovem dilemas sérios
Vemos sangue derramado
Por causa dos adultérios
E rosas emurchecidas
Perfumam restos das vidas
Nas cruzes dos cemitérios.
Em diversos hemisférios
A beleza é desejada
Um sorriso feminino
Vira rosa procurada
Homens ficam transformados
Bastante modificados
Querendo a mulher amada.
Uma mulher arrumada
Tem semblante angelical
Inspira um pintor de quadros
De maneira divinal
Para colocar na tela
Uma mulher doce e bela
Com rosto fenomenal.

quarta-feira, 6 de março de 2019

DIÁRIO DE PERNAMBUCO

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Ubirajara Lopes Carvalho para Casarões Antigos: Suas Historias e Suas Reliquias
O prédio onde funcionou, por mais de cem anos, o Diário de Pernambuco (o jornal mais antigo em circulação na América Latina) foi adquirido pelo governo do estado de Pernambuco e se encontra ao deus dará, num criminoso processo de deterioração. Vide foto abaixo de autoria de Arnaldo Pimentel.
Foi em 1903 que o jornal passou a ocupar o seu prédio mais famoso, situado na Praça da Independência.
Em estilo neoclássico, a construção de três andares abrigou a redação do DIARIO por 101 anos. A importância do DP na história do Recife é tanta que o logradouro situado em frente ao jornal é conhecido como Pracinha do Diário.
"Com a nova mudança de sede, o prédio vai abrigar um memorial com peças que marcaram a história do DIARIO e o acervo do Arquivo Público de Pernambuco. O carrilhão, o relógio que foi instalado em 1921, continuará informando as horas, graças à boa conservação do seu mecanismo." DP, edição de 20 de julho de 2004.
Nada do que foi dito pelo DP, na edição supracitada, ocorreu, exceto a mudança para o bairro de Santo Amaro.
Natal Nostálgica.

Vista da praia do meio e da praia do forte

terça-feira, 5 de março de 2019

Série "Para recordar os carnavais assuenses". 


Os sorrisos da crianças exprimem a alegria de viver a real essência do Carnaval, que ficou dispersa em diversas épocas de sua existência. A terça-feira de carnaval é o último dia em que os foliões podem se divertir, pois logo chegará a "quarta-feira ingrata, chegou tão depressa só pra contrariar." 
De Pedro Otávio






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Série "Para recordar os carnavais assuenses". 

"Os Papangus, composto somente por mulheres como Alba de Sá Leitão, Alba Soares, Ozelita Dias, Evangelina Tavares e Zélia Tavares, aglomeravam-se, alternadamente, na casa de cada integrante para darem início aos assaltos às casas de pessoas amigas. O assalto às residências consistia em uma recepção regada à músicas, brincadeiras, bebidas, petiscos e tira-gostos. Era um bloco que provocava muita curiosidade e animação devido a ocultação das faces das mulheres." 
De Pedro Otávio Oliveira.



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Série "Para recordar os carnavais assuenses". 

Tarde de carnaval, pessoas à espera dos carros alegóricos, na rua Frei Miguelinho. O cortejo alegórico seguia pela Praça do Rosário e ia até o Colégio Nossa Senhora das Vitórias, na Avenida Augusto Severo. Na foto, estão: Maria Nilda, Zélia Tavares, Suzete Ramalho, Francisca e Ximenes, Delza, Joaninha Gato. As crianças todas paramentadas para cairem na folia de momo. 
De Pedro Otávio.

SAUDADE
Saudade dentro do peito
É qual fogo de monturo
Por fora tudo perfeito,
Por dentro fazendo furo.
Há dor que mata a pessoa
Sem dó e sem piedade,
Porém não há dor que doa
Como a dor de uma saudade.
Saudade é um aperreio
Pra quem na vida gozou,
É um grande saco cheio
Daquilo que já passou.
Saudade é canto magoado
No coração de quem sente
É como a voz do passado
Ecoando no presente.
A saudade é jardineira
Que planta em peito qualquer
Quando ela planta cegueira
No coração da mulher,
Fica tal qual a frieira
Quanto mais coça mais quer.
Patativa do Assaré,- o poeta do sertão/poeta e repentista
Antônio Gonçalves da Silva-
Da Linha do Tempo/Facebook de YD.

Cruzamento da Av Rio Branco com a av João Pessoa na cidade alta , Natal nostálgica
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segunda-feira, 4 de março de 2019

RESSÁBIOS DE LUXÚRIA
A cidade, especialmente as moças, envolviam-se no embalo momesco, providenciavam as fantasias, decoravam os carros alegóricos. Com ousadia, buscavam um traje que tivesse decotes e chamasse à atenção dos espectadores, inspiravam-se em um tema polêmico e em evidência. Os pais providenciavam a compra das caixas de lança perfume Rodoro para completar a folia.
O executivo da cidade, com muito entusiasmo, buscava recursos para dar vida aos blocos carnavalescos que a cada dia tinha uma fantasia estarrecedora para apresentar. Tudo finalizado e preparado conforme programado, chegava o grande dia. O Clube Municipal era a casa que acolhia os foliões animados pelas orquestras, a Furiosa de João Chau, a de Francisquinho Músico ou a de Sr. Cristóvão Dantas, além da ARCA e AABB.
À tarde era o desfile dos carros alegóricos, imponentes e muito bem decorados. Eram motivo de uma fotografia ou até de manchete no jornal do colunista social mais bem afamado, Demócrito Amorim. As pessoas reuniam-se nas calçadas para prestigiarem os desfiles que ficariam como um fato para a posteridade. O percurso circulava a Praça Getúlio Vargas, seguia pela Praça do Rosário e ia até o Colégio das Freiras. Assim, acabava e começavam os preparativos para a noite.
Às 22 horas as portas das residências das famílias tradicionais abriam-se para liberar suas filhas que iam para o Baile, acompanhadas pelo olho clínico de seus pais que, assim como elas, tomavam assentos às mesinhas reservadas do Clube.
Todos preparados, a autoridade máxima estendia as suas saudações às famílias por tê-las presentes ali e era dada a primeira dobrada pela orquestra. A felicidade em esperar pelo carnaval de cada ano era prazerosa! Entrava no salão o primeiro bloco a rodopiar e marcar o passo ao som de envolventes marchinhas carnavalescas. Os foliões portando lança perfume borrifavam sobre os outros, espalhando-se pelo ar o cheiro gostoso. Os adultos cheiravam o lenço que tinha mão, tomavam porres de lança. Caso contrário, tinham às mesas whisky com guaraná, cerveja ou coca- cola com rum montila. Um funcionário do Banco do Brasil ocupava o cargo vitalício de Rei Momo e era um dos mais animados que a cidade via, Geraldo Dantas. O reinado, posteriormente, foi ocupado por João (Samuel) Batista Fonseca e Edmilson da Silva.
As antigas marchinhas de carnaval eram tocadas repetidamente com as pessoas dando voltas e mais voltas no salão, enquanto outras só ficavam paradas nas bordas a jogarem lança perfume e dançando em cima das mesas. Noite alta, começavam as paqueras e o envio de recados de um para o outro com o intermédio daquela amiga alcoviteira, namoros proibidos e ousados, mas com muito respeito. A cidade era pequena e no outro dia poderia estar tudo nos ouvidos dos pais e nas conversas da rua.
Os Papangus, composto somente por mulheres como Alba de Sá Leitão, Alba Soares, Ozelita Dias, Evangelina Tavares e Zélia Tavares, aglomeravam-se, alternadamente, na casa de cada integrante para darem início aos assaltos às casas de pessoas amigas. O assalto às residências consistia em uma recepção regada à músicas, brincadeiras, bebidas, petiscos e tira-gostos. Era um bloco que provocava muita curiosidade e animação devido a ocultação das faces das mulheres.
Havia também o bloco composto somente por homens chamado Karkarás, com uma única mulher como porta-estandarte, Zélia Tavares. No carnaval de 1965, ainda no ápice da Revolução de 1964, jovens estudantes uniram-se e fizeram surgir As Rebeldes, um nome que denotava muita ousadia, com mulheres à frente do seu tempo, e que as fantasias fugiam dos padrões convencionais. A Personal Stylist era Ivete Medeiros e esta buscava indistintamente temas que causassem espanto nas pessoas, tendo as fantasias guardadas em segredo. As Rebeldes estrearam com o figurino que reivindicava o uso do LSD. É necessário relembrar o homem que acompanhado pelas suas três filhas inexplicavelmente marcavam o passo pelas ruas da Assu então pacata. Exercia a profissão de sapateiro e era Pernambucano, com ritmo do frevo pulsando forte dentro de si, seu sobrenome já predestinava seus feitos: Djalma dos Passos Barros. Merecidamente, ele foi o maior expoente do frevo em Assu.
Alguns dos blocos eram: As Independentes, As Viajantes, Soldados do Tio Sam, Os Palhaços, Os Papangus, As Rebeldes, Os Bengalinhas, Vassourinhas, Os Índios, Os Karkarás, As Selenitas, As Incríveis, Futuristas, Os Irresponsáveis, Baghassus, Xafurdo, As Marinheiras. Eram inúmeros blocos que surgiam a cada ano, trazendo novas perspectivas e características. O Carnaval era uma festa familiar, com a perspectiva de unir e agregar valores. Em tempos de carnavais, políticos rivais esqueciam as diferenças e juntos participavam da festa momesca. Seletivamente organizada as festas aconteciam na maior amizade e convivência saudável. Com muito riso e alegria, haviam no salão mais de mil palhaços, além de Arlequim chorar pelo amor da Colombina no meio da multidão.
Por Pedro Otávio Oliveira
Foto: carro alegórico que reuniu vários blocos para o tradicional desfile nas ruas, tendo o Rei Momo destacado em ponto máximo - Geraldo Dantas, além dos organizadores da festa, Costa Leitão e Maria Olímpia.
SOBRADO DA BARONESA , Assu/RN, em clima de carnaval. Construído (está situado a praça Getúlio Vargas, antiga rua Casa Grande n. 139) por Coronel Wanderley – Manuel Lins Wanderley (meu parente distante). Ele, Coronel Wanderley, fez parte da instalação da Assembleia Provincial (hoje, assembleia legislativa), a 2 de fevereiro de 1835. Aquela edificação é duplamente centenária. A filha daquele coronel chamada Belisária Lins Wanderley de Carvalho e Silva era casada com o Barão de Serra Branca, Felipe Nére de Carvalho e Silva. O titulo de Barão fora concedido (decreto do governo do Império) a 19 de agosto de 1888. O título de Barão foi outorgado a Felipe Nére, pelo fato dele ter libertado 54 escravos existentes naquele município, a 25 de junho de 1885. Conta-se que um fato amoroso, inusitado e ousado, ocorreu há mais de cem anos atrás, naquele sobrado: o major Francisco Barbalho Bezerra raptou uma moça de nome Francisca (o pai daquela jovem não aceitava o namoro), pois teria ele, Barbalho Bezerra ,“atirado um cesto grande e, de madrugada, atirou um cabo para sacada do sobrado, de onde fez descer a sua bem-amada.” Naquela antiga edificação morou o médico e politico Ezequiel Fonseca Filho, servindo também de seu consultório médico. (Esse Ezequiel que eu cheguei ainda a conhecer, foi companheiro de pensão do pintor (artista plástico) Cândido Portinari), no seu tempo de estudante na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, bem como na qualidade de intendente (prefeito) do Assu convidou o presidente Getúlio Vargas visitar a terra assuense, em 1933. E naquele mesmo ano, Vargas esteve naquele sobrado por alguns instantes. Atualmente funciona a Academia Assuense de Letras (andar de cima) e a Casa de Cultura Popular (térreo). Fica o registro. (Crédito da fotografia: Roberto Meira).


domingo, 3 de março de 2019

Série "Para recordar os carnavais assuenses".
No Clube Municipal, enquanto as mulheres bailavam, alguns homens ficavam em torno da mesa para trocarem uma prosa acompanhada de um whisky com guaraná e do famoso lança perfume Rodoro. Abaixo: Américo Abreu, Nazareno Tavares, Pedro Fonseca, José Régis, Francisco Ernesto, Cícero França.
De Pedro Otávio.
Série "Para recordar os carnavais assuense". 
Presença de políticos no embalo carnavalesco do Clube Municipal, na gestão da Prefeita Maria Olimpía, a qual detinha forte influência com o Deputado Federal (em 1970, elegeu-se Senador) Jessé Pinto Freire (abaixo) que o fez participar desse momento. Vêem-se: José Dijon de Oliveira, Jessé Pinto Freire, Olavo Montenegro (um dos assuenses que ocuparam uma cadeira na Assembleia Legislativa), Delza e Américo Abreu e Nazareno Tavares.
De Pedro Otávio.

O INTELIGENTE E O SABIDO

Há duas categorias de pessoas que, sobretudo no Rio Grande do Norte, merecem um debruçamento maior, uma atenção mais atenta, um enfoque mais...