sábado, 5 de março de 2016

O FLAGELO E A BATALHA CONTRA O AEDES AEGYPTI – UM OLHAR ESTRANGEIRO

  

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Os trabalhadores da saúde em um bairro de Recife – Foto – Tomás Munita

O fotógrafo chileno Tomás Munita, trabalhando para a National Geographic, capturou a luta diária contra os mosquitos Aedes aegypti em Recife.

Baseado no texto produzido por – Becky Little
Fotografias de Tomás Munita
Como fotografar o invisível?
Como você pode fotografar o que não pode ver?
Esse foi o obstáculo que o fotógrafo chileno Tomás Munita encarou ao seguir para as favelas do Recife, Brasil, para buscar fotografar a história do vírus Zika.
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João Batista conforta a filha, Alice, que tem microcefalia, em sua casa no Jordão Baixo, Recife. Alice tem um mínimo de quatro ataques epilépticos por dia, além de danos ao seu sistema nervoso, que tem causado rigidez nos braços e cabeça. Ela toma 28 medicamentos diferentes e sem nenhuma ajuda por parte do governo – Foto – Tomás Munita
O mosquito Aedes aegypti, principal vetor para a proliferação do Zika, vírus suspeito de causar microcefalia em crianças nascidas de mães infectadas, que também carrega os vírus da dengue e chikungunya, não foi fotografado.
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As crianças brincam no Coelho, Recife. Bairros pobres como este, com lixo em vários locais, são terreno fértil para a proliferação dos mosquitos Aedes aegypti – Foto – Tomás Munita
Ao contrário de outras histórias que Munita clicou, o personagem principal ficou escondido em poças de água e qualquer tipo de objeto que acumule água. Muitos destes objetos são ignorados nas ruas.
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Todos os oito membros da família de Regina Kelly Siqueira tiveram dengue e chikungunya, e podem ter tido Zika também. Ela e seus seis filhos vivem em um bairro pobre chamado Coelho, em Recife – Foto – Tomás Munita
Munita, no entanto, descobriu que a ira ao inseto era visível nas pessoas que ele conheceu e cujas vidas foram viradas de cabeça para baixo pelo Zika.
Suas fotografias buscam contar a história dessas pessoas, sua ambivalência, sua luta e, em última análise, sua perseverança.
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Soldados do Exército Brasileiro alinham-se no início da manhã antes de ir de porta em porta entregando folhetos com conselhos para combater mosquitos – Foto – Tomás Munita
Mas para Munita “É quase impossível de controlar a epidemia do mosquito Aedes aegypti”.
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Oito membros da família desta menina tiveram chikungunya e dengue, doenças nascidas a partir do mesmo mosquito que transmite o vírus Zika – Fonte – Tomás Munita
Como você pode parar dos mosquitos portadores de doenças de se multiplicarem? Essa é a pergunta que assola o governo brasileiro, que enviou contingentes de soldados do exército de porta em porta, em uma missão contra o vírus Zika.
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Soldados conversam com uma mulher no bairro Alto José Bonifácio, em Recife, sobre como conter a reprodução do mosquito Aedes aegypti. Durante o dia os soldados entregam às pessoas folhetos, inspecionam quintais e aplicado larvicidas em recipientes com água. Foto – Tomás Munita
“Eles estão dando folhetos, dizendo que você tem que manter seu quintal limpo de lixo”, diz o fotógrafo Munita, que documentou estas ações em Recife, a capital do estado nordestino de Pernambuco, cidade com uma população em torno de 3,7 milhões de pessoas.
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Um trabalhador de saúde em uma favela na cidade de Recife, Brasil. Fumigação é um dos esforços do governo para evitar a propagação de Zika. Foto – Tomás Munita
O flagelo mosquito vai muito além desses bairros apertados. O Aedes aegypti tem sido incrivelmente difícil de ser erradicado desde que chegou à América Latina através do tráfico de escravos da África.
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Soldados do Exército Brasileiro inspecionam uma casa no bairro Alto José Bonifácio, em Recife, como parte de sua campanha para parar a propagação do vírus Zika – Foto – Tomás Munita
Muitos países da região desenvolveram enormes programas de erradicação na década de 1950, com algum sucesso em vários locais, apenas para ver a praga ressurgir na década de 1970 e 80.
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Um trabalhador de saúde fumegando em um bairro de Recife. Munita diz que as pessoas são muitas vezes surpreendidas ao ver fumigadores em suas ruas. Alguns fecham suas portas contra o spray, enquanto outros fazem o contrário para ajudar a matar os mosquitos em suas casas. – Foto – Tomás Munita
Marcelo Castro, ministro da saúde no país, tem sido citado como tendo dito que o Brasil está “perdendo a batalha” contra os mosquitos. Agora, o governo está tentando interromper quimicamente a reprodução do mosquito por fumigação de ruas e colocando larvicidas em tanques de água. Mas segundo relata a agência de notícias Reuters, logo o país vai tentar algo muito mais extremo: a criação de mosquitos machos em cativeiro, esterilizando-os com raios gama.
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Um bebê de quatro meses de idade, nascido com microcefalia é fotografado em sua casa no bairro de Ibura, Recife – Foto – Tomás Munita
Mas em favelas do Brasil, ou bairros pobres, Munita comentou que é difícil imaginar que a campanha de informação do governo, ou qualquer outra, poderá ter muito efeito sem outras ações por parte das autoridades.
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Uma fisioterapeuta trabalha com crianças com microcefalia que vieram com suas mães para um hospital infantil em Recife – Foto – Tomás Munita
“É quase impossível controlar algo assim nesse tipo de lugar”, diz ele. Muitas casas nas favelas são barracos de papelão e chapas de metal descartado. Além disso, estas áreas possuem limitado acesso à água potável e coleta de lixo. O resultado é a existência de muitos locais que podem armazenar água, criando um terreno fértil para a proliferação dos mosquitos.
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Um soldado distribui panfletos em uma comunidade – Foto – Tomás Munita
Enquanto isso, aqueles que vivem nas camadas mais pobres da Recife devem decidir se vale a pena gastar o seu tempo para seguir os conselhos do governo sobre como prevenir a propagação de mosquitos. Muitos sentem que isso é apenas um fato da vida.
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Bairro do Coque – Foto – Tomás Munita
“O mosquito está em toda parte”, diz Munita. “Realmente, não há muito que podem fazer além de manter sua própria casa limpa. Mas se a do seu vizinho não é limpa, em seguida, toda a vizinhança terá mosquitos e novos casos da doença”.

ADENDO DO TOK DE HISTÓRIA – E JÁ FAZ MUITO TEMPO QUE LUTAMOS CONTRA MOSQUITOS….

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REVISTA O MALHO, RIO DE JANEIRO, 17 DE JUNHO DE 1911
Do blog: http://tokdehistoria.com.br/

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ALICE WANDERLEY poetisa de ilustre familia do Assu poético. Tipo baixa, olhos negros, se não me engano. Conheci dona Alice já usando bengala...