terça-feira, 30 de abril de 2019

RENATO CALDAS - SAUDADES DE GUARAPARI

                       Antiga imagem da Praia de Guarapari/ES, disponível no Google.

"Renato Caldas, dando expansão ao seu temperamento cosmopolita, conheceu o Brasil de ponta a ponta, nas suas intermináveis andanças de romântico caminheiro", como depõe Expedito Silveira que era também poeta assuense, seu amigo e companheiro de vida boêmia.

Pois bem, em 1964 Renato fora convidado pelo governador do Espírito Santo Francisco Alves de Athayde que era entusiasta da poesia Renatocaldiana, para que ele, Renato Caldas fizesse uma temporada na cidade de Vitória/ES, apresentando seu trabalho, a sua arte poética irreverente, ao povo capixaba. Tudo as custas daquele governo. Convite aceito, Renato partiu e, após suas apresentações que durou um mês, retornou ao Rio Grande do Norte, a sua cidade de Assue e, dias depois, escreveu o poema intitulado "Saudades de Guarapari" em homenagem a uma das praias do litoral Espirito-santense, cujos versos, seu sobrinho Chico Elion Caldas Nobre musicou. Senão vejamos abaixo, o poema canção, para o nosso bem estar:

Guarapari é a praia da saudade
Onde a felicidade
Fez um ninho pra morar
À noite o eterno candeeiro
Ilumina seus coqueiros
Com alvos flocos de luar
Na praia branca o mar verde se derrama
Tudo vive e tudo ama
Tudo nos fala de amor
Da triste lenda de um rancho no abandono
Que chora a falta do dono
Um valente pescador.
Guarapari, Guarapari, felicidade!
Quero lembrar com saudade
O bem que tive e perdi
Nas horas tristes que passar de ti distante
Eu direi a todo instante
Saudades Guarapari.
Eu? trabalhar desse jeito,
Com as forças que Deus me deu
Pra sustentar um sujeito
Vagabunda como eu?

Renato Caldas
FILOSOFIA
Hora de comer — comer!
Hora de dormir — dormir!
Hora de vadiar — vadiar!
Hora de trabalhar?
— Pernas pro ar que ninguém é de ferro!
Ascenso Ferreira, poeta pernambucano
A imagem pode conter: céu, nuvem, casa e atividades ao ar livre
Av. Duque de Caxias década de 30
Ribeira
Fotógrafo não identificado

quarta-feira, 24 de abril de 2019

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NOVAS HISTÓRIAS SOBRE A SEGUNDA GUERRA

 


Documentos, fotos e novos capítulos sobre a participação do RN na história do conflito mundial estão em coleção de livros da Caravela Cultural. Uma dessas informações inéditas está em “Sobrevoo – Episódios da Segunda Guerra Mundial no Rio Grande do Norte”, do historiador Rostand Medeiros, que resgata a história de uma queda de avião no Seridó. A série faz parte de edital lançado pelo SEBRAE
Yuno Silva – Repórter
Publicado no jornal Tribuna do Norte, edição de quartafeira, 27 de março de 2019, na primeira paginado Caderno Viver.
“A participação do Rio Grande do Norte na Segunda Guerra Mundial” ainda rende, e muito! A cada remexida em arquivos e documentos, surgem novas memórias, detalhes e curiosidades sobre esse período importante para a história mundial e que as cidades de Natal e Parnamirim ainda não souberam preservar e nem tiara nenhum proveito turístico e/ou museógrafo. Foi aqui, nessa esquina continental, no início da década de 1940, onde mascaram o primeiro chiclete, beberam o primeiro chope de máquina, vestiram a primeira caça jeans e jogaram a primeira partida de fliperama da América do Sul.  

Parnamirim, por sua vez, abrigou um dos maiores entrepostos comerciais do planeta na época do conflito; só aqui no RN era possível compara meia calça de nylon – no restante dos países, todo o estoque do tecido sintético criado em 1935 já tinha virado material para fabricação de paraquedas.
A Segunda Guerra se estendeu entre 1939 e 1945, o Brasil se envolveu oficialmente a partir de agosto de 1942, e perceber o que restou do legado norte-americano em terras potiguares exige um olhar atento.
É nesse momento, da necessidade do “olhar atento”, que entram em cena três novos motivos para revisitar aquele momento de efervescência urbana, cultural e social que sacudiram Natal e Parnamirim a editora Caravela Selo Cultural lança no próximo dia 2 de abril, às 11 horas, na sede do SEBRAE-RN, os três livros que integram a coleção “A participação do Rio Grande do Norte na Segunda Guerra Mundial”.
São três obras independentes, com abordagens diferentes, que se complementam e acrescentam mais “molho” no que já se sabe. “São livros diferentes sobre a mesma temática, e que trazem informações inéditas sobre o assunto”, assegurou o jornalista, engenheiro civil e pesquisador Leonardo Dantas de Oliveira, coautor do livro “A engenharia norte-americana em Natal na Segunda Guerra Mundial”, que ele assina junto com Osvaldo Pires de Souza e Giovanni Maciel de Araújo Silva.
Completam a coleção uma coletânea “Observações sobre a Segunda Guerra Mundial no Rio Grande do Norte”, reunindo artigos científicos e organizados pelo escritor e editor da Caravela José Correia Torres Neto; e o livro “Sobrevoo – Episódios da Segunda Guerra Mundial no Rio Grande do Norte”, do pesquisador e historiador Rostand Medeiros.
A coletânea, explicou José Correia, reúne textos atuais produzidos por especialistas e estudiosos da UFRN e de outras universidades de outros estados. “Boa parte do material que estamos publicando já vinha sendo organizado e catalogado pelos autores, e quando decidi editar a coleção tivemos seis meses para deixar tudo pronto para impressão”, lembrou o editor, que aproveitou o edital Economia Criativa 2018 do SEBRAE-RN para viabilizar o projeto.
“O lançamento da coleção no SEBRAE-RN vai coincidir com o lançamento da edição 2019 do edital”, avisou Correia.
Papagaio de guerra
O volume da coletânea organizado pelo editor da Caravela Selo Cultural traz oito artigos científicos e pelos títulos percebe-se que as abordagens buscam ir além do lugar comum.
Entre os textos publicados destaque para “Cabarés de Natal: do esplendor do Cabaré de Maria Boa ao ostracismo do Beco da Quarentena (1942 – 1950)”, escrito por Jéssica Freire Dalcin, Monique Maia de Lima e Yasmênia Evelyn de Barros.
Outros artigos buscam ir mais fundo para instigar a reflexão, como “A busca de um tesouro perdido: o desejo das elites de Natal (RN) em torná-la uma cidade moderna no século 20”, de Giovana Paiva de Oliveira; e “Uma cidade marcada por perdas e sonhos: a Natal da Segunda Guerra Mundial”, de Giovana Paiva de Oliveira em parceria com Ângela Lúcia Ferreira e Yuri Simonini.
Documentos, fotos e novos capítulos sobre a participação do RN na história do conflito mundial estão em coleção de livros da Caravela Cultural. Uma dessas informações inéditas está em “Sobrevoo – Episódios da Segunda Guerra Mundial no Rio Grande do Norte”, do historiador Rostand Medeiros, que resgata a história de uma queda de avião no Seridó. A série faz parte de edital lançado pelo SEBRAE
Já o livro de Rostand Medeiros faz, literalmente, um “sobrevoo” sobre o momento histórico com textos curtos recheados por curiosidades, detalhes e passagens que ainda não tinham sido revelados.
Relatos e depoimentos se misturam a uma narrativa alicerçada por documentos que comprovam cada afirmação. Medeiros aborda desde a “Influência das tripulações alemãs em Natal”; casos de espionagem; o resgate das primeiras vítimas da guerra em Rio do Fogo, litoral norte do RN, em 1941; e a presença de “Parnamirim Field” na imprensa internacional.
Os autores Leonardo Dantas, José Correia Torres Neto e Rostand Medeiros, junto ao jornalista Yuno Silva, da Tribuna do Norte.
No tocante às curiosidades, destaque para “A pitoresca história de um papagaio que voou em combate nos céus da Europa”; e a queda de um avião de guerra modelo Catalina na cidade de Riachuelo, agreste potiguar. O papagaio “Jock”, inclusive foi notícia em vários jornais e Rostand Medeiros comprova a história emplumada com fac-símile de uma manchete publicada no jornal carioca A Noite em 19 de janeiro de 1944 – naquele momento, de acordo com o jornal, “Jock” acumulava 50 horas de voo e havia sido indicado para receber medalha do Exército americano.
“Muitas das informações são inéditas, extraídas de documentos e diários que só foram liberados recentemente”, disse Leonardo Dantas, que buscou no diário de obras dos batalhões de engenharia notas sobre o legado deixado pelos norte-americanos na infraestrutura urbana: “Avenidas que hoje são importantes vias que cortam a capital do RN foram construídas naquela época. A primeira ‘pista’ de asfalto do Estado foi construída pelos soldados, e ia do Colégio Ateneu até a base de Parnamirim”.       
Nesses diários, também foram colhidos relatos sobre a alimentação e de como era a hora de descanso dos trabalhadores braçais que prestaram serviço para o Exército dos Estados Unidos. “Veio gente de outros estados para trabalhar, pois não tinham mais quem contratar aqui em Natal e Parnamirim para fazer o que eles precisavam”, completou Leonardo.
Coleção “A participação do Rio Grande do Norte na Segunda Guerra Mundial”
SERVIÇO
Lançamento da coleção “A participação do Rio Grande do Norte na Segunda Guerra Mundial”, dia 2 de abril, às 11 da manhã, na sede do SEBRAE-RN em Lagoa Nova. Após o dia de lançamento, os livros estarão disponíveis na livraria da Cooperativa Cultural da UFRN.

A INCRÍVEL HISTÓRIA DO ADOLESCENTE BAIANO QUE PEDALOU DE SALVADOR A NOVA YORK 90 ANOS ATRÁS



21/04/2019 


Rubens partiu de sua cidade natal, com roupa de escoteiro, para ir pedalando rumo à que era na época a maior metrópole do mundo.

Lucas Froés – De Salvador para a BBC News Brasil



Rubens Pinheiro na chegada em Nova York – Foto: Arquivo Família Pinheiro / BBC News Brasil
Rubens Pinheiro da Costa foi um sujeito inquieto desde criança, quando suas estripulias eram punidas com castigos que levavam suas mãos à palmatória.
Quando cresceu um pouco, o baiano manifestou seu anseio por liberdade com uma fuga malsucedida de casa. Depois, aos 16, resolveu ir andando de Salvador até o Rio de Janeiro. A andança abriu caminho para uma aventura ainda maior: um inédito percurso de bicicleta de Salvador a Nova York. Uma façanha que pode até não parecer tão inusitada nos dias de hoje, não fosse um detalhe: Rubens fez isso 90 anos atrás.
Era 15 de março de 1927 e faltavam cinco meses para o jovem completar 18 anos. Medindo 1,70 m e pesando 65 kg, partiu de sua cidade natal, com roupa de escoteiro, para ir pedalando até o que era na época a maior metrópole do mundo. Ele acordou cedo, despediu-se da mãe e da irmã, e foi para a porta do jornal Diário de Notícias. Com direito a fogos, curiosos e cobertura da imprensa, um grupo de mais de 100 ciclistas lhe fez companhia no início do trajeto.


Rubens Pinheiro da Costa
Entre 1927 e 1929, pedalando na sua bicicleta da marca alemã Opel, Rubens Pinheiro percorreu o continente americano num trajeto sinuoso de mais de 18 mil km, atravessando a fronteira de 11 países.
A vontade de realizar a façanha surgiu quando ele estava no Espírito Santo, andando a caminho do Rio, e cruzou na estrada com o pernambucano Mauricio Monteiro, que fazia uma viagem de bicicleta de Recife até Buenos Aires. Depois de recusar um convite para seguirem juntos, Rubens ouviu Mauricio fazer valer a rivalidade entre os dois estados e ironizar a falta de coragem dos baianos. Rubens então jurou ali mesmo que faria uma viagem ainda maior que o do seu involuntário incentivador.
Para conseguir dinheiro para a viagem, ele pediu doações a comerciantes em Salvador, conseguindo juntar dez mil réis que levou num saco de lona junto com poucas roupas, uma arma e um livro feito especialmente para a viagem, com capa de couro de cobra e páginas em branco para serem preenchidas como uma espécie de diário de bordo.



A notícia da proeza do baiano Rubens Pinheiro da Costa no jornal Standard Union, de Brooklyn, Nova York.
“Estou disposto a tudo, inclusive a passar sede e fome, sofrer aborrecimentos, raspar sustos (e que Deus me livre das sussuaranas e das jararacas!), carregar a bicicleta nas costas. Quero conhecer Nova York sem ser em fotografia”, declarou ao Diário de Notícias no dia de sua partida.
Ele seguiu para a cidade vizinha de Santo Amaro da Purificação, para despedir-se de Euthymia, sua namorada. Ela lhe deu uma foto dela para que, quando Rubens chegasse em Nova York, fosse publicada junto com a dele pela imprensa norte-americana.
Seguindo pelo interior da Bahia, Rubens colidiu com a bicicleta de um ciclista com quem apostava corrida, danificando sua Opel, que teve de ser levada de trem para ser consertada em Salvador. Ele desistiu de esperar por ela e pegou outro trem de volta para a capital, para resgatar a bicicleta. Aproveitando a Semana Santa, resolveu ficar mais uns dias com a família, o que levou as pessoas que o encontravam na rua a questioná-lo em tom de ironia: “Já voltou de Nova York?”.EPORT THIS AD
Encontros com a história


Rubens retomou sua jornada e não parou mais. Para sobreviver na estrada, fazia o possível para arrecadar o dinheiro necessário para continuar. Para isso, gostava de exibir-se em praça pública fazendo manobras com sua bicicleta em cada cidade a que chegava. Aprendeu também que deveria logo visitar a imprensa local para alardear sua presença, o que rendia ajuda de políticos e comerciantes.



Rubens Pinheiro na estrada – Foto: Arquivo Família Pinheiro / BBC News Brasil
“Fiz, na praça principal de Santo Amaro, umas piruetas, umas voltas de fantasia na minha Opel que arrancaram palmas do povo. Gosto das saídas bonitas, confesso que esse é o meu fraco”, contou ao jornal carioca A Manhã, em 1929.
No caminho, ele tinha a estrada e a história à sua frente. No interior baiano, encontrou um acampamento abandonado que servira à Coluna Prestes. No Pará, ficou impressionado com a imensidão do Rio Amazonas, mas no Alto do Rio Negro teve que passar um dia em cima de uma árvore, em plena Floresta Amazônica, esperando que uma onça desistisse de querer almoçá-lo.
Ao cruzar a fronteira do Brasil, Rubens chegou à Venezuela enviando um telegrama de felicitações e uma carta pedindo ajuda ao então presidente do país, o ditador e general Juan Vicente Gómez. O mais poderoso político venezuelano da época lhe retribuiu com uma contribuição de 5 mil bolívares.



Caderno de viagem de Rubens – Foto: BBC News Brasil
No Panamá, Rubens encontrou a ocupação dos Estados Unidos na Zona do Canal, mas fez amizade com os oficiais, que lhe presentearam com uma volta de avião que mais lhe pareceu uma montanha-russa aérea. Na Nicarágua, de novo encontrou-se com tropas americanas, mas dessa vez acabou capturado temporariamente pelo fuzileiros navais, que o confundiram com um guerrilheiro.
O país vivia em estado de sítio e tentava se libertar do domínio dos Estados Unidos. Em suas memórias, Rubens garante que teve na estrada a companhia do revolucionário Augusto César Sandino, líder da luta contra os invasores e ideólogo do movimento sandinista que hoje é partido político.
Quando ele chegou à Cidade do México, em janeiro de 1929, uma grande recepção o aguardava. Centenas de ciclistas o acompanharam até a embaixada do Brasil, onde ficou hospedado. Depois, foi recebido pelo presidente Emilio Portes Gil, que lhe deu um cheque de 5 mil pesos.


Rubens pôde então partir para os Estados Unidos no fim do período conhecido como Roaring Twenties, marcado pelo jazz, pelas Melindrosas, pela emancipação feminina, além da crescente presença do rádio e do cinema. Uma época de otimismo que acabaria ainda naquele ano, com a quebra de Bolsa de Valores de Nova York e a Crise de 29. Para chegar à Big Apple, ele percorreu boa parte do leste do país, dividindo as estradas asfaltadas com enormes carretas.
Às 14 h do dia 1.º de abril de 1929, depois de passar dois anos pedalando, o ciclista Rubens Pinheiro chegou a Nova York. Ele não tinha mais a foto da namorada, que perdera no início da viagem, ainda na Bahia, desesperando-se, mas colecionou novos amores durante a viagem.
“Agora estou quebrado. É bom ver Nova York! É bonita, mas tão grande! Eu vou voltar ao Brasil tão logo eu possa rodar e ver a cidade”, disse à imprensa local, segundo contou em suas memórias.
Os brasileiros residentes no Brooklyn organizaram um banquete em homenagem a Rubens. Sem roupa adequada para a ocasião, ele teve que vestir as do atarracado cônsul-geral do Brasil, Sebastião Sampaio, o que levou a turma do Brooklyn a comprar um terno para Rubens e evitar o constrangimento. Sampaio ainda telegrafou ao ministro das Relações Exteriores, o baiano Octávio Mangabeira, solicitando uma recompensa para Rubens, mas nunca foi atendido.


Rubens passou a residir no sótão da casa de número 13 da Union Street, no Brooklyn. Ele trabalhou lavando pratos em restaurantes e depois na General Motors. Em junho, quando seu visto de permanência terminou, retornou ao Brasil.

De volta à realidade

Na volta ao Brasil, a bordo do navio Southern Cross, Rubens tinha a esperança de ser recebido com honras no porto do Rio de Janeiro, que estava preparado para uma ocasião festiva.
Mas a homenageada era uma passageira da primeira classe, a Miss Brasil Olga Bergamini de Sá, que voltava do concurso de Miss Universo em Galveston, nos Estados Unidos.
Ofuscado pela beleza alheia, Rubens tratou de buscar reconhecimento. Ele foi a uma audiência pública com o presidente Washington Luís, no Palácio do Catete. Durante sua andança de Salvador ao Rio de Janeiro, Rubens aprendera a andar de bicicleta em Macaé, cidade natal do presidente, mas nem teve tempo de lhe contar.


O último mandatário da República Velha logo o dispensou: “O Brasil mandou você fazer alguma coisa?”, disse, segundo relato de Rubens, o presidente – que seria deposto no ano seguinte pela Revolução de 30.
Na antiga capital do país, Rubens foi ajudado pelo francês Louis La Saigne, diretor das lojas Mesbla, em troca de deixar a bicicleta exposta na vitrine. Também no Rio, o jornal A Manhã publicou, em capítulos, parte das histórias da viagem, com base em entrevistas com ele e com o que registrou no livro que levou a bordo da Opel.
De volta a Salvador, uma missa na Igreja do Bonfim, organizada pelo próprio Rubens, levou uma multidão de curiosos para saudá-lo. Na saída da igreja, ele se exibiu para o público pedalando de costas na escadaria e na ladeira do Bonfim, sendo ovacionado.
Aplausos ele receberia de novo em 1934, quando um circo chegou a Salvador oferecendo um conto de réis a quem se aventurasse no globo da morte. Rubens ganhou o prêmio e seguiu com o circo, mas acidentou-se seriamente após uma sequência de loopings, três anos depois.


Legado

Durante o resto de sua vida, Rubens não obteve outros reconhecimentos pela viagem.
O único momento em que sentiu-se homenageado foi em 1979, quando a façanha completou meio século. Uma nova missa foi realizada na Igreja do Bonfim e uma comemoração na Praça Municipal teve direito a um bolo de 50 metros de altura, confeccionado por alunos da Faculdade de Engenharia, que também puseram nele 50 lâmpadas e construíram uma plataforma interna para que uma das netas de Rubens surgisse no topo do bolo.
No mesmo ano, ele contou suas memórias num livrinho azul de meras 68 páginas, vendido por ele mesmo, agora a bordo de uma cadeira de rodas que o acompanhou em seus últimos anos. No texto, queixou-se da sorte comparando-se a Ícaro, filho de Dédalo na mitologia grega, e se disse um “herói esquecido”.
Filha mais velha de Rubens, Olga Pinheiro foi batizada em homenagem à miss Brasil Olga Bergamini de Sá. Aos 87 anos, é ela quem guarda o livro de viagem com capa de couro que, além dos relatos de Rubens, leva a assinatura de presidentes, autoridades e testemunhas da viagem em bicicleta do pai.



Celebração pelos 50 anos da viagem, na Igreja do Bonfim – Foto: Arquivo Família Pinheiro / BBC News Brasil
Um dos netos, também chamado Rubens Pinheiro, é ciclista como o avô e participa de provas de resistência. “Meu avô significa tudo, ele pra mim é a representação de que nada é impossível como atleta”, define.
Passados os festejos pelo jubileu, restou o esquecimento. Rubens Pinheiro morreu em 1981, aos 71 anos, sem que sua história tivesse percorrido as mesmas distâncias que ele e sua bicicleta Opel.

terça-feira, 16 de abril de 2019

Sei dos teus novos amores 
Tudo timtim por timtim; 
Dizes, que tal... e que não; 
Eu sei, que tal... e que sim. 
Sei que déste aos teus amores 
Hum raminho de Jasmim; 
E que apertando-lhe a mão, 
Tu lhe disseste, que sim. 
Este sim, que tu lhe déste, 
Deve ser para algum fim: 
Julga-lo eu máo!... Isso não: 
Que elle he bem bom!!... Isso sim.

Lucas José d’Alvarenga




O único sujeito que dialoga consigo mesmo somos nós, por conta da consciência e do encontro dela com a natureza.
(Chico Lucas)
Chico nasceu na comunidade denominada Piató, distrito de Assu/RN. Considerado o filósofo da natureza. Diz que nunca frequentou a escola porque não teve oportunidade). Tá dito.

ABELHAS ACABAM DE SER DECLARADAS O SER VIVO MAIS IMPORTANTE DO PLANETA.

O Earth Wathch Institute acaba de declarar as abelhas como as espécies mais valiosas do mundo no último debate da Royal Geographical Society of London. 




Os benefícios diretos que os produtos produzidos pelas abelhas representam para a vida e para a saúde humana são secretos para qualquer pessoa. 

Mas a realidade é que não devemos parar de pensar nos benefícios que traz à nossa saúde, mas de valorizar sua função mais extensa na cadeia natural que é a polinização, sem a qual a vida no planeta seria definitivamente impossível. 

A abelha é o único inseto que fornece alimento para os seres humanos. Abelhas e biodiversidade 

A biodiversidade é o processo de interação entre os seres vivos e o planeta, a relação entre eles e, é claro, a resposta biológica do ambiente às espécies.

Nesse processo a abelha tem uma função vital, pois a agricultura mundial depende de 70% desses insetos, mais claramente 70 de cada 100 produtos que usamos para alimentar dependem exclusivamente das abelhas. 

O equilíbrio é auto-explicativo: Sem plantas de polinização não poderiam se reproduzir e sem plantas a fauna também desapareceria e consequentemente, os humanos. 

Teorias que explicam seu desaparecimento

Uma das hipóteses que explica o desaparecimento maciço das abelhas é a telefonia móvel. Esta conclusão definitiva foi afirmada pelo Instituto Federal de Tecnologia da Suíça após provar que as ondas emitidas durante uma conversa são capazes de desorientá-las até a morte, perdendo seu senso de direção e, assim, sua dinâmica de vida.

Por mais de 83 experiências, o investigador e biólogo Daniel Favre mostraram inequivocamente que a presença de um abelhas de comunicação celular produzir um ruído de dez vezes mais elevados do que o normal e deste comportamento é o utilizado para avisar o grupo incitou a abandonar a colmeia causando o Fenômeno CCD ou "problema colapso das colônias". 

O outro, claro, é o uso de pesticidas na pulverização de culturas. Esses produtos contêm substâncias químicas que agem como as neutoxinas e aderem aos insetos, coletando as flores.

Posteriormente transportado colméias onde eles contaminam o resto dos produtos processados ​​em comum como a cera, própolis e vários méis com consequências fatais que afetam outras favo de mel, incluindo colmeia de abelhas rainha sem o qual desaparece infalivelmente.

Além disso, quando essas migrações massivas ocorrem, os jovens ou as larvas são abandonados e, logicamente, eles também desaparecem. 

Soluções 

É muito difícil para a comunidade científica propor soluções que possam ser executadas. infra-estrutura tecnológica e a mentalidade atual tornaria muito difícil para as pessoas a renunciar a viver sem o uso de telecomunicações ou rádio torres e abandonar o uso de sprays, mesmo internamente, assim que uma reação tardia é temido.

A organização internacional Greenpeace propõe as seguintes medidas urgentes a priori: 
-Pesquisa e monitoramento da saúde das abelhas. Proibir imediatamente o uso de pesticidas tóxicos. 

-Promover alternativas agrícolas naturais. 

-Crie um sistema de áreas protegidas livres de telecomunicações.

O Dr. David Susuki tem razão ao declarar: "As notícias diárias documentam a menor queda ou aumento no mercado de ações ou no setor de leilões, mas ignoramos deliberadamente o equilíbrio dos serviços prestados pela natureza, como a absorção de dióxido. 

liberação de carbono e oxigênio, proteção contra erosão e polinização de frutos e sementes e sem polinização, todos os sistemas econômicos entrariam em colapso.
Um mundo sem abelhas seria um mundo sem pessoas ".

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...