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Odúlio Botelho
IHGRN – UBERN – ALEJURN – OABRN
(Discurso proferido por Odúlio Botelho Medeiros na solenidade de posse de novos sócios efetivos do IHGRN realizada no dia 14 de julho de 2016)
“Várias são as linguagens do aprendizado existencial. E algumas frases trazem o efeito dessa ilustração: ‘A história é a mestra da vida’ (Cícero); ‘A filosofia é uma preparação para a morte’ (Sócrates); ‘A arte justifica o sofrimento da vida’ (Schopenhauer)” – Poeta Horacio Paiva, em seu discurso de posse em 29.03.2016 no IHGRN – publicado na Revista nº 93- ano 2016 – página 79.
“Esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé” (1 JO 5.4).
“É melhor a sabedoria do que a força” (Eclo. 9,16).
“Mais vale o bom nome do que muitas riquezas; acima do ouro e da prata, está o bom acolhimento” (Pr 22,1).
“A memória guardará o que vale a pena. A memória sabe de mim mais do que eu; e ela não perde o que merece ser salvo” (Eduardo Galeano – escritor e pensador uruguaio, falecido em 14 de abriu de 2015).
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Para não importunar a eminente plateia afirmamos, de viva voz, que os institutos pertencem ao gênero academia, conforme o entendimento do historiador gaúcho Paulo de Azeredo:
“O termo Academia tem sua origem na Grécia, em torno do século III AC, quando Platão passou a reunir pensadores que discutiam questões filosóficas em um local chamado Jardins de Akademus (herói Ateniense). O grupo passou a ser conhecido por Akademia. Com o tempo, a reunião de pessoas especializadas em uma determinada área também passou a receber a mesma denominação. Mais tarde o termo passou a ser usado também para designar estabelecimentos de ensino superior e posteriormente escolas onde se ministram práticas desportivas, artísticas e outras. Sociedades de caráter científico, artístico ou literário também passaram a ser denominadas de academia. Atualmente, quando nos referimos genericamente à ACADEMIA, estamos nos referindo ao sistema educacional e ao meio intelectual como um todo.”
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“Essa entidade secular guarda, em seu acervo, obras raras, separadas pelo seu valor em depósito selecionado, podendo enumerar algumas delas: o livro de Barleus, encontrado somente um exemplar no Rio de Janeiro, segundo alguns; a obra do Padre Luiz Monte ‘Fundamentos Biológicos da Castidade’ (primeira edição), escrita no início da década de 1930, redigida por um sacerdote católico, a única sobre o assunto, analisada sob o ângulo científico e não, apenas, sob o aspecto moral por outros já debatidos; uma Bíblia escrita em idioma estrangeiro; a obra do Cônego Jorge O’Grady de Paiva, ‘Dicionário de Astronomia e Astronáutica’, o primeiro escrito na América Latina sobre o assunto. Assim como objetos, considerados relíquias, tais a Estola do Padre Miguelinho; as vestes sacras do primeiro Bispo Dom Antônio de Almeida, etc.”.
Em verdade convivemos com as dificuldades que são próprias de entidades culturais públicas e privadas, especialmente em relação aos poderes constituídos. Entretanto, esses óbices vêm sendo paulatinamente ultrapassados, mercê da vontade de todos os que se envolvem nos campos da intelectualidade. Com a máxima sinceridade não poderemos somente admirar e contemplar. Os tempos são outros exigem muito esforço e a necessidade de fazer e de produzir. Precisamos, assim, interagir com os seus dirigentes para que a chama idealística dos mais antigos, não se limite, apenas a quimeras e sonhos idos e vividos. A Casa da Memória precisa somar o seu passado aos dias que virão, porque o Instituto Histórico pertence aos mais novos, ou seja, as futuras gerações. Assim, estamos aqui para aprender, colaborar, unir e produzir visando, primordialmente, o desenvolvimento cultural do Estado.
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Como se vê, o quadro do instituto recebe de braços abertos os seus novos membros que com certeza muito contribuirão para o aperfeiçoamento desta entidade cultural.
Lembro a todos os presentes, que por aqui já passaram muitos valores intelectuais ao longo dos 114 Anos de existência da gloriosa Casa da Memória. Dentre esses destacamos, nesta oportunidade, o mestre Câmara Cascudo, Manoel Rodrigues de Melo, Oswaldo de Souza, Hélio Dantas, Nestor dos Santos Lima, João Medeiros Filho, Enélio de Lima Petrovich, Otto de Brito Guerra e Olavo de Medeiros. Hodiernamente contamos com a experiência e o inestimável apoio dos ex-presidentes Jurandyr Navarro, Valério Mesquita e do atual Presidente Ormuz Barbalho Simonetti.
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Resta lembrar a máxima popular de que “a união faz a força”. Assim, estamos evidentemente agrupados para projetar o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte para a frente e para o alto. Castro Alves já dizia: “sou pequeno, mas só fito os andes”.
Muito obrigado!
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