sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

ASSU DE ANTIGAMENTE

Antes da Praça do Rosário (que Edgard Montenegro construiu com os recursos da prefeitura e em cooperação com alguns comerciantes daquela terra assuense, inaugurada em 29 de julho de 1949, e Ronaldo Soares reconstruiu na sua administração e inaugurou em 16 de outubro de 1984), era assim, como está na fotografia acima.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O POETA "JOÃO DE PAPAI"

João Evangelista Soares de Macedo era o nome de registro de "João de Papai" que, como bom assuense gostava de tomar uma "pinga" ou melhor dizendo, "umas e outras. Nos idos de quarenta ainda na época da segunda grande guerra João se encontrava nun certo botequim da cidade e, ao tomar conhecimento do mais novo delegado do Assu chamado Revoredo (tenente da polícia militar que já tinha muita ligação com o povo assuense por ser ele, Revoredo, natural da vizinha cidade de Mossoró), escreveu a décima (glosa) que logo se espalhou pela cidade inteira, conforme transcrito adiante: 


Logo o tipo é muito feio
De cabra tem a mistura
Não pode ter compostura
Esse tenente que veio
Ontem veio muito cheio
Com Vem-Vem a conversar,
E eu de longe a escutar
As proesas que fazia
Em vista do que dizia,
Pra mim não pode prestar.


Tenente Revoredo ao tomar conhecimenteo daqueles versos, logo se dirigiu ao famoso bar de Ximenes, esquina com a prefeitura municipal daquela terra assuense e, ao chegar naquele recinte foi logo perguntando ao bardo glosador: "O senhor é o autor daqueles versos a meu meu respeito? " João não se deu por medroso. Tirou do bolço uma caneta e um papel de carteira de cigarros e alí mesmo produziu a glosa seguinte: 

De errar não tenho medo,
Nem temo ser contestado,
Dizendo é bom delegado
O tenente Revoredo.
E não se diga que é cedo
Pra exaltar o oficial,
Aqui não tem outro igual
Faz justiça em profusão,
Em qualquer ocasião
É bom, é firme, é leal.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O HISTORIADOR

O poeta, escritor e pesquisador potiguar do Assu, Celso da Silveira, morava em Natal desde os anos cinquenta, mas sempre ia a sua terra natal, rever familiares, amigos e, como não podia ser diferente, tomar "umas e outras". Pois bem, certo dia, estando naquela cidade dos poetas como ele próprio, tomou conhecimento através de um amigo que, no Mercado Público daquela terra assuense, existia um certo velho estabelecido naquele mercado que era metido a historiador e se dizia saber muitos sobrer o passado e o presente das coisas do Assu e sua gente. Celso, ao chegar no local de trabalho do referido historiador, foi logo perguntando: "Meu amigo, você conheceu o escritor Francisco Amorim, que era chamado por "Chisquito?" "Conheci, sim senhor!" "Sabe a data que ele faleceu"? Indagou Celso, novamente. "Tanto de tanto, de mil novecentos e tanto!" Informou o historiador. "E Cecéu, filha de Chisquito?" "Tanto de tanto, de mil novecentos e tanto"! E Celso, bonachão e gosador que era, para encerrar o assunto, fez a útilma indagação: "E Tarcísio Amorim, filho de Chisquito?" "Esse, meu amigo, morreu lá por Natal e faz muito tempo!" - Morau da história: Tarcísio Amorim mora em Natal (ele é engenheiro eletricista, funcionário aposentado do Incra) e gosa de uma boa saúde).

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

"TALENTO DE HOMEM"

José Caldas Soares Filgueira ou Dedé Caldas, como era chamado na intimidade pelos assuenses, era uma figura folclórica que deixou muita falta ao Assu. Ele morava numa casa centenária da praça Getúlio Vargas. Vigilante permanente das acontecência daquela terra, contava que uma certa senhora chamada dona Maria, tinha casado uma filha que muito reclamava pela falta de conforto. Dedé, na sua especulação, aprofundou-se daquele assunto: "Ou dona Maria, a sua filha casou-se recentemente e a senhora comenta que ela não tem conforto? O que é que está faltando na casa dela?" "Dedé, na casa de minha filha tem de tudo: fogão, geladeira duplex, freezer, dormitório completo, tem até ar condicionado... um luxo, né?" Dedé ficou bastante ansioso: "Dona Maria o que é que a senhora entende por conforto?" Maria naquele seu jeitão grosseiro, fechou a mão, estirou o braço e usou o seu linguajar na forma mais direta: "Dedé, Conforto é talento de homem!". - São coisas que só no Assu, acontece!

NOTA

Cada dia, me redobra o prazer de escrever (de forma simples e despretenciosa) sobre o velho Assu, de tantas tradições, de tantas figuras, de tantas glórias, de tantos poetas da melhor qualidade e de boas recordações. Cada dia, recebo comentários de pessoas de toda parte deste Brasil, bem como do exterior. Pois bem, a propósito, vejamos o que diz o nosso conterrâneo Joselito da Silveira, residente em Macaíba (RN), em data de 1.11.2008: "Fanfa como assuense é um privilégio ler estes causos, parabéns pelo blog e continue postando notícias da nossa querida Assu".

domingo, 30 de novembro de 2008

POESIA SOBRE O ASSU

HOMENAGEM

Cheia de encanto e beleza
Do grande Vale é a princesa
A nossa cidade Assu,
E que entre outras façanhas
É receber o Piranhas
E também o Paraú.

Bela e privilegiada
Por seus rios abraçada
ama os filhos com ardor,
Não nos tira da lembrança
e nos faz séria cobrança:
Quer um pouco mais de amor.

Diz que abriu seu coração
Quer que pisemos seu chão
Que preparou o arraial,
Quer ouvir nossa zoada
Na praça, na vaquejada
Dar o abraço maternal.

Quer também ser mais lembrada,
Um pouco mais visitada
Nesta sua faixa etária,
Quer que encham de calor,
Quer dar, receber amor
Po ser sesquicentenária.

(Assim o poeta Andière "Majó" Abreu homenageou o Assu, a sua terra natal, no dia do seu sesquicentenário, 1995).

POESIAS DE RENATO CALDAS

Como prova de que Renato Caldas não somente versejava em linguagem matuta, naturalista, vejamos os versos seguintes que, salvo engano, antes nunca foram publicados:

PORQUE AMO A NATUREZA

Eu amo o mar,
O vento, as estrelas, o sol,
As noites de luar,
As serras, o arrebol!
Amo a torrente do Rio,
Que, em louco desvario
Se despeja no mar...
O gorgeio sutil da passarada!
Eu amo a solidão,
O imprevisto, a incerteza,
A imensidão
Azul do firmamento,
As flores, as campinas verdejantes...
Eu adoro o lamento
Das vagas arquejantes,
O silêncio, a tristeza...
Enfim, eu amo a natureza!
Porque,
Tudo me traz uma lembrança,
Uma saudade louca de você.

RECORDANDO

Como a vida é transitória e boa!
Ontem, eu chorava,
Quando os barcos de papel
Que eu atirava,
Mergulhavam nas águas da lagoa.

Hoje, é o contrário:
Extingo os meus escolhos,
Mergulhando os meus olhos de poeta,
No lago verde dos teus lindos olhos.

NOTAS

Sobre algumas matérias publicadas neste blog, recebi com alegria vários comentários de pessoas do Assu. O assuense Parisaut C. Nogueira (que mora em terras distante) me manda o seguinte comentário: "Fernando, bom dia, É muito interessante e agradável o tipo destes comentários, principalmente para quem é assuense e reside atualmente bastante distante dessa maravilhosa cidade que por meio dessa Home tem a oportunidade de apreciar estas belas histórias de políticos como Walter Leitão, Costa Leitão, Edgard, Olavo e outros. Parabéns, minha nota é dez. Um abraço.
28.11.2008.

E ainda mais este outro comentário a respeito de uma matéria sobre o poeta Manoel Pitomba de Macedo (Manoel de Bobagem), intitulada "Um Poeta Glosador", que também muto me alegra, conforme transcrito adiante: "Meu querido Fanfa, meu nome é Chagas Matias, sou natural de Itajá mas moro no Assu desde o final dos anos sessenta, sou fascinado pelas coisas do Assu. Tenho decorado na cabeça muitos poesias de vários poetas assuenses, principalmente de Renato Caldas. Tenho esta de Manoel de Bobagem: Sua mãe Bobagem, sempre reclamava que o mesmo todo dia voltava pra casa bêbado e tombando quase caindo no meio da rua: Tenha vergonha Manoel! Todo dia você vem pra casa bêbado tombando em tempo de cair no meio da rua, homem tenha brio! Manoel saiu-se com essa:
Mamãe!

Ne todo homem tem brio
Nem toda moça se casa,
Nem todo fogo tem brasa
Nem toda lã dá pavio.
Nem todo inverno faz frio,
Nem todo filho tem pai,
Nem tudo que entra sai,
Nem toda fera é valente,
Nem todo lorde é descente,
Nem tudo que tomba cai.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

"POUCAS E BOAS", DE VALÉRIO MESQUITA

Ocorreu ontem, 26 de novembro, o lançamento do livro sob o título "Poucas e Boas", 2008, em segunda edição, do escritor potiguar de Macaíba, Valério Mesquita. Compareceram centenas de pessoas de vários segmentos da sociedade´potiguar, para prestigiar aquele escritor imortal. Naquele volume, Valério transcreve várias estórias narradas por minha pessoa (Fernando Caldas), bem como várias outras estórias relacionadas a pessoas folclóricas e espirituosas do Assu, que transcrevo adiante para o nosso bem estar:
1 - Fernando Caldas, assuense de ótima qualidade, poeta e pesquisador, enviou-me alguns "causos" folclóricos de sua região. Agradecendo a remessa, vamos juntos nos deliciar com as suas histórias. Chico Dias trabalhoui para o deputado Arnóbio Abreu, nas eleições de 1998. Logo após o pleito, foi à casa de Zeca Abreu, irmão de Arnóbio, para um entendimento político. Ao chegar, foi atendido pelo motorista de Zeca que lhe respondeu ao ser indagado pelo paradeiro de seu patrão. "Chico, Zeca encontra-se no banheiro com uma forte dor de barriga". Chico mandou chumbo grosso: "Meu amigo, eu não vim aqui comer o cedenho dele, não!!"
2 -Fernando Caldas contou que Bonzinho, lá do Açu, estava bebendo em um bar da cidade quando foi surpreendido por Joca Marreiro, seu pai, que lhe convidou a ir para casa pois já era noite alta. Aceitou o convite paterno, mas foi taxativo e solene: "Papai, vá na frente que o mundo tá cheio de gente ruim".

3 - Comício de Ronaldo Soares em Açu. O povo doidão na praça. O locutor vibranrte anuncia a palavra de Chico Galêgo, candidato a vereador, líder da Lagoa do Piató. Ao receber o microfone sem fio, assustou-se com o equipamento e tratou de reclamar: "Cadê a correia dele Lourinaldo, cadê a correia, esse bicho não vai falar de jeito nenhum!!!. Aí a galera vibrou.

4 - Açu é um filão de estórias que não tem fim. Ronaldo Soares, captador permanente dessa atmosfera densa e intensa, passou-me mais uma. Seu conterrâneo Zé Gago andava ás turras com a esposa Isabel. Em suma havia arranjado uma rival. Revoltada, a família se reuniu para lavrar aquele protesto e chamar o esposo e pai à responsabilidade. Em sua defesa, Zé Gago veio com um argumento genial: "Meus filhos, arranjei uma mulher, é verdade, mas foi pra poupar sua mãe". Inconformada, dona Isabel saiu do seu silêncio: "Se foi por esse motivo, pode me rasgar toda!!.
5 - Tico, motorista do ex-deputado Arnóbio Abreu, não foge à regra de muitos profissionais bons, mas broncos e teimosos demais. Certa noite, num comício em Açu apareceu por lá o servidor da secretaria de Saúde Alan Rio. Ao vê-lo, Tico comentou que já vira antes esse rapaz. Um interlocutor presente o ajuda afirmando que o nome dele é Alan. Tico repreende: "Não, Alan é apelido!!. Chamando a intervir, Arnóbio confirmou que o nome do visitante é Alan. Tico, na sua teimosia homérica, retruca: "Não, doutor Arnóbio, Alan é de ovelha por isso, é apelido mesmo"!!.
6 - Jobeni Machado, fazendeiro do Açu, lá pelos anos setenta não teve dificuldades para aprender, ao pé da letra, as lições dos filósofos da economia da época. Endividadíssimo e instado a pagar pelos bancos oficiais os seus empréstimos agrícolas vencidos e esquecidos, Jobeni utilizou a máxima do faraó Delfim Neto, ministro da fazenda: "Dívida pública não se paga, se rola". Não foi à toa que o governador de Minas Itamar Franco se inspirou no exemplo. No caso de Açu, até hoje tá rolando.
7 - Fernando Caldas manda-me algumas poucas e boas da rica safra açuense. Manoel Montenegro Neto (manuca), disputou sem sucesso a prefeitura de Açu, em 1976, contra Sebasrião Alves. Manuca foi deputado estadual por duas legislaturas e deputado federal durante alguns meses. Pertencendo ao então MDB, fazia discursos inflamados cumprindo o seu papel de oposição, combatendo a inflação e outros bichos. "Meus amigos, senhores deputados, quem é que pode comer uma galinha por tês cruzeiros?" (moeda da época), indaga Manuca pateticamente da tribuna da assembléia.. Um correligionário que ouvia atentamente o seu pronunciamento respondeu da galeria: "O galo, Manuca!".
8 - Junot Araújo dos Santos foi vice-prefeito na chapa de Lourinaldo Soares nas eleições municpais de 1992 em Açu. Junot prometeu na campanha a uma senhora, uma cirurgia de períneo. A operação seria feita pelo seu pai dr. Nelson, logo após as eleições. Certo dia a eleitora procurou o vice-prefeito com outra conversa: "Junot, no lugar da cirurgia me arrange cinco sacos de cimento". Fátima, sua mulher, escutando a exploração daquela eleitora, saiu-se com essa: "Essa égua quer agora tapar o buraco com cimento!"
9 - O saudoso Ronaldo Ferreira Dias era importante funcionário do Senado da República. Norte-riograndense de Lages e com muita ligação no Açu. Nas eleições de 1982, concorreu a deputado federal mesmo sem ter vivência política no Estado do Rio Grande do Norte. Ronaldo seria o segundo suplente com qualquer votação. Foi a Açu e procurou seu primo Chico Dias que era candidato a vereador para fazer a sua campanha no município assuense. Certo dia,telefonou de Brasília para o primo: "Chico, como vai a aceitação do meu nome por aí?" Chico respondeu pausadamente: "Ronaldo, saí de casa com mil fotografias (santnhos) suas e voltei com duas mil".

terça-feira, 25 de novembro de 2008

ASSU DE ANTIGAMENTE

Praça do Rosário (antes era uma igrejinha chamada Igreja do Rosário). Deu lugar a partir de 29 de junho de 1949, a já citada Praça do Rosário. A sua construção se deu com recursos da prefeitura do Assu e em cooperação com o povo daquele município (os comerciantes locais), como Solon e Afonso Wanderley que eram proprietários da famosa Padaria Santa Cruz, Fernando Tavares Filho, Minervino Wanderley , entre outros. Cada banco daquela praça estampava em letras vivas os nomes de cada um dos seus colaboradores. A imagem de Nossa Senhora do Rosário, foi doação do casal Betariz Amorim e Pedro Amorim (que foi médico, intendente, prefeito do Assu, deputado estadual e presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte). aquela praça teve a primeira reforma (totalmente modificada) na administração do prefeito Ronaldo Soares. A sua reforma foi inaugurada no dia 16 de outubro de 1994, dia do aniversário de emancipação daquele municipio. Aos fundos a esquerda, vejamos o Institututo Padre Ibiapina, e a direita o casarão que pertencia ao senhor Manuel Soares, onde hoje está assentado a casa bancária Banco do Brasil.
Fonte: blogdofernandocaldas.blogspot.com

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

ASSU DE ANTIGAMENTE

O prédio a sua esquerda (lindo sobrado), era onde funcionava a Cadeia Pública. Foi demolido para ser construído um novo prédio para assentar a sede da prefeitura Municipal do Assu, na administração do prefeito Edgard Borges Montenegro. Deu-se início a sua construção no dia 10 de setembro de 1949 e concluido em 1956, pelo prefeito Francisco Augusto Caldas de Amorim (Chuisquiro). Hoje ele, Amorim, espresta o seu nome a sede dauqela prefeitura. O outro sobrado, a direita da referenciada edificação, atualmente está assentado o prédio pertencente a família de Zé da Bodega que foi proprietário de um super mercado naquele local, hoje pertencente aos seus familiares.
Fonte: blogdofernandocaldas.blogspot.com

sábado, 22 de novembro de 2008

POESIAS DE MARIA EUGÊNIA


AS ASAS DAS HORAS

São asas que marcam as horas
ou as flores nas sementes.
ou as crianças crescidas nos
cabelos brancos?
Quem marca caindo no canteiro?
Os ponteiros do relógio?
A lua que anda o tempo inteiro
ou a velhinha que cansou de andar e jaz sob o mármore
branco?
Quem marca as asas
horas?

INSÔNIA

O meu lençol está gelado.
Não tenho pouso para o meu corpo cansado.
Quem triuxe o gelo
para o meu quarto?
.
FANTASMA

Deito-me nas quatro paredes.
Meu corpo quadrado de
branco,
rola na varanda das redes.
Fantasmas brincam com o cal,
segredam-me rudes segredos.
De seus mundos arrenegados.
Sorriem do be, e do mal.

MINHAS MÂOS

Minhas mãos são
asas,
traças
preces:
Quando tenho sede de amor,
quando minha alma se transforma em dor.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

HOMENAGEM AO POETA CALDAS


Em 1958, ocorreu um fato literário importante. O poeta João Lins Caldas ao se encontrar naquele ano, na cidade de Natal, foi homenageado por intelectuais e pelo prefeito Djalma Maranhão, como podemos conferir na fotografia acima, o poeta entre as figuras de (da esquerda para direita) Veríssimo de Melo (escritor), Rômulo Wanderley (antologista) Esmeraldo Siqueira (poeta) amigo íntimo do homenageado, o poeta Caldas, Djalma Maranhão (prefeito de Natal) e Manoel Rodrigues de Melo (escritor). Aquela homenagem (um coquetel oferecido por aquele prefeito) ao poeta assuense, foi realizada nos jardins do Teatro Alberto Maranhão.

ASSU DE ANTIGAMENTE

7 de setembro de 1845. A praça já denominava-se de praça da proclamação, denominada por Ezequiel Fonseca quando intendente do Assu. Ao fundo vejamos o Mercado Público, já reformado em 19 de maio de 1943 pelo prefeito Manuel Pessoa Montenegro.
Comemoração do Centenário do Assu. Na prça então denominada de praça do Centenário. Vejamos ao fundo, o antigo Mercado Público, construido em 1876.

CRÔNICA


NOITES DE NATAL
(Por Bosco Lopes)
As muitas cidades que me perdoem, mas Natal é fundamental. Não fosse pelo seu pôr do sol do Potengi, seria pelas pessoas que o contemplam, embriagadas de poesia e que passeiam a beleza pelas suas ruas seculares.
Nascestes Natal, entre o rio e o mar, com os teus alicerces ancorados nos arrecifes da Praia do Forte, estrela maior que guia a nau catarineta tripulada de poetas, que saem por tuas noites em busca de bares nunca antes navegados. Caminhas ecologicamente banhada pelo rio e protegida pelas dunas. Fostes a bem-amada dos aventureiros gauleses, holandeses e lusitanos, para tempos d´pois servires de pilar de uma ponte de guerra que ia desta parte ao outro mundo.
Natal, admiro a ternura fotográfica dos seus becos que não cantei num dístico. Mas que canto cotidianamente com a minha presença, pois num deles aconteceu, num acaso feliz, meu batismo de cachaça e poesia, apadrinhado por Berilo Wanderley e Celso da Silveira. Para citar apenas um, fico com o Bar do beco de Nazi, que com suas alquimias prepara a melhor "meladinha" deste mundo.
Nas tuas noites, vejo teu nome inscrito em gás neon: Maria Boa, educadora de várias gerações. Noites que verei violentando teu silêncio com violões, modinhas, amigos e tragos de aguardente. Noites inolvidáveis do Brizza de Mare, do Cisne, do Granada Bar, do Acácia, tão distantes das tardes de minha infância, onde no patamar da Igreja do Galo meu velocípede azul pedalava esperanças. Mas é nas tuas manhãs ensolaradas que vejo tuas mulheres bonitas na passarela pública das praças, parques, praias a se perderem de vista.
Mas se é inverno, evito tuas praias e me agasalho no abrigo dos copos dos teus bares e no calor dos corpos de tuas mulheres. Tenho tudo para ate agradecer. Natal, pois tudo me deste: poetas como Itajubá, Jorge Fernandes e Jaime Wanderley, cujos versos guardo de memória. Eu, também etilírico poeta, de pé no chão aprendi o ofício da poesia para te dizer: muito obrigado, Natal, pelas dádivas que de ti recebo há 33 anos.
(Texto publicado na imprensa de Natal, em 1984).

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

"POUCAS E BOAS"

Recebi com muita honra o convite de lançamento do livro intitulado "Poucas e Boas", do escritor imortal da Academia Potiguar de Letras, Valério Mesquita. Será no dia 26 de novembro, uma quarta feira, às 18h, na Livraria Siciliano do Shoping Midway. Farei presença com muito prazer, para prestigiar aquele escritor que engrandece as letras do Rio Grande do Norte. Valério foi prefeito de Macaíba, deputado estadual por várias legislaturas, presidente da Fundação José Augusto, membro do Conselho Estadual de Cultura e do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grannde do Norte, além de membro efetivo da União Brasileira de Escritores. Atualmente é Conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte. Permita-me o escritor Valério, para transcrever alguns causos que ele conta na primeira edição de "Poucas e Boas", relacionados a alguns políticos norte-riograndenses, que dizem assim:

1) No Palácio Potengi dos anos cinquenta, cinquenta e sete, cinquenta e oito, pontificava a figura de Antônio Soares Filho, Chefe do Gabinete Civil. Bom papo, o saudoso Toinho, mandou mobiliar uma sala que estava vazia, só para os papos de fim de expediente com as grandes figuras da paróquia, onde rolavam as novidades políticas. Até Dinarte quando encerrava os despachos, aparecia por lá. Numa das vezes, o Governador recomendou a Antônio Soares para encaminhar um rapaz ao Dr. José Nilson de Sá, Diretor do DER, recomendando-o para o emprego de desenhista. No DER, quando soube da chegada do rapaz, Zé Nilson, já desconfiado, resmungava: "Eu não sei porque Dinarte botou na cabeça sempre a vaga de desenhista! Olha, manda esse rapaz desenhar uma boeira, uma ponte, um tubulão". Após alguns instantes, a secretária retornou com o diagnóstico: "Dr. Zé Nilson o rapaz não desenha coisa nenhuma!". "Suspenda, que eu vou falar com o Governador", respondeu o Diretor. À noite, na casa de Aldo Medeiros, nem precisou Zé Nilson provocar o assunto, pois Dinarte foi logo indagando: "Zé Nilson, você recebeu hoje um rapaz, filho de um compadre meu?". "Recebi, governador. Mas o rapaz não sabe desenhar absolutamente nada?" . "Ô Zé Nilson, ensina; ensina que ele aprende!!"

2) O mestre Odilon Ribeiro Coutinho, usineiro, intelectual, homem de finessse, acabara de se eleger deputado federal em 1963, pelo RGN. Estava no Rio, hospedado no Copacabana Pálace. Lá fora fluía naturalmente uma linda manhã carioca. No hotel, mulheres exuberantes pintavam em cada metro quadrado. O nosso Odilon tal um finíssimo lorde inglês era atendido no saguão por uma bonita pedicure. Em meio àquele torvelinho de bom gosto e elegância, o deputado sorvia os primeiros goles matinais de Whisky on the rocks, balançando o copo "softamente". De chofre, é reconhecido por um potiguar, empregado do hotel: "Deputado o senhor por aqui? Eu sou do RGN e votei no senhor! Como vai o senhor?" Odilon, sem perder a postura nobre, mexendo suavemente o copo, após outro gole: "É luta, meu filho! A luta é grande!".

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

ESTÓRIAS DE POETAS

Desta plaquete (capa acima) extraio algumas estórias engraçadas contadas em versos por dois poetas consagrados chamados Moisés Sesión e Chico Traira, que veremos para o nosso deleite adiante:

Moisés Lopes Sesión, poeta dos versos jocosos e fesceninos, conhecido como "O Bocage do Rio Grande do Norte", era um boêmio autêntico. Certo dia, encontrando-se embriagado pelas ruas da cidade, foi convidado por um certo cabo de polícia para dormir na cadeia. Naquela hora vinha chegando o delegado que era seu amigo e, por se tratar de um homem de bem, popular e muito bem relacionado na cidade, deu ordem ao policial para relaxar a prisão. Foi o bastante para Sesión produzir os seguintes versos:

Sargento as suas divisas
Deus terá de protegê-las.
Dos braços irão para os ombros
E aí serão estrelas.
E Deus há de me dar vida
para que eu possa vê-las.
O cabo que aí está
Nunca será um tenente.
O galão que ele terá
É um galão diferente:
É um pau com duas latas,
- Uma atrás, outra na frente.


Chico Traíra era poeta cordelista, cantador de viola dos melhores do Nordeste. Era tido como assuense, mas era natural de Ipanguaçu, nascido no Sítio Pau de Jucá, ainda quando Ipanguaçu era um pequeno povoado chamado Sacramento. Pois bem, viajando em cima da corroceria de um caminhão, de Natal com destino a cidade de Macau (RN), em companhia do seu colega Patativa também renomado poeta cordelista potiguar, este reclamava a viagem de muitos tropeços, dizendo: "Eu acho que nossa viagem não vai ser muito sublime"! "Chico pegou na deixa, versejando de tal modo:

Se o colega não está
Achando a viagem boa
Você é pássaro, eu sou peixe
Eu mergulho e você voa
Você volta para o ninho
Eu volto a minha lagoa.

sábado, 8 de novembro de 2008

DEDICATÓRIA

O sociólogo potiguar Gilberto Freire de Melo, de Pendências, no Vale do Assu, têm vários livros publicados. É gostoso ler o que Gilberto escreve. Breve irei transcrever com sua permissão, alguns artigos do seu livro intitulado "Virgindade Profanada". Dele, o escritor, recebí o livro sob o título "Absurdos Gramaticais". Pois bem, naquele volume está escrito a sua decatória que muito me emociona, que diz assim: "Fanfa, pela lucidez de Chisquito, pelas Fulores de Renato, pelas amarguras de Seu Caldas, pelas saudades de D. Gena, não devemos deixar apagar-se a chama da cultura que ainda resta no Açu".

Natal, 05.05.06

COMENTÁRIOS

Oi Fanfa! tenho lido sempre o seu blog. É muito gostoso voltar a minha terra através de você. Éramos parentes do poeta Caldas? Tio Moacir sempre me contava histórias deles... a que mais me lembro aconteceu na pensão aonde ele titio morava - o dono pediu gentilmente para ele deixar armar uma rede para alguém a quem ele não podia faltar. Era então o poeta Caldas! titio observava que ele escrevia muito e na sua ausência começava a ler seus escritos. Finalmente o poeta descobriu com alegria quem era titio Moacir e o parentesco que tinham. Que perda tivemos com a partida do meu mestre (titio). Felizmente tem pessoas como você que não deixam morrer nossa cultura assuense com tantos intelectuais, poetas e tanta inteligência...

(O comentário referenciado acima, datado de 7 de novembro, é de Cinara de Medeiros Marinho Andrade, que mora há mais de duas décadas no Canadá. Mas nunca esqueceu as suas origens de potiguar, com raízes em Natal, Assu, Ipanguaçu, Goianinha. Cinara é também da família Lins Caldas (do poeta João Lins Caldas). O Moacir que ela se refere, era natural do Assu, seu tio pelo lado materno, um dos maiores poetas do Rio Grande do Norte, bem como um dos maiores da propaganda moderna no Brasil. Foi ele (já contei aqui neste blog), o pioneiro do Marketing político no Brasil. Ele deixou de poetar ainda jovem, para se tornar empresário no Rio de Janeiro. Faleceu aos 87 anos de idade naquela capital carioca, no última dia 4 de outubro. Neste blog já fiz comentários sobre o cidãdo e o poeta João Moacir de Medeiros). Fica o registro e a saudade! Obrigado Cinara pelo elogio ao meu trabalho. Abraços a todos vocês.

POESIA

RECORDANDO...

Como a vida é transitória e boa!
Ontem, eu chorava,
Quando os barcos de papel
Que eu atirava,
Mergulhavam nas águas da lagoa.

Hoje, é o contrário:
Extingo os meus escolhos,
Mergulhando os meus olhos de poeta,
No lago verde
Dos teus lindos olhos.

Renato Caldas
(Transcrito do seu livro intitulado Fulô do Mato, segunda edição)

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...