quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

PARNAMIRIM FIELD NA IMPRENSA INTERNACIONAL


Publicado em 07/01/2014

Reportagem de uma revista
Reportagem de uma revista australiana sobre Parnamirim Field
A VISÃO DA IMPRENSA ESTRANGEIRA SOBRE A GRANDE BASE AÉREA EM SOLO POTIGUAR
Autor – Rostand Medeiros
Publicado originalmente no encarte especial dos 55 anos de criação do município de Parnamirim, Rio Grande do Norte, no jornal Potiguar Notícias, de 13 de dezembro de 2013.
Em termos de politica internacional, dificilmente alguém contestará que, o mais importante acontecimento, nesta área, ocorrido no Rio Grande do Norte, em todo o século XX, talvez em toda a sua história, tenha sido o encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, e do Brasil, Getúlio Dorneles Vargas, em 28 de janeiro de 1943, a bordo do navio de guerra americano USS Humboldt, ancorado no estuário do Rio Potengi.
Parnamirim Field
Parnamirim Field
A partir deste histórico acontecimento, a imprensa norte americana passou a dar uma maior visibilidade sobre a participação prática e efetiva do Brasil na guerra e a apresentar ao público americano como ajudávamos o esforço de guerra Aliado. Um dos focos da atenção dos jornalistas foi a importância da Natal Air Base, também conhecida pelos aviadores americanos como Parnamirim Field, então considerada uma das maiores bases aéreas construídas fora dos Estados Unidos e uma das principais encruzilhada das rotas aéreas no mundo.
A United Press em Parnamirim Field
Um dos primeiros jornalistas a transmitir estas informações ao público norte americano foi James Alan Coogan, natural de Milwaukie, Oregon. Ele era o chefe do escritório da respeitada agência de notícias United Press para a América do Sul.
Parnamirim filed (1)
No início de 1943 os Aliados já tinham começado a virar favoravelmente o jogo da guerra e forças alemãs, italianas e japonesas estavam sofrendo derrotas em inúmeras frentes de combate ao redor do mundo. Coogan iniciou uma série de reportagens enaltecendo que foi a partir de Parnamirim Field que surgiu a “energia aérea” que estava ajudando a derrotar as forças alemãs e italianas no Norte da África. Daquela base aérea, decolavam, dia e noite, milhares de aviões de transporte com homens e materiais que ampliavam o poderio Aliado naquela parte do mundo.
Mesmo informando que era um segredo militar, o número de aviões que decolavam com um pequeno intervalo de tempo das pistas de Parnamirim, para Coogan era impressionante a quantidade de “Fortalezas Voadoras”, “Liberators”, “Mauraders” e outros modelos, que chegavam e partiam initerruptamente, durante as 24 horas do dia, sete dias por semana.
Os Acorrentados
Coogan observou que a base tinha um forte esquema de proteção e se encontrava cercada de trincheiras ocupadas por brasileiros e americanos, atentos a alguma ação do inimigo. Somente depois de novembro de 1942, após ações Aliadas na África que inviabilizaram um possível ataque inimigo ao Nordeste do Brasil, ocorreu um grande alívio para os defensores da grande base de Parnamirim. Estas ações foram principalmente o desembarque americano no Norte da África (Operação Torch) e a posse da cidade de Dakar, na época capital colonial da África Ocidental Francesa.
Posição geográfica de natal em reportagem estrangeira
Posição geográfica de natal em reportagem estrangeira
O moral das tropas era elevado e havia muito trabalho sendo feito, o que deixava os homens sem tempo para pensarem em diversões comuns aos grandes centros.
Para o jornalista da United Press, as tripulações dos aviões americanos cada vez mais ampliavam sua capacidade operativa e suas habilidades, ao realizarem vários voos entre os Estados Unidos e as frentes de combate, sempre utilizando Parnamirim Field como ponto obrigatório.
O jornalista percebeu que, mesmo sem estarem diretamente expostos ao combate, os corpos e as mentes dos homens da Divisão de Transportes eram muito cobrados.
Portão em Parnamirim Field, guarnecido por brasileiros e americanos
Portão em Parnamirim Field, guarnecido por brasileiros e americanos
Eles voavam constantemente no traslado de novos aviões, transportando homens e materiais de combate para as várias áreas do conflito. Coogan comentou que os pilotos de transporte na base aérea se autodenominavam “Os Acorrentados”, por viverem presos aos cintos dos assentos de suas aeronaves.
O Comandante Americano e Parnamirim
Nesta época não existia uma força aérea dos Estados Unidos independente, sendo esta força uma parte do exército deles. Por esta razão, o comandante em chefe das forças do exército americano no Atlântico Sul era o General Robert. L. Walsh.
Com 48 anos de idade, Walsh havia sido brevetado como piloto em 1918, pertencendo desde então ao quadro de aviadores do exército americano e havia assumido a função no Brasil em 20 de novembro de 1942. Vindo do setor de inteligência, era considerado pelo jornalista Coogan como o “mais modesto general americano”.
C-47, o "Burro de carga" da aviação Aliada. Muitos destes passaram por Natal
C-47, o “Burro de carga” da aviação Aliada. Muitos destes passaram por Natal
Em uma entrevista concedida no Quartel General da Divisão de Transportes em Parnamirim Field, junto com a sua oficialidade, em meio ao constate barulho de pousos e decolagens de aeronaves multimotores, o reservado general tinha consciência da importância do trabalho dos seus homens e daquela grande base aérea, tida pelo Alto Comando Aliado como vital. Comentou que apesar de algumas improvisações iniciais, do limitado tempo para o lazer dos seus homens naquele inicio de 1943, a missão a eles passada estava sendo cumprida a contento.
Tanto o general como seus oficiais transmitiram a Coogan que as bases aéreas norte-americanas no Brasil eram de grande auxilio para o combate das forças nazifascistas, igualmente era notável a contribuição dos operários e técnicos brasileiros para a construção das bases aéreas, especialmente Parnamirim Field, a maior e mais movimentada.
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O interessante na entrevista com o General Walsh foi ele enaltecer primeiramente os operários e técnicos civis brasileiros, com bastante ênfase por sinal, e só depois comentar favoravelmente a colaboração de nossas autoridades.
Disciplina Folgada
Em uma das passagens de sua extensa reportagem, que no Brasil foi publicada em quatro edições em jornais cariocas, Coogan comentou que a quantidade e o volume de tarefas em Parnamirim Field era tal, que a disciplina militar era mais “democrática”. Para o jornalista americano havia em Parnamirim Field uma “disciplina folgada”.
Os praças americanos em Parnamirim tratavam seus oficiais por “Senhor”, mas não ficavam a toda hora batendo os calcanhares, nem realizando continências simetricamente perfeitas. Se, por exemplo, os militares americanos de patente inferior estavam descanso em baixo da asa de algum avião, eles não se levantam rapidamente e prestavam continência a passagem de qualquer tenentinho.
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Na verdade, o jornalista da United Press, que morava há algum tempo no Rio de Janeiro e certamente conhecia os hábitos castrenses brasileiros, ao transmitir esta questão, mostrava uma das grandes diferenças que existia entre os nossos militares e os militares dos Estados Unidos. Enquanto os nossos oficiais, muitas vezes, se preocupavam mais com o tamanho de um corte de cabelo, a posição de uma mão na hora da continência, ou quão lustrada uma bota estava, para os americanos, valia mais a questão da operacionalidade do elemento e o cumprimento das missões, do que a rigidez de certos procedimentos de saudação militar.
Em contrapartida, os militares americanos daquela época nunca conseguiram compreender como a oficialidade brasileira aceitava tranquilamente conviver com negros em suas tropas.
Repouso e Diversão
Havia alojamentos, locais de alimentação e recreação distintos para praças e oficiais, mas não era incomum que em uma mesma mesa se alimentassem, ou realizassem um jogo de cartas, coronéis e majores, junto com capitães e tenentes. Os oficiais de maior graduação tinham seus alojamentos individuais, oficiais não tão graduados formavam duplas e dividiam um alojamento.
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Já os praças, ao menos nesta época, se alojavam em grandes tendas montadas em sólidos alicerces de concreto, com pisos de ripas de madeira. Normalmente ficavam em número de quatro pessoas por barraca. O correspondente da United Press ocupou solitariamente a barraca de número 64. Apesar da força inclemente do sol nordestino, a tropa americana considerava o clima agradável pela ação dos ventos e as noites eram tranquilas e agradáveis.
As maiores diversões dos americanos dentro de Parnamirim Field eram escutar as emissoras estadunidenses em rádios valvulados de ondas curtas, jogos de cartas e calorosas partidas de beisebol. Este esporte tão estranho aos brasileiros na época envolvia as tropas do corpo aéreo do exército e da marinha americana, que tinham uma área dentro da base, junto com um setor exclusivo da Força Aérea Brasileira.
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Uma interessante compensação para os militares americanos em Parnamirim Field, em comparação àqueles que estavam servindo na cosmopolita e animada cidade do Rio de Janeiro, ou outra localidade brasileira bem mais confortável, era que os jornais americanos chegavam com no máximo um ou dois dias após sua publicação.
Um Repórter Australiano em Parnamirim Field
Mas não eram apenas os jornalistas americanos que transmitiam para seus leitores impressões sobre Parnamirim Field.
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Quase um ano após a publicação das reportagens de James Alan Coogan, esteve em Natal o jornalista australiano J. A. Marris, da revista Western Mail, da cidade de Perth, a capital e maior cidade do estado australiano da Austrália Ocidental.
Sua reportagem, intitulada “Skayway Base”, foi divulgada na edição de quinta feira, dia 20 de janeiro de 1944 desta revista, com amplo destaque na coluna “This Week”. Merris utilizou no texto uma linguagem bem clara, onde detalhou a importância estratégica de Parnamirim Field e um dia do seu intenso movimento aéreo.
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O australiano informou que nesta época na grande base aérea já não havia tendas e nem trincheiras contra um ataque aéreo. Mas se por um lado o medo de um ataque já não existia, o movimento aéreo era intenso. Na sua opinião, nas pistas de asfalto de Parnamirim Field “passavam os grandes heróis anônimos do transporte aéreo moderno”.
Vital para a vitória Aliada
O jornalista informou que a construção da base ocorreu enquanto na África do Norte os Aliados lutavam contra as forças do Afrika Korps, comandados pelo mítico General alemão Erwin Rommel.
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A estratégica base área militar foi construída em solo brasileiro no mais rigoroso sigilo militar, onde um exército de brasileiros simples, a maioria sertanejos fugidos da grande seca, concluíam, com muito suor e sacrifício, um lugar que possibilitou a criação de uma rede de linhas aéreas que na época supria quase todas as frentes de guerra.
Quando o General Rommel ameaçou invadir Alexandria, no Egito, em 1942, os olhos do mundo estavam voltados para o Vale do Nilo, mas os olhos dos comandantes aliados estavam focados na distante base de Parnamirim. Pois foi através desta estratégica área militar, que um fluxo de aviões vindos dos Estados Unidos e transportando valiosos materiais estratégicos, foi fundamental para a vitória Aliada na frente Africana.
Para o jornalista australiano foi em Parnamirim que o destino do Egito e do Oriente Médio, e talvez de todo o curso da guerra, foi decidido.
Movimento Internacional
J. A. Marris cruzou o Oceano Atlântico em direção aos Estados Unidos. Narrou que, após a chegada a Parnamirim Field, na sua aeronave, logo adentrou uma equipe de homens do setor de defesa sanitária. Estes passaram a fumegar em todas as partes do avião doses de veneno contra possíveis mosquitos africanos transmissores de doenças.  Segundo nos narrou Fernando de Góes Filho, um dos oficiais brasileiros responsáveis por este serviço era o seu pai, o médico Fernando Góes.
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Logo após desembarcar, o australiano soube que seu avião estava sendo requisitado para retornar a África e cumprir outra missão. Agora ele iria esperar uma vaga em outro avião que seguisse para os Estados Unidos, em meio a um dos maiores congestionamentos de tráfego aéreo de aviões americanos e de material de guerra. Marris agora era um “caronistas aéreo”.
Havia muita poeira e calor em Parnamirim Field, além de um barulho constante dos grandes motores aéreos ligados e guardas verificando as credenciais de todos que chegavam. Logo, os outros passageiros presentes ao setor de embarque e desembarque davam ao jornalista australiano uma ideia do caráter internacional da grande base aérea.
A importância de Parnamirim Field na época da Segunda Guerra pode ser medido pelo número de pessoas de importância política internacional que aqui estiveram. Como Eleanor Roosevelt que esteve na base em 1944
A importância de Parnamirim Field na época da Segunda Guerra pode ser medido pelo número de pessoas de importância política internacional que aqui estiveram. Como Eleanor Roosevelt, que esteve na base em 1944
Em um canto, um holandês, que trabalhava em um gabinete ministerial do seu país, dialogava com um funcionário de uma empresa aérea americana. Através de uma porta estreita, corre um coronel da Força Aérea Chinesa para pegar um avião que seguia para Washington. Mais adiante, era possível escutar histórias de pessoas que vinha de lugares tão diferentes como Chongqing (cidade no centro da China), Glasgow (Escócia) e Trípoli (capital da Líbia). Logo um grupo de militares passa a observar com muita atenção em uma determinada direção. Era um grupo de enfermeiras americanas que desembarcavam.
Em pouco tempo pousava uma esquadrilha de bimotores B-25 Mitchell, parando para reabastecer antes do salto sobre o Oceano Atlântico em direção à África. Depois o repórter australiano testemunhou outro avião que taxiava na pista, ainda trazendo manchas barrentas do solo africano em seu trem de aterrissagem. Esta última aeronave deixava um grupo de soldados feridos, que seriam levados para a principal unidade hospitalar que atendiam estes militares em Natal e hoje é conhecido como Maternidade Januário Cicco. Um dos feridos não passava de um simples garoto, mas que trazia um grande ferimento na perna e era um calejado veterano. Recuperava-se depois de dois anos de combate.
Partindo de Parnamirim Field
Finalmente J. A. Marris recebeu a noticia que iria continuar sua viagem. O avião era um bimotor Douglas C-47, de uma pequena esquadrilha de três aeronaves idênticas. Estes haviam aterrissado apenas uma hora antes, foram rapidamente reabastecidos, revisados e agora estavam alinhados na pista prontos para outra viagem.
Base Aérea de Acra durante a Guerra. localizada na atual Gana, África, foi um dos destinos dos aviadores Aliados depois de partirem de Parnamirim
Base Aérea de Acra durante a Guerra. localizada na atual Gana, África, foi um dos destinos dos aviadores Aliados depois de partirem de Parnamirim
Toda a bagagem a bordo foi empilhada no meio da fuselagem, formando um grande monte de objetos, cobertos com uma rede para evitar que se deslocassem dentro da aeronave e tudo isso era amarrado no piso. Entre tripulantes e passageiros ali estavam vinte homens; o piloto, o copiloto, um alto executivo de uma grande empresa de aviação americana, dois oficiais do exército chinês, um grupo de náufragos americanos resgatados, um trabalhador de um estaleiro da Filadélfia, três funcionários do governo de Londres e meia dúzia de outros pilotos americanos.
Durante o voo o C-47 seguiu ao longo da costa brasileira e da selva. Alguns passageiros tentavam dormir em desconfortáveis bancos que foram originariamente projetados para paraquedistas, enquanto outros jogavam cartas. De vez em quando se mudava a posição das pernas para passar as dores musculares e, ocasionalmente, ficava-se em pé, onde era possível dar três passos sem pisar em alguém e assim fazer o sangue circular.
Militares de países da Commonwealth são desembarcados de um C-47 americano. Parnamirim Field, como mostra a reportagem australiana, tinha um grande aspecto internacional
Militares de países da Commonwealth são desembarcados de um C-47 americano. Parnamirim Field, como mostra a reportagem australiana, tinha um grande aspecto internacional
Apesar de todo desconforto, ao ler a reportagem de Marris, fica evidente para este repórter australiano que Parnamirim Field era a mais importante engrenagem aérea em sistema de grande circulação de material e armas de guerra.
Ele reproduziu um interessante comentário de um observador realista, que muito sintetiza a importância de Parnamirim; “certamente Hitler daria dez de suas divisões em troca daquele lugar”.
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TOK DE hISTÓRIA
Foto: Quero te dar chuva de flores pela manhã. E quando quiseres podes vir colher sorrisos direto do quintal da minha alma. Nunca há de te faltar afeto. E se murchar tua alegria, podes vir buscar uma muda no meu jardim para que a tua floresça outra vez. Se te faltar o vento, eu te sopro carinho. E se te faltarem as cores do dia, a gente pinta 'tudinho' com tons de felicidade. <3

Karla Thayse

Tudo Rosa.

"Quero te dar chuva de flores pela manhã. E quando quiseres podes vir colher sorrisos direto do quintal da minha alma. Nunca há de te faltar afeto. E se murchar tua alegria, podes vir buscar uma muda no meu jardim para que a tua floresça outra vez. Se te faltar o vento, eu te sopro carinho. E se te faltarem as cores do dia, a gente pinta 'tudinho' com tons de felicidade." 


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Limpeza do fígado

Esta receita é simples e eficiente.Também é ótima contra prisão de ventre.
INGREDIENTES
1 limão orgânico (se for muito pequeno, use dois)
1 colher de sopa de azeite extravirgem de oliva (de preferência orgânico)

1 copo de água (quase cheio)

Lave bem o limão, retirando os pontos pretos, se houver.

Corte-o ao meio, sem descascar nem tirar as sementes.

Coloque tudo no liquidificador e deixe processar bem.

Coe com uma peneira e tome imediatamente (em jejum).

Faça o tempo que achar necessário, pois só faz bem.

O amargo do limão limpa o fígado; e o azeite ajuda no bom funcionamento do intestino.


A DOR DE QUEM AMA

Pouco a pouco vai queimando
Vai doendo
Porque continuo amando
E sofrendo
Fecho-me no meu casulo
Em seco engulo
A dor amarga
A voz embarga
A dor que queima o peito
Já não passa, não tem mais jeito
Lágrimas que sabem a sal
Que sabem mal
Mas vão caindo
Pelo rosto devagarinho
Em silêncio
Para ninguém acordar
Apenas a almofada
Escuta meus lamentos
Sem nada opinar
Mas dói
E como dói
Tudo cá dentro

Rosa Ferreira/tulipanegra


MANOEL CALIXTO, CHEIO DE GRAÇA

E quem não se lembra de Manoel Calixto Dantas, ou simplimente "Manoel do Lanche". Ele tinha um local (box) no Mercado Público de Assu. Na política, Calixto acompanhava  os irmãos deputado Olavo Montenegro e João Batista Montenegro que foi prefeito do Assu (1969-72), que comandavam no Vale do Açu, o partido político MDB. Manoel era natural de Carnaúba dos Dantas e assuense por opção e escolha, terra que viveu durante mais de cinquenta anos. Como não podia ser diferente, por ter vivido na terra dos poetas, começou a escrever versos populares. Sua predileção para verdejar era a glosa (décima) e a trova. Tempos atrás, os poetas da terra assuense aproveitavam os momentos de eleições políticas partidárias, para satirizar os candidatos. E Manoel Calixto era um deles. Numa certa eleição ele, Manoel, candidatou-se a uma cadeira na Câmara dos Vereadores do Assu. A sua propaganda, o seu marketing político fora feito em forma de versos, conforme podemos conferir adiante:

Negue o soldado ao Tenente,
Negue esmola ao aleijado,
Negue ao faminto o bocado,
Negue ao Major a patente,
Negue ao seu filho a benção,
Negue o direito ao patrão,
Negue tudo, isto eu suporto
Só não me negue o seu voto
No dia da eleição.

E esta outra:

Falte uma noite a seresta,
Falte ao garoto inocente,
Falte o remédio ao doente,
Falte uma noite de festa.
Numa fase como esta,
Falte tudo ao seu irmão,
Falte a festa de São João,
Todas as faltas suporto
Só não me falte esse voto
No dia da eleição.

(Postado por Fernando Caldas)

ASSU

FESTA DA PADROEIRA IRMÃ LINDALVA

A festa religiosa alusiva a Padroeira Irmã Lindalva teve seu início nesta terça-feira, dia 7 de janeiro, às 6;00 horas da manhã, com uma celebração litúrgica na residência dos seus familiares, situada à Rua Monsenhor Júlio Alves Bezerra/Assu - RN.

A festa de irmã Lindalva que acontece no Bairro Janduís, será vivenciada pelos católicos no período de 7 a 17 de janeiro. Constam da programação: missas, novenas, procissões, almoço e a tradicional cavalgada (saindo da Matriz de Irmã Lindalva com destino ao sítio Malhada da Areia - Piató) que ocorrerá no próximo domingo, dia 12 de janeiro.

Ainda hoje, (terça-feira - 07 de janeiro) acontecerá uma procissão saindo às 18 horas da residência dos familiares até a igreja matriz de Irmã Lindalva / São Cristóvão, quando o bispo diocesano Dom Mariano Manzana fará a abertura solene. 

Deste espaço desejamos sucesso aos responsáveis pela organização dos festejos e aos devotos de Irmã Lindalva que vivenciarão, com carinho fé e devoção, este período de irmandade Cristã.
IRMÃ LINDALVA JUSTO DE OLIVEIRA - A BEATA

A solenidade de beatificação de Irmã Lindalva Justo de Oliveira (foto) ocorreu, às 16 horas, do dia 02 de dezembro de 2007, no estádio Manoel Barradas (Barradão) em Salvador – Bahia. 
Para que uma pessoa seja beatificada é necessário um longo processo de análise e estudo na igreja católica. Postulador de vários processos de beatificação e canonização, monsenhor Francisco de Assis Pereira, comentou (Poti/2007) que antigamente somente o Papa podia promover uma causa de canonização, mas hoje em dia, os bispos têm autoridade para isso.

Assis destacou que para se tornar beato é necessário comprovar um milagre ocorrido por sua intercessão, no entanto, no caso dos mártires, não é necessária a comprovação de milagre. Dessa forma, Irmã Lindalva passou a ser Venerável em 16 de dezembro de 2006, quando o decreto do seu martírio como serva de Deus foi promulgado.

A cerimônia da beatificação foi realizada já que ela é dispensada de milagre. A canonização se dará quando acontecer à comprovação de um milagre. Comprovado o milagre a beata será canonizada e a Santa passará a ser cultuada universalmente. 

O processo de beatificação de Irmã Lindalva foi um dos mais rápidos entre os beatos brasileiros. Ele foi iniciado em 17 de janeiro de 2000 e em 03 de março de 2001, um ano e três meses depois, já estava sendo concluído. Como ela foi considerada mártir da Igreja Católica, a comprovação de milagres para se tornar beata não foi necessária. 

Católicos comparam morte de Lindalva a de Cristo – Os médicos legistas contaram 44 facadas no corpo de Lindalva. Naquela Sexta-Feira Santa, enquanto Cristo morria na cruz, ela morria na sua enfermaria. Cristo levou 39 açoites, e com as 05 chagas, dos pés, mãos, ao todo 44, unia simbolicamente a morte de Lindalva à sua paixão, que um pouco antes ela acabara de celebrar na Via-Sacra. Com impressionante realismo, poderia ser repetidas as palavras de Cristo no Evangelho: “Não vim para ser servido, mas para servir e dar a minha vida em resgate de muitos” (Mt 20,28).

A assuense irmã Lindalva – a mártir da fé – era conhecida por sua paciência e bondade. Irmã Lindalva cuidava dos internos da ala masculina do abrigo Dom Pedro II. Era o seu primeiro trabalho, depois de fazer seus votos, em Natal. 
A sua alegria, jeito carinhoso com que tratava os internos, chamou a atenção de Alberto da Silva Peixoto, 47 anos, que se dizia apaixonado por ela. Desiludido da paixão, Alberto saiu bem cedo do abrigo, foi a uma feira livre, comprou uma faca-peixeira e retornou com a arma branca enrolada num pedaço de papel. Alberto desferiu 44 facadas na freira, quando ela servia o café-da-manhã, pouco depois de participar da Via-Sacra da paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem. Esta tragédia ocorreu na sexta feira da paixão do ano de 1993. Irmã Lindalva tinha 39 anos. 

A alegria, a paciência e a simplicidade de Lindalva Justo de Oliveira sempre foram suas marcas, desde a meninice, no sítio Malhada de Areia, à margem da Lagoa do Piató. Após entrar para a ordem das “Filhas da Caridade”, Irmã Lindalva se destacou pelo amor ao serviço aos mais carentes, mas nunca perdeu o sorriso e o brilho nos olhos que a todos cativavam. No tradicional asilo soteropolitano, Irmã Lindalva se realizava. Dava banho nos idosos, vestia, alimentava, dava remédios, carinho e conforto. Cantava e tocava violão para eles. Pouco a pouco conquistou o amor de todos os internos. Era feliz assim.

Lindalva Justo de Oliveira nasceu em Assu no dia 20 de outubro de 1953. Filha de João Justo da Fé e de Maria Lúcia da Fé. Ainda jovem, ela saiu de Assu para estudar em Natal, onde cuidou do pai, doente de câncer. Depois, comunicou a família sobre sua vocação religiosa, e ingressou na Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. 

Depois que se tornou freira, em 1991, foi para Salvador. Apesar do pouco tempo de vida religiosa, Irmã Lindalva conseguiu demonstrar a força de seu amor e fé pela vida cristã. 

Em Assu, na Rua Monsenhor Júlio Alves Bezerra, ainda moram a mãe e alguns irmãos. Maria Lúcia da Fé (foto) - a mãe, o sobrenome parece fazer jus à forma como vive e como criou doze filhos. 

Paciente, bem humorada e serena, dona Maria Lúcia da Fé tem consciência de que é mãe de uma quase santa. Diariamente, ela faz orações para a própria filha. Pede graças e têm recebido algumas.
É difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os
fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois,
e nunca desistir da busca de ser feliz,
é para poucos!!

Cecília Meireles

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Walflan de Queiroz

Walflan era meu primo segundo, por ser sobrinho de minha avô paterna. Quando o conheci, eu era ainda jovem. Foi no Café São Luiz, ponto de encontro de politiqueiros e da intelectualidade natalense, apresentado pelo meu pai, primo legitimo dele, Walflan, que apertou a minha mãe com certa distância. Logo entendi o seu problema, o seu drama, a sua esquizofrenia que lhe deixava atordoado.

Walflan morreu num sanatório, apaixonadamente como sempre viveu. Sobre ele, escreveu muito bem o escritor Diógenes da Cunha Lima, que preside atualmente a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. dizendo:

Walflan de Queiroz (1930-1995) viveu a vigência da sagrado, poesia. Experimentou as aventuras da vida real e as inquietações do espírito, sempre em luta com a presença de Deus e com fulminantes paixões não retribuídas.

Formado em Direito no Recife, não se profissionalizou. Falava e escrevia em latim, inglês e francês. Integrou-se na Marinha Mercante para ver o mar e partes brilhantes da terra. Segundo Eduardo Gosson, durante as viagens, apaixonou-se por uma bailarina cubana, encantou-se nas noites da Martinica e quase se casou com uma colegial de Buenos Aires. O comandante do navio mercante o expulsou no Recife. Considerou justa a expulsão. Repetia muitas vezes o verso famoso “Par delicatesse j’ai perdu ma vie.” Mais tarde, teve as angústias e problemas psiquiátricos que fazem lembrar o poeta francês Antonin Artaud. Rezou muito.

Certa vez, internou-se no Mosteiro Trapista Nossa Senhora do Mundo Novo em Campo do Temente, Paraná. Lá, sentiu a comunhão com Deus, participou das celebrações litúrgicas. O ambiente de silêncio e solidão era perfeito para o exercício de sua imaginação poética. Obediência e pobreza seriam naturais a ele. Contudo, a castidade de pensamento, não. Apaixonou-se por uma normalista. E deixou o monastério.
Um dia, Sanderson Negreiros, quase menino, encontrou-o na Cidade Alta. Walflan o impressionou, cabeça raspada, olhos profundos, lábios crispados. Vestia botas longas, calça, camisa e paletó pretos. O jovem poeta o seguiu, antevendo momentos de humana graça. Levou-o a Santa Cruz do Inharé. Walflan esteve feliz. Tomava banho no olheiro da fazenda hoje pertencente a Iberê Ferreira de Souza. Era singular a sua imagem segurando a batina do padre Emerson Negreiros na garupa da moto. A vida edênica acabou quando Walflan fez poema de amor para Cleo, a namorada de Sanderson...

Publicou sete livros de poemas: Tempos de solidão, O livro de Tânia, O testamento de Jó, A colina de Deus, Nas fontes da salvação, Aos teus pés, Senhor, A fonte de Zeus. Aos teus pés, Senhor tem bela capa com desenho de Newton Navarro e foi publicado pela Nordeste Gráfica em 1972. Surpreendente é a suprema exaltação, inclusive na dedicatória dos poemas: à Virgem Maria, a Shakespeare, a Hart Crane, a Alá, a Diógenes da Cunha Lima e a Krishna. A Brahman, o livro inteiro.
Dorian Gray o homenageou. Revela em poema: Mataste Cristo, negas Maria / na qual vias as noivas e tuas amantes / na poesia. “Lembro-me de ti em dias tão antigos / na infância. Um carnaval: o rosto coberto / por uma máscara e de repente o rosto / verdadeiro, único, primeiro o antecipa. / Volto a te ver anos depois; debaixo do braço / o livro preferido. Rimbaud te acompanha é teu / amigo. Conheces as estrelas de Verlaine / conversas com elas recitando. / São coisas de poeta e de pássaros. / São Francisco era teu irmão de pobreza, / Jó fazia-te companhia.”

Walflan de Queiroz, poeta do Brasil, surpreende a eternidade e se apresenta: “Não tenho a beleza de Rimbaud / nem o rosto torturado de Baudelaire / tenho sim, os olhos negros como os / olhos de Poe, minha pele... / tenho sal do mar e a cor / morena dos que são náufragos. / Minhas mãos são pequenas, tristes / como as mãos de alguém que / só as estendeu para o Adeus.”
Em mestrado, no curso de pós-graduação e estudo da linguagem da UFRN, foi laureado João Antônio Bezerra Neto com “Permanência de Walflan Queiroz: uma leitura da obra O Testamento de Jó.”
Pernambuco.com
Museu do Homem do Nordeste

Conheça as heranças culturais do índio, do português e do africano na formação do povo brasileiro no acervo do mais rico museu de antropologia cultural do Brasil. Está localizado na Avenida 17 de Agosto, no bairro de Casa Forte. É aberto à visitação pública de terça a sexta-feira, das 8h30 às 17h; e aos sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h.

http://www.pernambuco.com/turismo/turismo_museus/...
Ver mais
Museu do Homem do Nordeste

Conheça as heranças culturais do índio, do português e do africano na formação do povo brasileiro no acervo do mais rico museu de antropologia cultural do Brasil. Está localizado na Avenida 17 de Agosto, no bairro de Casa Forte. É aberto à visitação pública de terça a sexta-feira, das 8h30 às 17h; e aos sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h.

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Foto: Divulgação

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...