segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Marchinhas de Carnaval antigas (completo)

1 hora de Musicas ''Carnaval de Salão'' as 30 melhores (Marchinhas de Ca...

1 hora de Musicas ''Carnaval de Salão'' as 30 melhores (Marchinhas de Ca...

Eu quero mais (Dozinho) Meves Gama 1964 Frevo-canção

ANA ANGELINA, UMA POETISA DA BOA SAFRA ASSUNSE

Por Fernando Caldas
Ana Angelina Soares de Amorim nasceu no dia 22 de janeiro de de 1875. Adquiriu o sobrenome Macedo, por ter se casado com João Francisco Soares de Macedo, de tradicional família assuense, o qual, filho de português nascido no Porto, Portugal. Angelina morreu vítima de tuberculose, no dia 5 de junho de 1906, aos 31 anos de idade. Deu a sua colaboração literária em diversos jornais e revistas do Rio Grande do Norte, publicando seus poemas, sonetos, charadas, contos.
Angelina empresta o seu nome a uma rua do bairro Candelária, da capital potiguar, bem como na cidade de Assu. Rua Poetisa Ana Angelina de Amorim Macedo.
O antologista Ezequiel Fonseca Filho, que aos 84 anos estreou nas letras norte-riograndenses, publicando o livro Poetas e Boêmios do Açu, 1984, prefaciado por Manoel Rodrigues de Melo, depõe que “há quem atribua o estilo e a tristeza dos seus versos a influência exercida por Auta de Souza de quem era fã lendo frequentemente e decorando seus sonetos”. E vais mais adiante aquele autor ao dizer que Angelina tinha um "temperamento sentimental, sofreu muito na vida, não encontrando no matrimônio a realização de seus sonhos de adolescente". "O lirismo de Angelina também está marcado pela melancolia, pela religiosidade e por acentuados elementos românticos e simbolistas."
E na sua melancolia Angelina escrevera o soneto datado de 1903, cujos versos, penso eu, parece com o estilo de poetar da poetiza sonetista portuguesa, uma das maiores vozes da poesia lusitana do século XX chamada Florbela Espanca, publicado no Almanaque do Açu. Se não vejamos, para o nosso deleite:
Sonhei que era feliz e era amada,
Que ao lado de meus pais tranquilamente,
Passava minha vida sorridente,
Sem nunca pela dor ser perturbada.
Nessa doce ilusão, sendo embalada,
Áureos castelos levantei na mente
E por linda visão aurifulgente,
Era ao céu de fantasia arrebatada.
Porém ao despertar do grato sonho,
Ao ver o meu presente tão tristonho,
Tão negro como fora o meu passado.
Quisera viver sempre adormecida,
Do mundo e de todos esquecida,
Ou ao menos, meu Deus, não ter sonha

"PELEJANDO NA GLOSA..."

PELEJANDO NA GLOSA...


Xilogravura-Museu UFCE
ANTONIEL CAMPOS
VERSUS
LAÉLIO FERREIRA
( I )
Laélio eu vou lhe ensinar.
na volta de Antoniel
Laélio, chegue mais cá,
puxe a cadeira e se sente.
Fazer glosa inteligente,
Laélio eu vou lhe ensinar.
Sou o tampa do lugar,
na Terra, inferno e no céu,
e o filho de Otoniel,
parece não herdou nada,
vai ter que ler tabuada
na volta de Antoniel
(AC)
( II )
A sua tampa, Engenheiro,
eu destampo num minuto!
Não invada o meu terreiro
pois aqui galo sou eu !
- Veja só onde meteu
a sua tampa, Engenheiro !
Fique longe, no aceiro
dos sonetos – seu produto...
Nas glosas cobro tributo,
tiro-lhe a régua e o compasso,
esculhambo, e o seu parnasso
eu destampo num minuto !
LF
( III )
Quer na glosa ou no soneto,
Aqui quem manda sou eu!
Botar-lhe-ia num gueto,
se nos "quatorze" o enfrentasse.
Não há ninguém que me passe
quer na glosa ou no soneto.
e o seu tributo, eu prometo,
será ver meu apogeu
lhe ensinando em meu liceu
a rima que não lhe chega.
Você manda em suas "nêga",
aqui quem manda sou eu!
AC
(IV)
“Quer na glosa ou no soneto
aqui quem manda sou eu”
Sou chama de carbureto,
você pra mim é um fracote
- aceito até o seu mote:
“quer na glosa ou no soneto” !
De Satanás peço o espeto,
vou invocar Asmodeu:
na encruzilhada o seu
boneco todo furado
vou despachar com agrado
- aqui quem manda sou eu !
LF
( V )
Eu canto ao Beco da Lama
O meu mais sublime verso
A quem fracote me chama,
já sabe que eu canto mais.
Você canta a Satanás,
Eu canto ao Beco da Lama.
Minha glosa é pra quem ama,
mas também sei ser perverso:
tem pé-quebrado, disperso,
no seu verso sete, acima,
e assina embaixo e em cima
O meu mais sublime verso !
AC
( VI )
“Quer na glosa ou no soneto
aqui quem manda sou eu”
A ripa, já, já, lhe meto
se demorar na resposta
- sua equipe é muito bosta
quer na glosa ou no soneto...!
Não procure calafeto
de aspones do Silogeu,
não verseje em priapeu
pois minha glosa é formosa,
deixe de goga e de prosa
- aqui quem manda sou eu !
LF
(VII)
Eu canto ao Beco da Lama
O meu mais sublime verso
O meu peito chora e clama,
quero cantar a “Praieira” !
Com saudade, a vida inteira,
eu canto ao Beco da Lama !
É amplo o seu cosmorama,
palco de vida diverso,
é variado, disperso...-
Mas é onde eu quero, um dia,
fazer com muita harmonia
o meu mais sublime verso !
LF
(VIII)
“Satanás” rima com “mais”,
“disfarce” rima com “face” ?
Antoniel, mo digas: vais
dar um jeito às tuas rimas?
Não mo venhas com pinimas
- “Satanás” rima com “mais”?
E não cometas, jamais,
afirmação tão fugace,
me jogando à anteface
pé-quebrado inexistente !
- Diga agora, meu decente:
“disfarce” rima com “face” ?
LF
( IX )
Minha rima é no fonema,
já nasci metrificado.
Não vejo nenhum problema:
assonância? consonância?
eu rimo é com elegância:
minha rima é no fonema!
você quer mudar de tema,
mas eu volto ao pé-quebrado
— sou assim mesmo, abusado:
seu primeiro verso é falho!
pedindo, quebro seu galho:
já nasci metrificado !
AC(
X)
No bom ardor da refrega
cometi um pé-quebrado!
Nosso embate não foi brega,
não parti pro fescenino,
você deu sorte, menino,
no bom ardor da refrega !
Não virei de bordo à cega
do Sesiom aloprado,
não lhe chamei de cagado,
sequer falei de Clotilde
- mas confesso, muito humilde,
cometi um pé-quebrado !
LF
Natal, abril/maio/2005

sábado, 25 de fevereiro de 2017

★ Música Italiana - AL DI LA - Tradução

UM POEMA DE LÊDO IVO

Valsa Fúnebre de Hermengarda é o título de um poema célebre, do poeta alagoano de Maceió chamado Lêdo Ivo (1924-2012). Eu era ainda adolescente, escutei muitas vezes, os boêmios apaixonados do Assu, minha terra natal, declamar nos encontros literários, nos bares e botequins daquela terra de tantas figuras boêmias e poéticas, o referenciado poema que diz assim: :


Eis-me junto à tua sepultura, Hermengarda.
para chorar a carne pobre e pura que nenhum de nós viu apodrecer.

Outros viriam lúcidos e enlutados,
porém eu venho bêbado, Hermengarda, eu venho bêbado.
E se amanhã encontrarem a cruz de tua cova jogada ao chão
não foi a noite, Hermengarda, nem foi o vento.
Fui eu.

Quis amparar a minha embriaguez à tua cruz
e rolei ao chão onde repousas
coberta de boninas, triste embora.

Eis´me junto à tua cova, Hermengarda,
para chorar o nosso amor de sempre.
Não é a noite, Hermengarda, nem é o vento.
Sou eu.

____________Em, As Imaginações.

(O poema acima também está publicado em A Vida Eterna, de Fernando Savater).

15/11/16 Capítulos, Javier Aranda - “Vals fúnebre para Hermengarda” de L...

A imagem pode conter: céu, oceano, texto, atividades ao ar livre e natureza

ASSÚ: CASA DE CULTURA VIVENCIARÁ CARNAVAL PARA O PÚBLICO INFANTIL DURANTE O PERÍODO MOMESCO

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O segmento infantil do Assú terá oportunidade de dispor de um espaço próprio e único para integrar-se à festividade do Carnaval 2017. Segundo informação do secretário adjunto de Cultura, Paulo Sérgio de Sá Leitão, com este fim o órgão municipal elaborou uma programação especial para as crianças para os quatro dias oficiais da folia nas dependências da Casa de Cultura Popular Sobrado da Baronesa.
O Carnaval Matinê Infantil 2017 será vivido deste sábado, dia 25, até a próxima terça-feira, dia 28, no horário de 16 horas às 19 horas, com entrada totalmente gratuita. O secretário adjunto de Cultura adiantou que todo o espaço interior da Casa de Cultura, no centro da cidade, foi dotado de toda uma ornamentação especial para este instante a ser propiciado para as crianças do Assú durante a época carnavalesca.
Prefeitura Municipal do Assú
Secretaria de Comunicação e Ouvidoria
Do blog: http://programaregistrando.com.br/

IGARN CONCLUI RELATÓRIO DOS VOLUMES DOS RESERVATÓRIOS DO RN APÓS AS ÚLTIMAS CHUVAS

Rio-Piranhas-02-de-fevereiro-de-2016
O Governo do Estado do Rio Grande do norte, por meio do Instituto de Gestão das Águas (Igarn), monitora 47 reservatórios, com capacidade superior a cinco milhões de metros cúbicos em todo o Estado. O Relatório de situação volumétrica dos principais reservatórios do Rio Grande do Norte, divulgado nesta sexta-feira (24), aponta que, após as chuvas ocorridas nas últimas semanas, as reservas hídricas do Estado obtiveram melhoria em alguns mananciais.
Em comparação com o relatório volumétrico divulgado no dia 06 de fevereiro, os reservatórios considerados em volume morto aumentaram de 12 para 15, o que corresponde, atualmente, 31,9% do dos reservatórios do Estado. Já o número de reservatórios secos diminuiu de 21 para 13, reduzindo de 44%, para 27,6% em termos percentuais. Somando-se os números, a porcentagem de reservatórios em estado crítico teve uma redução de 69%, para 59,9%.
Com relação aos reservatórios de maior capacidade no Estado, a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, continua reduzindo de volume. Com capacidade de 2,4 bilhões de metros cúbicos, em 6 de fevereiro estava com 328,486 milhões de metros cúbicos, agora está com 325,768 m³, 13,57% do seu volume total, com as últimas chuvas sua redução ocorreu com menor intensidade. Já a barragem Santa Cruz do Apodi, com capacidade total de 600 milhões de metros cúbicos, continua melhorando de nível, passou dos 111,623 milhões de metros cúbicos, para 136,327m³, 22,73% do seu volume total. A Barragem de Umarí, em Upanema, com capacidade total de 292,8 milhões de metros cúbicos, também aumentou seu volume de 26,009 milhões de metros cúbicos, para 32,218 e chegou a 11% da sua capacidade total.
Entre os reservatórios que estavam secos e receberam boa recarga com as chuvas, os destaques são Riacho da Cruz II, em Riacho da Cruz, que está atualmente com, 3,228 milhões de metros cúbicos, 33% da sua capacidade total. Além do açude Beldroega, em Paraú, que passou de 20.460 mil m³, para 2,362 milhões de m³ e o Sabugi, em São João do Sabugi, que estava com 2,557 milhões de metros cúbicos, para 7,887 milhões de metros cúbicos, 12% da sua capacidade. A barragem Carnaúba, também em São João do Sabugi, recebeu mais de cinco milhões de metros cúbicos e está com 22% da sua capacidade total.
O Igarn alerta ainda para a necessidade de a população continuar economizando água, mesmo com as boas expectativas para a próxima quadra chuvosa. O racionamento ainda permanece e a economia de água é de grande importância para a manutenção do funcionamento dos sistemas de abastecimento as cidades do Estado.
Por Anna Ruth
Do blog de Aluizio Lacerda
Do blo http://programaregistrando.com.br/

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Islândia oferece renda mensal de 1800 euros a quem casar com uma Islandesa!



O governo da Islândia quer estimular o crescimento da população e eis a ideia que tiveram: O governo oferece 1800 euros mensais, a qualquer estrangeiro que estabeleça um matrimônio com uma cidadã islandesa. Inicialmente, esta notícia pode parecer estranha face àquilo a que estamos habituados no nosso país, mas se tivermos em conta que a Islândia tem somente 320 000 habitantes, grande parte com mais de 40 anos, esta ideia parece genial.
Quem avançou com esta novidade foi o jornal Sunday Adelaja’s, no qual informam que o governo está a tentar ultrapassar a escassez de jovens do sexo masculino e a desenvolver um projeto para aumentar a natalidade.
Esta prática não é fora do comum. Outros governos como por exemplo o do Japão têm programas semelhantes devido ao envelhecimento da população onde apoiam jovens que queiram desenvolver os seus projetos naquele país.
Já o Canadá aprovou uma lei que garante um rendimento minimo de 500 euros a todos os sem-abrigo. Resta saber se serão medidas positivas ou não. O Futuro o dirá!

http://www.quiosquedigital.pt
OTHONIEL MENEZES E A SUA MARIA DA CONCEIÇÃO
(Exposição no Teatro "Alberto Maranhão)

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Pausa diária para sexo é ideia de vereador sueco para motivar trabalhadores


Do UOL
  • Getty Images
Pausa para o cafezinho ou para o cigarro? Que nada: de acordo com um político sueco, o que realmente motivaria os trabalhadores seria uma pausa diária de uma hora para o sexo.

A proposta de Per-Erik Muskos, vereador na pequena cidade de Övertorneå, no norte da Suécia, é baseada em estudos que garantem que uma vida sexual em dia ajuda na saúde das pessoas. De acordo com o político, a vida conturbada não permite que os casais possam apreciar a companhia um do outro como se dever. A medida, portanto, "trata-se de manter relacionamentos melhores", ele explicou para a agência AFP.

Parar no trabalho não é novidade para os suecos, acostumados com os "fikas" - pausas para o café que acontecem duas ou três vezes por dia, onde os empregados das empresas aproveitam para descansar, comer doces e relaxar. O país é conhecido também por sua política de licença-maternidade de 480 dias (que podem ser compartilhados entre o pai e a mãe da criança) e tem testado a ideia de um dia de trabalho de seis horas.
O vereador não tem como garantir que os empregados vão mesmo voltar para casa para usar a folga (que seria paga pelos empregadores) para o propósito original: "Não dá para garantir que a pessoa decida só dar uma volta ao invés disso".

O projeto ainda será votado pela Câmara de Vereadores local.

Confira a programação do carnaval 2017 de Natal

Festa começa dia 23 de fevereiro com o tradicional Baile de Máscaras.
Elba Ramalho, Monobloco, Alceu Valença são algumas das atrações.

Do G1 RN

Monobloco animou o público na Ponta Negra (Foto: Reprodução/G1 AM) 
Monobloco é uma das atrações do carbaval de Natal (Foto: Reprodução/G1 AM)

O Carnaval Multicultural de Natal deste ano reúne grandes atrações nacionais, o melhor da pluralidade da música regional, troças, blocos, bandas de frevo, escolas de samba e tribos de índio juntamente com muitas prévias que já aquecem o carnaval desde os primeiros dias de fevereiro. As atrações se dividem nos pólos Ponta Negra, Redinha, Rocas; Centro Histórico; Ribeira; Largo do Atheneu e Praça Cívica.
A folia abre oficialmente dia 23 de fevereiro, com o tradicional Baile de Máscaras, no Largo do Atheneu. O Rei Momo Bruno Henrique Borges e a Rainha Rozeane Albuquerque recebem do prefeito  Carlos Eduardo a chave da cidade para comandar o período momesco. A abertura terá o som pernambucano de Spok Frevo e artistas potiguares.

Na sexta-feira (24), em Ponta Negra, show de Moraes Moreira e artistas selecionados através dos editais públicos lançados pela Prefeitura do Natal. No Largo do Atheneu, Grandes Carnavais com Bangalafumenga na Praça Cívica.

A folia está somente começando no sábado, dia 25, quando Cavaleiros do Forró vai sacudir a Redinha com seus sucessos. Em Ponta Negra show de Elba Ramalho e na Ribeira desfile das Escolas de Samba e Tribos de Índios.

Domingo (26) é a vez de Alceu Valença subir no palco do pólo Ponta Negra, com a lendária Maria Alcina comandando o Desfile das Kengas (Centro Histórico), Grandes Carnavais e Monobloco na Praça Cívica, e na Ribeira desfile das Escolas de Samba e Tribos de Índios.

Na segunda-feira (27) a folia segue com Margareth Menezes em Ponta Negra, na Ribeira as Escolas de Samba e Tribos e na Redinha Grafith coloca todo mundo pra dançar.

Na terça-feira (28) é dia do melhor do samba no bairro das Rocas com Casuarina e em Ponta Negra Antônio Nóbrega e Ricardo Chaves ao lado diversas atrações musicais potiguares.

Elba Ramalho encanta a multidão que se espreme nas areias de Copacabana, à espera da chegada do novo ano (Foto: Alexandre Durão/G1) 
Elba Ramalho se apresenta em Ponta Negra (Foto: Alexandre Durão/G1)
 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

ASSU

Minha terra natal, revendo o teu passado
De glórias, tradições e gestos imortais,
Sinto orgulho de ter o teu seio emanado
Ouvindo o farfalhar dos verdes carnaubais.

De Ulisses Caldas és o berço idolatrado,
Ninho de aspirações, gleba de ideais,
Teu  solo se assemelha ao sonho de El-dourado
Onde brotam chovendo os lírios e algodoais.

Tudo é grande em ti. As várzeas, as lagoas,
O rio a se estender em messes aos lavradores,
Do poeta a melodia, os violões e as lôas.

À noite, quando o luar do céu pede um poema
E a terra a adormecer desperta os sonhadores
Grita na serra ao longe a triste Seriema.

FRANCISCO Algusto Caldas de AMORIM
Em, Seriema e Outros Versos, 1962

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

AUTA DE SOUZA – SEUS VERSOS E TRAÇOS DE SUA VIDA BREVE



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Auta Henriqueta de Souza
Autor – Elfi Kürten Fenske
Fonte – http://www.elfikurten.com.br/2013/05/auta-de-souza.html

“Não vês? Minh’alma é como a pena branca
Que o vento amigo da poeira arranca
E vai com ela assim, de ramo em ramo,
Para um ninho gentil de gaturamo…
Leva-me, ó coração, como esta pena,
De dor em dor, até a paz serena.”

– Auta de Souza 

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Exemplar da 2ª ed. de “O Horto”, que pertenceu a Antônio Isidoro de Medeiros, tio-avô de Rostand Medeiros, que guarda o exemplar. 
Auta Henriqueta de Souza nasceu em Macaíba, em 12 de setembro de 1876, filha de Elói Castriciano de Souza e Henriqueta Leopoldina Rodrigues e irmã dos políticos norte-rio-grandenses Elói de Sousa e Henrique Castriciano.
 
Ficou órfã aos três anos, com a morte de sua mãe por tuberculose, e no ano seguinte perdeu também o pai, pela mesma doença. Sua mãe morreu aos 27 anos e seu pai aos 38 anos.

Durante a infância, foi criada por sua avó materna, Silvina Maria da Conceição de Paula Rodrigues, conhecida como Dindinha, em uma chácara no Recife, onde foi alfabetizada por professores particulares. Sua avó, embora analfabeta, conseguiu proporcionar boa educação aos netos.






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Aos onze anos, foi matriculada no Colégio São Vicente de Paula, dirigido por freiras vincentinas francesas, e onde aprendeu Francês, Inglês, Literatura (inclusive muita literatura religiosa), Música e Desenho. Lia no original as obras de Victor Hugo, Lamartine, Chateaubriand e Fénelon.

Quando tinha doze anos, vivenciou nova tragédia: a morte acidental de seu irmão mais novo, Irineu Leão Rodrigues de Sousa, causada pela explosão de um candeeiro.

Mais tarde, aos catorze anos, recebeu o diagnóstico de tuberculose, e teve que interromper seus estudos no colégio religioso, mas deu prosseguimento à sua formação intelectual como autodidata.

Continuou participando da União Pia das Filhas de Maria, à qual se uniu na escola. Foi professora de catecismo em Macaíba e escreveu versos religiosos. Jackson Figueiredo (1914) a considera uma das mais altas expressões da poesia católica nas letras femininas brasileiras.

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Informativo sobre a venda do livro “O Horto”
Começou a escrever aos dezesseis anos, apesar da doença. Frequentava o Club do Biscoito, associação de amigos que promovia reuniões dançantes onde os convidados recitavam poemas de vários autores, como Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias, Castro Alves, Junqueira Freire e os potiguares Lourival Açucena, Areias Bajão e Segundo Wanderley.
 
Por volta de 1895, Auta conheceu João Leopoldo da Silva Loureiro, promotor público de sua cidade natal, com quem namorou durante um ano e de quem foi obrigada a se separar pelos irmãos, que preocupavam-se com seu estado de saúde. Pouco depois da separação, ele também morreria vítima da tuberculose. Esta frustração amorosa se tornaria o quinto fator marcante de sua obra, junto à religiosidade, à orfandade, à morte trágica de seu irmão e à tuberculose. A poetisa, então, encerrou seu primeiro livro de manuscritos, intitulado Dhálias, que mais tarde seria publicado sob o título de Horto.

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Auta de Souza
Aos dezoito anos, passou a colaborar com a revista Oásis, e aos vinte escrevia para A República, jornal de maior circulação e que lhe deu visibilidade para a imprensa de outras regiões. Seus poemas foram publicados no jornal O Paiz, do Rio de Janeiro.

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Parte final do verso “Flor do Campo”, publicado inicialmente no ano de 1899 no jornal A Republica, de Natal.
No ano seguinte, passaria a escrever assiduamente para o prestigiado jornal A Tribuna, de Natal, e seus versos eram publicados junto aos de vários escritores famosos do Nordeste. Entre 1899 e 1900, assinou seus poemas com os pseudônimos de Ida Salúcio e Hilário das Neves, prática comum à época.
 
Também foi publicada nos jornais A Gazetinha, de Recife, e no jornal religioso Oito de Setembro, de Natal, e na Revista do Rio Grande do Norte, onde era a única mulher entre os colaboradores. 

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Henrique Castriciano, irmão de Auta
Venceu a resistência dos círculos literários masculinos e escrevia profissionalmente em uma sociedade em que este ofício era quase que exclusividade dos homens, já que a crítica ignorava as mulheres escritoras. Sua poesia passou a circular nas rodas literárias de todo o país, despertando grande interesse. Tornou-se a poetisa norte-rio-grandense mais conhecida fora do estado.
 
Aos 24 anos, no dia 7 de fevereiro de 1901, Auta de Souza morria tuberculosa. Foi sepultada no cemitério do Alecrim, em Natal, em 1904 seus restos mortais foram transportados para o jazigo da família, na parede da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Macaíba, sua cidade natal. No ano anterior (1900) havia publicado seu único livro de poemas sob o título de Horto, com prefácio de Olavo Bilac, que obteve significativa repercussão na crítica nacional. Em 1910 saía à segunda edição, em Paris, e, em 1936, a terceira, no Rio de janeiro, com prefácio de Alceu de Amoroso Lima.

POEMAS MUSICADOS

Outro aspecto importantíssimo da obra de Auta de Souza diz respeito a poemas seus que foram musicados por compositores regionais e transmitidos oralmente de uma geração para outra, desde o final do século XIX até hoje.

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Notícia da morte de Auta de Souza no jornal A República, em 8 de fevereiro de 1901

Sem considerar aqueles que foram e vêm sendo musicados mais recentemente, e que não tiveram esta vinculação com a tradição oral, tem-se conhecimento da existência de quatorze deles, somando dezesseis ao considerar-se que um deles, Caminho do sertão, conta com três versões melódicas diferentes. Algumas destas canções ficaram conhecidas de norte a sul do país, chegando também a Portugal.

Integrariam esse cancioneiro de Auta de Souza os seguintes poemas musicados: Caminho do sertão, Teus anos, Desalento, Agonia do coração, Ao cair da noite, Ao luar, Meu pai, Nunca mais, Olhos azuis, Palavras tristes, Regina Coeli, À Eugênia, Meu sonho, Rezando (Róseo Menino).

Fonte: GOMES, Ana Laudelina Ferreira. Vida e obra da poeta potiguar Auta de Souza (1876-1901). Disponível no link. (acessado 14.5.2013).

POEMAS PSICOGRAFADOS E ORIENTAÇÕES ESPIRITUAIS

Além de seus poemas e de seu cancioneiro, Auta de Souza é conhecida também como uma grande mentora espiritual. Para os seguidores do espiritismo kardecista, que no Brasil hoje somam aproximadamente um milhão e meio de praticantes, a poeta é tida como um espírito superior que atuaria no “planoceleste” enquanto mentora e protetora espiritual.

Fonte: GOMES, Ana Laudelina Ferreira. Vida e obra da poeta potiguar Auta de Souza (1876-1901). Disponível no link. (acessado 14.5.2013).

Homenagens

Em 1936, a Academia Norte-Riograndense de Letras dedicou-lhe a poltrona XX, como reconhecimento à sua obra.

Em 1951, foi feita uma lápide, tendo como epitáfio versos extraídos de seu poema Ao Pé do Túmulo: “Longe da mágoa, enfim no céu repousa/Quem sofreu muito e quem amou demais.” 

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Caminho do Sertão

(A meu irmão João Cancio)
Tão longe a casa! Nem sequer alcanço
Vê-la através da mata. Nos caminhos
A sombra desce; e, sem achar descanso,
Vamos nós dois, meu pobre irmão, sozinhos!

É noite já. Como em feliz remanso,
Dormem as aves nos pequenos ninhos…
Vamos mais devagar… de manso e manso,
Para não assustar os passarinhos.

Brilham estrelas. Todo o céu parece
Rezar de joelhos a chorosa prece
Que a Noite ensina ao desespero e a dor…

Ao longe, a Lua vem dourando a treva…
Turíbulo imenso para Deus eleva
O incenso agreste da jurema em flor.

– Auta de Souza, in “Horto”, 1900.

VEJA TAMBEM NO TOK DE HISTÓRIA – https://tokdehistoria.com.br/2011/04/04/a-historia-do-jasmineiro-de-auta-de-souza-contada-por-palmyra-wanderley/

Do portal: https://tokdehistoria.com.br

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Natal é o 3º destino mais procurado para o Carnaval

 


15/02/2017 11:16 
 http://natal.rn.gov.br



O Carnaval Multicultural de Natal, que promete ser este ano o maior de sua história, trará a partir da próxima semana inúmeras atrações. E também muitos turistas. A capital potiguar é o terceiro destino mais procurado para o período de Carnaval, segundo pesquisa da agência virtual Booking.com, que listou os destinos brasileiros mais reservados para os dias de reinado de Momo.
Neste ano, Natal saltou da quinta para a terceira colocação, duas posições à frente da que estava no Carnaval de 2016. Em 2017, a cidade fica atrás apenas do Rio de Janeiro e de São Paulo, respectivamente primeiro e segundo destinos mais procurados. 
Também de acordo com o levantamento, argentinos e chilenos e suíços devem ser os estrangeiros que mais vão desembarcar em Natal durante a festividade. A pesquisa ainda revela os tipos de acomodação mais procurados, que são hotéis, albergues e apartamentos.
Para a apuração dos dados, a Booking levantou informações sobre reservas feitas entre 25 e 28 de fevereiro. Já em 2016, os números são referentes a 3 a 10 de fevereiro. A pesquisa foi revelada pelo portal da Panrotas, editora líder no país em publicações especializadas em Turismo.
Programação
O Carnaval Multicultural de Natal é promovido pela Prefeitura do Natal, por meio da Secretaria de Cultura (Secult/Funcarte) e parceiros da iniciativa privada, e tem suas atrações nacionais confirmadas e definidas por datas e Polos Multiculturais. A programação também está disponível no site da Prefeitura do Natal (www.natal.rn.gov.br) e no Blog da Funcarte (www.blogdafuncarte.com.br).
A folia em Natal tem sua fórmula já consagrada e aprovada pelo público: reunir grandes atrações nacionais, o melhor da pluralidade da música regional, troças, blocos, bandas de frevo, escolas de samba e tribos de índio juntamente com muitas prévias que já aquecem o Carnaval desde os primeiros dias de fevereiro.
A grade da programação mantém a tradição dos Pólos Multiculturais: Ponta Negra, Redinha, Rocas; Centro Histórico; Ribeira; Virada Carnavalesca (Ponta Negra), Largo do Atheneu e Praça Cívica. A folia abre oficialmente dia 23 de fevereiro, com o tradicional Baile de Máscaras, no Largo do Atheneu. O Rei Momo Bruno Henrique Borges e a Rainha Rozeane Albuquerque, eleitos na última sexta-feira (10), recebem do prefeito Carlos Eduardo a chave da cidade para comandar o período momesco. A abertura terá o som pernambucano de Spok Frevo e artistas potiguares.
Confira o ranking do Booking.com
POSIÇÃO
CARNAVAL 2017
CARNAVAL 2016
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
São Paulo
Salvador
Natal
São Paulo
Florianópolis
Recife
Búzios (RJ)
Natal
Foz do Iguaçu (PR)
Fortaleza
Salvador
Florianópolis
Curitiba
Foz do Iguaçu
Belo Horizonte
Curitiba
10º
Caldas Novas (GO)
Maceió

  UMA VEZ Por Virgínia Victorino (1898/ 1967) Ama-se uma vez só. Mais de um amor de nada serve e nada o justifica. Um só amor absolve, santi...