E quem não se lembra de Manoel Calixto Dantas, ou simplimente "Manoel do Lanche". Ele tinha um local (box) no Mercado Público de Assu. Na política, Calixto acompanhava os irmãos deputado Olavo Montenegro e João Batista Montenegro que foi prefeito do Assu (1969-72), que comandavam no Vale do Açu, o partido político MDB. Manoel era natural de Carnaúba dos Dantas e assuense por opção e escolha, terra que viveu durante mais de cinquenta anos. Como não podia ser diferente, por ter vivido na terra dos poetas, começou a escrever versos populares. Sua predileção para verdejar era a glosa (décima) e a trova. Tempos atrás, os poetas da terra assuense aproveitavam os momentos de eleições políticas partidárias, para satirizar os candidatos. E Manoel Calixto era um deles. Numa certa eleição ele, Manoel, candidatou-se a uma cadeira na Câmara dos Vereadores do Assu. A sua propaganda, o seu marketing político fora feito em forma de versos, conforme podemos conferir adiante:
Negue o soldado ao Tenente,
Negue esmola ao aleijado,
Negue ao faminto o bocado,
Negue ao Major a patente,
Negue ao seu filho a benção,
Negue o direito ao patrão,
Negue tudo, isto eu suporto
Só não me negue o seu voto
No dia da eleição.
E esta outra:
Falte uma noite a seresta,
Falte ao garoto inocente,
Falte o remédio ao doente,
Falte uma noite de festa.
Numa fase como esta,
Falte tudo ao seu irmão,
Falte a festa de São João,
Todas as faltas suporto
Só não me falte esse voto
No dia da eleição.
(Postado por Fernando Caldas)
Nenhum comentário:
Postar um comentário