sexta-feira, 22 de janeiro de 2016



Um relato da escravidão, em primeira pessoa

Único relato conhecido de um escravo no Brasil é lançado em português
por Miguel Martins e Tory Oliveira — publicado 09/01/2016 20h58, última modificação 09/01/2016 20h58
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Baquaqua
O relato de Baquaqua é parte fundamental da história brasileira
abolicionismo brasileiro fortaleceu-se nos anos 1870, duas décadas após a proibição definitiva do tráfico negreiro. Consolidava-se em meio à implosão do sistema escravista, incapaz de se reproduzir com a suspensão das rotas comerciais de cativos entre o Brasil e a costa ocidental da África. Relatos em primeira pessoa dos sofrimentos vividos por africanos submetidos ao cativeiro não foram registrados na Colônia ou no Império. O silêncio dos escravos e libertos na historiografia nativa, acessíveis apenas por fontes indiretas como testamentos e arquivos policiais, fragiliza a empatia dos brasileiros e o entendimento do horror da escravidão e de suas consequências perenes.
Nos Estados Unidos, o abolicionismo floresceu ainda no século XVII, com forte conteúdo religioso. Os pastores protestantes americanos acostumaram-se a coletar os relatos de negros libertos como parte de sua missão. Em 1854, o abolicionista Samuel Moore publicou as memórias de Mahommah Gardo Baquaqua, ex-escravo libertado nos EUA após três anos de trabalhos forçados em Pernambuco e no Rio de Janeiro. Trata-se do único relato em primeira pessoa sobre a trajetória de um africano escravizado em terras brasileiras conhecido até hoje.
Baquaqua
A biografia de Baquaqua expõe a violência contra os negros do Império
A biografia de Baquaqua passou mais de um século e meio sem uma edição nacional. Os historiadores brasileiros Bruno Véras e Nielson Bezerra, com apoio do Ministério da Cultura e do governo do Canadá, abraçaram a causa de concluir a tradução iniciada pela pesquisadora Silvia Hunold Lara, da Universidade de Campinas, ainda em 1988. Orientado pelo pesquisador canadense Paul Lovejoy, responsável pelo relançamento recente da biografia em inglês, Véras ampliou o escopo da versão brasileira. Na segunda-feira 30, entra no ar o site baquaqua.com.br, que traz uma edição digital interativa da biografia com foco no público infantil. No primeiro semestre de 2016, o livro será lançado pela Editora Civilização Brasileira. 
Biografia-de-Baquaqua
Missionário americano ensinando Mahommah Baquaqua
A história de Baquaqua inicia-se na cidade de Djougou, no Benin. De origem muçulmana, ele descreve os hábitos islâmicos de sua família, como as sessões de reza e as leituras do Alcorão. A região onde hoje atua o Boko Haram era domínio do Califado de Socoto. “O islamismo e o jihadismo sempre foram fortes no Benin”, afirma Véras.
 Convidado a conhecer o monarca de uma cidade próxima a Djougou, Baquaqua foi preso após falsa festa em sua homenagem. Vendido para um traficante de escravos, acabou acorrentado aos seus semelhantes em um navio negreiro e zarpou para o Novo Mundo. “Imagino que, em toda a criação, haja apenas um lugar mais horrível do que o porão de um navio negreiro, e esse lugar é aquele onde os donos de escravos e seus lacaios muito provavelmente se encontrarão algum dia.”
A passagem demonstra o forte conteúdo religioso do relato. “A maior parte dos textos era mais de biografias espirituais do que de protestos contra a escravidão”, afirma o historiador americano Sean Kelley, integrante do projeto canadense Shadd, que organiza e edita biografias de africanos escravizados, entre elas a de Baquaqua.
O tráfico de escravos foi proibido formalmente no Brasil em 1831, mas prosperou por duas décadas na ilegalidade. Baquaqua chega ao Brasil em 1845. A equipe de Lovejoy, integrada por Véras, percorreu várias possíveis praias onde ele pode ter desembarcado em Pernambuco. A mais provável delas é a de Itamaracá, que funcionava como porto clandestino para a entrada de cativos. Na capitania nordestina, Baquaqua foi comprado por um fazendeiro português. Em um primeiro momento, o escravo tentou se aproximar de seu dono, sem sucesso. “Fizesse o que fizesse, descobri que servia a um tirano e nada parecia satisfazê-lo.”
Bruno-Veras
O historiador Bruno Véras percorreu os caminhos do africano no Brasil e no exterior
Desiludido, Baquaqua entregou-se à bebida. Pensou em matar seu algoz, mas preferiu tentar o suicídio por afogamento, ação malfadada que lhe rendeu impressionantes castigos físicos. “Fui levado à casa de meu senhor, que atou minhas mãos para trás, colocou-me de pés juntos, chicoteou-me sem misericórdia e me espancou na cabeça e nas faces com uma vara pesada.”
Vendido novamente a um traficante de escravos, Baquaqua foi levado ao Rio de Janeiro, onde passou a trabalhar para o capitão Clemente José da Costa, dono do navio Lembrança. Ao ser contratado para um serviço de transporte de sacas de café para Nova York, Costa levou Baquaqua em sua tripulação. Ao chegar ao Norte dos Estados Unidos, onde a escravidão fora abolida, o cativo fugiu do navio. Enquanto era perseguido, gritava a palavra free. Embora tenha sido capturado novamente, foi libertado pelas autoridades americanas poucos dias depois.
Enfim livre, Baquaqua partiu para o Haiti, onde se converteu ao cristianismo. Voltou aos EUA em 1850. Após ter sua biografia publicada, foi para o Canadá e para Inglaterra. O Porto de Liverpool foi o último lugar que registrou sua passagem. Véras pretende, porém, ir a Lagos, na Nigéria, atrás de outros eventuais destinos de Baquaqua. “Acredito que ele voltou à África no fim da vida.”
Ex-professor da rede pública de Pernambuco, Véras optou por lançar o site com foco nos estudantes dos ensinos fundamental e médio. “A falta de referência histórica e estética dos africanos no Brasil é responsável pela baixa autoestima dos negros nas escolas.” Por esse motivo, a biografia digital é também um livro para os alunos imprimirem, recortarem e colorirem. O “Baquaquinha”, personagem infantil que apresenta o relato para as crianças, descontrói logo de início o preconceito cotidiano: é hora de pegar seu “lápis cor de pele” para pintar os personagens.  “Meus alunos negros se pintavam de rosa, branco, jamais de preto. Quero que eles sintam orgulho das suas origens.” 
*Reportagem publicada originalmente na edição 878 de CartaCapital, com o título "O cativeiro em primeira pessoa"
http://www.cartacapital.com.br/

Assassino da universitária Maria Karolyne foi absolvido e solto a pedido do Ministério Público

Processo Cláudio1
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Pouco mais de um mês após uma absolvição, um crime cometido que chocou Natal-RN. Claudio Moura da Fonseca, assassino confesso da universitária Maria Karoline na tarde dessa quarta-feira(20), foi absolvido no dia 10.12.2015 pelo juiz da Comarca de Ceará-Mirim. No processo em que foi absolvido, Claudio era acusado de roubo com uso de arma de fogo e corrupção de menores – art. 157, § 2º, incisos I e II e art. 244-B do ECA. Pesava sobre ele a acusação de roubar o Mercadinho Cecília Maria.
Conforme print abaixo, dos quatro acusados do processo n. 010094-64.2015.8.20.0162, três foram absolvidos, pois o juiz considerou que a prova colhida no processo “não revelou liame que permita inferir que eles tivessem alguma participação no assalto” e que as provas se revelaram insuficientes “para demonstrar que os mesmos tenham participado ativamente dos eventos criminosos narrados ou mesmo que conhecessem previamente o intento delituoso do acusado Hugo Raphael dos Santos”, único condenado.
Processo Cláudio
Reprodução: Processo em que assassino confesso de universitária em Natal é citado e absolvido de crime de roubo em mercadinho
COMO OCORREU O CRIME DE LATROCÍNIO QUE ABALOU NATAL
Nessa quinta-feira(21), a Polícia Civil detalhou a ação que culminou com a prisão de dois suspeitos do latrocínio ocorrido no final da tarde de quarta-feira(20), na Zona Norte de Natal, que vitimou a estudante universitária Maria Karolyne Álvares de Melo de 19 anos.
A Polícia conta que checou cinco denúncias recebidas e uma delas levou a casa onde estava Claudio Moura da Fonseca, 30 anos(foto em destaque logo abaixo). Ele confessou o crime e disse que tinha saído com Renato Cesar Dias, 33 anos, para beber em uma lagoa no município de Extremoz. Na volta, quando estavam na Avenida Itapetinga, visualizaram as duas moças e decidiram fazer o assalto, que culminou na morte da estudante de turismo da UFRN.
Claudio Moura da Fonseca, 30 anosAssassino confesso da universitária em Natal. Foto: Divulgação – Polícia Civil
“Estava na garupa da moto e quando vi as duas moças, desci e anunciei o assalto, uma delas tomou um susto e levantou o braço quando fui pegar o fone de ouvido que estava com ela, sem que eu percebesse a arma disparou” disse Claudio.
A arma do crime (revolver, calibre 38), ele diz ter jogado no rio Potengi, e que usava a arma porque tinha medo que as pessoas que ele assaltou no ano de 2015, na Praia do Rio do Fogo viessem vingar-se dele.
Cláudio estava em liberdade e a disposição da justiça por ter sido preso em flagrante pelo assalto realizado no ano passado. Depois da prisão de Claudio, a Polícia chegou até a pessoa de Renato, que confessou ser o piloto da moto e disse ter sido preso no Estado de São Paulo por assalto. Renato confirma em parte a historia contada por Claudio, mas diz que não sabia que ele iria fazer um assalto. Os dois foram flagranteados por latrocínio.
Fonte: BLOGDOBG.COM.BR

REFLEXÕES ALGUMAS HORAS ANTES DO DERRADEIRO ADEUS A MAMÃE


Por Washington Araújo
Chegamos a idade, em que a vida para de nos dar, e começa a nos tirar. E a vida nos tirou nossa amada mãe. Uma mulher extraordinária que viveu em tempos muito turbulentos. Vigorosa e cheia de um entusiasmo exuberante: sorria e fazia sorrir, no frio nos aquecia, no desâmimo nos incendiava com atitudes nobres e gestos de generoso carinho. Uma mulher para quem a vida não foi fácil, na realidade, nunca foi fácil.
Filha de uma família muito pobre e também muito generosa, nossa mãe ficou órfã de pai aos 8 anos de idade e logo depois, ainda contando meros 9 anos de idade ficou também órfã de mãe e, na condição de filha mais velha de cinco irmãs menores - todas Marias - recebeu a incumbência de sua mãe Marina, em comovente poema escrito pouco antes de morrer para que cuidasse, zelasse e encaminhasse na vida suas pequeninas irmãs.
E foi assim que dona Conceição passou sua luminosa existência de 77 invernos, outonos, verões e primaveras, todos bem vividos, escavando na marra o rosto fugidio da felicidade no frio mármore com que se lhe apresentava a vida. E ao tempo em que trazia a existência junto com seu amado marido e nosso exuberante pai nada menos que cinco filhos e uma filha.
E então, na madrugada desta quarta-feira, dia 20 de janeiro, faltando apenas seis dias para o quinto aniversário em que ela se despediu de nosso amado pai, após 56 anos de um casamento feito de duradoura cumplicidade, eis que a morte lhe chegou na sua antiga locomotiva. E como dizia o poeta: "A morte sempre chega pontualmente na hora incerta..."
Nossa mãe não foi ninguém importante, mas apenas uma mulher simples, com pensamentos comuns, sabedoria e senso de humor bastante incomuns. Ela levava uma vida comum. Nenhum monumento lhe será dedicado, nenhuma praça, rua ou avenida terá o seu nome. Para o geral das pessoas que bem pouco lhe conheceram, seu nome logo será esquecido. Mas, eu lhes garanto - e com absoluta convicção lhes afirmo -, em um único aspecto, ela obteve sucesso como ninguém jamais teve: Nossa mãe era alguém que nos amava de coração e alma. E isso sempre foi o bastante para todos os que foram privilegiados com sua maravilhosa amizade, seus belos sorrisos, seu companheirismo e amizade inigualáveis.
A verdade é que dona Conceição, a filha de Paulino e Marina, a apaixonada Maria de Adonias, a mãe de Venâncio, Abraão, Tom, Lanna, Junior e Leyder, a irmã devotada de Zuleide, Socorro e Nubia tentou viver a vida o melhor que pode.
E achamos que ela conseguiu isto.
Todos os filhos do mundo sempre amaram todas as mães do mundo. E isto é a mais pura e límpida verdade. Penso, como um de seus seis filhos apaixonados para os quais foi ela uma heroína luminosa, que nós sentiríamos a sua falta até mesmo se não a tivéssemos conhecido. Isto porque, a conhecessemos ou não, ela nos conhecia como ninguém, a cada um de seus filhos e nos amava sempre que Deus lhe sorria. E Seu Criador lhe sorriria bastante ao longo de sua existência
Desde esta última madrugada é como se o mundo tivesse mudado de eixo. Porque o que realmente importa na vida é o que se faz com o tempo que nos é dado.
Enquanto estava no avião, madrugada afora, me dei conta já por algumas poucas horas que, pela primeira vez em nossas vidas, eu e meus irmãos nos sentimos completamente órfãos de pai e de mãe. E este sentimento de profunda solidão e quase palpável desamparo trazia consigo um gosto bastante amargo.
E como isso é penoso, doloroso, como se alguém nos tivesse puxado de uma única vez o próprio chão de debaixo de nossos pés.
E então nos perguntamos, aquiescentes e submissos à vontade de Deus, nosso Mais Amado, fonte de nossa vida e luz: "Por que as pessoas boas se vão cedo demais?" E logo nos incandescia a imaginação tão singela resposta: "Deve ser porque Deus as quer por mais tempo ao seu lado!"
Por outro lado, sabemos que em cada pedaço de nós, filhos, irmãs, netos e sobrinhos, desde esta madrugada sempre haverá um pedaço dela vivendo alegremente em cada um de nós.
Sabemos que não se inventam novas mães, assim como não se inventam velhos amigos, velhos camaradas, pessoas que compartilhavam nossas melhores lembranças, nossos mais sofridos dias. E isto é trágico. Muito trágico.
O que nos conforta então? A compreensão de que somente o Espírito, se soprar o barro, pode criar o homem. A fé no ensinamento divino de Bahá'u'lláh, a Glória de Deus, a nos dizer que este corpo físico é como uma gaiola e o espírito, o pássaro que nela habita. Rompida a gaiola, o pássaro, feliz, leve e saltitante, cheio de adoráveis gorjeios, pontuados por infinitos louvores a Deus, alça voo até alcançar a meta final de cada ser humano - buscar alcançar a doce e acolhedora Presença de Deus. Sim, isto nos conforta, consola e nos renova para seguir avante e viver tudo o que tem de ser vivido. E até a última gota. Porque viver não mata. Amar não mata.
A propósito, uma sacada: O reino dos céus é uma condição do coração e não algo que cai na terra ou que surge depois da morte. E não seria justo se neste momento solene e dolorosamente fértil deixássemos de testemunhar que nossa mãe foi e continuará a ser a chave para nossa paz de espírito.
Porque ela nos fez sentir pessoas melhores. E também por sabermos que quando nossas almas estava nos "achados e perdidos" foi ela, dona Conceição, que veio nos resgatar.
Mas então você descobre que nem ao menos sabe o que é a perda. Porque ela só ocorre quando você ama alguém muito mais do que você mesmo.
E isto nos faz lembrar estes versos da poeta Elizabeth Browning: "Amo-te com o doer das velhas penas; Com sorrisos, com lágrimas de prece, E a fé da minha infância, ingênua e forte. Amo-te até nas coisas mais pequenas. Por toda a vida. E, assim Deus o quiser, ainda mais te amarei depois da morte."
Eu sempre vou amar você, minha doce mamãezinha, aconteça o que acontecer e como desejaria só que você soubesse que estar ao seu lado foi a melhor coisa que já nos aconteceu como seus filhos.
A medicina obteve sucesso em tantas esferas que acabamos delegando a ela também os cuidados com o envelhecimento e a morte. Só que a maioria dos profissionais de saúde não está preparada para lidar com esses dois processos, que são irreversíveis.
O resultado é que criamos uma estrutura que esvazia de sentido os momentos finais de uma pessoa. Para evitar que idosos se machuquem, roubamos-lhes o que ainda têm de autonomia, confinando-os a asilos e hospitais. Para tentar prolongar a vida de pacientes de câncer, submetemo-los a tratamentos com pouca chance de sucesso e que acabam com a qualidade da vida que lhes resta.
Nos últimos quatro meses em que a senhora, mamãezinha linda, esteve se alternando entre sua acolhedora casa, o hospital e a UTI, a verdade é que alguns dias dormindo ao seu lado eram muito doloridos, mas as horas em que tínhamos de nos ausentar de sua amável presença eram bem piores, muitíssimo piores. E o dolorido tornava-se além de doce, necessário.
Prometo de alma escancarada e peito aberto que nunca vou esquecer que esse é um amor para toda a vida. E quando digo "toda a vida" não me refiro apenas a essa única, pequena e fenomenal vida em que o Espírito transforma nosso corpo em "templo humano". A vida a que me refiro é principalmente aquela que começa após constatarmos que o templo humano tem prazo bem curto de validade. E que essa despedida tão inesperada será não mais que a antesala para nossa futura reunião eterna, aquela que abarca todos os mundos de Deus. E para a qual o conceito de tempo e espaço são absolutamente impróprios e inadequados.
A verdade minha abençoada mãe é que eu teria desistido de tudo por mais um dia com você. E agora entendo o drama de Tristão e Isolda: "Você tinha razão, não sei se a vida é maior do que a morte, mas tenho certeza de que o amor é maior que ambas."

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Arte em mármore
Oracy Filho

Não é carne. É mármore. Esta escultura de Bernini é paradigma na arte desde que concebida. O detalhe da coxa de Proserpina, apalpada, é algo que beira a perfeição absoluta e total domínio da técnica da escultura.

Governador do RN anuncia saída do comandante-geral da PM

Nome do substituto não foi anunciado.
Robinson Faria reuniu cúpula da segurança pública nesta quinta (21).

Do G1 RN
Governador reuniu cúpula da segurança pública nesta quinta (21) (Foto: Kléber Teixeira/Inter TV Cabugi)Governador reuniu cúpula da segurança pública nesta quinta (21) (Foto: Kléber Teixeira/Inter TV Cabugi)
Em reunião com a cúpula da segurança pública do estado, o governador Robinson Faria anunciou na noite desta quinta-feira (21) a saída do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Ângelo Mário de Azevedo Dantas. Até a publicação desta matéria o governador não havia anunciado o nome do substituto para o cargo.
"Eu vou mudar todo o comando da PM. Com todo respeito ao ex-comandante, coronel Ângelo, e ao subcomandante, mas infelizmente a Polícia Militar, apesar da boa vontade e da honestidade, ela não se adequou a velocidade que a população e o govenador esperava no combate à violência", disse Robinson Faria.
Ele disse ainda que procura um comandante "com perfil de liderança e com capacidade de interpretar esse momento difícil, que seja combativo, que ofereça respostas rápidas para a população e que não fique procurando culpados que ele próprio vá para a linha de frente".
A reunião foi convocada após a a morte da universitária Maria Karoline Álvares de Melo, de 19 anos, que foi assassinada a tiro durante um assaltona Zona Norte de Natal na quarta-feira (20), e ainda após uma nova fuga na Penitenciária de Alcaçuz. Em entrevista ao RNTV nesta quinta-feira, o governador afirmou que estava se "sentindo desafiado" diante à onda de violência no estado.

"Se depender de mim ele vai mofar na cadeia", diz pai de criminoso que atirou em universitária

Publicação: 2016-01-21 21:37:00 | Comentários: 0
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"Quero desejar os meus sentimentos a todos eles [família da jovem], e se depender de mim, ele vai mofar na cadeia. Não vou soltar nunca". Estas palavras foram ditas por Cláudio Romão da Fonseca, de 65 anos, durante uma entrevista concedida nesta quinta-feira (21) à TV Tropical. Cláudio Romão é pai de Cláudio Moura da Fonseca, de 30 anos, autor do tiro que matou Maria Karolyne Álvares, de 19 anos, na tarde de ontem (20), na zona Norte de Natal. 
Reprodução/TV TropicalCláudio Romão defende que a dupla cumpra a pena estabelecida pela Justiça, durante o tempo que for necessárioCláudio Romão defende que a dupla cumpra a pena estabelecida pela Justiça, durante o tempo que for necessário

Durante a entrevista, o idoso relatou que Renato César Dias, de 33 anos, e Cláudio Moura da Fonseca, eram amigos e ambos já foram presos por assalto. O idoso afirma ter certeza de que o próprio filho foi o autor do tiro que matou a jovem, mas, que o criminoso não confessou que disparou contra Maria Karolyne. "Ele disse que a arma estava engatilhada e, no que ela reagiu, o revólver disparou. Mas isso é conversa, ele atirou porque quis.", disse o pai. Cláudio Romão contou ainda que a universitária era da família de um grande amigo. "A menina que ele matou era sobrinha de um amigo meu lá de Carnaubais. (...) Ele nem sabe que ele vivia na casa desse povo." 

O pai do criminoso diz que, ao ver a notícia do assassinato da jovem na televisão e ouvir as características dos suspeitos, logo pensou que o filho estivesse envolvido no latrocínio. Quando o filho chegou em casa e o chamou, ele afirmou ter conhecimento do crime e o filho indagou: "como o senhor sabe?". 

Cláudio Romão defende que a dupla cumpra a pena estabelecida pela Justiça e diz estar sofrendo ainda mais por saber que a vítima do crime era ligada a alguém de quem ele era próximo.
Bandidos mesclam de sangue a beleza de Natal. (Fernando Caldas).
Angela Monteiro Lima
21 minInstagram
Bandidos tomam conta da nossa cidade. Uma lástima.

Pedaço da história boêmia natalense se vai com Odeman Miranda


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Tádzio França
Repórter


O comerciante Odeman Miranda de Araújo, proprietário da Confeitaria Atheneu, faleceu terça-feira passada ao 85 anos, deixando para trás uma parte da história boêmia natalense do século passado. O bar localizado no coração de Petrópolis foi durante décadas um lugar que concentrou desde agitadores culturais e foliões carnavalescos até boêmios interessados apenas em saborear um petisco com cerveja gelada. O bar de Seu Odeman é um autêntico boteco da velha guarda.
Kassandra Lopes/Fotec UFRNComerciante, dono da Confeitaria Atheneu e fundador do Baile de Máscaras da Confeitaria deixa lacuna na memória cultural da cidadeComerciante, dono da Confeitaria Atheneu e fundador do Baile de Máscaras da Confeitaria deixa lacuna na memória cultural da cidade

O fundador da Confeitaria Atheneu chegou a atuar como atleta do América Futebol Clube durante a década de 50, mas seu verdadeiro campo era mesmo o comércio. Conta que entrou no ramo em 1954, sendo que a futura Confeitaria Atheneu passou por alguns endereços diferentes até se fixar no endereço que está atualmente, ao lado do Colégio Atheneu. No bar estava sempre ao lado da esposa Sílvia, recebendo a clientela como o reconhecido bom anfitrião que era.

Odeman contava que a Confeitaria Atheneu foi inaugurada para funcionar como uma extensão do Colégio Atheneu. Primeiro como livraria, ponto de encontro de professores e estudantes, depois como sorveteria até virar um pioneiro boteco de calçada. Foi em 1975 que Odeman, já frequentador do local, passou a ser proprietário.

A partir da primeira década do século XXI, uma nova fase começou para a confeitaria: foi criado o Baile de Máscaras, iniciativa de um grupo de clientes do bar – os chamados “confeitaristas” -, com o objetivo de retomar as folias de rua originais da capital. A prefeitura abraçou a ideia e com o tempo o baile passou a ser a prévia oficial do carnaval de Natal. A festa tem apoio da Prefeitura do Natal/Secretaria de Turismo e Funcarte. Fora do carnaval, a Confeitaria continuou como ponto de encontro boêmio e chegou a ser eleito o melhor boteco de Natal pela revista Veja.

Odeman estava hospitalizado desde novembro na Casa de Saúde São Lucas. No último domingo recebeu alta da UTI mas foi acometido de uma infecção que culminou com seu falecimento. Ele deixou quatro filhos e quatro netos.

Fonte: http://www.tribunadonorte.com.br/

VOLTA "MÃO BRANCA"

Natal, a sua gente, está em polvorosa e aflita. Anteontem, 19, uma jovem estudante da UFRN, cheia de sonhos (Maria Karolayne Álvares de Melo era o nome dela), foi ferida de morte, covardemente com um tiro no peito, por um bandido (no instante em que fazia a sua caminhada, escutando música no seu celular, tomado de assalto pelo bandido), acompanhado de outro delinquente, Cadeia pra esse tipo de gente? Não! Pra que cadeia? Dá prejuízo ao Estado. Veja bem: Nos anos oitenta, Natal foi varrida por uma onda de violência. Sabe o que aconteceu: "Mão Branca" (era um grupo de extermínio) ia lá e resolvia a parada, executava o bandido e ainda deixava um bilhetinho afirmando que outros bandidos teriam o mesmo destino! "Assinado: "Mão Branca." Mão Branca, já!

Registro aqui, a minha indignação.

Não se acende hoje a luz ... Todo o luar
Fique lá fora. Bem aparecidas
As estrelas miudinhas, dando no ar
As voltas dum cordão de margaridas!
Entram falenas meio entontecidas ...
Lusco-fusco ... Um morcego, a palpitar,
Passa ... torna a passar ... torna a passar ...
As coisas têm o ar de adormecidas ...
Mansinho ... roça os dedos p'lo teclado,
No vago arfar que tudo alteia e doira,
Alma, Sacrário de Almas, meu Amado!
E, enquanto o piano doce queixa exala,
Divina e triste, a grande sombra loira,
Vem para mim da escuridão da sala ...
Florbela Spanca
Foto de Responde-me.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Não há como ignorar os sentimentos.
Há uma palavra que se diz
quando outra se devia dizer.
Um sentimento se esconde
quando se quer mostrar,
ou se mostra,
quando se quer esconder.
Vejo-me e percebo-me,
carrego-me sem culpas e sem pesos.
Pulsando entre dores e prazeres,
pego num lápis qualquer
para esboçar uma simples rima.
Rabisco versos pelo imenso desconhecido
da folha branca e virgem.
Desenhando letras, palavras,
poesia em estrofes acariciadas,
incitando a paixões.
Porque uma vida inteira se pode mudar
com a palavra que se disse,
mesmo sem querer.
Ou com alguma que reprimida no peito
ou sufocada na garganta, ficou por dizer.
Cristina Costa

LUIZ CARLOS LINS WANDERLEY – 1831/1990, foi um dos primeiros poetas do Assu, primeiro médico e romancista do Rio Grande do Norte. Foi também...