quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

JOÃO LINS CALDAS NA ESTRADA DE FERRO NOROESTE DO BRASIL

                                          

                                             Imagem: flickr.com - Antigo vagão da E. F. Noroeste do Brasil.

João Lins Caldas, poeta do Assu, era funcionário público do Ministério do Trabalho, no Rio de Janeiro. Entre 1927-1930, esteve em Bauru, interior de São Paulo, trabalhando na administração da  Estrada de Ferro Noroeste do Brasil - NOB, na função de escriturário da engenharia. A NOB também era chamada popularmente como "Trem do Pantanal". Aquela ferrovia privada, passou a partir de 1917 a ser controlada pela união. O trem partia de Bauru, seguindo em direção noroeste a Mato Grosso. Pois bem, Caldas logo que chegou na terra baruense (ali fez amizade com Rodrigues de Abreu  que o considera como o Vila Vargas da América Latina) assumiu o emprego e logo começou a investigar irregularidades praticadas por pequenos funcionários e diretores daquela companhia. Não aceitando desmando no serviço público começou a denunciar através de ofícios e telegramas enviados ao Ministro da Viação e Obras públicas José Américo de Almeida e ao presidente Getúlio Vargas, cujas denuncias motivou Vargas aposentá-lo precocemente, aos 40 anos de idade, cuja aposentadoria decretada em 1933, somente veio a receber seu benefício, em 1937, conforme decreto publicado no Diário Oficial da União. Queria Vargas, vê-lo distante da capital federal.

Nada intimidava o bravo Caldas que usava até mesmo a sua verve para registrar os apadrinhamentos e os abusos com o erário (público) que o deixava indignado, para denunciar supostas irregularidades praticadas na Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, como podemos conferir. Vejamos o poema adiante:

Bauru. Nobreza da Noroeste.
A Cabeça tem corpo e Bauru tem cidade...
Capadácios, com milhares de contos.
Cafezais que vão longe, rumo de Mato Grosso...
 - E quando, enfim, tudo já desbravado...
As madeiras que se perdem, podres nas plataformas
Aqui e ali um assassinato.
Outro, um chefe político...
E mais o tom doutoral de um professo ser termos...
Ah!  Eu conheço isto,
Eu também que tolero tantas cousas.                                           
Vi a barranca do Paraná.
A ponte como torre.
E vi o orgulho da diretoria
Engenheiros sem construções, fardados nos seus empregos.
Eu, pobre de mim, funcionário da engenharia...
Outros professam melhores empregos.
Há a hora da política, com liberdade e compra de votos.
Circulares de armas afeito que ninguém vê nas repartições.
Um voto? Votar não se pode, quando a ideia é um pouco de encontro ao governo.
E o mais que se vê é a musica de pancadaria.
Mas é, um pouco, para armar por fora.
Eu sei, não logro uma promoção.
Não sei, não ouso pedir, tem o filho do senhor diretor.
Guia, quase, um automóvel.
Um pirralho, meu Deus, e eu que não vejo olhos tão inteligentes!
Musica sim, para quase tantas verbas!
Um criado é que sabe ser um ser inteligente.
Aquele, ali, promovido?...
Tem, com certeza, o seu valor...
O valor com certeza é ir a casa de quem se agrada...
Que casa linda, aqui, a do senhor diretor!
Os casamentos se fazem como em nobreza...
Esta terra, que jeito de nobreza ela guarda nos gestos!
Os capitães assassinos de inteligências intensificadas...
E ah! Como bem aqui se paga imposto!/ As ruas estão arruadas...
Um pouco, com as árvores que se cortam das ruas...
Calçamentos, do bom, do dinheiro do povo...
Orçamentos que não se vêem a passar de mil contos...
Anda bem, o povo mesmo é que não sabe nada...
Paga, paga outra vez...
Gritar? Isto é para mais uma vez o calçamento...
Histórias da Noroeste do Brasil
O que se ronca, palavreado por fora.
Regulamentos, leis, para o registro de folhas...
Este que tem a sua casa, ali, num pacote de velas...
Ali, também, aquela casa de comércio.
Essa outra com o seu associado.
Negócios para a estrada e negócios da estrada...
Escritos que me recordam a segunda seção...
Ah, mas no fim que dá certo.
Ó belas cousas da Noroeste!
Propinas da seção de embarque...
Os basbaques lá vão, eu sou bastante que ainda trabalho...
Eu sou basbaque, cumpro um dever.
Eu basbaque, tenho um dever.
Malha, martelo, malha este malho.
Noroeste do Brasil, minha paixão! 
Propinas da seção de embarque
- Os basbaques lá vão, que eu sou basbaque e sem que trabalhem...
Que dirá o diretor do tráfego,
Negócios por esta Noroeste,
Um sobrinho em negócios - Eu sei um pouco da fiscalização -
Mas vamos, sou poeta, e me falta um dever
Tenho um dever, e sem adulação.
Malha, martelo, bata no chão.

(Postado por Fernando Caldas)


Em tempo: O referenciado poema é parte integrante da Tese de Doutorado da professora Cássia Matos, da UERN, bem como está transcrito no livro organizado por aquela profesora intitulado Poeira do Céu, UFRN.

 


Registros da Freguesia do Assu (I)

Lá de Açu, nosso amigo Alzair nos questiona: amigo Joao Felippe, nunca mais apareceu gente conhecida em seu blog sobre as famílias do Assu. Quando é que vamos ter?

Entretanto, vasculhando os livros de registros da Freguesia do Açu, encontro sobrenomes como Alustau Navarro, Lopes Galvão, Moraes Navarro, Rocha Bezerra e outros tantos que vem de longe. Vejamos, pois, alguns registros feitos no Açu. Lembramos que alguns livros são transcrições de livros mais antigos, e por isso mesmo, trazem algumas falhas como inversão no sexo do batizado, falta de um dos progenitores ou erro nos nomes dos padrinhos.

Comecemos com um Lopes Galvão

"Cipriano filho legitimo de Cipriano Lopes Galvão, natural do Seridó, e Rosa Maria da Conceição, natural de Assú, nasceu aos quatro de Março de mil oitocentos e trinta e dois e foi batizado aos oito de Abril do dito ano pelo padre Vito Antonio de Freitas de minha licença na Capela de Santa Anna de Campo Grande e lhe conferiu os Sagrados Óleos: Foram padrinhos o mesmo Reverendo Vito Antonio todos deste Assu e para constar fiz este assento em que me assinei. Joaquim José de Santa Anna, Parocho do Assu."Esse Cipriano não encontrei entre os tantos Ciprianos lá de Currais Novos, mas deve ser descendente de Cipriano Lopes Pimentel e Tereza da Silva.

"Francisca, branca, filha legitima de João Gomes Carneiro e Anna Joaquina Teixeira nasceu a vinte de abril e foi solenemente batizada a trinta de Maio de mil oitocentos e quarenta e oito pelo Padre Silvério Bezerra de Menezes com os Santos Óleos ,de minha licença ,na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Vila de Macau: foram Padrinhos Antonio Teixeira de Sousa e Francisca Joaquina Gonçalves: do que para constar fiz lançar este termo em que me assino. Manoel Januário Bezerra Cavalcante, Vigário Colado do Assu."

Essa batizada é Francisca Bella Carneiro de Mello que casou, em 20 de Janeiro de 1864, na Fazenda Conceição, com Cosme Teixeira Xavier de Carvalho, irmão de Francisca de Paula Maria de Carvalho, minha bisavó, e de Maria Ignacia Teixeira do Carmo, mãe do Capitão José da Penha. Desconfio que esse João Gomes Carneiro de Melo era filho de João Gomes Carneiro que casou em 1800 com Maria Teresa de Melo.

Vejamos agora registros de filhos do Barão do Açu, Luiz Gonzaga de Brito Guerra, descendente de Tomás de Araújo Pereira.

"Lino filho legitimo do Doutor Luiz Gonzaga de Brito Guerra e de sua mulher dona Maria Mafalda de Oliveira nasceu aos vinte e três de Setembro de mil oitocentos e quarenta e seis, e foi batizado a um de Dezembro do dito ano na Matriz de São João Baptista de Apudi pelo Reverendo Vigário Faustino Gomes de Oliveira que lhe impôs os Santos Óleos de minha licença. Foram padrinhos Benvenuto Praxedes Benevides d'Oliveira, solteiro, e Dona Quitéria Ferreira de S. Lusia, casada, do que para constar fiz este assento em que me assino, Manoel Januário Bezerra Calvalcante Paróco Colado do Assu."

Esse é Lino Constâncio de Brito Guerra que casou com a tia, Maria Idalina de Oliveira. No registro a seguir, que já é uma transcrição, como comentado acima, não colocaram o nome da mãe e trocaram o sexo do batizado. É o batismo de Boaventura Seráfico de Brito Guerra e a mãe dele era a segunda esposa do Barão, Josefina Agustina da Nóbrega. Algumas informações complementares foram retiradas do livro de Raimundo Nonato, "Alferes Teófilo Olegário de Brito Guerra, um memorialista esquecido."

"Boaventura filha legitima de Luis Gonzaga de Brito Guerra e nasceu a quatorze de julho de mil oitocentos e sessenta e três, e foi solenemente batizado por seu próprio pai e tomou os santos óleos na Matriz desta a trinta e um de Agosto do mesmos ano, sendo padrinhos Luis da Fonseca Silva: e para constar fiz este assento em que me assino. Vigário Jose de Matos Silva"

Outro registro interessante é relativo à família Raposo da Câmara. Manuel pai e Manuel padrinho eram irmãos e casaram com duas irmãs Umbelina Maria da Conceição e Francisca Xavier Professora, irmãs de minha bisavó Francisca Rita.

"Maria filha legitima de Manuel de Borja Raposo da Camara e Umbelina Maria do Espírito Santo nasceu a oito de Setembro de mil oitocentos e sessenta e sete, e foi solenemente batizada, de minha licença ,na Capela de Nossa Senhora do Rosário pelo Padre Elias Barbalho Bezerra, a cinco de Dezembro do mesmo ano, sendo Padrinhos Manuel Jerônimo Caminha Raposo da Camara e Francisca Xavier. E para constar mandei fazer este assento em que me assino. Vigário José de Matos Silva."

Por fim o batismo de uma filha do brasileiro Jacinto João da Ora, um das pessoas citadas por Cascudo que saiu da Ilha de Manoel Gonçalves para povoar Macau.

" Anna filha legitima de Jacinto João da Ora, natural do Assu, e Adriana dos Anjos ,natural de Extremôz, nasceu aos cinco de Fevereiro de mil oitocentos e vinte e cinco e foi batizada aos nove de Dezembro do dito ano no Oratório de Nossa Senhora da Conceição de Manoel Gonçalves e lhe conferi os Sagrados Óleos. Foram padrinhos Andre de Sousa Miranda e Francisca das Chagas Miranda solteiros, todos deste Assu. E para consta fiz este assento em que me assino. Joaquim José de Santa Anna. Pároco do Assu.

Por João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)

Professor de Matemática da UFRN e membro do INRG

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

O Deus de todas as amarguras

é também o Deus de todas as misericórdias.

Senhor, na minha amargura

Também a sua misericórdia.

(João Lins Caldas)

(Rio de Janeiro, 1924, inédito)


 Coronel David Dantas de Faria e a Fazenda Panom

Públicado no O Jornal de Hoje, de 23 de agosto de 2011

Coronel David Dantas de Faria e a Fazenda Panom

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)

Professor de Matemática da UFRN e membro do INRG

Em 15 de setembro de 1751, David Dantas de Faria recebia carta patente de tenente-coronel do Regimento de Cavalaria da Ribeira do Assu, de que era comandante o coronel Antonio da Rocha Bezerra, vaga pela mudança de Felis Barbosa Tinoco dessa dita Ribeira para a Ribeira do Apodi. Além de ser um dos homens nobres e das principais pessoas dessa Ribeira, e abastado de bens, tinha servido a Sua Majestade, na Capitania do Rio Grande, como capitão e sargento-mor de Infantaria das Ordenanças.

 Em 1756, David Dantas de Faria fazia requerimento ao rei D. José, pedindo confirmação de carta patente do posto de Coronel de Cavalaria do Regimento da Ribeira do Assu, passada pelo capitão-mor Pedro de Albuquerque de Mello. Em 1759, ainda Coronel, fez carta ao rei D. José informando que o novo capitão-mor do Rio Grande, João Coitinho de Bragança, ao passar mostra ao Regimento de Cavalaria da Ribeira do Assu, estava obrigando todos os oficiais a referendarem as suas patentes, cobrando variados valores por cada uma delas. A velha propina!

Em 1823, por seu bastante procurador, o Capitão João Martins Ferreira (meu tetravô, aquele lá da Ilha de Manoel Gonçalves), o Coronel Joaquim Pereira Vianna, da Praça de Pernambuco, Engenho do Moreno, em virtude da demarcação de seu sítio e fazenda, chamada Panom, na margem do Poente do Rio dos Cavalos, com três léguas de comprimento e uma légua de largura, solicitava a presença dos confinantes para que não restassem dúvidas com relação à dita demarcação. Essas terras confinavam, ao Poente com Data do próprio Joaquim, que obteve por herança, nas Caatingas e Riacho do Umbuzeiro; ao Norte, com terras do Sítio Arraial, dos herdeiros netos da falecida D. Maria do O' de Faria, viúva dp Coronel Jerônimo Cabral de Macedo, a saber: José Correa de Araújo Furtado, e seus cunhados Pedro Soares de Macedo, Jerônimo, Izabel, e João, órfãos maiores de quatorze anos e tutelados  daquele, Gabriel Soares Raposo da Câmara e seus cunhados, Mathias Antonio, Antonio Mathias, Francisco Antonio e Jerônimo; confinava ainda com terras do Sítio Furabocas do Capitão Lourenço de Araújo Correa; e da Calheira (Caeira) de D. Brites Pás Barreto, viúva do falecido José Varella Barca, e seus filhos o Capitão Manoel Varella Barca, e outros, ou netos que tinham parte na dita terra Calheira.

Joaquim Pereira Vianna, em sua procuração, constituindo seus procuradores, o capitão João Martins Ferreira, José Antonio da Fonseca e o capitão Francisco Dantas Cavalcante, afirmou que era herdeiro, testamenteiro e inventariante dos bens do seu falecido sogro, o coronel Thimóteo Pereira Bastos. Nesse processo de demarcação da Fazenda Panom, constava cópia de uma escritura de venda da Fazenda Panom, sintetizada a seguir.

Em 31 de outubro de 1774, na Vila de Santo Antonio de Recife, Pernambuco, na casa de morada do sargento-mor Manoel Gomes dos Santos, foi passada a escritura de venda da Fazenda Panom. Como vendedores estavam Theotonio Dantas da Gama por si e como procurador de suas irmãs, D. Quitéria d'Antas e Dona Agostinha (Angela) Pereira Dantas, e de sua tia Rosa Antas de Farias, e o tenente-coronel José da Costa de Carvalho como procurador de Francisco de Brito e sua mulher Dona Genebra Bernarda d' Antas de Farias, morador, o dito tenente-coronel, na Ribeira do Assu, e o vendedor Theotonio d'Antas da Gama, no Porto, e ora assistente na Ribeira do Assu. Como comprador o sargento-mor Manoel Gomes dos Santos, morador na dita Vila de Santo Antonio do Recife. Os vendedores eram herdeiros do defunto Coronel David Dantas de Faria (ao longo da escritura e dos registros da Igreja, às vezes aparecia como sobrenome Farias.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Olavo Lacerda Montenegro, o múltiplo desbravador

Olavo foi o varão da família. Nasceu, a bem dizer, em berço de ouro. A infância foi na fazenda do pai, onde aprendeu as primeiras letras, vez que existia na propriedade um grupo escolar.

30/12/2023 às 12h07 
Por: Adrovando Claro




A pessoa é para o que nasce. O dito cabe à perfeição na trajetória de vida do agropecuarista, empreendedor e político potiguar, Olavo Lacerda Montenegro. Nascido na cidade de Macau (RN), a 25 de dezembro de 1920, filho do pecuarista e salineiro, Manoel Pessoa Montenegro (Manezinho), também natural de Macau, e de Maria Lacerda Montenegro, a qual empresta o nome a uma das principais avenidas de Nova Parnamirim (avenida Maria Lacerda Montenegro), localizada na zona Sul de Natal.

Olavo foi o varão da família. Nasceu, a bem dizer, em berço de ouro. A infância foi na fazenda do pai, onde aprendeu as primeiras letras, vez que existia na propriedade um grupo escolar. Os estudos avançaram no Colégio Diocesano de Mossoró, onde tomou lições, inclusive de vida, por três anos. De Mossoró, veio para Natal estudar no Colégio Marista. Concluídos os estudos na capital, o jovem Olavo parte para o Recife com o intuito de cursar agronomia. Na Veneza brasileira, decepcionou-se com a faculdade que queria ensinar a ele o que já sabia na vida rural. Durante um São João, no Assú, comunica ao pai que não voltará mais para o Recife. Resolve fixar residência no Vale e assumir as duas fazendas doadas por Manezinho no nascimento.

Mas o destino quis que o adolescente fosse convocado para a Segunda Guerra. Retorna para a capital para servir na Base Aérea de Natal. Na torre de comando da Base, assistia toda manhã os aviões decolarem para Dakar, no Senegal, e da África para a Europa, com o escopo de combater o nazifascismo. No período da tarde, o pracinha presenciava a chegada das aeronaves vindas de Miami, via Belém do Pará, onde abasteciam para prosseguir voo até Natal. Eram cerca de dois mil aviões diariamente na Base, entre chegadas e partidas. O certo é que Olavo não precisou voar para combater o Eixo do Mal. Nos dias de folga da caserna, costumava flanar pela Ribeira, com os amigos do Assú, pilotando um automóvel conversível presenteado por dona Maria Lacerda. Gostava de frequentar a Rampa, o cais da avenida Tavares de Lira e a Confeitaria Vesúvio.

Em um sábado na Base, quando se preparava para partir para a Ribeira, o oficial do dia cortou suas asas e escalou Olavo para lavar os banheiros, mesmo de folga. O episódio mudou a vida do jovem, porque após cumprir com a obrigação, deu carona a uma pessoa em Ponte Velha, e no domingo conheceu a fazenda Boa Esperança, que elegeria como a sua Pasárgada. A propriedade abrangia mil hectares na região que hoje é conhecida por Nova Parnamirim. A partir daí ele idealizou o crescimento da cidade de Natal, no rumo sul. Relata o seu filho, o agropecuarista, advogado e ex-deputado estadual e federal, Manoel Montenegro Neto, o Manuca, que o pai comprou terras da BR-101, entre o Atacadão e a Cidade Satélite, até o rio Potengi.

Não satisfeito, adquiriu também terras, onde hoje está instalado o Carrefour, até a concessionária Natal Veículos. Visionário, convenceu o pai a comprar o Pium, incluindo a praia de Cotovelo, em uma área de 3,5 mil hectares. De posse da fazenda Boa Esperança, Olavo arregaçou as mangas e começou a plantar milho, mandioca, banana e coco verde, entre outras culturas. Um episódio que poucos sabem e muitos desconhecem é que o rio Pitimbu não existia. Foi Olavo quem criou o Pitimbu a enxadadas. Contratou uma equipe de técnicos e de trabalhadores para dar vida ao rio. Ainda na Boa Esperança, abriu uma vacaria com cerca de 400 cabeças de vaca. Tirava mil litros de leite por dia. Para a época, como também para os dias de hoje, um feito.

Com o seu espírito desbravador e empreendedor, foi de Olavo Montenegro o planejamento da avenida Maria Lacerda, em homenagem à mãe, além das avenidas Ayrton Senna e Abel Cabral, no extremo Sul de Natal. Ainda em vida, assistiu ao surgimento da rodovia estadual Olavo Lacerda Montenegro, que liga Nova Parnamirim a locais movimentados como a Coophab, Parque das Árvores, Liberdade, Parque das Nações e Cajupiranga. Para regozijo da família, Nova Parnamirim tem hoje 93 mil habitantes e a maior renda per capita de Natal, desbancando, por exemplo, os bairros de Tirol e Petrópolis, além de ter um papel decisivo no crescimento do vizinho município de Parnamirim.

O político

Muito da paixão de Olavo Montenegro pela política deve ser tributada ao pai Manoel Montenegro. Quando assumiu pela primeira vez a Prefeitura do Assú em 1930, Manezinho se mudou da fazenda para a cidade para exercer sucessivos mandatos de chefe do executivo municipal por 13 anos. Importante ressaltar que Manoel Montenegro foi prefeito antes da Intentona Comunista de 1935, levante surgido para derrubar o governo do então presidente Getúlio Vargas; também no período do Estado Novo, e foi, ainda, eleito depois da ditadura de Vargas, fazendo o sucessor Edgar Montenegro para comandar os destinos do Assú. Manezinho se formou em Farmácia, no Rio de Janeiro, com dois irmãos que se formaram em Medicina. Eram amigos de Miguel Couto e montaram a primeira clínica médica em Copacabana.

Líder inconteste da região do Vale do Assú, atestam os íntimos que Olavo Montenegro foi um político correto, honesto, sincero e leal aos seus correligionários e eleitores. Talhado para a política, exerceu o mandato de deputado estadual em cinco legislaturas consecutivas: 1958, 1962, 1966, 1970 e 1974, sendo eleito nas primeiras legislaturas pelo Partido Social Democrata (PSD). O visionário Olavo Montenegro disputou, ainda, em 1982, o mandato de senador da República, pelo antigo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), sem obter êxito.

Quem o conheceu o cita como um orador primoroso. Reconhecidamente um político combativo (ele foi um dos responsáveis pela formação da Cruzada da Esperança que levou Aluizio Alves ao Governo do Rio Grande do Norte, em 1960), defendia especialmente os interesses do Vale do Assú, importante região da terra potiguar, que amava obstinadamente.

Montenegro foi também sócio-fundador da Associação Norte-Riograndense de Criadores (Anorc) chegando a ser presidente daquela instituição, contribuindo consequentemente para a agropecuária do Estado, bem como um dos sócios-fundadores da Rádio Princesa do Vale, uma instituição do seu Assú.
Um fato político importante que marcou a carreira de Olavo Montenegro foi a emancipação política de Carnaubais. O parlamentar foi o autor da Lei nº 2.927, aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Aluizio Alves, que emancipou Carnaubais política e administrativamente. Corriam as eleições municipais de 1963. Carnaubais pertencia a Assú. Olavo apoiava para o executivo assuense Maria Olímpia Neves de Oliveira (Maroquinha). Abertas as urnas, Maria Olímpia vence a disputa. Mas não demorou muito para o rompimento político entre os correligionários. Olavo entendia que a emancipação de Carnaubais seria melhor para o Assú, porém Maroquinha percebia o contrário, uma vez que a prefeita eleita não queria perder a receita gerada pela extração do sal pela firma Matarazzo nas salinas de Logradouro, hoje distrito de Porto do Mangue. Sacramentado o rompimento, Olavo usou o prestígio que tinha junto a Aluizio Alves e encaminhou o projeto de lei à Assembleia Legislativa a fim de emancipar Carnaubais. O projeto foi aprovado no dia 18 de setembro de 1963, marcando uma nova etapa na história carnaubaense.

O cidadão

Quem conviveu com Olavo Montenegro assegura que era um homem dedicado à família e aos amigos, sempre com gestos largos de solidariedade. Servir aos pares era um predicado. Inclua-se aí a assistência ao trabalhador da pecuária e da agricultura. Cidadão de hábitos simples, tratava a todos com cortesia. Conta o filho Fernando Montenegro que o pai não tinha vícios. Não bebia e não fumava. As paixões eram três: pecuária (vaca de leite), política e o Vale do Assú.

Olavo tinha o hábito de ler jornais, especialmente o noticiário político. Era adepto da culinária sertaneja. Apreciava leite, inhame, macaxeira, sopa e outros acepipes. Casou em 1947, com dona Neide Galiza Montenegro, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, antiga Catedral Metropolitana. Celebrou o casamento o então bispo de Natal, Dom Eugênio Sales. Do matrimônio, nasceram as filhas Iolanda Galiza Montenegro e Mary Montenegro Erthal e os filhos Fernando Antônio Galiza Montenegro, Manoel Montenegro Neto e Olavo Lacerda Montenegro Filho.

Olavo Montenegro faleceu de insuficiência cardíaca, no dia 31 de outubro de 1999, um domingo à tarde. Ao pressentir a morte, pediu ao filho Fernando para ser enterrado em uma cova rasa na terra abençoada e fértil do Assú, que tanto amava. Com o passar do tempo, a família providenciou um jazigo. Múltiplo e plural, deixou sua marca indelével na política e no empreendedorismo potiguar. Partiu para o plano superior com a alma tranquila dos sábios.

Carlos Frederico Lucas é articulista, poeta e contista.

(Nota do administrador deste blog: Sempre admirei Olavo Lacerda Montenegro (nome de importante avenida na grande Natal. Fui vizinho/parede e meia de sua mãe Maria Lacerda, também nome de uma das principais avenidas da Grande Natal. Olavo era bom amigo e, como político era um intransigente defensor das causas do Vale do Açu, porém discordo que Manoel Montenegro (Manezinho) tenha apoiado e eleito Edgard Montenegro prefeito do Assu. Edgard teve com o apoio de Maria Lacerda (dona Marieta), depois romperam. Ao conceituado autor do texto, parabéns pela matéria sobre o "múltiplo desbravador Olavo Lacerda Montenegro). 

Fernando Caldas

domingo, 31 de dezembro de 2023

A REVISTA SOUZA CRUZ, periódico fundado no Rio de Janeiro com foco na cultura e que circulou  no Brasil entre 1916 e 1935, tinha como seus colaboradores poetas, escritores como Augusto Dos Anjos, Lima Barreto, Olavo Bilac e o poeta potiguar chamado João Lins Caldas. Numa das edições de 1916, vamos encontrar um belo poema seu intitulado 'Sombra acima'. Vejamos abaixo:

Fonte da imagem: Biblioteca Nacional.

domingo, 24 de dezembro de 2023

O que é resiliência? Entenda o significado e se há como desenvolvê-la

                                   


Priscila Carvalho

Do VivaBem, em São Paulo

13/08/2020 04h00


Resiliência tem sido uma palavra muito usada de uns anos para cá —possivelmente você já a ouviu em discursos sobre inteligência emocional ou sobre ambientes de trabalho. Até porque está cheio de gente escrevendo sobre isso nas redes sociais, fazendo tatuagens ou lendo livros sobre. A constante busca pela paz interior e até equilíbrio é o que tem provocado um interesse por esse sentimento.

A resiliência é a capacidade de um organismo de retornar ao estado anterior depois da exposição a alguma situação de estresse. E isso pode ocorrer em diversas situações: no trabalho, na escola, no relacionamento com amigos, família ou parceiros.

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Como desenvolver inteligência emocional e evitar 'explosões' no dia a dia. A culpa é sempre do outro? Talvez seja hora de assumir sua responsabilidade e atitudes que você deve evitar ao lidar com pessoas deprimidas

Mas não pense que ser resiliente é uma dádiva ou que para isso a pessoa precisa ter superpoderes. Todo mundo tem um pouco de resiliência em si, senão já teria explodido ou "surtado" em alguma situação do dia a dia.

Entendendo a resiliência

Este é um conceito que a psicologia usa para entender como a pessoa sofre quando acontece algo, seja um trauma ou mesmo situações rotineiras, e para perceber como ela consegue voltar o estágio emocional anterior.

E isso pode ser construído ao longo da vida, trabalhando a vivência e concepções de autoconhecimento. Vale lembrar que a que a resiliência não é uma virtude, e sim uma habilidade. Serve para as pessoas conhecerem seus próprios limites, enxergando e entendendo como situações de estresse e nervosismo podem contribuir para o seu crescimento.

Por ser uma habilidade, é algo que vamos desenvolvendo

$escape.getH()uolbr_geraModulos('embed-foto','/2020/inteligencia-emocional-ajuda-com-varias-situacoes-do-dia-a-dia-veja-como-1597262541572.vm')Quando se é mais resiliente, fica mais fácil encarar adversidades do dia a dia. E por mais que pareça que existem pessoas que já nasceram resilientes, há maneiras de desenvolver essa habilidade.

Pessoas que passaram por situações de vulnerabilidade ao longo da infância, por exemplo, têm uma dificuldade maior em desenvolver resiliência. No entanto, é possível praticar e aprimorar ao longo da vida, usando o autoconhecimento.

Não há um método certeiro ou passo a passo, no entanto, para conseguir se tornar mais resiliente. Isso ocorre naturalmente quando a pessoa está buscando uma autocompreensão, um olhar para si e tentando enxergar o que acontece com ela em cada momento de adversidade. Fazendo isso, é possível lidar melhor com situações de estresse e se tornar resiliente.

A psicoterapia pode ajudar e é válido buscar um especialista se você sente que eventos estressantes desestabilizam você de uma forma que atrapalha seu dia a dia.

Inteligência emocional é a mesma coisa que resiliência?

Não. Inteligência emocional é um aspecto da resiliência. As pessoas possuem diversas habilidades cognitivas que favorecem a resiliência e a inteligência emocional é só um aspecto dentre vários que a pessoa precisa ter para alcançá-la.

Assim como a inteligência emocional, ser resiliente requer prática, exercício e um ensino diário em relação às atitudes individuais e do coletivo. Por isso a prática é constante e autoaprendizado também.

Fontes: Stanley Rodrigues - Psicólogo da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Priscilla Godoy, psicóloga e neuropsicóloga do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.



sábado, 23 de dezembro de 2023

Moacyr Franco - Programa Do Jô ♫ ( Completo )

 ABRAÇOS

Na correnteza dos abraços
Anda a girar um coração...
Sou eu? És tu? Não é em vão
Meus braços...
Braços que vem, braços que vão
Que são enfim aqueles braços?
Os meus? Os teus? Um coração?
Abraços...
Gira o perfume, anda o luar
Anda a tremer a cerração...
O céu? A cor? A dor? O mar?
Em vão...
Feito de luz, para girar,
O sol é seiva, o sol é pão...
O céu é para cantar
Abraços
Vão a cantar nas ondas vão
Meus braços...
Abraços...
(Caldas, poeta norte-rio-grandense de Assu)
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sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

TE AMO

Te amo de uma maneira inexplicável,
de uma forma inconfessável,
de um modo contraditório.
Te amo, com meus estados de ânimo que são muitos
e mudar de humor continuadamente
pelo que você já sabe
o tempo,
a vida,
a morte.
Te amo, com o mundo que não entendo
com as pessoas que não compreendem
com a ambivalência de minha alma
com a incoerência dos meus atos
com a fatalidade do destino
com a conspiração do desejo
com a ambiguidade dos fatos
ainda quando digo que não te amo, te amo
até quando te engano, não te engano
no fundo levo a cabo um plano
para amar-te melhor

Pablo Neruda.


A Dança (Soneto XVII) - Pablo Neruda

Outra Cama - Charles Bukowski

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

DE RENATO CALDAS



Renato Caldas numa conversa amistosa na calçada da prefeitura de Assu, que os mais antigos chamavam ‘senado’, fora surpreendido por um dos presentes que lhe fez a seguinte indagação:: “Renato, se for verdade não me negue! É verdade que minha mulher anda ‘fitando’ você?" Renato não se deu por calado, dizendo essa quadrinha de improviso: “Não sei se é fato ou se é fita / Não sei se é fita ou fato / O fato é que ela me fita e / Quando me fita é de fato.” Para riso dos circunstantes.

(Fernando Caldas)

Se todas as coisas…

Vicente Serejo

serejo@terra.com.br
Gosto sempre de pensar, talvez por ser vítima de pensamentos imperfeitos, que o mundo é pequeno e nele cabem todas as coisas, desde que bem postas e em boas medidas. Mas, também reconheço o prazer de sabê-las, e, às vezes, tão surpreendentes. Entre encontros e desencontros, casuais uns e outros nem tanto, há qualquer coisa de transcendental. Algo que foge ao apenas comum: um nome, uma palavra, um livro, um detalhe, coisas do céu das humanas sensações. 

É que estou convencido de que há um céu e um inferno em cada ser humano. E é neles que a alma deposita o que ama, o que odeia, o que inveja e nega-se ao que lhe é indiferente. E há também um limbo, inóspito e sombrio, lugar do pecado e do arrependimento. De superior, se existe, só o perdão. Mas ai são outros quinhentos. Aos vaidosos não é dado perdoar com facilidade. Já os simples, despojados de tudo, esses perdoam e são naturalmente mais felizes.

Tudo começa e acaba no grau maior ou menor de aspiração. Pode ser mansa, e também esconder a força bruta do desejo. Ora, o desejo é uma fera. Se rompe a jaula da civilização que o domesticou, acorda a fúria indomável. É bom lembrar que o ódio é um amor enlouquecido. Daí não ser tão verdadeiro o slogan, bem azeitado nos santos óleos da boa-fé, quando afirma: quem ama não mata. Mata, sim. Não deveria, mas mata. Exatamente por um dia ter sido amor. 

Veja, Senhor Redator, o perigo que é um homem velho, já passado nuns tantos anos, divagar sobre os mistérios da carne e da alma. Acaba caindo em inesperadas digressões, feitas de caminhos que vão cavando na própria narrativa o desfiladeiro de recorrências que voltam, como os pássaros, quando a noite dos dias começa a chegar. A noite que vai jogando sombras sobre todas as coisas, feitas e desfeitas em caminhos e descaminhos e, às vezes, em tristes ais. 

Outro dia fiquei admirando a frase de uma crônica de Gregório Duvivier, na Folha de S. Paulo. Foi como se ele fosse escrever sobre um assunto qualquer e, de repente, descobrisse que era um homem sem o direito de esperar por um novo dia. E começa a crônica assim, guardei aqui: “Faz um ano que todos os dias se parecem”. Fazia tempo que não batia com os olhos numa coisa tão simples e tão melancólica. É verdade, há muito tempo que todos os dias são iguais. 

Hoje, também larguei a leitura de um ensaio brilhante sobre o significado profundo da pintura de Van Gogh, além das raras sensações do seu delírio, para escrever sobre as últimas leituras do poeta João Lins Caldas que li no blog de Fernando Caldas sobre a figura de ermitão do grande poeta. E acabei na melancolia dos dias sempre iguais. Tem nada não. Fica pra depois a história dos livros achados debaixo de sua rede quando parou, velho e triste, seu coração… 

UMA GLOSA DE SESIOM 

“Severiano falou / Mas o povo não ouviu”:

“Quando a corrida findou / na rua se ouviu um brado / da varanda de um sobrado / Severiano falou / Todo o povo estacionou / quando a janela se abriu, / gente que de lá saiu / me disse, o doutor é osso, / fez um discurso colosso / mas o povo não ouviu.”

Moisés Sesiom, poeta do Assu

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Todos vamos envelhecer… Querendo ou não, iremos todos envelhecer. As pernas irão pesar, a coluna doer, o colesterol aumentar. A imagem no espelho irá se alterar gradativamente e perderemos estatura, lábios e cabelos.

A boa notícia é que a alma pode permanecer com o humor dos dez, o viço dos vinte e o erotismo dos trinta anos. O segredo não é reformar por fora. É, acima de tudo, renovar a mobília interior: tirar o pó, dar brilho, trocar o estofado, abrir as janelas, arejar o ambiente.
Porque o tempo, invariavelmente, irá corroer o exterior. E, quando ocorrer, o alicerce precisa estar forte para suportar.
Erótica é a alma que se diverte, que se perdoa, que ri de si mesma e faz as pazes com sua história. Que usa a espontaneidade pra ser sensual, que se despe de preconceitos, intolerâncias, desafetos.
Erótica é a alma que aceita a passagem do tempo com leveza e conserva o bom humor apesar dos vincos em torno dos olhos e o código de barras acima dos lábios.
Erótica é a alma que não esconde seus defeitos, que não se culpa pela passagem do tempo. Erótica é a alma que aceita suas dores, atravessa seu deserto e ama sem pudores.
Aprenda: bisturi algum vai dar conta do buraco de uma alma negligenciada anos a fio.

Adélia Prado, poeta mineira

(Imagem da Web)



terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Vamos com a paz de Jesus.
Vamos com a paz de Deus.
Depois da imensa treva,
agora a imensa luz.
Caldas, poeta potiguar/Assu



 "O tempo sempre muda, um dia temos sol, noutro chuva, um dia cinzento, noutro com vento. O tempo, assim como a vida, nos dá a grande lição de que nada é eterno, nem sol, nem chuva, nem a dor e nem a alegria. Nos resta tirar o melhor de cada situação."

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, Castelo de Eltz, estrada, as Cotswolds e rua
Todas as reaçõ
A vida humana, seja ou não tranquila,
profunda ou não, — só poderá senti-la
quem a sentir apaixonadamente.
(Virgínia Victorino)



 

Pode ser uma imagem de texto que diz ""Se um dia a vida lhe der as costas passe a mão insta_pensador na bunda dela." Nelson Rodrigues"


PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...