sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Poderá o tempo desfazer a dor e o sofrimento?
poderá o tempo servir como limpador de arestas?
exterminador do mofo,
expulsar do limbo,
extrair do lodo,
retirar da lama,
remover o lixo das relações?


(Amélia Freire)
─────❀ღ✿───•✤❥
Quando as agruras lancinantes da vida
fizerem de ti um xadrez sem peças,
e os ventos e as tempestades de cada dia 
forem formando uma estranha dança,
bebe as lágrimas que recolheste
entre as estradas que escolheste e
levanta-te!
Junta os pedaços e recomeça.
Abençoados os corações que conseguem se curvar nas adversidades, pois nunca serão partidos.
────❀ღ✿────•✤❥
Yara Darin 
Sente-se quieto e, em silêncio, ouça a voz que lhe dirá:
"Seja mais silencioso"
Conforme isto se passa,
a sua alma começa a reviver...
Um soneto intitulado "Carlos", do grande poeta Potiguar chamado João Lins Caldas ainda esquecido e injustiçado da poesia brasileira. Dê vários cliques até abrir uma melhor visualização.

Fernando Caldas


Nenhum texto alternativo automático disponível.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018


Eu Hoje estou com saudades
Dos mortos da minha terra
Vovô Medeiros, Tio Teca,
Vovó Amélia e Titia,
Plácido e Dona Lilia
Raimundo Dantas, Dedeca
Que se encontram em Meca,
Onde a vida não encerra,
Admiram lá da serra
As nossas amenidades,
Eu hoje estou com saudades
Dos mortos da minha terra.
2.
Cazuza, vovó Zefinha
Que tão novinha morreu,
Antônio também faleceu
Até a cega Ritinha,
Tio Edmilson e candinha
Batalhadora de guerra
Ferrolho que não emperra
Num hotel sem vaidades
Eu hoje estou com saudades
Dos mortos da minha terra.
3.
Seo Osmundo Alvarenga
Um valsista de primeira
Em Marcelino Vieira
Para dançar não capenga,
Com ele não tem "perrenga"
Pois bom cabrito não berra
Nem mesmo na Inglaterra
Onde são poucas as maldades
Eu Hoje estou com saudades
Dos mortos da minha terra.
4.
Lembrei de Dona Doninha,
De Narciso e de Liá,
De Odete mãe de Niná
Criou os filhos sozinha
Ficou viúva novinha
Com ela ninguém se ferra,
Mulher direita não erra,
Viveu de prioridades
Eu hoje estou com saudades
Dos mortos da minha terra.
5.
Zé Calazans e Bidu
Romualdo e Curralinho
Artur Leite e Seo Zezinho,
Gilberto irmão de Dudu
Lembrei, também, de "Volu"
Com todos vivia em guerra
Quase que ele se ferra
Aprontou muitas ruindades
Eu hoje estou com saudades
Dos mortos da minha terra.
6.
Esse povo já não volta
Deus para Ele os levou
Só a saudade ficou
Mas, não causou revolta
O coveiro já não solta
Os que ele ali enterra
Depois que a vida se encerra
Restam as afinidades
Eu hoje estou com saudades
Dos mortos da minha terra.

Natal(RN), 29 de Novembro de 2018.
Dedé de Dedeca. 

Do blog: Dedé de Dedeca é o apelido de Lindomar Paiva.



Nenhum texto alternativo automático disponível.
MISTÉRIO SOLUCIONADO: vista da Praça André de Albuquerque, onde nasceu a cidade do Natal, início do século XX. A foto é anterior a 1911, pois se vê o prédio da Casa de Câmara e Cadeia de Natal (à esquerda) ainda com seu telhado intacto. A Praça André de Albuquerque é o mais antigo logradouro público da cidade, local de sua fundação a 25 de dezembro de 1599. Em 1888 assumiu este nome em homenagem ao líder e mártir da Revolução de 1817, André de Albuquerque Maranhão. Na imagem, do lado direito, vê-se o coreto de ferro batido construído em 1907, como parte de um projeto paisagístico elaborado pelo arquiteto Herculano Ramos para a cidade.
.
Acervo documental do @institutocascudo
Fernando Caldas

Share your results

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...