Tuas cartas
Relembro as tuas cartas uma a uma,
Em minha mente todas se gravaram
Não encontro uma só que não resuma
Tudo o que nossos lábios já trocaram.
Tu me escrevias sempre; vez nenhuma
A sua falta os olhos meus choraram.
Morria o sol do estio ... vinha a bruma,
— E as tuas cartas nunca me faltaram.
Hoje os dias se passam lentamente
Que me escrevas espero ansiosamente,
Mas com que mágoa vejo que emudeces...
Termina esse silêncio que crucia,
É que me vai trazendo dia a dia
A certeza cruel de que me esqueces!
Carolina Wanderley, poeta potiguar do Assu.
(Soneto publicado em A República, jornal de Natal, edição de 16.02.1917).
Relembro as tuas cartas uma a uma,
Em minha mente todas se gravaram
Não encontro uma só que não resuma
Tudo o que nossos lábios já trocaram.
Tu me escrevias sempre; vez nenhuma
A sua falta os olhos meus choraram.
Morria o sol do estio ... vinha a bruma,
— E as tuas cartas nunca me faltaram.
Hoje os dias se passam lentamente
Que me escrevas espero ansiosamente,
Mas com que mágoa vejo que emudeces...
Termina esse silêncio que crucia,
É que me vai trazendo dia a dia
A certeza cruel de que me esqueces!
Carolina Wanderley, poeta potiguar do Assu.
(Soneto publicado em A República, jornal de Natal, edição de 16.02.1917).
"Maria Carolina Wanderley (Assu/RN, 04.01.1891-Natal/RN,
25.08.1975). Professora, dramaturga, poeta e musicista, publicou dois livros de poemas: Alma em versos (1919) e Rimário infantil (1926). Musicou versos de OM, dentre esses os da famosa modinha “Alice”. Foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras." (Laélio Ferreira de Melo, in Notas, "OTHONIEL MENEZES - Obra Reunida, Ed. UNA, 2011, Natal)
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