Antigos membros da Academia Norte-rio-grandense de Letras na escadaria do prédio do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte - IHGRN. Da esquerda para direita, em primeiro plano: Mathias Maciel, Eloy de Souza, Juvenal Lamartine e Antônio Soares; em segundo plano:Floriano Cavalcanti, Bruno Pereira, Palmira Wanderley e Carolina Wanderley; em terceiro plano: Hélio Galvão, Antônio Fagundes, Manoel Rodrigues de Melo, Aderbal de França e Bezerra Júnior; em quarto plano: Onofre Lopes, Edgar Barbosa, Nestor Lima, Francisco Ivo, Raimundo Nonato da Silva; em quinto plano: Virgílio Trindade, Otto Guerra, Paulo Viveiros e Américo de Oliveira Costa. Foto: Jorge Mário.
João Gothardo Dantas EmerencianoNatal não há tal
(Do Blog: Em primeiro plano, o quarto da esquerda para direita, Antonio Soares, em segundo plano, a quarta da esquerda para direita, Carolina Wanderley, em quarto plano, o terceiro da esquerda para direita, Nestor Lima. Très grandes nomes das letras potiguares.
Antonio Soares (1879-1973: Poeta assuense, ganhou já no fim da sua vida, um prêmio em concurso internacional de trovas. Exerceu várias funções no Poder Judiciário do Rio Grande do Norte: Promotor Público, Juiz de Direito e desembargador. É autor do soneto intitulado 'Noite', dedicado a um amigo nos tempos de estudante na antiga Faculdade de Direto do Recife por onde bacharelou-se, que transcrevo adiante:
"Ser Noivo é ser ditoso" - tu me dizes,
Convicto, porém, sem te lembrares
De que há noivos, assim juntos, felizes,
E há noivos separados pelos mares.
Se tens, para que as mãgoas amenizes,
De tua noiva lúcidos olhares,
Quantos existem, noivos infelizes,
Abrigados a sombra dos pensares!
Vives, sempre, de olhares e de risos;
Eu, sofrendo da ausência as crueldades,
Tenho, âs vezes, momentos indecisos...
Que diferença, agora, entre deidades:
A tua noiva vive de sorrisos,
A minha noiva morre de saudades!
http://www.antoniomiranda.com.br/
Carolina Wanderley (1891-1975): Poetisa assuense, ainda jovem regressou a Natal, onde formou-se pela Escola Normal. Retornando ao Assu para dirigir o Grupo Escolar Ten. Cel. José Correia. Um ano depois volta a residir em Natal, para dirigir a Escola Frei Miguelinho. É de sua autoria, o soneto que segue:
Dizem que existem mundos encantados,
Risos, quimeras, cantos de alegria;
Sonhos de amor que vemos realizados
Nas rútilas regiões da fantasia.
Nessa ilusão feliz sempre embalados, enganados
À luz de uma esperança fugidia,
A ventura buscamos enganados
E a dor é o que somente nos crucia
Quando, porém, este sonhar fenece
E vemos que em nossa alma apenas cresce
A tristeza que fere e não se cansa.
Esse engano da mente se desterra
E o coração abandonando a terra
No céu procura um raio de esperança.
(https://literaturapotiguar.blogspot.com/)
Nestor Lima (1887-1959): Educador, da sua extensa obra publicada em livros, revistas, jornais, desta-se Um Século de Ensino Primário, puiblicado em 1927. Naquela época, era Diretor Geral do Departamento de Educação do Rio Grande do Norte. Nestor Lima foi
professor e diretor da Escola Normal de Natal, entre 1911-23, além de ter sido um
dos fomentadores para criação da Associação do Professor do Rio Grande do Norte,
no ano de 1920. Era um lutador intransigente pela valorização do magistério na
terra Norte-rio-grandense. Afinal, o seu trabalho em prol da educação engrandece
o Assu, sua terra Natal. Pena, que é pouco lembrado na terra em que nascera.
https://repositorio.ufrn.br/
ernando Caldas