EM LÁGRIMAS
Tarda demais. Em lágrimas prospero.
E por que não me chega o seu consolo,
Sou lágrima, sou dor, sou desconsolo.
E' unúltel que tento, é em vão que espero.
Olho o caminho, o meu cuidado altero.
Escuto aflito si ela vem... Descolo
A crença boa de encontrá-la... e rolo
Tento esperá-la e espero e desespero.
João Lins Caldas
Assu, 1909
sábado, 10 de agosto de 2024
sexta-feira, 9 de agosto de 2024
quarta-feira, 7 de agosto de 2024
A VIDA
terça-feira, 6 de agosto de 2024
O bardo Américo Soares de Macedo era membro de uma família vocacionada para a poesia. Publicou em 1939, dois livros sob o título "Sombras" (sonetos) e "Motes e Glosas". Daquele último volume, está transcrito a décima (glosa), que diz asim:
Ante o prazer me detive,
Gosei a vida um momento,
Depois veio o desalento,
Assim vive, quem não vive.
De sofrer, não me contive,
Procurei então saber,
Se a gente deve morrer,
Por não achar neste mundo,
Um amor firme e profundo
Com quem deseja viver.
segunda-feira, 5 de agosto de 2024
MEUS DIAS
quarta-feira, 31 de julho de 2024
ACADEMIA ASSUENSE DE LETRAS VISITA O CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA
O Conselho Estadual de Cultura recebeu na tarde de ontem, 30 de julho, por ocasião da sessão ordinária, um grupo de imortais da Academia Assuense de Letras – AAL, que veio trazer as boas nova de Assu no campo da literatura e cultura. A AAL temc omo atual presidente, a jornalista Auricéia Antunes de Lima.
Além da presidente, os confrades Francisco das Chagas Pinheiro, Fernando Caldas, Maria do Perpétuo Socorro Wanderley, Raimundo Inácio da Silva Filho e Francisco Costa, integraram o grupo visitante.
O Conselheiro Presidente Valério Mesquita fez as honras da
casa e disse da alegria em receber a AAL, aqui presente. Lembrou os nomes de
assuenses que são patronos e outros acadêmicos na Academia Norte-Rio-Grandense
de Letras.
A presidente Auricéia Antunes, por sua vez, apresentou os
projetos que a AAL vem realizando em Assu, o que faz dessa arcádia uma instituição
operante e presente no seio da sociedade.
Um dos projetos mais destacados tem sido o “Academia de Letras nas escolas”, com edição 2023 e 2024.
A Presidente Auricéia Antunes de Lima disse que “esse
projeto acontece de forma integrada com o pedagógico das escolas visitadas,
nele trabalhamos não apenas a importância não apenas a importância do
conhecimento sobre a AAL, mas também a música, teatro e poesia”.
Todos os acadêmicos puderam se apresentar e os conselheiros
e Conselheiras também interagiram com os visitantes, fazendo desse encontro um
forte elo da cultura potiguas. O CEC preparou um kit cultural (três revistas do
CEC-RN, a mais recente da ANRL e a Revista Histórica do Natal – edição de
conhecimentos, a AAL presenteou o CEC com uma tela do artista plástico Gilvan
Lopes e livros dos autores acadêmicos.
Francisco Martins
Secretário do CEC-RN
https://franciscomartinsescritor.blogspot.com/
domingo, 28 de julho de 2024
domingo, 21 de julho de 2024
sexta-feira, 19 de julho de 2024
sábado, 13 de julho de 2024
O SOMBRA
Esse homem infeliz e sacrificado,
Os dias de sol que passaram sobre a sua cabeça,
As noites de chuva e tempestade,
As suas horas de esperança,
As suas horas de desespero,
Onde está ele, onde estão dele todas as suas tempestades?
O coração que lhe pulsa acelerado
De sangue, veia e veia, do seu corpo,
Seus nervos retorcidos, abalados,
Grisalho o seu cabelo, o olhar na noite,
A noite na sua alma, demorada,
Onde estão ele, a tempestade e a noite?
Sonâmbulos os passos, carregados,
Algidas as mãos de trémula brancura,
Tudo nele a sombria claridade..
Vejo, com vê-lo, nada ver no mundo.
Vejo, com vê-lo, já não ver mais nada.
Esse homem que se abriu um sepulcro no mundo.
A foto digitalizada, restaurada e com o aspecto original dessa imagem faz parte do acervo do Projeto Memória Potiguar, um repositório digital com mais de 50 mil itens entre fotos, vídeos e documentos das 167 cidades do RN, reunidos ao longo de 25 anos e que estará disponível em breve de forma virtual e gratuita no site www.memoriapotiguar.com.br.
quarta-feira, 10 de julho de 2024
sábado, 6 de julho de 2024
UM DECASSÍLABO SERTANEJO
domingo, 30 de junho de 2024
Salário de R$ 3 bilhões: Vinicius Júnior recebe proposta de última hora para deixar o Real Madrid
Momento
Vinicius Júnior, do Real Madrid, recebeu uma proposta para deixar o clube. Considerado por muitos como o melhor jogador do mundo na atualidade, o ponta segue focado na Copa América.
Ontem, o jogador foi o grande destaque da Seleção Brasileira na goleada por 4 a 1 sobre o Paraguai. Vinicius Júnior balançou as redes em duas oportunidades, ambas no primeiro tempo.
Porém, enquanto isso, o nome de Vini segue em alta também no futebol europeu. De acordo com um portal espanhol, o brasileiro recebeu uma oferta tentadora para deixar o Real Madrid.
Real Madrid vê Vinicius Júnior na mira de rival europeu
O Defensa Central revelou que o PSG ofereceu um contrato de seis anos para contar com o futebol do brasileiro. Além disso, o salário no período seria na casa de 500 milhões de euros – cerca de R$ 3 bilhões.
Entretanto, ainda de acordo com a publicação, Vinicius Júnior acabou recusando a investida dos franceses. O jogador entende que não seria positivo abandonar o projeto do Real Madrid neste momento.
Enquanto isso, o jogador segue focado na Seleção Brasileira. O próximo duelo será diante da Colômbia. Caso vença, o time de Dorival assumirá a liderança do grupo D.
Vinicius está com 23 anos de idade e somou 39 jogos pelo time espanhol na última temporada, tendo marcado 24 gols e fornecido outras nove assistências aos companheiros.
quinta-feira, 27 de junho de 2024
A FRUTILÂNDIA DO VALE
Desajeitado e cabreiro, a roupa já sem o vermelho da poeira das viagem no jipe, bando-de-cuia tomado na pensão de Chicó, na flor dos meus dezesseis janeiros, à porta da residência modesta, bati palmas e gaguejei o indispensável "ô de casa". Tinha uma obrigação, um dever sentimental, sagrado, uma promessa a cumprir no Assu, naquele ano dos anos 50. Visitar, saudar o dono da casa, mestre de muitos sonhos e senhor incontestável da mais úbere, abundante, edênica, maravilhosa e fértil gleba de todo o Vale´- a "Frutilândia". A incumbência me fora dada por meu pai, Othoniel, anos antes convidado solenemente, insistentemente, para ser sócio, meio a meio, de um colossal empreendimento de fruticultura. Redenção econômica de toda a região, gerando riqueza, justiça social, inovando a produção de frutas. legumes, hortaliças, tudo em grande escala, gigantescas proporções. Os pobres sairiam da miséria, teriam moradia, grandes vilas operárias, escolas, assistência médica, futuro. Largariam os barões da cera, que nada plantavam, viviam em Natal jogando baralho no Natal Clube, tomando uísque, enriquecendo Maria Boa, passeando no Rio de Janeiro - impecável ternos de linho branco, lustrosos, gordos como bispos. Moderníssimas máquinas, escavadeiras imensas, dragas descomunais - rebocada desde Roterdã - abririam largo e profundo canal, em linha reta, de Assu a Macau. Ali, mar adentro, plantar-se-iam modernos, imponentes, equipados cais, frigoríficos, grandes armazéns. Luzentes guindastes, esteiras rolantes, saciariam a fome das bocarras dos porões das grandes embarcações da própria Companhia, espalhando por Oropa, França e Bahia cajus, mangas, pinhas, araticuns, mangabas, romãs, laranjas-cravo, abacaxis, maracujás - os dúlcidos e tropicais produtos do gigante complexo agroindustrial da biliardária sociedade CALDAS & MENEZES... De volta ao Assu e à dura realidade, de novo bati palmas na soleira da casinha modesta do senhor da "Frutilândia", naquela rua do Assu, naquela era dos anos cinquenta. Apareceu o amigo do meu pai, o sócio do sonho tão sonhado, tão detalhado, idealizado nas conversas dos dois. Disse-lhe quem era, fez-me uma festa daquelas, passando, suavemente, a mão na minha cachola sonhadora. Era magro, gestos nervosos, rápidos. Dando o nó na gravata, convidou-me a entrar, risonho, gentil, hospitaleiro. Calçava, notei, uma daquelas botas de feira. Calça, camisa, colete - tudo amarfanhado, encardido. Guiou-me em direção à cozinha, por uma picada, uma vereda aberta numa mata fechada de ferro-velho, pacotes de amarelados jornais e uma imensidão de garrafas até o teto - um "caminho de Santiago" que, como peregrino, perpassei, com medo de lacraia e caranguejeira. Enquanto conversávamos, ferveu água e serviu-me um café saboroso, pegando fogo, coado de um pano que devia ter uns bons anos de uso diário e constante. Na minha idade, não tinha engenho, nem arte e nenhuma tendência para falar sobre poesia ou literatura com o idealizador de "Frutilândia". Mesmo que a minha casa, em Natal, vivesse, pululasse em certos dias, cheia de literatos e candidatos a poeta, aperreando Othoniel sobre coisas de metrificação, leituras, autores e outras milongas mais - alguns deles pedindo remendos em versos de pé-quebrado. Ficava só cubando, sem pigorar, quem era besta? Sem anuência ou conhecimento do dono da casa, tinha cometido, já, no Atheneu, algumas glosas sacanas e "burilado" uns três ou quatro sonetos decassílabos à moda de Augusto dos Anjos - coisas horrorosas... Na cozinha acolhedora, o cavaco, o bate-papo, limitou-se, pois, às notícias da capital, aos meus estudos, `saudação do "sócio" de Natal, à mutua e sincera admiração entre os dois, às amenidades. Nada sobre a "Frutilândia". Nada, também, acerca da razão social Caldas & Menezes". Ele entretanto, já na despedida - lembro bem - deu umas boas cutucadas nos políticos do Estado e de outras plagas, pilheriando, rindo com gosto, divertido. Sol descambando, da porta da sala, do início do labirinto de ferro velho, jornal e garrafa de todo tamanho e cor, veio o chamamento: "Seu João, tá na hora!" Saímos. Era um meninote, chapéu-de-couro atolado na cabeça grande, cara de janduí. O homem bom me pediu licença e retornou aos cafundós do seu tugúrio. Voltou lépido, brilho nos olhos, vestindo um paletó tão encardido quanto o restante da indumentária. Numa das mãos, um surrado bisaco de lona; noutra, uma lazarina impecável, ajeitada mesmo - oi cano brilhando mais do que espinhaço de pão doce, a coronha envernizada, bonita como os seiscentos. O Poeta João Lins Caldas, sublime sonhador, senhor de vaticínios para o seu Vale - o sócio do meu pai! - trancou a porta capenga da casinha. Apertou-me a mão, com calor, despedindo-se. Pediu desculpas pela pressa - ia caçar! Argumentou, cavalheiro, que aquela era a hora dos preás e das rolinhas, das nambus escondidas no panasco dourado. E lá se foi, engravatado, predador solene, feliz da vida - o sonhador. O curumiaçu, secretário e cúmplice, seguiu-lhe os passos ligeiros, no rumo - presumi - da "Frutilândia", procurando a presa miúda e saborosa..."Laélio Ferreia, crônica publicada em O Mossoroense, 2007
SOB A TREVA Ontem de madrugada encontraram-se as duas, A minha e a tu'alma. Deserta rua entre as desertas ruas, Era a hora mais calma. S...
-
Entre um e outro dia Há uma noite no meio Depois de um “aperreio” Sempre surge uma alegria Viva sempre essa magia Buscando ir mais além Proc...













