ASSU
FESTA DA PADROEIRA IRMÃ LINDALVA

A festa de irmã Lindalva que acontece no Bairro Janduís, será vivenciada pelos católicos no período de 7 a 17 de janeiro. Constam da programação: missas, novenas, procissões, almoço e a tradicional cavalgada (saindo da Matriz de Irmã Lindalva com destino ao sítio Malhada da Areia - Piató) que ocorrerá no próximo domingo, dia 12 de janeiro.
Ainda hoje, (terça-feira - 07 de janeiro) acontecerá uma procissão saindo às 18 horas da residência dos familiares até a igreja matriz de Irmã Lindalva / São Cristóvão, quando o bispo diocesano Dom Mariano Manzana fará a abertura solene.
Deste espaço desejamos sucesso aos responsáveis pela organização dos festejos e aos devotos de Irmã Lindalva que vivenciarão, com carinho fé e devoção, este período de irmandade Cristã.

IRMÃ LINDALVA JUSTO DE OLIVEIRA - A BEATA

Para que uma pessoa seja beatificada é necessário um longo processo de análise e estudo na igreja católica. Postulador de vários processos de beatificação e canonização, monsenhor Francisco de Assis Pereira, comentou (Poti/2007) que antigamente somente o Papa podia promover uma causa de canonização, mas hoje em dia, os bispos têm autoridade para isso.
Assis destacou que para se tornar beato é necessário comprovar um milagre ocorrido por sua intercessão, no entanto, no caso dos mártires, não é necessária a comprovação de milagre. Dessa forma, Irmã Lindalva passou a ser Venerável em 16 de dezembro de 2006, quando o decreto do seu martírio como serva de Deus foi promulgado.
A cerimônia da beatificação foi realizada já que ela é dispensada de milagre. A canonização se dará quando acontecer à comprovação de um milagre. Comprovado o milagre a beata será canonizada e a Santa passará a ser cultuada universalmente.
O processo de beatificação de Irmã Lindalva foi um dos mais rápidos entre os beatos brasileiros. Ele foi iniciado em 17 de janeiro de 2000 e em 03 de março de 2001, um ano e três meses depois, já estava sendo concluído. Como ela foi considerada mártir da Igreja Católica, a comprovação de milagres para se tornar beata não foi necessária.
Católicos comparam morte de Lindalva a de Cristo – Os médicos legistas contaram 44 facadas no corpo de Lindalva. Naquela Sexta-Feira Santa, enquanto Cristo morria na cruz, ela morria na sua enfermaria. Cristo levou 39 açoites, e com as 05 chagas, dos pés, mãos, ao todo 44, unia simbolicamente a morte de Lindalva à sua paixão, que um pouco antes ela acabara de celebrar na Via-Sacra. Com impressionante realismo, poderia ser repetidas as palavras de Cristo no Evangelho: “Não vim para ser servido, mas para servir e dar a minha vida em resgate de muitos” (Mt 20,28).
A assuense irmã Lindalva – a mártir da fé – era conhecida por sua paciência e bondade. Irmã Lindalva cuidava dos internos da ala masculina do abrigo Dom Pedro II. Era o seu primeiro trabalho, depois de fazer seus votos, em Natal.
A sua alegria, jeito carinhoso com que tratava os internos, chamou a atenção de Alberto da Silva Peixoto, 47 anos, que se dizia apaixonado por ela. Desiludido da paixão, Alberto saiu bem cedo do abrigo, foi a uma feira livre, comprou uma faca-peixeira e retornou com a arma branca enrolada num pedaço de papel. Alberto desferiu 44 facadas na freira, quando ela servia o café-da-manhã, pouco depois de participar da Via-Sacra da paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem. Esta tragédia ocorreu na sexta feira da paixão do ano de 1993. Irmã Lindalva tinha 39 anos.
A alegria, a paciência e a simplicidade de Lindalva Justo de Oliveira sempre foram suas marcas, desde a meninice, no sítio Malhada de Areia, à margem da Lagoa do Piató. Após entrar para a ordem das “Filhas da Caridade”, Irmã Lindalva se destacou pelo amor ao serviço aos mais carentes, mas nunca perdeu o sorriso e o brilho nos olhos que a todos cativavam. No tradicional asilo soteropolitano, Irmã Lindalva se realizava. Dava banho nos idosos, vestia, alimentava, dava remédios, carinho e conforto. Cantava e tocava violão para eles. Pouco a pouco conquistou o amor de todos os internos. Era feliz assim.
Lindalva Justo de Oliveira nasceu em Assu no dia 20 de outubro de 1953. Filha de João Justo da Fé e de Maria Lúcia da Fé. Ainda jovem, ela saiu de Assu para estudar em Natal, onde cuidou do pai, doente de câncer. Depois, comunicou a família sobre sua vocação religiosa, e ingressou na Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.
Em Assu, na Rua Monsenhor Júlio Alves Bezerra, ainda moram a mãe e alguns irmãos. Maria Lúcia da Fé (foto) - a mãe, o sobrenome parece fazer jus à forma como vive e como criou doze filhos.
Paciente, bem humorada e serena, dona Maria Lúcia da Fé tem consciência de que é mãe de uma quase santa. Diariamente, ela faz orações para a própria filha. Pede graças e têm recebido algumas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário